Por que não sou comunista

1377696286905Pode parecer um anacronismo responder a essa pergunta em pleno século XXI, praticamente depois de 30 anos do fim do grande experimento socialista da história, a União Soviética. Porém, sinto a necessidade de explicar algumas das razões pelas quais eu não sou e nunca serei comunista, e também o porquê de minha antipatia em relação a essa ideologia. Esse texto também tem a finalidade de esclarecer aqueles que insistem em me acusar de “extremista”, como se meu posicionamento anticomunista fosse fruto de uma brutalidade e ignorância de minha parte, ou como se eu fosse um membro do Comando de Caça aos Comunistas esperando a oportunidade para sair por aí matando esquerdistas…

A ideia de construir uma sociedade justa onde todos seriam iguais e onde todos viveriam a plenitude do paraíso terrestre é extremamente sedutora, convenhamos. Acabar com a fome, com as desigualdades, com a pobreza e com as demais opressões sofridas pelo homem é algo muito atrativo. Em geral, o comunismo é pintado dessa maneira. Claro, há um suporte gigantesco que transmite essa ideia do comunismo, algo evidentemente romantizado. Nas universidades o pensamento de esquerda é hegemônico, o que reforça ainda mais essa imagem. Em suma: transmite-se a ideia de que ser comunista é ser “contra a desigualdade”, e qualquer posição contrária a isso é encarada com péssimos olhos. O comunismo (ou a esquerda, digamos assim) conquistou o monopólio da virtude. Ser comunista é ser do bem, ser anticomunista é ser malvado. O fato é que a história (não instrumentalizada) mostra a verdadeira face do comunismo: opressão, miséria generalizada, genocídios e a falta da mais mínima liberdade.

O cerne da ideia marxista é a de que existe uma “luta de classes” que impulsiona a história. Rico VS pobre, branco VS negro, religioso VS ateu, entre outros exemplos. Portanto, Marx propõe uma revolução que enterraria de vez a luta de classes e promoveria o paraíso terreal. Para que tal paraíso pudesse ser possível, seriam necessárias algumas medidas drásticas:1° – Supressão da religião. Marx diz:

“A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo”.“As leis, a moral, a religião são para eles meros preconceitos burgueses, atrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses”

O socialismo científico de Marx era essencialmente materialista. Para ele a religião era um método eficaz de enganar as massas, fazendo-as acreditar num hipotético paraíso e com isso anestesiando o ímpeto delas de lutar por uma vida melhor na Terra. Para que as massas pudessem ser conscientizadas dessa luta, a religião teria de ser esmagada, violentamente se necessário.

2° Derrubada violenta da chamada “ordem burguesa”:

Citações de Marx (extraídas do Manifesto Comunista): 

“O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo que todos os demais partidos proletários: constituição dos proletários em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista de poder político pelo proletariado”
“A cultura, cuja perda o burguês deplora, é, para a imensa maioria dos homens, apenas um adestramento que os transforma em máquinas.”
“Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital”
“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações tradicionais de propriedade; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento, rompa, do modo mais radical, com as ideias tradicionais.”
“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar”.
Ao longo da história do marxismo, determinados conceitos para a tomada do poder foram mudadas. Mudam-se os meios para atingir o paraíso socialista, mas não os fins. Marx prega abertamente a violência como forma para a tomada do poder.
CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS COMUNISTAS
Os comunistas são, de um modo geral, relativistas e amorais. Para eles, não importam as consequências da revolução, desde que esta seja realizada. Matar, roubar, estuprar, aterrorizar; tudo é relativo. Se for pela revolução tudo pode; se é contra a revolução, nada feito. Uma das principais desculpas que os comunistas utilizam é a de que “Marx foi deturpado”. Vejam algumas das citações do próprio Marx e a de marxistas famosos e tirem as próprias conclusões:”As classes e as raças que forem fracas demais para dominar as novas condições de vida devem ceder.” (Marx and Engels On Britain, Progress Publishers 1953;Written: by Marx, March 4, 1853;First Published: in the New York Daily Tribune of March 22, 1853 and republished in the People’s Paper of April 16, 1853;Transcribed: by Andy Blunden)
“Entre todas as nações e os grupelhos étnicos da Áustria, só houve três portadores do progresso, que desempenharam um papel ativo na história e que ainda retêm sua vitalidade – Os alemães, os poloneses e os magiares. Por esta razão, eles agora são revolucionários. A missão principal de todas as outras raças e povos – grandes e pequenos – é perecer no holocausto revolucionário.” (Engels, “Der Magyarische Kampf”; trans. as “Hungary and Panslavism” in Blackstock and Hoselitz: 59
“Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas.” (V. I.Lênin)
“Somos favoráveis ao terror organizado – isto deve ser admitido francamente.” (V. I. Lênin)
“O comunismo não é amor. É o martelo com que esmagamos nossos inimigos.” (Mao Dzedong)
“O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona o revolucionário para além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar: nossos soldados têm de ser assim.” (Che Guevara)
“Até agora os camponeses não foram mobilizados, mas, através do terrorismo e da intimidação, nós os conquistaremos.” (Che Guevara)
“Aos slogans sentimentalistas da fraternidade, opomos aquele ódio aos russos, que é a principal paixão revolucionária dos alemães. Só conseguiremos garantir a Revolução mediante a mais firme campanha de terror contra os povos eslavos.” (Friedrich Engels)

