Resposta ao vídeo: O curto reino de Jesus

Neste artigo vou responder ao vídeo do Analisando as Escrituras:

No vídeo do YouTube “O reino curto de Jesus”, o palestrante discute a autoria e o significado dos últimos versículos de Mateus 28, especificamente em relação à autoridade divina percebida pela Igreja, ao uso do termo “aon” por Jesus e ao conceito de Paulo do “reinado de Cristo”. Quanto ao comentário que sugere que a Igreja recebeu autoridade de Cristo, o orador argumenta contra esta perspectiva, salientando que apenas onze apóstolos estavam presentes e alguns duvidaram da ressurreição de Jesus. Ele também questiona a autenticidade do batismo trinitário mencionado. O orador então passa para o uso do termo “aon” por Jesus, que se traduz como “geração”, enfatizando que Jesus estava falando sobre a geração viva naquela época. Finalmente, o orador discute a carta de Paulo aos Coríntios, onde Paulo acreditava que Jesus estava reinando atualmente sobre os cristãos perseguidos, mas seu reinado terminaria com a destruição de todos os principados e potestades. Paulo usou o termo “vinda” em vez de “retorno”, indicando uma vinda em julgamento.

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Resposta

Como resposta às alegações mencionadas, podemos articular uma refutação em dois aspectos principais: primeiro, no uso da palavra “aon” por Jesus e, segundo, na interpretação de que o comando foi exclusivamente para os 11 apóstolos e que alguns duvidaram da Sua ressurreição.

O “duvidaram”. Veja com. Mateus 14:31. Isto não se refere aos onze, que estavam convencidos, mas a outros entre os 500 crentes reunidos na encosta da montanha, muitos dos quais nunca tinham visto Jesus antes.

Refutação do Uso de “Aon” por Jesus

A palavra grega “aion”, muitas vezes traduzida como “era”, “mundo” ou “sempre”, é usada em diversas passagens bíblicas para indicar períodos prolongados de tempo ou até mesmo a eternidade. No contexto de Mateus 28, o uso da palavra pode ser interpretado como uma extensão da autoridade e presença de Jesus ao longo de todos os tempos e não apenas limitado ao momento imediato após Sua ressurreição.

Mateus 28:20 afirma: “ensinando-os a obedecer a tudo o que eu vos ordenei. E estou sempre com vocês, até o fim dos tempos.” Esta promessa sugere uma presença contínua de Jesus com seus seguidores, que transcendia a época dos apóstolos e continua disponível a todos os que creem nEle até hoje.

Refutação da Alegação de que o Comando foi Apenas para os Apóstolos e da Dúvida sobre a Ressurreição

No que se refere à ideia de que o comando foi exclusivo para os 11 apóstolos, devemos considerar a chamada “Grande Comissão” como um mandato que transcendeu a audiência imediata. Jesus comissionou Seus apóstolos, mas o escopo do “ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19) implica uma missão que foi projetada para se expandir para além dos presentes. É uma visão de contínua propagação do evangelho por aqueles que se tornariam seguidores de Cristo em consequência da obra dos apóstolos.

Sobre a questão da dúvida, é evidente que Mateus relatou que alguns dos presentes duvidaram. No entanto, isto não invalida a missão nem a veracidade da ressurreição. Na verdade, esta honestidade no relato apenas reforça a credibilidade do testemunho dos evangelhos, mostrando que eles não omitiram as dificuldades humanas dos discípulos. Mais ainda, a dúvida de alguns não eliminou a convicção e a transformação que ocorreu na maioria, que passou a proclamar a ressurreição mesmo diante do martírio.

Concluindo, tanto o uso da palavra “aon” por Jesus em Mateus 28 quanto o comando dado e a dúvida de alguns apóstolos podem ser compreendidos de uma maneira que reafirma a mensagem universal e atemporal do evangelho, fornecendo força para a fé cristã e a missão da Igreja através das eras.

Refutação da Alegação de Alteração no Batismo Trinitário em Mateus 28:19

Para algumas pessoas, especialmente entre os que se identificam como ateus, a fórmula batismal trinitária de Mateus 28:19 levanta questões quanto à sua autenticidade. Essa alegação sugere que não teria sido utilizada pelos apóstolos, que segundo os Atos dos Apóstolos, batizavam “em nome de Jesus”. Contudo, uma análise mais detalhada dessa questão revela por que essa alegação pode não ser substancial.

Primeiramente, é preciso compreender a natureza textual dos documentos antigos, especialmente dos escritos bíblicos. Os manuscritos do Novo Testamento são os mais bem preservados e numerosos da antiguidade, tornando improvável que uma adição desse porte no texto original de Mateus fosse uniformemente aceita sem divergência nos registros históricos.

Além disso, a fórmula trinitária em Mateus 28:19 está presente nos manuscritos mais antigos e respeitados que possuímos hoje. Não existem variantes textuais antigos que omitem ou substituem essa passagem para nos levar a crer que ela foi alterada em algum ponto. As evidências textuais, portanto, apoiam a posição de que a formulação “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” é genuína.

A prática dos apóstolos de batizar “em nome de Jesus” relatada em Atos dos Apóstolos não necessariamente contradiz a ordenança de Jesus em Mateus. Pode muito bem refletir um sumário ou uma forma abreviada da fórmula plena, um fenômeno comum na literatura antiga, além de destacar que o batismo cristão se fazia sob a autoridade de Jesus, diferenciando-o de outros batismos. Ainda pode-se argumentar que tal expressão destaca a centralidade de Cristo no ritual do batismo e na vida cristã.

