Será que o censo cósmico reforça as afirmações dos ateus?

Milky-WayOs dados do censo galáctico são reveladores! De acordo com um artigo da Associated Press lançado recentemente: “os cientistas estimam já terminaram o primeiro censo cósmico de planetas em nossa galáxia, e os números são astronômicos: pelo menos 50 bilhões de planetas só na Via Láctea.”

Quando eu ouvia esse tipo de coisa quando eu era ateia, eu fazia minha expressão facial mais condescendente e ia para o crente mais próximo e lhe dizia: ‘Você ainda acredita em todas essas coisas da Bíblia agora?’ À minha maneira de pensar naquela época, a vastidão do universo desbancava a cosmovisão cristã. Eu pensava: é claro que não somos nada especiais no grande esquema das coisas. Obviamente, não há por aí algum Criador que nos valoriza sobre todo o resto — caso contrário, por que Ele teria se incomodado brincando com todas essas outras coisas a fazer? Por que criar a Galáxia do Triângulo e a nebulosa cabeça de cavalo e os outros 50 bilhões de outros planetas aqui na Via Láctea, se Ele só se preocupava principalmente os acontecimentos estranhos no minúsculo planeta Terra?

É uma pena que eu não tinha lido Chesterton. Ele aborda esse tipo de argumento com o seu humor típico, quando escreve em Ortodoxia:

Por que alguém deveria entregar a sua dignidade ao sistema solar em vez de entregá-lo a uma baleia? Se o simples tamanho prova que o homem não é a imagem de
Deus,  então  a  baleia  poderia  ser  a  imagem  divina;  uma  imagem um  tanto  disforme;  o  que  se  poderia  chamar  de  um  retrato impressionista.  É  totalmente  inútil  argumentar  que  o  homem  é pequeno  se  for  comparado  ao  cosmos;  pois  o  homem  sempre  foi pequeno comparado à árvore mais próxima.

Exatamente. O que estava faltando na época era uma abertura para contemplar apenas de que tipo de Deus podemos estar falando. Imaginei que os cristãos acreditavam em um homem com uma barba branca fluindo que vivia nas nuvens em algum lugar. Mais ou menos como o meu tio Ralph, mas com poderes mágicos. Com essa visão limitada e fácil, não é de admirar que eu não poderia ter passado da vastidão do universo. Tio Ralph não iria perder seu tempo criando um monte de planetas que ninguém nunca ia usar e então, presumivelmente, nem seria esse suposto Deus.

O que eu vejo agora é um universo que nos dá um lembrete sempre presente de quem e o que Deus realmente é. A vastidão do universo é insondável, e tentar contemplar todos os detalhes de cada objeto que existe é um exercício de futilidade. A mente humana não tem nem de longe esse tipo de recurso, e essa compreensão deve inspirar-nos à humildade sobre nossas próprias faculdades intelectuais. E assim é quando contemplamos Deus.

É um plano perfeito, realmente: quanto mais inteligente ficamos, mais podemos saber sobre o universo que nos rodeia. No entanto, quanto mais estudamos e medimos e mapeamos os céus, mais nos damos conta de quão incrivelmente minúsculo somos, como há muito lá fora e que nós talvez nunca saibamos. Temos um vislumbre da realidade que mesmo a soma total da aprendizagem humana não pode jamais arranhar a superfície do que há para saber. Vemos que estamos rodeados de uma criação indescritivelmente maravilhosa, que aponta para uma indescritível e maravilhoso Criador.

“Como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos que os vossos pensamentos” (Isaías 55,9).

Originalmente publicado em National Catholic Register. Usado com permissão do autor.
(Crédito da imagem: Wall Desktops)
Fonte: http://www.strangenotions.com/cosmic-census/
Tradução: Emerson de Oliveira

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