Os relativistas de plantão poderão alegar que qualquer revolução se faz com suor e sangue, e que as mortes provocadas seriam um mal necessário desde que a ideologia comunista triunfasse. Seguindo essa lógica, os crimes do nazismo também seriam justificáveis, já que eles também lutavam por uma ideologia que consideravam justa, ou alguém poderia argumentar que o “nazismo foi deturpado” da mesma maneira, utilizando do mesmo relativismo.

O SOCIALISMO NA PRÁTICA
O socialismo seria a “fase de transição” rumo à sociedade sem classes. Nessa etapa, seria formada a famosa “ditadura do proletariado”. Aqui seria criado um super estado controlado por estes proletários, sem nenhum tipo de democracia ou liberdade que não a deles mesmos. Para que haja a possibilidade de haver um socialismo, é evidentemente necessário que este “estado proletário” reúna para si os meios de ação política e econômica, o que pressupõe uma enorme concentração de poder. Ou seja, a ideia da prática socialista já é por si só totalitária na essência! É interessante o fato de que Marx dá a receita para a criação do Estado proletário, mas não chega a uma conclusão quanto à transição para a sociedade sem estado e sem classes. A provável organização desse Estado proletário se encontra nos dez pontos que Marx defende no “Manifesto Comunista”:• “Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado.
• Imposto fortemente progressivo.
• Abolição do direito de herança.
• Confiscação da propriedade de todas os emigrados e sediciosos.
• Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo.
• Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.
• Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral.
• Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura.
• Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo
• Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc.”

É mais interessante ainda notar que a ideia de uma sociedade sem mercado e sem a propriedade privada dos meios de produção foi refutada nos anos 20 pelo economista Ludwig Von Mises, que o fez de maneira extremamente clara em seu livro “O cálculo econômico do socialismo”. Mises diz:

“Sem o cálculo econômico não pode existir uma economia. Portanto, em um estado socialista no qual o cálculo econômico é impossível, não pode existir — no nosso sentido do termo — qualquer economia.”
“Onde não há um livre mercado, não há mecanismo de preços; e sem um mecanismo de preços, é impossível haver cálculo econômico.”

Mesmo com os avisos claros do economista austríaco, a experiência socialista foi levada adiante. Foi implantado em países enormes como a União Soviética e a China, e também em países pequenos, como Cuba. Criaram-se mitos a respeito da história destes lugares, como o de que “não havia fome na URSS”; “Cuba possui a melhor medicina e a melhor educação da América Latina”, entre outros exemplos infindáveis. Mas o mito caiu por terra quando estudiosos resolveram analisar mais a fundo a verdadeira história destas nações socialistas. Características:

1 – Inexistência de democracia, partido único;
2 – Inexistência de liberdades civis;
3 – Sociedade “militarizada” ao extremo;
4 – Execução sumária de opositores do regime ou de “inimigos da revolução”;
5 – Miséria do povo, sobrevivendo à duras penas em troca de poucas migalhas;
6 – Campos de concentração;
7 – Inexistência do livre mercado e da livre iniciativa;
8 – Riqueza infindável da elite dominante, vivendo no melhor estilo “burguês”.

Estes são apenas alguns pontos comuns aos regimes socialistas. Ainda sobre isso, o filósofo e jornalista Olavo de Carvalho afirma em seu artigo “O que é ser socialista”:

“O socialismo matou mais de 100 milhões de dissidentes e espalhou o terror, a miséria e a fome por um quarto da superfície da Terra. Todos os terremotos, furacões, epidemias, tiranias e guerras dos últimos quatro séculos, somados, não produziram resultados tão devastadores. Isto é um fato puro e simples, ao alcance de qualquer pessoa capaz de consultar O Livro Negro do Comunismo e fazer um cálculo elementar.”

