Resposta ao Daniel Gontijo: a Bíblia foi mudada?

Andando agora pelo Youtube me deparo com esse vídeo do Daniel Gontijo, o qual não conhecia. Nesse vídeo ele faz alegações sobre a confiabilidade bíblia usando o livro “O que Jesus disse, o que Jesus não disse”, de Bart Ehrman, o qual já fizemos uma crítica aqui. Será que o que fala no vídeo faz sentido? Vamos analisar.

Vejo muito esses ateístas de Internet usarem esse livro de Bart Ehrman mas escondem informações, mentem e omitem que ele não é consenso acadêmico e não veem outros acadêmicos que o respondem.

Esse sujeito tem uma péssima ideia do que são cópias. Como já exemplifiquei, se 100 pessoas copiarem o mesmo documento, podem haver erros mas não cometerão os mesmos erros. O que esses ateístas desinformados tentam passar é uma falsa informação. Esses ateístas não são especialistas no assunto. Enganam as pessoas tentando passar dúvidas sobre a confiança na Bíblia. Eu já falei sobre isso nesses vídeos

Muitos israelitas tinham imenso prazer em ler as Escrituras, reconhecendo que eram a Palavra de Deus. Assim, o texto era copiado com extremo cuidado por escribas altamente qualificados. Esdras, um escriba temente a Deus, é chamado de “copista destro da lei de Moisés, dada por Jeová, o Deus de Israel”. (Esdras 7:6) Os massoretas, que fizeram cópias das Escrituras Hebraicas, ou “Velho Testamento”, entre o sexto e décimo séculos, até mesmo contavam as letras do texto para evitar erros. Esse trabalho de fazer cópias meticulosas garantiu a exatidão e a sobrevivência da própria Bíblia, apesar das tentativas desesperadas e persistentes de inimigos para destruí-la.

Embora ainda não tenham sido encontrados manuscritos bíblicos originais, milhares de cópias da Bíblia, inteira ou em parte, escritas à mão, sobreviveram até os nossos dias. Algumas são bem antigas. Será que a mensagem contida nos textos originais mudou enquanto estava sendo copiada? O erudito W. H. Green declarou a respeito das Escrituras Hebraicas: “Pode-se dizer com segurança que nenhuma outra obra da antiguidade foi transmitida com tanta exatidão.” A respeito do Novo Testamento, Sir Frederic Kenyon, uma destacada autoridade em manuscritos bíblicos, escreveu: “O intervalo, então, entre as datas da composição original e a mais antiga evidência existente se torna tão pequeno que é com efeito insignificante, e a última base para qualquer dúvida de que as Escrituras chegaram até nós substancialmente como foram escritas foi agora removida. Tanto a autenticidade como a integridade geral dos livros do Novo Testamento podem ser consideradas como finalmente estabelecidas.” Ele declarou também: “Não é exagero afirmar que o texto da Bíblia, em essência, é certo. . . . Não se pode dizer isto de nenhum outro livro antigo no mundo.”

Recomendo que vejam este meu material onde refuto essa ideia de que a Bíblia foi alterada

Aí o Gontijo tenta falar de 3 exemplos de “alterações” na Bíblia e cita a mulher adúltera, que já respondi aqui. Não preciso ficar me repetindo. Sobre o final de Marcos, já falei sobre isso em meus vídeos e longe de ser um “consenso acadêmico”, há evidências de que esse final longo já era conhecido por Pais da Igreja como Irineu, muito antes de Eusébio. A ressurreição de Jesus é mencionada antes do v. 9. Ou seja, esses ateístas alegam coisas infundadas.

Esse trecho de “pegar em serpentes, etc” se referia ao contexto dos apóstolos e pregação do Evangelho e não é um ensino pra qualquer um fazer isso. Mas, mesmo que tais versículos fossem autênticos, eles não ordenam que se pegue em serpentes, ou que se beba veneno, e nada dizem sobre fogo. Assim, não podem ser entendidos como um requisito para adoração. Efetivamente, o apóstolo Paulo deparou-se com uma serpente na ilha de Malta (Melita, Al), mas isso só aconteceu por acaso, porque ela estava num feixe de gravetos com que ele alimentava a fogueira. Embora Paulo fosse mordido e divinamente protegido de qualquer dano, ele não passou a víbora para outros a segurarem. Em vez disso, ele ‘sacudiu-a no fogo’. Longe de sentir uma dor ardente, como sentem os modernos pegadores em serpentes, ele “não padeceu nenhum mal”. — Atos 28:3-6, Al.

Depois tenta citar o caso do parêntese joanino, já explicado aqui. Nenhuma novidade. Isso não é prova alguma de que copistas ou escribas tentaram alterar a Bíblia. A Trindade não depende desses versículos para ser examinada. É mentira do Gontijo de que esse trecho é o único que fala da Trindade ou o ensino da Trindade. Gontijo fala que as cópias estão “cheias de adulterações” mas mente porque não é nada disso.

Mateus, Marcos e João foram testemunhas oculares. Lucas fez um estudo erudito, com base em documentos e relatos de testemunhas oculares. Os Evangelhos têm todas as características que identificam os registros honestos, exatos e confiáveis.

Portanto, pode-se confiar na Bíblia? Os arqueólogos já encontraram artefatos suficientes para confirmar que a Bíblia fala de pessoas reais, de lugares reais e de eventos reais. Mais convincente ainda, porém, é a evidência existente dentro da própria Bíblia. Escritores cândidos não pouparam a ninguém — nem a si mesmos — ao registrar os fatos. A coerência interna dos escritos, incluindo as não forjadas coincidências, dá ao “testemunho” o claro tom da verdade. Com tais “indícios indisputáveis de autenticidade” a Bíblia é, realmente, um livro em que se pode confiar.

