Confesso que nunca tinha ouvido falar nesse tal mago Rabelo mas um inscrito pediu para responder. Nesse vídeo eu o respondi sobre a falácia que os ateus fazem. Ele tentou fazer um vídeo me respondendo aqui. Vamos responder suas alegações
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Pontos principais do vídeo:
- Crítica à metodologia histórico-crítica: Rabelo critica o uso da metodologia histórico-crítica para negar a historicidade de Jesus, alegando que os historiadores sérios reconhecem sua existência. Ele questiona a confiabilidade dos Evangelhos como fontes históricas, mas reconhece seu valor como literatura teológica.
- Falácia do Homem-Aranha: Rabelo usa a falácia do Homem-Aranha para ilustrar como alguns céticos interpretam erroneamente as evidências. Afirmar que Jesus existiu porque há menções a ele em documentos históricos não é o mesmo que afirmar que tudo o que é dito sobre ele nos Evangelhos é verdade.
- Jesus histórico versus Jesus da fé: Rabelo argumenta que o Jesus histórico, construído pela academia, é um personagem totalmente diferente do Jesus da fé. O Jesus histórico é apresentado como um homem natural, enquanto o Jesus da fé é divino, operador de milagres e salvador da humanidade.
- Arqueologia e historicidade: Rabelo reconhece que a arqueologia fornece importantes informações sobre o contexto histórico do primeiro século, mas nega que possa provar a historicidade de Jesus. Afirma que os objetos encontrados podem ter sido usados em diferentes contextos e que a arqueologia não é uma ciência propedêutica para a teologia.
- Evangelhos como gibis teológicos: Rabelo compara os Evangelhos a gibis com finalidade catequética. Afirma que são histórias ficcionais com diferentes formas literárias e que cada Jesus retratado nos Evangelhos atende às necessidades de uma comunidade específica.
Críticas ao vídeo:
- Excesso de generalizações: Rabelo faz generalizações sobre o trabalho de historiadores e arqueólogos, ignorando a diversidade de perspectivas e metodologias existentes.
- Falta de rigor científico: O vídeo apresenta argumentos inconsistentes e falaciosos, demonstrando falta de rigor científico na análise do tema.
- Visão apologética: O vídeo tem uma clara visão apologética, buscando defender a historicidade de Jesus e a veracidade dos Evangelhos, sem considerar outras interpretações.
1. A falácia do Homem-Aranha:
O autor do vídeo compara a busca por Jesus com a busca por um personagem fictício como o Homem-Aranha. Essa comparação é falha por diversos motivos:
- Evidências históricas: Há uma quantidade significativa de fontes históricas que mencionam Jesus, como os Evangelhos, Josefo Flávio e Tácito. No caso do Homem-Aranha, não existem tais fontes.
- Natureza dos textos: Os Evangelhos, mesmo que considerados literatura teológica, apresentam elementos históricos que podem ser verificados e corroborados por outras fontes. Já as histórias do Homem-Aranha são ficcionais e não se baseiam em eventos reais.
- Metodologia científica: A investigação histórica segue métodos rigorosos para analisar fontes e determinar a confiabilidade de informações. No caso do Homem-Aranha, não há aplicação de tais métodos.
Engraçado que o tal mago alega mas não cita fontes. Cria métodos mas não cita comprovações de tal distinção. Já falei que o termo “Jesus histórico” foi inventado pelos racionalistas do séc. XIX, que já foram muito criticados. Lembrando que esses céticos também partem de uma análise naturalista que nega o sobrenatural.
2. O Jesus histórico versus o Jesus da fé:
O autor do vídeo sugere que o Jesus histórico, reconstruído pelos historiadores, irá substituir o Jesus da fé. Essa ideia é problemática:
- Diversidade de perspectivas: Os historiadores não apresentam um único Jesus histórico, mas sim diversas perspectivas, muitas vezes divergentes, sobre sua vida e ensinamentos.
- Fé e história: A fé não se baseia unicamente em fatos históricos, mas também em experiências pessoais, crenças e valores. O Jesus da fé é uma figura complexa que transcende a mera historicidade.
- Importância da tradição: A tradição teológica e a fé das comunidades cristãs ao longo dos séculos contribuem para a compreensão do significado de Jesus.
. A arqueologia e a historicidade de Jesus:
O autor do vídeo questiona o papel da arqueologia na investigação da historicidade de Jesus. É importante esclarecer que:
- A arqueologia não busca “provar” a existência de Jesus: Seu objetivo é fornecer contexto histórico e corroborar informações presentes nos textos antigos.
- Descobertas arqueológicas relevantes: Diversas descobertas arqueológicas corroboram elementos dos Evangelhos, como a existência de Pilatos, o uso de batismo no primeiro século e a localização de lugares mencionados nos textos.
- Limitações da arqueologia: A arqueologia não pode “provar” eventos miraculosos ou a divindade de Jesus, mas fornece importantes insights sobre o contexto histórico em que ele viveu.
4. Crítica textual e os Evangelhos:
O autor do vídeo apresenta uma visão simplista da crítica textual, ignorando sua importância para a compreensão dos Evangelhos. A crítica textual:
- Análise rigorosa dos textos: Emprega métodos científicos para analisar a origem, desenvolvimento e transmissão dos textos bíblicos.
