O papel decisivo da mãe

mother-child250NA VIDA, muitos acontecimentos nos afetam em grau muito limitado. Outros têm efeito maior e duradouro. O nascimento dum filho claramente é um destes últimos. Depois disso, a vida nunca mais será a mesma para o marido e a mulher. Embora a nova personalidade seja muito pequena no lar, ela se fará sentir com uma voz e uma presença que não podem ser desconsideradas.
A vida dos pais deve tornar-se mais rica e mais feliz. Mas, apresenta um desafio, e, para se obterem os melhores resultados, ambos os genitores precisam enfrentar este desafio. Foram necessários vocês dois para produzir o filho, e ambos desempenharão um papel vital no desenvolvimento de seu bebê, a partir do nascimento. Nunca antes foi tão grande a necessidade de sincera, unida — e humilde — cooperação.
A compreensão do papel desempenhado por cada genitor, e como estes papéis podem ser harmonizados, deve ajudar muito em satisfazer as necessidades de seu bebê, com bons resultados. Precisa haver equilíbrio. Embora a mente se esforce a ser razoável, as emoções amiúde causam desequilíbrio. Temos a tendência de ir a extremos, do muito pouco para o excesso, e novamente de volta ao muito pouco. É desejável que o pai exerça a chefia, mas, se ele se exceder nisso, tornar-se-á autoritário. Convém que a mãe participe na educação e na disciplina dos filhos, mas, se ela assumir estes deveres e excluir o pai, minará a estrutura da família. O que é bom é bom, mas algo bom pode tornar-se mau se for levado a extremo. — Filipenses 4,5.
O recém-nascido é totalmente dependente da mãe quanto às suas necessidades imediatas. Se ela amorosamente suprir essas necessidades, o bebê sentir-se-á seguro. (Salmo 22,9-10) Precisa ser bem alimentado, e mantido limpo e quente; mas, não basta suprir-lhe as necessidades físicas. As necessidades emocionais são igualmente importantes. Se o bebê não receber amor, tornar-se-á inseguro. A mãe logo pode aprender a saber quão grande é realmente esta necessidade, quando seu bebê clama por atenção. Mas, se os seus choros forem constantemente desconsiderados, poderá adoecer. Se sofrer privação emocional por um período de tempo, fica afetado seu desenvolvimento emocional pelo resto de sua vida.
Experiências feitas em muitos lugares diferentes confirmaram o seguinte fato: Os bebês adoecem e até mesmo morrem se forem privados de amor, conforme expresso pela fala e pelo toque, por carícias e abraços. (Veja Isaías 66,12; 1 Tessalonicenses 2,7.) Embora outros possam fazer isso, a mãe, em cujo ventre o bebê passou a viver e foi nutrido durante os primeiros meses de sua vida, além de qualquer dúvida, é a pessoa mais indicada para isso. Ocorre uma interação natural entre mãe e filho. O desejo instintivo dela, de segurar o bebê recém-nascido perto de si, é correspondido pela busca instintiva do seu seio pelo bebê.
As pesquisas têm demonstrado que o cérebro do bebê é muito ativo e que se promove o desenvolvimento mental quando se lhe estimulam os sentidos do tato, da audição, da visão e do olfato. Quando o bebê mama, ele percebe o calor e o cheiro da pele da mãe. Olha quase que continuamente para o rosto dela, enquanto mama. Não só ouve a voz dela, quando fala ou canta, mas também as batidas de seu coração, o som que ouvia enquanto ainda estava no ventre. Numa publicação norueguesa, a psicóloga de crianças Anne-Marit Duve observou:

“Visto que a atividade dos alunos revela claramente o grau de atividade cerebral, temos motivos para crer que um elevado grau de estímulo da pele, um alto grau de contato — não sendo um dos menos importantes o contato durante a amamentação — pode estimular a atividade mental, a qual, por sua vez, pode levar a maior capacidade intelectual na vida de adulto.”

Portanto, quando o bebê sente freqüentemente o toque da mãe, quando ela o apanha, abraça ou banha e seca, o estímulo que recebe desempenha um papel importante no seu desenvolvimento e no que será na vida posterior. Embora levantar-se durante a noite e gastar tempo em acalmar o bebê que chora não seja o passatempo mais agradável, o conhecimento dos benefícios posteriores pode compensar em muito a perda de sono.

Ser o bebê amado é vitalmente importante para o seu desenvolvimento emocional. Aprende a amar por ser amado, pela exposição aos exemplos de amor. Falando sobre o amor a Deus, 1 João 4,19 diz: “Amamos porque ele nos amou primeiro.” As lições iniciais de amor cabem principalmente à mãe. A mãe inclina-se sobre o bebê no berço, põe a mão no peito dele e o sacode suavemente, chegando o rosto perto ao do bebê e diz: ‘Eu te vejo, meu queridinho’, ou algo assim. O bebê, naturalmente, não conhece as palavras (que na realidade talvez nem sejam muito lógicas). Mas remexe-se e arrulha de prazer, porque reconhece que a mão brincalhona e o tom da voz lhe dizem claramente: ‘Eu te amo! Eu te amo!’ Sente-se reconfortado e seguro.
Os bebês e as criancinhas aos quais se mostra amor apreciam isso, e, imitando o amor, praticam-no, pondo os pequenos braços em volta do pescoço da mãe e dando-lhe entusiásticos beijos. Agradam-se da acolhedora reação emocional que recebem da mãe, em resultado disso. Começam a aprender a lição vital de que há felicidade tanto em dar amor como em recebê-lo, de que, por semearem amor, também o colhem em troca. (Atos 20,35; Lucas 6,38) A evidência mostra que, se não houver logo contato com a mãe, mais adiante a criança pode achar difícil ter profundo apego e compromisso com outros.
Visto que as crianças começam a aprender logo após o nascimento, os primeiros anos são os mais vitais. Durante esses anos, o amor da mãe é decisivo. Se ela conseguir mostrar e ensinar amor — não indulgência — poderá causar um bem duradouro; se falhar nisso, poderá causar dano permanente. Ser boa mãe é um dos trabalhos mais desafiadores e recompensadores que a mulher pode ter. Apesar de todas as tensões e demandas que causa, que outra “carreira” que o mundo oferece pode sequer chegar perto disso em significado e satisfação duradoura?

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