Lucas era historiador. “Lucas é historiador de primeira categoria; não somente suas declarações de fatos são fidedignas; possui verdadeiro senso histórico.” Pesquisadores mais recentes chegaram à mesma conclusão. The Living Word Commentary (O Comentário Sobre a Palavra Viva), ao introduzir seus volumes sobre Lucas, diz: “Lucas era tanto historiador (e ainda um bem exato) como teólogo.”

O Doutor Lucas é um historiador cujos escritos se têm provado exatos até nos mínimos pormenores. Em sua biografia de Jesus Cristo, ele escreveu que ‘pesquisara todas as coisas com exatidão, desde o início’. (Luc. 1:3) Nela, delineou o registro genealógico da linhagem de descendência de Jesus. Em seu registro, este historiador exato incluiu “Adão, filho de Deus”. (Luc. 3:23-38) Pense agora, será que um historiador meticuloso como Lucas usaria uma figura mitológica em uma genealogia compilada para provar que Jesus era o verdadeiro Messias? Se o fizesse, será que alguém aceitaria tal registro genealógico como sendo genuíno? Com efeito, pensaria alguém que seu registro biográfico de Jesus tinha base nos fatos? Dificilmente!

As cópias do Antigo Testamento foram feitas com cuidado meticuloso, e os escribas tomaram precauções extraordinárias para certificar-se de que não havia erro. Fizeram a verificação pela contagem do número de palavras, e até mesmo do número de letras, e, mesmo que uma só letra estivesse errada, rejeitaram toda aquela parte do manuscrito e o escreveram de novo. Em prova desta exatidão, os manuscritos que datam do décimo século E. C. contêm essencialmente o mesmo registro que o recém-descoberto “rolo do Mar Morto”, de Isaías, que foi copiado no primeiro ou no segundo século a.C.. Mais de mil anos de copiar e recopiar não resultaram na distorção do texto bíblico!
De modo similar, na produção de cópias dos manuscritos do Novo Testamento também se deu atenção minuciosa aos pormenores. Assim podemos ter a certeza de que os textos hebraico e grego, dos quais se traduziram nossas Bíblias hodiernas, são essencialmente idênticos aos manuscritos originais que foram “inspirados por Deus”. O estudo comparativo de dezenas de milhares de manuscritos, em muitas línguas, prova isso. Sim, a Bíblia impressa, assim como a temos agora, em mais de 1.500 idiomas, é a mesma “palavra” que foi escrita à mão sob a inspiração de Deus, desde o século dezesseis a.C. até o primeiro século.

Aos 22:02 o sujeito tenta alegar que houve décadas entre a morte de Jesus e a confecção dos Evangelhos. Só que o simplista não menciona é que as testemunhas oculares ainda estavam vivas e isso não deu tempo para desenvolver nenhuma lenda ou alteração nos textos.

Só que C. S. Lewis, um dos maiores estudiosos sobre o assunto: “Como historiador literário, estou perfeitamente convencido de que, nāo importa o que mais os evangelhos possam ser, eles nāo sāo lendas. Eu li muitas lendas (mitos) na vida e tenho firme clareza de que não são o mesmo tipo de coisa. Eles nāo sāo suficientemente artistico para ser lendas. De um ponto de vista imaginativo, eles sāo pesados, nāo funcionam… A maior parte da vida de Jesus é totalmente desconhecida para nós… e ninguém que estivesse inventando uma lenda permitiria que isso acontecesse.”

Aos 23:31 tenta alegar que a divindade de Jesus foi decidida por uma questão política por grupos majoritários com Constantino. Pura mentira. Muito antes do séc. IV os cristãos já afirmavam a divindade de Jesus, o qual está explícita nos evangelhos, ao contrário do que alega.

Os copistas, ou seja, os homens que fizeram cópias da Bíblia, com certeza cometeram erros. Mas nenhum desses erros alterou a mensagem da Bíblia. “Não temos motivos para duvidar de nenhum dos ensinos mais importantes da fé cristã.” — Nossa Bíblia e os Antigos Manuscritos, em inglês.
Os copistas judeus foram os que cometeram menos erros. “Os escribas judeus dos primeiros séculos fizeram várias cópias das Escrituras Hebraicas seguindo bem de perto o texto original.” — Reconsiderando os Rolos do Mar Morto, em inglês.
Por exemplo, foi encontrado um rolo do livro de Isaías entre os Rolos do Mar Morto. Esse rolo é mil anos mais antigo do que os manuscritos que estavam disponíveis. Será que as informações desse rolo são muito diferentes do que encontramos hoje na Bíblia? Na verdade, “poucas palavras foram adicionadas ou retiradas”. — O Livro — A História da Bíblia, em inglês.
Alguns copistas não foram tão cuidadosos e acabaram cometendo erros, como trocar letras, palavras ou frases. Mas, hoje, esses erros podem ser facilmente identificados e corrigidos. “Não existe nenhuma coleção de livros antigos com tantas provas de exatidão como o Novo Testamento.” — Os Livros e os Pergaminhos, em inglês.
“As pessoas que acreditam na Bíblia não precisam ficar preocupadas se podem confiar nela ou não. Os primeiros papiros da Bíblia achados no Egito são muito similares à Bíblia que temos hoje. E, apesar de ter sido copiada por muitas pessoas e impressa em várias gráficas da Europa, a Bíblia continua sendo confiável.” — O Livro — A História da Bíblia, em inglês.
Será que a mensagem da Bíblia foi alterada? De jeito nenhum!

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