- Identificação de variantes: Permite identificar diferentes versões dos textos e determinar a versão mais original.
- Compreensão do contexto: Auxilia na compreensão do contexto histórico e cultural em que os Evangelhos foram escritos.
5. A natureza dos Evangelhos:
O autor do vídeo os classifica como “gibis teológicos”, negando seu valor histórico. É importante considerar que:
- Gêneros literários diversos: Os Evangelhos empregam diversos gêneros literários, como parábolas, relatos históricos e hinos, para transmitir suas mensagens.
- Contexto histórico: A literatura do primeiro século frequentemente utilizava elementos ficcionais para transmitir ensinamentos religiosos e morais.
- Valor histórico: Apesar de não serem biografias completas, os Evangelhos fornecem informações valiosas sobre Jesus e seu contexto histórico.
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Mitos e lendas levam tempo para se desenvolver. Por isso é importante fazer a pergunta: quando foram escritos esses livros? Michael Grant, historiador, diz que os escritos históricos das Escrituras Gregas Cristãs tiveram início “trinta ou quarenta anos após a morte de Jesus”.4 O arqueólogo bíblico William Foxwell Albright citou C. C. Torrey como chegando à conclusão de “que todos os Evangelhos foram escritos antes de 70 A.D. e que não há neles nada que não pudesse ter sido escrito dentro de vinte anos após a Crucificação”. A opinião do próprio Albright era que sua escrita foi completada “o mais tardar por volta de 80 A.D.”. Outros apresentam cálculos um pouco diferentes, mas a maioria concorda que a escrita do “Novo Testamento” estava completa por volta do fim do primeiro século.
O que significa isso? Albright conclui: “Só podemos dizer que um período de vinte a cinquenta anos é limitado demais para permitir qualquer corrupção substancial do conteúdo essencial e mesmo da fraseologia específica dos dizeres de Jesus.”5 O Professor Gary Habermas acrescenta: “Os Evangelhos são de bem perto do período que registram, ao passo que as histórias antigas costumam descrever eventos que ocorreram séculos antes. Todavia, os atuais historiadores conseguem com bom êxito derivar os eventos mesmo de tais períodos antigos.”6
Em outras palavras, as partes históricas das Escrituras Gregas Cristãs merecem pelo menos tanto crédito quanto as histórias seculares. Por certo, nas poucas décadas decorridas entre os acontecimentos do primitivo cristianismo e o tempo em que foram assentados por escrito, não houve tempo para se desenvolverem mitos e lendas, e para esses serem universalmente aceitos.
Existe a possibilidade de que esses testemunhos oculares fossem registrados com exatidão, porém mais tarde corrompidos? Em outras palavras, introduziram-se mitos e lendas depois de se completar a escrita original? Já vimos que o texto do NT está em melhores condições do que qualquer outra literatura antiga. Kurt e Barbara Aland, peritos do texto grego da Bíblia, alistam quase 5.000 manuscritos que sobreviveram desde a antiguidade até agora, alguns deles já desde o segundo século EC. O testemunho geral dessa grande quantidade de evidência é no sentido de que o texto é essencialmente correto. Além disso, há muitas traduções antigas — as mais antigas sendo de cerca do ano 180 — que ajudam a provar que o texto é exato.
Portanto, não importa como encaremos isso, podemos ter a certeza de que não se infiltraram lendas e mitos no NT depois de os escritores originais terem terminado seu trabalho. O texto que temos é substancialmente o mesmo que os escritores originais registraram, e sua exatidão é confirmada pelo fato de que foi aceito pelos cristãos contemporâneos. Então, é possível verificarmos a historicidade da Bíblia por compará-la com outras histórias antigas? Até certo ponto, sim.
Rabelo alega que para a academia os evangelhos não são fontes históricas mas teológicas? Sério? Vamos ver:
A afirmação de Rabelo de que a academia não considera os Evangelhos como fontes históricas, mas apenas como fontes teológicas, é simplista e falha em diversos aspectos:
- Raymond E. Brown, em seu livro “Introdução ao Novo Testamento” (Introduction to the New Testament), destaca a relevância dos Evangelhos como fontes históricas ao afirmar: “Os Evangelhos […] são fontes essenciais para o conhecimento da vida de Jesus. Eles são, por excelência, a biografia de Jesus” (Brown, 2006).
- Marcus J. Borg, renomado estudioso do Novo Testamento, ressalta a abordagem dos historiadores em relação aos Evangelhos em seu livro “Jesus: A Vida” (Jesus: A New Vision): “Os Evangelhos não são biografias no sentido moderno do termo. […] Os Evangelhos são, de fato, escritos teológicos. Mas eles também são fontes históricas” (Borg, 1994).
- Bart D. Ehrman, em sua obra “Jesus: Apocalíptico Profeta do Novo Milênio” (Jesus: Apocalyptic Prophet of the New Millennium), discute a metodologia histórica na análise dos Evangelhos: “Os Evangelhos do Novo Testamento são os mais importantes documentos que temos para entender a vida de Jesus […] Eles são fontes valiosas, mas não são neutras. Eles têm suas próprias teologias e agendas, e é preciso ter cautela ao interpretá-los” (Ehrman, 1999).