Há uma série de livros que narram os acontecimentos nos países socialistas e da lamentável situação vivida por seus moradores. Só a título de exemplo posso citar alguns livros: “Livro Negro do Comunismo”; “Arquipélago Gulag”; “A infelicidade do século”; “Fuga do campo 14” e outros vários. Neles há citações suficientes que comprovam a carnificina e a miséria gerada pelos vermelhos. E, como citado anteriormente, tudo isso foi preconizado pelo próprio Marx, jogando por terra a afirmação de que “deturparam Marx”.
A experiência socialista é o maior fracasso da história humana, inda assim é adorada e idolatrada por um sem número de iludidos e desinformados que estão em busca do “mundo melhor”.

NO QUE EU ACREDITO
Nas duas partes anteriores eu procurei mostrar a verdadeira face do comunismo, face essa que é ocultada de maneira criminosa e intencional, tudo calculado para uma ávida busca por militontos bobocas e bestalhões. O socialismo/comunismo mostrou-se uma teoria falha e a aplicabilidade desta teoria vitimou milhões. É um fato historicamente comprovado. Agora, volto a bater na tecla do “esclarecimento” que estes textos têm como proposta central. Sendo um estudante sério eu tenho o dever de não deixar pontas soltas e de colocar os pingos nos is, a fim de tapar a boca dos intelectualmente desonestos que insistem em me chamar de “extremista” e outros apelidinhos pejorativos. No que eu acredito? Qual o melhor tipo de sociedade?
Politicamente falando eu me considero CONSERVADOR. Claro, o desconhecimento que gira em torno desta palavra e do significado dela é algo que não pode ser resumido em poucas linhas, e eu mesmo posso escrever as minhas considerações sobre o que é o conservadorismo em outro artigo. Alguns dos chavões típicos com que costumam rotular o conservador são: “o conservador quer deixar tudo do jeito que está”; “conservadorismo significa conservar as desigualdades”, entre outras imbecilidades dignas de idiotas semiletrados. Fazendo um rápido esclarecimento sobre o que é conservadorismo, deixo aqui os “10 Princípios Conservadores” do escritor e conservador Russel Kirk:
Primeiro, um conservador crê que existe uma ordem moral duradoura.
Segundo, o conservador adere ao costume, à convenção e à continuidade.
Terceiro, os conservadores acreditam no que se poderia chamar de princípio do preestabelecimento.
Quarto, os conservadores são guiados pelo princípio da prudência.
Quinto, os conservadores prestam atenção no princípio da variedade.
Sexto, os conservadores são refreados pelo princípio da imperfectibilidade.
Sétimo, conservadores estão convencidos que liberdade e propriedade estão intimamente ligadas.
Oitavo, os conservadores promovem comunidades voluntárias, assim como se opõem ao coletivismo involuntário.
Nono, o conservador percebe a necessidade de uma prudente contenção do poder e das paixões humanas.
Décimo, o pensador conservador compreende que a estabilidade e a mudança devem ser reconhecidas e reconciliadas em uma sociedade robusta.
FINALMENTE A RESPOSTA DA PERGUNTA:  POR QUE NÃO SOU COMUNISTA?
Não sou comunista pelo fato de ser um defensor da liberdade: liberdade de expressão, liberdade de opinião, liberdade religiosa, liberdade de mercado, liberdade na aquisição de propriedade, liberdade de consciência. No socialismo/comunismo, nada disso existe. Agora, pergunto aos meus críticos: defender essas liberdades é um ato de extremismo? Ser contra o extermínio em massa e genocídios é extremismo? Ser contrário a um sistema nitidamente decadente e opressor é extremismo? Respondam com sinceridade, com honestidade, e não me venham com essa conversinha relativista que só engana trouxa. O capitalismo com todas as falhas que possui (afinal é um sistema humano e não celeste) provou ser melhor e mais confiável do que as tiranias da foice e do martelo. Claro, cada um acredita no que quiser (e eu sou favorável à liberdade de crença, como já pontuei), mas não venham me encher o saco acusando-me de “extremista”. Extremista é a mãe! Para encerrar deixo a frase do inesquecível Nelson Rodrigues:

“Sou reacionário. Minha reação é contra tudo o que não presta.”

Fonte: http://vozesocultas1.blogspot.com.br/

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