Resposta à live “Jesus Cristo nunca existiu”, de Antonio Miranda

Não tenho paciência pra ver esses vídeos simplistas de ateístas, que só convencem ateístas desinformados de Internet. Claramente é voltado para um público simplista e superficial, que não está disposto a ir mais fundo e aceita qualquer bobagem antirreligiosa. Mas como meus leitores me pedem para dar uma resposta de vez em quando a esses vídeos, aqui vai mais uma. Desta feita, como o vídeo é longo, não vou responder todo aqui mas algumas partes. Se vocês quiserem que eu responda mais, tanto aqui como no canal, deixem nos comentários, pois não quero perder tempo com esses vídeos.
Mas para que esse pessoal não continuem enganando pessoas com essas falsas informações, totalmente infundadas e superficiais, aqui vai uma resposta, com fontes e bibliografias.

Logo na descrição apresenta o outro sujeito como “prova que Jesus nunca existiu e que é uma farsa” (sic) versão 1000 de ateístas. Antes de começarmos, basta lembrar que nenhum historiador sério alega as bobagens e simplismos do vídeo.

“O Novo Testamento pode hoje ser descrito como o livro mais investigado da literatura mundial.” Assim disse Hans Küng no seu livro “Sobre Ser Cristão”. E ele tem razão. Durante os últimos 300 anos, o NT foi investigado ao máximo. Foram mais cabalmente dissecadas e mais minuciosamente analisadas do que qualquer outra literatura.

As alegações desses ateístas de Internet não são nada novas. Bruno Bauer, da “alta crítica”, por outro lado, decidiu que Jesus nunca existiu! “Ele sustentou que as verdadeiras forças criativas no primitivo cristianismo eram Filo, Sêneca e os gnósticos. No fim, ele declarou que nunca houve um Jesus histórico . . . que a gênese da religião cristã ocorreu em fins do segundo século e procedeu de um judaísmo no qual o estoicismo se tornara dominante.”
Hoje em dia, poucos sustentam tais ideias extremas. Mas, ao ler as obras de eruditos modernos, verificará que muitos ainda acreditam que o NT contêm lendas, mitos e exageros. Será que isso é verdade?

Aos 28 minutos falam de Filo de Alexandria. Com bastante regularidade, ouço céticos mencionarem o silêncio de Filo em relação a Jesus como sendo devastador para as afirmações sobre o Jesus histórico. Se Jesus realmente viveu, então certamente Filo o teria mencionado.

A verdade é que, além do Novo Testamento, os principais escritos de qualquer extensão que temos são os de Filo e Josefo. Desses dois, Josefo menciona Jesus. Mas os céticos são rápidos em responder que a referência a Jesus em Josefo é um acréscimo cristão. Josefo foi copiado e transmitido por cristãos e então eles inventaram um testemunho sobre Jesus e o inseriram em Josefo.

Sério? Você sabia que foram os cristãos e não os judeus que copiaram e passaram Filo? Por que os cristãos não acrescentaram algo sobre Jesus em Filo, se estavam tão dispostos a fazer isso com Josefo? Um cético poderia responder e dizer que era natural para os cristãos inserir algo em Josefo porque ele estava escrevendo a história, mas uma seção inventada sobre Jesus não se encaixaria nos propósitos filosóficos de Filo.

Você vê o que acontece aqui? Um cético pode dizer que a menção de Josefo a Jesus é falsa e que não há razão para ter tal seção em Filo. Ou um cético pode dizer que Josefo tinha um testemunho original de Jesus, mais tarde expandido pelos cristãos, e que Filo deveria ter dito algo sobre Jesus também. Mas eles não podem ter as duas coisas.

Uma interpretação de senso comum da evidência textual é que Filo nada disse sobre Jesus, porque não se encaixava em sua agenda filosófica e que Josefo disse algo sobre Jesus (embora menos do que os cristãos expandiram), porque ele estava escrevendo a história. O fato de Filo não mencionar Jesus não fere a evidência para o Jesus histórico, na verdade fortalece o argumento de que Josefo tinha uma menção original de Jesus e que não era uma invenção cristã completa.