Apesar da afirmação contrária de Aslan, os Evangelhos não falham no teste de fornecer “documentação histórica” simplesmente porque são “testemunhos de fé”. Ninguém nega que os primeiros registos da vida de Jesus se basearam nos testemunhos de mulheres e homens que se comprometeram a seguir Jesus – mas um texto não se torna a-histórico simplesmente porque também é um testemunho. A questão crucial não é se os testemunhos dos crentes em Jesus foram algumas das fontes por trás destes textos – é claro que foram! A questão é: ‘Seus testemunhos descreveram eventos que realmente aconteceram? E será que os textos em que estes testemunhos foram preservados pretendiam narrar acontecimentos reais?’ Se os relatos mais abrangentes da vida de Jesus nunca tivessem a intenção de nos fornecer testemunho histórico, qualquer discussão adicional sobre a ressurreição de Jesus ou a confiabilidade da Bíblia seria inútil. E assim, antes de prosseguir, quero explorar a questão de saber se os autores dos Evangelhos do Novo Testamento pretendiam ou não contar aos seus leitores o que realmente aconteceu em primeiro lugar.
Quando os Evangelhos são comparados com outros textos antigos, os Evangelhos enquadram-se num género literário antigo conhecido como bios, uma palavra grega que significa simplesmente “vida”. A palavra bios às vezes é traduzida como ‘biografia’, mas a categoria de biografias greco-romanas era um pouco mais ampla do que o que você pode encontrar sob a placa que diz ‘Biografias’ na biblioteca local. O gênero bios incluía biografias gregas e latinas meticulosamente pesquisadas, como os volumes que saíram das penas de Plutarco, Suetônio e Tácito – mas biografias formais desse tipo não eram os únicos tipos de textos que se enquadravam no gênero bios . O gênero da biografia antiga também poderia abranger composições mais próximas de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros do que qualquer coisa que um autor clássico pudesse ter composto para os altos escalões de Atenas ou Roma.
A afirmação de que os Evangelhos não são considerados fontes históricas pela academia, mas sim teológicas, é imprecisa e não reflete totalmente a abordagem dos historiadores em relação a esses documentos. Enquanto é verdade que os Evangelhos têm um caráter teológico e foram escritos com o propósito de transmitir uma mensagem de fé e ensinamentos religiosos, isso não significa que eles sejam automaticamente descartados como fontes históricas
A alegação de que os acadêmicos desejam substituir o “Jesus dos Evangelhos” pelo “Jesus histórico” é imprecisa e refutável. Os estudiosos do Novo Testamento não buscam substituir uma figura pela outra, mas sim compreender melhor quem foi Jesus de Nazaré com base em evidências históricas disponíveis.
- Abordagem Complementar: Os estudiosos reconhecem que os Evangelhos apresentam uma imagem teológica de Jesus, enquanto o estudo histórico busca compreender Jesus dentro de seu contexto histórico-cultural. Ambas as abordagens são complementares e contribuem para uma compreensão mais completa.
- Natureza dos Evangelhos: Os Evangelhos são reconhecidos como importantes testemunhos da fé cristã primitiva, mas também são estudados criticamente como documentos históricos. Eles fornecem insights valiosos sobre a vida, os ensinamentos e os eventos da vida de Jesus, mas sua interpretação requer considerações teológicas e históricas.
- Métodos Históricos: Os estudiosos do Novo Testamento aplicam métodos históricos críticos para investigar a autenticidade e a confiabilidade dos relatos nos Evangelhos. Isso envolve análise textual, contextualização histórica, comparação com outras fontes antigas e avaliação da tradição oral.
- Não há Substituição: O objetivo não é substituir o retrato teológico de Jesus apresentado nos Evangelhos, mas sim buscar uma compreensão mais precisa e fundamentada historicamente. Reconhecer a natureza teológica dos Evangelhos não implica na rejeição de sua importância, mas sim na necessidade de uma abordagem crítica e equilibrada.
A busca pelo Jesus histórico não implica necessariamente a rejeição do Jesus dos evangelhos. Pelo contrário, muitos estudiosos buscam harmonizar essas perspectivas
Os Evangelhos, como documentos históricos, fornecem relatos detalhados da vida, ensinamentos e milagres de Jesus. Embora não sejam biografias imparciais, oferecem testemunhas oculares de sua vida e impacto na sociedade. A análise crítica dos Evangelhos, em conjunto com outras fontes históricas, permite construir um retrato confiável de Jesus como um personagem histórico real.
3. Evidências Históricas:
Evidências extra-bíblicas, como os escritos de Josefo, Tácito e Plínio, corroboram a existência de Jesus e seu impacto no mundo romano. Tais fontes, embora não confirmem diretamente seus milagres ou divindade, oferecem suporte histórico à sua figura como líder religioso e à influência de seus seguidores.
4. Milagres e Ressurreição:
Os milagres de Jesus, como a cura de enfermos e a ressurreição de mortos, são eventos desafiadores à explicação natural. Tais eventos, narrados nos Evangelhos, demonstram seu poder divino e autoridade sobre a natureza e a morte. A ressurreição de Jesus, em particular, é considerada por muitos como o evento central do cristianismo e a prova definitiva de sua divindade.
