Resposta ao Fabio Sabino: Evangelho de Marcos não foi o primeiro

@simplesyehudim

⚠️‼️O Evangelho de Marcos não foi o primeiro a ser escrito diz professor fabio sabino ,foi o Evangelho de Hebreus .#CapCut #fabiosabino #curiosidades #polemica #novotestamento #cristianismo #historia #explicação #teologiareversa #evangelho #simplesyehudim #fypシ

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Em sua ânsia de criticar a Bíblia, ele tenta alegar sobre Lucas e Marcos. E ainda tenta alegar que o que a academia diz é mentira.

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Vamos ver o que diz o prefácio de Lucas 1,1:

Muitos se empenharam em compilar um relato dos fatos que recebem pleno crédito entre nós

É muita pretensão alegar o que Sabino alega. A inspiração bíblica não significa que Deus possuiu os autores como robôs. Significa que utilizou de seus conhecimentos para transmitir a verdade.

Muitos (polloi). Quantos ninguém sabe, mas certamente mais de dois ou três. Sabemos que Lucas usou a Logia de Jesus escrita por Mateus em aramaico (Pápias) e o Evangelho de Marcos. Sem dúvida ele tinha outras fontes escritas.

Não se sabe exatamente quando os títulos começaram a ser usados ou quando foram adicionados aos manuscritos dos Evangelhos. Alguns acreditam que foi no século 2 d.C., porque existem manuscritos datados de entre o fim do século 2 d.C. e o começo do século 3 d.C. que já usavam títulos longos. Alguns estudiosos sugerem que os relatos sobre a vida de Jesus começaram a ser chamados de “Evangelhos” (que, em grego, significa literalmente “boas novas”) por causa das palavras iniciais do livro de Marcos (“Princípio das boas novas a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus”). É possível que as pessoas tenham começado a usar esses títulos, que incluíam o nome do escritor, porque assim era mais fácil identificar os livros.

Não se sabe se Lucas inclui Mateus e Marcos entre estes “muitos”, embora por diversas razões se acredite que pelo menos o Evangelho de Marcos, e possivelmente o de Mateus, já tenha sido escrito (ver p. 173). No entanto, a palavra “muitos” parece referir-se a mais de dois e, portanto, é provável que sejam mencionadas algumas histórias escritas fora dos Evangelhos canônicos. É difícil para Lucas referir-se aqui aos evangelhos apócrifos que são conhecidos hoje, uma vez que só foram escritos muitos anos depois. Parece que alguns dos outros autores foram testemunhas oculares, pelo menos, do que registraram, e é possível que estivessem entre os doze ou talvez entre os setenta (ver com. de Lucas 1:2).

Essas muitas tentativas de narrar a vida terrena do Salvador foram provavelmente aquelas coleções de memoriais, parábolas e milagres tradicionais (λόγια, διηγήσεις), dos quais tudo o que havia de mais valioso foi incorporado em nossos quatro Evangelhos. Deixando de lado os Evangelhos Apócrifos, que são em sua maioria falsificações inúteis e até perniciosas, a tradição cristã não preservou para nós um evento confiável da Vida de Cristo, e apenas uma dúzia de ditos (ἄγραφα δόγματα como aquele preservado por São Paulo no Ato_20 :35) que não são encontradas nos Evangelhos.

que recebem pleno crédito: A palavra grega usada aqui também pode ser traduzida como “que têm plena credibilidade”. Ela destaca que os fatos foram examinados com muito cuidado. A expressão entre nós, usada logo depois, indica que entre os cristãos havia plena certeza de que todos os fatos relacionados com o Cristo tinham realmente acontecido e podiam ser aceitos com confiança. Por isso, essa expressão é traduzida em algumas Bíblias como “em que acreditamos plenamente”. Em outras partes da Bíblia, formas diferentes dessa palavra grega foram traduzidas como “plenamente convencido” e “firme convicção”. — Ro 4:21; 14:5; Col 4:12.

Lc.1,2: nos transmitiram (paredosan hmin). Segundo aoristo ativo indicativo de paradidomi. Lucas recebeu esta tradição junto com aqueles mencionados acima (os muitos). Isto é, ele não era uma das ‘testemunhas oculares’. Ele foi uma testemunha secundária, não primária, dos acontecimentos. A tradição passou a ter um significado de falta de confiabilidade para nós, mas essa não é a ideia aqui. Lucas quer dizer que a transmissão era confiável, e não meras fábulas de esposas. Quem elaborou as narrativas teve como fonte de conhecimento quem transmitiu os dados. Aqui temos fontes escritas e orais. Lucas teve acesso a ambos os tipos.