Os escritos da Igreja Primitiva também fornecem evidências do uso da fórmula trinitária desde os primeiros séculos. Escritores como Justino Mártir e Irineu de Lião, do século II, referem-se explicitamente ao batismo em nome da Trindade, indicando que tal prática era um padrão e não um desenvolvimento posterior como algumas alegações sugerem.

Em suma, a alegação de que a fórmula do batismo trinitário é uma alteração não encontra respaldo em análises históricas ou textuais cuidadosas. Os manuscritos antigos confirmam a presença dessa fórmula em Mateus 28:19 desde cedo na tradição bíblica, e a prática da Igreja Primitiva corrobora o entendimento de que os apóstolos e os primeiros cristãos reconheciam a Trindade no ato batismal.

O termo “aon” é frequentemente discutido no contexto bíblico, especialmente em relação ao que Jesus poderia estar se referindo quando falou sobre “esta geração” em passagens como Mateus 24:34. Alguns alegam que “aon”, traduzido como “geração”, indica que Jesus estava falando exclusivamente para as pessoas vivas naquela época histórica. No entanto, esta interpretação pode ser refutada de várias maneiras:

  1. Contexto Histórico e Linguístico:
    A língua original em que os textos do Novo Testamento foram escritos era o grego koiné, e a palavra “aon” pode se referir não apenas a uma geração no sentido estrito de tempo de vida de um grupo de pessoas contemporâneas, mas também pode significar “era”, “época” ou “tempo indefinido”. Portanto, as declarações de Jesus podem transcender a sua audiência imediata.
  2. Análise Teológica:
    Em uma leitura mais ampla dos evangelhos, percebe-se que muitos dos ensinamentos de Jesus possuem aplicações universais e atemporais, destinadas a todas as gerações de seguidores, não apenas àqueles que viviam na época.
  3. Cumprimento Escatológico:
    Muitos estudiosos argumentam que as profecias discutidas em Mateus 24 têm aspectos duplos de cumprimento: parcial no primeiro século (por exemplo, a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.) e pleno no retorno futuro de Cristo. Portanto, “esta geração” poderia ser entendida como uma referência à totalidade do povo de Deus ou à raça humana de maneira mais ampla ao longo do tempo.
  4. Consistência Literária:
    Quando analisamos outras partes da Bíblia, notamos que as profecias frequentemente possuem múltiplas camadas de cumprimento e significado. Assim, limitar o alcance da palavra “aon” apenas à geração do tempo de Jesus ignoraria a complexidade encontrada nessas escrituras.

Concluindo, a interpretação de que “aon” refere-se estritamente à geração contemporânea a Jesus é apenas uma das várias maneiras de entender o texto, e tal interpretação deve ser considerada com cautela, levando em conta o escopo mais amplo e a teologia do ensinamento bíblico.

Não era o propósito de Cristo dar a conhecer aos seus seguidores a data exata do seu regresso. Os sinais preditos testificariam que Sua vinda estava próxima, mas “ninguém sabe o dia e a hora” (Mateus 24:36). Tomar a frase “esta geração” como base para calcular um período ao final do qual Jesus deve vir viola tanto a letra quanto o espírito das instruções do Mestre (ver com. de Mateus 24:36, Mateus 24:42).

Consumação dos séculos (sunteleiav tou aiwnov). Rev., na margem, e lit., consumação da era. A idade atual se refere; e a consumação coincide com a segunda vinda de Cristo, depois que o Evangelho for proclamado em todo o mundo.

==vinda, parousia Strong #3952: Este termo, que designa o segundo advento de Jesus, nunca foi usado para descrever sua primeira vinda. Parousia foi originalmente usada para se referir à visita de uma pessoa de alto escalão, especialmente um rei. Assume uma presença permanente desde o momento em que ocorre. A chegada glorificada do Messias será seguida pela sua presença eterna com o seu povo glorificado.

παρουσίᾳ. A palavra aqui traduzida vindo é expressa mais de perto pela nossa palavra em inglês chegada. Implica tanto a vinda como a vinda. Veja cap. 1Co_16:17; 2Co_7:6. É a palavra usual usada para a Segunda Vinda de Cristo, como em Mateus 24:3; Mateus 24:27; Mateus 24:37; Mateus 24:39 e 1Tessalonicenses 3:13; 1ª_4:15. Não seremos restaurados à vida até que Cristo volte, porque só então o presente, ou a ordem natural das coisas, será encerrado, e a ordem espiritual das coisas será final e totalmente inaugurada, de modo que ‘Deus será todo Em tudo.’

A alegação do ateu também é refutada pelo uso do termo “reinado” no Novo Testamento. Em outras passagens do Novo Testamento, o termo “reinado” é usado para se referir ao domínio de Deus sobre o mundo. Por exemplo, em Romanos 14:17, Paulo diz: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.”

Essas passagens sugerem que o reinado de Jesus não é limitado a uma única comunidade ou era, mas é universal e duradouro. O reinado de Jesus é o domínio de Deus sobre o mundo, que começou com a ascensão de Jesus ao céu e continuará até o fim dos tempos.