5. Abordagem Científica versus Teológica:
É importante reconhecer a distinção entre a abordagem científica e a teológica na investigação da vida de Jesus. A ciência busca analisar os eventos históricos de forma crítica e racional, enquanto a teologia busca interpretar esses eventos à luz da fé e da tradição religiosa. Ambas as abordagens podem coexistir e contribuir para uma compreensão mais completa de Jesus.
- No entanto, isso não significa que todas as perspectivas históricas busquem substituir o Jesus dos Evangelhos. Muitos historiadores reconhecem a importância dos Evangelhos como fontes para entender a história de Jesus, embora apliquem uma análise crítica para separar elementos históricos de interpretações teológicas.
- Diversidade de Perspectivas: A diversidade de interpretações sobre a figura de Jesus na academia não implica necessariamente uma tentativa de substituir o retrato dos Evangelhos. Em vez disso, reflete a complexidade do assunto e a variedade de abordagens históricas aplicadas pelos estudiosos.
- Metodologias Históricas: Embora os historiadores trabalhem com diferentes perspectivas e metodologias, muitos adotam uma abordagem crítica e científica para estudar o Jesus histórico. Isso envolve a análise de múltiplas fontes históricas, incluindo os Evangelhos, e a aplicação de métodos rigorosos para determinar a autenticidade e a confiabilidade das informações.
- Não Substituição, mas Compreensão: O objetivo da pesquisa histórica não é substituir o Jesus dos Evangelhos, mas sim compreender melhor quem foi Jesus de Nazaré com base em evidências históricas disponíveis. Isso inclui uma análise cuidadosa dos textos bíblicos, bem como outras fontes contemporâneas e arqueológicas relevantes.
Bart Ehrman (um estudioso ateu e crítico do Cristianismo) escreve:
Descartar os Evangelhos do registro histórico não é justo nem erudito. [72]Nenhuma parte desta literatura foi escrita por estudiosos treinados no Novo Testamento. [73]A visão de que Jesus existiu é sustentada por praticamente todos os especialistas do planeta . [74]
Reflexões sobre a veracidade dos Evangelhos
As evidências históricas e científicas em apoio aos Evangelhos levantam questionamentos sobre sua veracidade. Diversos estudiosos têm se dedicado a avaliar criticamente os Evangelhos, buscando verificar sua autenticidade histórica.
A verificação histórica da ressurreição de Jesus é um dos principais pontos de controvérsia. Enquanto muitos acreditam que a ressurreição é um fato histórico, outros questionam sua ocorrência. A análise das evidências históricas e científicas pode auxiliar nessa reflexão.
Além disso, é fundamental compreender o contexto do judaísmo antigo para uma interpretação adequada dos Evangelhos. Brant Pitre argumenta que as pretensões divinas de Jesus só podem ser compreendidas dentro desse contexto, o que lança uma nova luz sobre sua mensagem e missão.
A relevância das provas históricas e científicas nas discussões sobre os Evangelhos está intrinsecamente ligada à compreensão do cristianismo como um todo. Se as evidências demonstrarem a veracidade dos Evangelhos, isso terá um impacto significativo na forma como entendemos a figura de Jesus e sua mensagem de salvação.
Rabelo alega:
Citou historiadores, historiadores sérios não negam a existência de Jesus, faz esse apelo a autoridade, né, ou seja, porque historiador A, historiador B, historiador C sustenta que existe um Jesus histórico, então é necessário que todos os historiadores acreditem que Jesus existiu, né.
Nunca disse que todos precisam mas o consenso importa sim. Engraçado que ele tenta alegar mas não prova nada nem cita fontes e bibliografias. Não é apelo à autoridade. É constatação. Se estudos sérios levaram a essa conclusão deve-se levar à sério. Já os miticistas e negacionistas da historicidade de Jesus não são levados à sério.
Nesse respeito, o Professor F. F. Bruce faz uma perspicaz observação: “De modo algum deve ter sido tão fácil, como alguns escritores parecem pensar, inventar palavras e atos de Jesus naqueles primeiros anos, quando ainda existiam tantos dos discípulos Dele, que podiam lembrar-se do que havia e do que não havia acontecido. . . . Os discípulos não podiam arriscar-se a cometer inexatidões (sem se falar em deliberadamente manipular os fatos), que seriam imediatamente expostas por aqueles que teriam muito prazer em fazer isso. Ao contrário, um dos pontos fortes da pregação apostólica original é o apelo confiante para o conhecimento dos ouvintes; eles não somente disseram: ‘Somos testemunhas destas coisas’, mas também: ‘Conforme vós mesmos também sabeis’ (Atos 2:22).”
Rabelo alega:
existem três personagens que foram construídos ao longo do tempo, né. O Jesus dos Evangelhos, né, o Jesus da igreja, dos concílios, né, e o Jesus histórico. Mas Mago, por que você diz que esse Jesus foi construído? Porque são perspectivas teológicas, perspectivas históricas, eu não sei se vocês sabem, mas eu vou contar para vocês aí, vocês vão ficar até assombrado.