A alegação do Sabino é de que não escreveram por inspiração e sim por conveniência. Só que Lucas não está dizendo nada disso.

Lc.1,3: Pareceu-me bom também (edoxe kamoi). Uma conclusão e justificativa natural para a decisão de Lucas de escrever sua narrativa. Eles tinham motivos de sobra para redigir suas narrativas. Lucas tem mais motivos para fazê-lo devido ao seu conhecimento mais completo e ao seu escopo mais amplo. Não diz nada aqui sobre conveniência no sentido negativo.

Quando Lucas se refere ao que aconteceu no concílio de Jerusalém, onde foi considerada a aceitação dos gentios na igreja cristã, ele cita os apóstolos, dizendo que eles haviam escrito aos crentes em Antioquia sobre o que havia acontecido com eles “pareceu-nos bem” (Atos_15:25). Os irmãos reuniram-se em conselho, mas as suas deliberações foram dirigidas pelo Espírito Santo e por isso puderam dizer com confiança: “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (Lucas 1:28). A mesma coisa aconteceu com Lucas: o Espírito Santo o levou a escrever; mas quando escreveu, o fez por vontade própria, embora guiado por Deus. A respeito da maneira pela qual o Espírito Santo guiou os vários autores bíblicos.

Conclusão

No entanto, essa tese é muito controversa e não tem o apoio da maioria dos estudiosos bíblicos, que consideram o evangelho de Marcos como o mais antigo e o mais próximo das fontes originais sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Alguns argumentos que podem ser usados para refutar o Fabio Sabino são:

  • O evangelho dos hebreus não foi preservado integralmente, e os fragmentos que temos são muito escassos e ambíguos para determinar sua datação, autoria e conteúdo. Além disso, não se sabe se ele era realmente um evangelho único, ou se era um termo genérico para designar vários evangelhos escritos em hebraico ou aramaico, como o evangelho dos ebionitas e o evangelho dos nazarenos, que tinham diferenças entre si.
  • O evangelho de Marcos, por outro lado, foi preservado em sua totalidade, e tem evidências internas e externas que apontam para sua antiguidade e confiabilidade. Por exemplo, ele não menciona a destruição de Jerusalém, que ocorreu em 70 d.C., o que indica que ele foi escrito antes desse evento. Ele também tem um estilo simples, direto e sem adornos, que reflete a oralidade e a urgência da pregação apostólica. Ele também contém detalhes históricos, geográficos e culturais que demonstram seu conhecimento da Palestina do primeiro século.
  • O evangelho de Marcos tem uma forte conexão com o apóstolo Pedro, que foi testemunha ocular dos fatos narrados. Segundo a tradição, Marcos era discípulo e intérprete de Pedro, e escreveu seu evangelho baseado nos relatos que ouviu dele. Essa tradição é confirmada por autores antigos, como Pápias, Ireneu, Clemente de Alexandria e Eusébio, que concordam que Marcos foi o autor do segundo evangelho, e que ele o escreveu em Roma, sob a influência de Pedro. Além disso, o evangelho de Marcos tem várias passagens que destacam o papel de Pedro, e que mostram sua personalidade, suas falhas e sua fé.
  • O evangelho de Marcos não é uma adaptação do evangelho dos hebreus, mas sim uma fonte independente e original, que foi usada por Mateus e Lucas para compor seus próprios evangelhos. Isso é evidenciado pelo fato de que Marcos tem cerca de 90% de seu conteúdo reproduzido por Mateus e Lucas, e que ele tem uma ordem cronológica e temática que é seguida pelos outros dois. Além disso, Marcos tem algumas passagens que são difíceis ou embaraçosas para a fé cristã, e que foram omitidas ou suavizadas por Mateus e Lucas, como a rejeição de Jesus em Nazaré, a incompreensão dos discípulos, a agonia de Jesus no Getsêmani, e a fuga de um jovem nu na prisão de Jesus. Isso mostra que Marcos não tinha intenção de alterar ou embelezar a história de Jesus, mas sim de transmiti-la com fidelidade e honestidade.

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