Resposta ao vídeo “a Bíblia é um conto de fadas”

Normalmente não gosto de responder a esses vídeos simplistas e simplórios de ateístas de Youtube pois são tão superficiais que já foram amplamente respondidos e somente reciclam alegações há muito refutadas. Mas como um leitor me pediu no canal para responder, e para evitar desinformação, aqui passo minhas respostas

Logo no começo, o sujeito tenta fazer uma zombaria desnecessária com a Bíblia, coisa completamente nula. Depois, mais uma vez alega sobre “contradições” na Bíblia, sendo que já explicamos várias vezes sobre isso. Esse pessoal não tem estudo algum e uma leitura superficial do tema.

Os críticos há muito afirmam que os Evangelhos estão cheios de contradições. O historiador Durant procurou examinar os relatos dos Evangelhos do ponto de vista puramente objetivo — como documentos históricos. Embora diga que eles contêm aparentes contradições, Durant conclui: “As contradições são de pormenores, não de substância; na essência os Evangelhos concordam entre si admiravelmente e proporcionam um coerente retrato de Cristo.”

Por terem uma leitura e estudo distorcido da Bíblia, vindas desses sites ateístas desinformados, é quem muitos são enganados.

Mas alguns objetam: ‘A Bíblia está cheia de contradições e discrepâncias.’ Com bastante freqüência, os que fazem essa afirmação não investigaram pessoalmente o assunto, mas apenas ouviram outros citarem um ou dois alegados exemplos. Na verdade, a maioria das supostas discrepâncias são facilmente solucionadas se nos lembrarmos de que os escritores da Bíblia com freqüência condensavam os assuntos.

Encontramos um exemplo disso no relato da criação. Muitos, ao compararem Gênesis 1:1, 3 com Gênesis 1:14-16, têm perguntado como seria possível Deus “fazer” os luzeiros no quarto dia criativo, se a luz — evidentemente procedente desses mesmos luzeiros — já atingia a Terra no primeiro dia criativo.

Neste caso, o escritor hebreu eliminou a necessidade de longas explanações por meio duma meticulosa escolha de palavras. Note que os versículos 14-16 falam de “fazer” em contraste com o “criar” em Gênesis 1:1, e de “luzes” em contraste com “luz” em Gênesis 1:3. Isto indica que foi no quarto dia criativo que o Sol e a Lua, já existentes, tornaram-se claramente visíveis através da densa atmosfera da Terra.

Aos 2:10 o sujeito alega que há uma contradição entre Jacó ter visto a Deus e João dizer que ninguém viu a Deus. Normalmente, quando vejo dois versículos supostamente em contradição tão próximos no contexto, por exemplo, Êxodo 33:11 Êxodo 33:20 Êxodo 33:11 Êxodo 33:201819

e , então o contexto será significativo para nos ajudar a revelar que há um tempo ou relacionamento diferente, portanto, não em contradição. 

Nesse ponto, o relacionamento mudou para significar que Moisés pediu para ver o Senhor em Sua glória! Não o típico face a face revelado a humanos pecadores e como já havia sido revelado a Moisés. 

E este é exatamente o caso aqui. Entre e , Moisés e o Senhor estão falando, mas uma mudança no relacionamento ocorre nos versículos e . O contexto mais amplo disso é mostrado.

João discute a plenitude de Deus (portanto, Sua glória) no versículo 16 de Jo. 1 e aponta que ninguém viu Deus (nesta plenitude), mas Cristo, que O declara (que era Deus em carne humilde, de acordo com Filipenses 2: 8 João 1 1 João 4:12

Portanto, não há contradição, pois Deus pode falar face a face com os homens, mas não enquanto em toda a Sua glória; caso contrário, o homem pecador morreria.

Aos 3:30 o sujeito alega que a Bíblia contêm 1315 trechos onde Deus é cruel. Espera aí. Se para os ateístas o mal é relativo e não absoluto, como podem alegar que determinado ato de Deus é “cruel”? Só não vêm alegações neles mesmos.

Aos 3:50 tenta alegar que Deus é cruel por ter matado as “crianças” só porque chamaram Eliseu de careca. É por leituras superficiais assim que muitos são desinformados. Não eram “crianças”.
Gleason Archer coloca tudo em perspectiva ao descrever esse grande bando de adolescentes como “um sério perigo público, tão grave quanto as grandes gangues de jovens que vagam pelos guetos de nossas modernas cidades americanas”. A Apologetics Study Bible explica: “A frase hebraica para ‘meninos’ refere-se a adolescentes de 12 a 30 anos (ver I Samuel 20:35; I Reis 3: 7; 11:17). É improvável que esses jovens tivessem menos de 12 anos. ” Ao contrário da caricatura, Eliseu era um jovem, provavelmente na casa dos vinte anos, embora obviamente careca.

Também somos lembrados de que a verdadeira questão não era como essa gangue mostrou desprezo e “desrespeito pelo profeta de Deus”, mas revelou total “desrespeito ao Senhor”. Portanto, “uma forte mensagem foi enviada à cidade e aos pais”, reminiscente de Levítico 26: 21-22. Esta Escritura conta como a hostilidade para com Deus e a relutância em obedecê-lo podem resultar em ser assediado por pragas e animais selvagens.

A mensagem foi uma mensagem corretiva para abordar as atitudes e comportamentos atuais que, se atendidos, evitariam pecados piores e um julgamento maior. A gangue ficou chocada e silenciada quando atacada (não necessariamente morta) pelos ursos, e seus pais e a comunidade foram advertidos a se arrepender de seus pecados (refletidos em seus filhos) e obedecer a Deus antes que julgamentos piores caíssem sobre eles!

Aos 4:40 alega que Deus foi injusto por ter feito uma “aposta” com o “capeta”. Na verdade, Deus NÃO “puniu” Jó; em vez disso, ele permitiu que coisas ruins acontecessem a ele para demonstrar a Satanás Jó a fé em Deus. O nome “Satanás” significa “o acusador” e, na história, Satanás sugere que Jó só é fiel por causa de toda a sua boa sorte, mas se perder tudo, amaldiçoaria a Deus. Na verdade, de fato, o livro afirma

Em tudo isso Jó não pecou, ​​nem acusou Deus tolamente

Portanto, é totalmente incorreto dizer que Deus “puniu Jó”. A história é para indicar que os humanos nem sempre podem entender por que as coisas acontecem, mas coisas ruins não significam uma perda do amor e cuidado de Deus. Um excelente comentário sobre Jó pode ser encontrado no Rabino Rueben Kirshner Quando Coisas Ruins Acontecem com Pessoas Boas. E por falar em leitura, seria uma “coisa boa” se aqueles que comentam sobre o Livro de Jó o lessem primeiro.

No final do vídeo, o sujeito não entende nem de estado laico. Não confundam laico com laicismo. É exatamente pelo estado laico também que podemos expressar a religião. Tenta fazer um ataque infantil ao presidente, alegando que deveria ser neutro em matéria de religião. Um país pode ser laico mas a Nação pode ser cristã.

Para finalizar, recomendo a leitura do “O livro que fez o seu mundo”, que mostra como a Bíblia moldou a civilização ocidental



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