Só que de onde ele tira essa distinção? Ele inventa. É claro que os historiadores vão avaliar o aspecto da historicidade. Não é obrigação da arqueologia provar fatos sobrenaturais. Mas por estudos teológicos chegamos à conclusão de que a história de Jesus faz sentido.
Essa distinção entre o “Jesus dos Evangelhos”, o “Jesus da igreja” e o “Jesus histórico” é uma simplificação excessiva e não reflete a complexidade do debate acadêmico sobre a historicidade de Jesus. Os estudiosos que se dedicam ao estudo de Jesus historicamente reconhecem que os Evangelhos são fontes importantes, mas também reconhecem que são textos teológicos escritos com um propósito específico dentro de uma comunidade de fé.
No entanto, a metodologia histórica não se limita apenas aos textos religiosos. Historiadores usam uma variedade de fontes e métodos para reconstruir o passado, incluindo documentos não religiosos, registros arqueológicos, evidências epigráficas e muito mais.
Enquanto os Evangelhos fornecem uma perspectiva particular sobre Jesus, historiadores também buscam evidências externas para corroborar ou questionar as narrativas presentes nesses textos. Por exemplo, há referências a Jesus em fontes não-cristãs, como os escritos de Flávio Josefo e Tácito, que oferecem insights sobre a figura de Jesus e o movimento cristão do primeiro século.
Além disso, a análise crítica dos textos evangélicos revela diferenças entre eles, indicando diferentes comunidades e perspectivas teológicas. Essas diferenças podem ajudar os historiadores a discernir elementos históricos dos elementos teológicos ou literários.
Muitos têm encarado Jesus, assim como ele é descrito na Bíblia, como ficção inventada. Mas o historiador Michael Grant observa: “Se aplicamos ao Novo Testamento, conforme devemos, o mesmo critério que devemos aplicar a outros escritos antigos que contêm matéria histórica, não podemos rejeitar a existência de Jesus assim como tampouco podemos rejeitar a existência duma multidão de personagens pagãos, cuja realidade como figuras históricas nunca é questionada.”
Os historiadores submetem os evangelhos à análise crítica, tentando diferenciar, em vez de autenticar, informações confiáveis de possíveis invenções, exageros e alterações. [23] Os estudiosos usam a crítica textual para resolver questões decorrentes de variações textuais entre os numerosos manuscritos que foram descobertos para decidir a redação mais confiável de um texto o mais próximo possível da aparência do “original”. [28] Os estudiosos procuram responder a questões de autoria, data e propósito da composição, e olham para fontes internas e externas para determinar o grau de confiabilidade das tradições do evangelho. [29] A confiabilidade histórica não depende de uma fonte ser inerrante ou vazia de agendas, uma vez que existem fontes que são consideradas geralmente confiáveis, apesar de terem tais características (por exemplo, Josefo). [30]
Ao avaliar a confiabilidade histórica dos Evangelhos, os estudiosos consideram a autoria e a data de composição, [31] a intenção e o gênero, [29] as fontes do evangelho e a tradição oral, [32] [33] a crítica textual, [34] e a autenticidade histórica de específicos. ditos e acontecimentos narrativos. [31]
Falsa dicotomia:
A afirmação cria uma falsa dicotomia entre o Jesus dos Evangelhos e o Jesus histórico, como se fossem figuras totalmente distintas e irreconciliáveis. Na realidade, a investigação histórica busca compreender a figura de Jesus de forma abrangente, considerando tanto as fontes religiosas (Evangelhos) quanto as fontes históricas seculares.
Importância da tradição:
A tradição teológica e a fé das comunidades cristãs ao longo dos séculos contribuem para a compreensão do significado de Jesus. A investigação histórica pode dialogar com a tradição, buscando uma compreensão mais profunda da figura de Jesus e seu impacto na história e na fé.
Historicidade e fé:
A busca pelo Jesus histórico não implica necessariamente a negação da fé ou a substituição do Jesus dos Evangelhos. A fé não se baseia unicamente em fatos históricos, mas também em experiências pessoais, crenças e valores. O Jesus da fé pode coexistir com o Jesus reconstruído pelos historiadores, sem que um necessariamente exclua o outro.
O primeiro problema com o argumento do Homem-Aranha é que é um argumento do espantalho. Ninguém está dizendo: “sabemos que a Bíblia é verdadeira porque Tácito menciona Jesus”. Ou “descobrimos uma sinagoga em Cafarnaum, portanto Jesus operou um milagre ali”.
O que os estudiosos e apologistas cristãos do Novo Testamento estão realmente dizendo é muito mais sutil do que isso. Para começar, não existem apenas alguns fatos que confirmam a exatidão do Novo Testamento. São dezenas e dezenas deles. O historiador Colin Hemer encontra 84 fatos históricos confirmáveis apenas em Atos 13-28 que seriam extremamente difíceis de derivar de outras fontes.
A Ressurreição, em particular, tem evidências particulares que são fora do comum. Mas, por exemplo, se olharmos para os documentos do Novo Testamento, se os examinarmos – e a propósito, algumas grandes mentes fizeram de facto isto. O grande arqueólogo Sir William Ramsey, por exemplo, que era um cético, olhou para Lucas-Atos como um cético, no final do século 19, e disse: “Vou escrever um livro apenas mostrando como essa coisa é. ridículo de uma perspectiva histórica.” E ele acabou se tornando um cristão no processo, e escreveu um livro totalmente diferente que mostrava como Lucas-Atos era o documento mais preciso que ele já tinha visto em todo o seu tempo como arqueólogo profissional que ganhava a vida fazendo essas coisas. Está fora de cogitação. Então, quando você examina o Novo Testamento apenas como um livro, jogaremos a fé pela janela aqui e apenas olharemos para ele como um documento histórico.