Esses dois ateístas do vídeo não entendem de história nem de filosofia. Filo é questionável como referência; ele pode ter morrido antes de Jesus, e certamente morreu antes que o Cristianismo se tornasse uma força significativa. Portanto, concluímos que estão errado ao afirmar que “Se Jesus tivesse existido, Filo quase certamente teria escrito sobre ele e seus ensinamentos.” Se alguma coisa, é certo que não teria, pois a própria idéia de que o Logos pudesse ter se encarnado o teria enojado. A impressão que dá é que esses ateístas não querem que Jesus existiu.

Aos 30 min. faz uma alegação absurda de que Jesus “seria um romance inserido com personagens reais”. Com que base esse Jason alega isso? Quantas fontes e historiadores, livros, cita pra provar isso. Nada. E os ateístas aceitam sem pestanejar.

A outra opção é a de que os relatos sobre Jesus foram escritos como sendo lendas. Aqui C. S. Lewis se vale de sua habilidade acadêmica:

“Agora, como historiador de literatura, estou plenamente convencido de o que quer que sejam os Evangelhos, lendas eles não são. Tenho lido uma grande quantidade de lendas e é perfeitamente claro para mim que não se trata do mesmo tipo de material. Eles não são artísticos o bastante para serem considerados como lendas. A partir de um ponto de vista imaginativo, eles são desajeitados. Não trabalham os elementos corretamente. A maior parte da vida de Jesus nos é totalmente desconhecida, como o é a vida de qualquer outra pessoa que viveu naquela época, e ninguém que estivesse construindo uma lenda permitiria que assim fosse. Com exceção dos fragmentos dos diálogos platônicos, não há nenhum diálogo que eu conheça, dentro da literatura antiga, como os que estão no quarto evangelho. Não há nada parecido, mesmo na literatura moderna, até há uns cem anos quando surgiu o romance realista.”

Aos 32 min o sujeito fala de Amônio Sacas, alegando que deveria ter mencionado Jesus.

De acordo com Porfírio, os pais de Amônio foram cristãos,[3] mas ao tomar conhecimento da filosofia grega, Amônio rejeitou a religião de seus pais para paganismo. Esta conversão é contestada pelos escritores cristãos Jerónimo e Eusébio, que afirmam que Amônio permaneceu um cristão ao longo de sua vida:

[Porfírio] claramente profere uma mentira (o que um opositor dos cristãos não faria?), Quando ele diz que… Amônio caiu de uma vida de piedade para costumes pagãos… Amônio percebia a inabalável e pura filosofia divina até o fim de sua vida. Suas obras ainda mostram isso e como ele é celebrado por muitos pelos escritos que deixou.[12]

Sobre essa outra lista de autores que esse Jason comenta, eles também não mencionam muitas outras personagens históricas e nem por isso existiram. É uma falácia tremenda. Uma ironia dos ateus afirmando que Jesus nunca existiu é que os ateus freqüentemente apelam para o consenso acadêmico quando se trata de pseudociência . Os ateus só parecem achar típico citar o consenso acadêmico quando ele apela para suas posições como algo de valor, entretanto o consenso acadêmico parece perder todo o valor quando não concorda com eles.

Plutarco – este sujeito escreveu um grande número de ensaios e minibiografias. Ele viveu até cerca de 120 DC e de todas as pessoas nesta lista, exceto Filo e Justo, seriam as mais prováveis ​​de mencionar Jesus. No entanto, à luz das considerações mencionadas acima e do preconceito dos romanos em relação a povos supersticiosos como os judeus e os egípcios, parece improvável que Plutarco tivesse colocado Jesus em sua lista de heróis greco-romanos.

Meu desafio para os céticos: mostre-me por que cada um desses escritores deveria ter mencionado Jesus. A palavra desses dois não é suficiente.

Neste artigo vamos comentar sobre as alegações deles sobre Tácito e Suetônio. Vou postar as postagens da fanpge onde respondi. Se vocês quiserem que eu responda mais deixem nos comentários abaixo.

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