Ateísta alega que Deus se “arrependeu” e isto é uma contradição

Perguntas dos leitoresUm ateísta alegou:

O erro de deus – a contradição de índole: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?”(Números 23:19)“Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. ” (Gênesis 6:6-7)Rs. Passar bem!

O simplismo ateísta surpreende, por falta de análise. A palavra hebraica traduzida por “arrepender-se” é melhor traduzida como “deplorou” neste versículo de Gn. 6,6 ss e refere-se a uma mudança de atitude ou de intenção. Deusé perfeito e por isso não errou em criar o homem. No entanto, mudou de atitude mental para com a perversa geração pré-diluviana. Deixou de agir como Criador dos humanos para ser o destruidor deles, por estar desgostoso com sua iniquidade. O fato de ele ter preservado alguns humanos mostra que sua deploração se restringia aos que se haviam tornado iníquos. — 2 Pedro 2,5-9. Deus deplorou isso no sentido de que a conduta dos humanos havia ficado tão ruim, que ele mudou de atitude com relação àquela geração perversa do mundo que existia antes do dilúvio. Deus sentiu um desgosto tão grande devido à maldade deles, que decidiu mudar: de Criador dos humanos passou a ser o destruidor deles.
Isto novamente indica que as ações do homem não são predestinadas por Deus. Deus deplorou, lastimou e até mesmo se sentiu magoado, não porque suas próprias ações fossem um erro, mas por causa da abundância da iniquidade do homem. O Criador deplorou que se tornou necessário destruir toda a humanidade, com exceção de Noé e sua família. Deus nos assegura: “Não me agrado na morte do iníquo.” — Ezequiel 33,11; note Deuteronômio 32,4-5.

Na maioria dos casos em que se usa a palavra hebraica nahhám no sentido de “deplorar” ou “ter lástima”, a referência é a Deus. Gênesis 6,6-7, declara que “Deus deplorou ter feito os homens na terra e sentiu-se magoado no coração”, pois a iniquidade deles era tão grande, que Deus decidiu eliminá-los da face do solo por meio do Dilúvio. Isto não pode significar que Deus o deplorou no sentido de ter cometido um erro na sua obra de criação, porque “perfeita é a sua atuação”. (De 32,4-5) Deplorar algo é o contrário de ter satisfação e alegria prazerosas. Portanto, Deus deve ter deplorado que, depois de ter criado a humanidade, a conduta dela tornou-se tão má, que ele se viu então obrigado (e de direito) a destruir toda a humanidade, com exceção de Noé e sua família. Porque Deus ‘não se agrada na morte do iníquo’. — Ez 33,11.
A Cyclopædia (Ciclopédia) de MʼClintock e Strong comenta:

“Diz-se que o próprio Deus se arrepende [nahhám, deplora]; mas só se pode entender isto como a alteração de sua conduta para com suas criaturas, quer em conceder-lhes o bem, quer em infligir-lhes o mal — mudança esta, na conduta divina, que se baseia na mudança em suas criaturas; e, assim, falando-se na maneira dos homens, diz-se que Deus se arrepende.” (1894, Vol. VIII, p. 1042)

As normas justas de Deus permanecem constantes, estáveis, imutáveis e livres de flutuações. (Mal 3,6; Tg 1,17) Nenhuma circunstância pode fazê-lo mudar de ideia sobre elas, nem desviá-lo delas ou abandoná-las. Todavia, a atitude e as reações das suas criaturas inteligentes para com essas normas perfeitas e para com a aplicação delas por Deus podem ser boas ou más. Se forem boas, isso agradará a Deus; se forem más, fazem com ele que deplore isso. Ademais, a atitude das criaturas pode mudar de boa para má, ou de má para boa, e visto que Deus não muda suas normas para acomodá-las, seu prazer (e as bênçãos acompanhantes) concordemente pode mudar para lástima (e a acompanhante disciplina ou punição), ou vice-versa. Assim, os julgamentos e as decisões dele são totalmente isentos de caprichos, volubilidade, inconstância ou erro; portanto, ele está isento de toda conduta errática ou excêntrica. — Ez 18,21-30; 33,7-20.

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