Rabelo alega
O Emerson menciona a falácia do Homem-Aranha, que é um erro lógico. Ele alega que os cristãos cometem essa falácia ao apontarem para certos detalhes bíblicos para provar a existência de Jesus. No entanto, ele não aplica o mesmo critério para outras obras da antiguidade. É importante destacar que os evangelhos não são fontes históricas, são fontes teológicas. Os historiadores utilizam a metodologia histórica para analisar a Bíblia como uma literatura do antigo Oriente Próximo, não como palavra de Deus.
Além disso, é equivocado afirmar que a arqueologia prova a existência de Jesus. A arqueologia trabalha com a reconstrução histórica através dos artefatos encontrados, não com a prova de eventos sobrenaturais. Encontrar um objeto mencionado na Bíblia não é prova de que Jesus existiu. São contextos diferentes e abordagens diferentes.
De onde ele tira que não podem ser fontes históricas? Não cita fonte nenhuma.
Sim, pelo menos o Evangelho de Lucas, cujo autor anônimo parece ter aprendido como os historiadores de sua época escreviam seus relatos. Os historiadores tinham muito menos recursos do que temos hoje, mas o historiador bem-sucedido teve de fornecer um relato mais plausível e convincente do que os seus pares que escrevem sobre o mesmo assunto.
Uma maneira de criar uma narrativa confiável era garantir aos leitores que você fez uma pesquisa e que o que se segue é um relato confiável, como faz ‘Lucas’ em seu prólogo (Lucas 1:1-4). Era amplamente aceito que um historiador não poderia ter conhecido ou lembrado as palavras reais ditas por seus súditos, por isso era prática comum atribuir às pessoas as palavras que elas poderiam ter falado naquelas circunstâncias.
Lucas conhecia o valor de colocar seu relato num contexto histórico. Ao referir-se regularmente a pessoas e eventos conhecidos do período do evangelho, Lucas criou um contexto para o seu evangelho. Por exemplo, ele nos conta que o nascimento de João Batista ocorreu na época do rei Herodes da Judéia (Lucas 1:5), o nascimento de Jesus ocorreu durante o censo de Quirino (Lucas 2:1-2) e que João estava batizando no “décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, e Herodes sendo tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da região de Traconites, e Lisânias o tetrarca de Abilene, Anás e Caifás sendo os sumos sacerdotes” (Lucas 3:1–2). Sua genealogia de Jesus é fornecida com tal precisão que parece verossímil.
Datar os evangelhos é muito importante. Se puder ser estabelecido que os evangelhos foram escritos cedo, digamos, antes do ano 70 DC, então teríamos boas razões para acreditar que foram escritos pelos discípulos do próprio Jesus. Se foram escritos pelos discípulos, então sua confiabilidade, autenticidade e precisão serão melhor fundamentadas. Além disso, se tivessem sido escritos cedo, isso significaria que não teria havido tempo suficiente para que o mito se infiltrasse nos relatos dos evangelhos, uma vez que foram as testemunhas oculares da vida de Cristo que os escreveram. Além disso, aqueles que estavam vivos na época dos acontecimentos poderiam ter contrariado os relatos dos evangelhos e, uma vez que não temos escritos contraditórios aos evangelhos, a sua autoria inicial, bem como a autoria apostólica, torna-se ainda mais crítica. Esta, de Matt Slick, é uma das várias ideias.
Destruição do templo em 70 d.C. , Lucas e Atos
Nenhum dos evangelhos menciona a destruição do templo judaico em 70 DC. Isso é significativo porque Jesus profetizou sua destruição quando disse: “Quanto a estas coisas que vocês estão olhando, virão dias em que não restará ninguém. pedra sobre outra que não será derrubada” (Lucas 21:6, ver também Mateus 24:1; Marcos 13:1). Esta profecia foi cumprida em 70 DC, quando os romanos saquearam Jerusalém e queimaram o Templo. O ouro do Templo derreteu entre as paredes de pedra e os romanos desmontaram as paredes, pedra por pedra, para obter o ouro derretido. Um cumprimento tão óbvio da profecia de Jesus muito provavelmente teria sido registrado pelos escritores dos evangelhos se eles tivessem sido escritos depois de 70 DC. Além disso, se os evangelhos fossem invenções de eventos míticos, então qualquer coisa para reforçar as reivindicações messiânicas – como a destruição de o templo como Jesus profetizou – certamente teria sido incluído. Mas não foi incluído sugerindo que os evangelhos (pelo menos Mateus, Marcos e Lucas) foram escritos antes de 70 d.C.
Rabelo alega
A arqueologia tem como objetivo mostrar como era a relação social, econômica, política e religiosa no primeiro século na Palestina. Ela traz informações sobre as condições de vida da época, mas não prova eventos sobrenaturais. É por isso que a arqueologia não é usada para provar Jesus, mas sim para entender o contexto histórico em que ele viveu.
É importante ressaltar que existem diferenças entre os quadrinhos do Homem-Aranha e a Bíblia. Os Evangelhos são gibis teológicos, escritos com a finalidade de catequizar os cristãos. Eles possuem diferentes perspectivas e formas literárias, mas são ficcionais. Por outro lado, os quadrinhos do Homem-Aranha foram criados para entreter e transmitir uma mensagem sobre os heróis de guerra.
O que é um ‘gênero’? Ben Witherington explica: “A palavra ‘gênero’ significa um tipo ou tipo literário. Refere-se a uma espécie de pacto entre autor e leitor por meio do qual o autor, por meio de diversos sinais literários, indica ao leitor que tipo de documento está sendo lido e como deve ser utilizado. Os sinais de gênero no texto fornecem ao leitor um guia para a interpretação do texto. Cometer um erro de gênero é cometer um erro de categoria, o que distorce a leitura do documento.” [4]
Quando o ateu tenta comparar uma história em quadrinhos do Homem-Aranha – que é claramente do gênero fantasia no mundo dos quadrinhos – com o Novo Testamento, eles cometem o erro de categoria que Witherington identifica. De uma forma muito real, o ateu dá um tiro na cabeça ao tentar usar o argumento do Homem-Aranha porque são eles que estão cometendo uma falácia lógica (erro de categoria) contra o cristão.
Alguns céticos, porém, tentam argumentar que os Evangelhos não pertencem ao gênero da história e apontam para declarações como as feitas pelo Jesus Seminar, que disse: “Os evangelhos são agora considerados narrativas nas quais a memória de Jesus é embelezado por elementos míticos que expressam a fé da igreja nele e por ficções plausíveis que melhoram a narração da história do evangelho para os ouvintes do primeiro século que conheciam em primeira mão os homens divinos e os operadores de milagres.” [5]
No entanto, tal pensamento foi desacreditado devido ao trabalho de uma série de estudiosos, mais notavelmente Richard Burridge e sua obra What are the Gospels – A Comparison with Greco-Roman Biography . Burridge, reitor do King’s College em Londres, é um classicista que originalmente se propôs a refutar a tese de que os Evangelhos se enquadravam no género da biografia antiga, mas durante a sua investigação, as provas que descobriu levaram-no a inverter a sua opinião.
Se alguém duvida da autoria tradicional dos Evangelhos (que Mateus, João, etc., realmente escreveram os Evangelhos atribuídos a eles), o estudioso bíblico Dr. Brant Pitre mostrou que todos os manuscritos antigos têm os nomes tradicionais que lhes são atribuídos ( O Caso para Jesus , 16). Além disso, não faria sentido deturpar a autoria de pelo menos três desses Evangelhos, uma vez que Mateus era um coletor de impostos desprezado e Marcos e Lucas não eram testemunhas oculares.
1. “Não há relatos contemporâneos ou menções de Jesus. Deveria haver, então claramente nenhum Jesus existiu.”
Este parece ser um bom argumento para muitos, uma vez que as pessoas modernas tendem a deixar para trás muitas provas de que existiram (certidões de nascimento, documentos financeiros, registos escolares) e pessoas modernas proeminentes têm as suas vidas documentadas pelos meios de comunicação quase diariamente. Portanto, parece suspeito para as pessoas que não existam registros contemporâneos detalhando ou mesmo mencionando Jesus.
Mas as nossas fontes para qualquer pessoa no mundo antigo são escassas e raramente são contemporâneas – são geralmente escritas décadas ou mesmo séculos depois do facto. Pior ainda, quanto mais obscura e humilde for a origem da pessoa, menor será a probabilidade de haver qualquer documentação sobre ela ou mesmo uma referência fugaz a ela.
Por exemplo, poucas pessoas no mundo antigo eram tão proeminentes, influentes, significativas e famosas como o general cartaginês Aníbal. Ele esteve perto de esmagar a República Romana, foi um dos maiores generais de todos os tempos e foi famoso em todo o mundo antigo durante séculos após sua morte até hoje. No entanto, quantas menções contemporâneas a Aníbal temos? Zero. Não temos nenhum. Então, se alguém tão famoso e significativo como Aníbal não tem referências contemporâneas sobreviventes a ele nas nossas fontes, faz realmente sentido basear um argumento sobre a existência ou inexistência de um pregador camponês galileu na falta de referências contemporâneas a ele? É evidente que não.
Portanto, a ideia de que o “Jesus histórico” é uma construção inventada não reflete adequadamente a complexidade do processo histórico de investigação e interpretação das evidências disponíveis. Em vez disso, os estudiosos procuram abordar a questão da historicidade de Jesus com uma análise cuidadosa e crítica das fontes disponíveis, levando em consideração uma ampla gama de evidências e perspectivas acadêmicas.
Muitos cristãos aceitam a existência de um Jesus histórico porque nunca pensaram em questionar a ideia em primeiro lugar ou porque estão convencidos de que os evangelhos podem ser lidos como (mais ou menos) relatos históricos e, portanto, não precisam duvidar seriamente disso. apontar. Mas por que a esmagadora maioria dos estudiosos não-cristãos também aceita que ele existiu?
A total falta de evidências de um “cristianismo mítico”
Essencialmente, é porque é a explicação mais parcimoniosa das evidências que temos. O Cristianismo primitivo, em todas as suas formas, e os críticos do Cristianismo primitivo não concordam em praticamente nada sobre Jesus, excepto numa coisa – que ele existiu como uma pessoa histórica no início do primeiro século. Se realmente houve uma forma original de Cristianismo que não acreditava nisso, como exigem todas as versões da ideia do “Mito de Jesus”, então não faz sentido que não haja nenhum vestígio disso. Tal ideia seria uma bênção para os vários ramos gnósticos do Cristianismo, que enfatizavam os seus aspectos espirituais/místicos e o viam como um emissário de um mundo puramente espiritual para nos ajudar a escapar da dimensão física. Um Jesus totalmente a-histórico e puramente místico teria servido perfeitamente aos seus propósitos. No entanto, nunca ensinaram tal Jesus – sempre o retratam como um professor histórico do primeiro século, mas argumentam que ele era “puro espírito” e só tinha a “ilusão da carne”. Por que? Porque eles não podiam negar que ele existiu como uma pessoa histórica e que não havia nenhuma tradição anterior do “Jesus mítico” em que pudessem se basear.
Da mesma forma, a memória de um cristianismo anterior e original que não acreditava num Jesus histórico teria sido um argumento matador para muitos críticos judeus e pagãos do cristianismo. Os míticos de Jesus afirmam que este Jesus mítico do cristianismo sobreviveu até o segundo ou mesmo terceiro século. Temos respostas cristãs ortodoxas às críticas feitas por judeus e pagãos daquele período, por Justino Mártir, Orígenes e Minúcio Félix. Eles tentam confrontar e responder aos argumentos que os seus críticos fazem sobre Jesus – que ele era um tolo, um mágico, um filho bastardo de um soldado romano, uma fraude, etc. – mas nenhuma destas obras apologéticas menciona sequer uma sugestão de que alguém alguma vez alegou que ele nunca existiu. Se existiu todo um ramo do Cristianismo que afirmava exatamente isso, por que isso passou totalmente despercebido por esses críticos? É evidente que não existia tal proto-cristianismo anterior de “Jesus mítico” – é uma criação dos modernos activistas míticos de Jesus para sustentar a sua teoria.
Se, no entanto, não existiu um Jesus histórico, então é muito difícil explicar por que uma cidade insignificante como Nazaré aparece na história. Se Jesus fosse uma figura puramente mítica e as histórias de sua vida evoluíssem a partir de expectativas sobre o Messias, então ele seria de Belém, como era esperado como Messias. Então, por que Nazaré, um pequeno lugar sem significado religioso, está na história? E por que todo o esforço para fazer Jesus nascer em Belém, mas manter Nazaré na narrativa? A única explicação razoável é que Nazaré é o elemento histórico nestes relatos – está na história porque é de onde ele veio. Um Jesus histórico explica a evidência muito melhor do que qualquer alternativa “mítica”.
No fundo, acredito que o que impulsiona o uso da falácia do Homem-Aranha é a mesma coisa que está no cerne da visão de mundo ateísta: a recusa em reconhecer a possibilidade do sobrenatural. Por causa de seus pressupostos naturalistas, os ateus pensam da seguinte forma: “O Homem-Aranha é retratado como tendo poderes sobre-humanos. Jesus também. Ter habilidades sobrenaturais é impossível. Então, como o Homem-Aranha é fictício, Jesus também é.”
Rabelo alega
Em conclusão, é preciso ter cuidado ao utilizar argumentos históricos e arqueológicos para provar a existência de Jesus. Os evangelhos são fontes teológicas, não históricas. A arqueologia é uma ciência que busca reconstruir o passado, mas não prova eventos sobrenaturais. É importante entender que o Jesus histórico busca substituir o Jesus dos Evangelhos, mas não possui a mesma relevância teológica.
Praticamente todos os estudiosos da antiguidade concordam que Jesus de Nazaré existiu na Judéia do século I (agora Israel e nas terras vizinhas), [7] [8] [9] [10] mas os estudiosos divergem sobre a historicidade de episódios específicos descritos nos relatos bíblicos de Jesus. [11] Os únicos dois eventos sujeitos a “consentimento quase universal” são que Jesus foi batizado por João Batista e foi crucificado por ordem do prefeito romano Pôncio Pilatos . [12] [13] [14] Não há consenso acadêmico sobre outros elementos da vida de Jesus, incluindo os dois relatos da Natividade de Jesus , os eventos milagrosos como a ressurreição e certos detalhes sobre a crucificação. [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22]
Como exemplo da natureza incerta da moderna crítica bíblica, considere as seguintes observações feitas por Raymond E. Brown a respeito do Evangelho de João: “No fim do século passado e nos primeiros anos deste século, a erudição passou por um período de extremo cepticismo a respeito desse Evangelho. João foi datado muito tarde, até mesmo como da segunda metade do 2.º século. Pensava-se que, como produto do mundo helenístico, estava totalmente desprovido de valor histórico e tinha pouca relação com a Palestina de Jesus de Nazaré . . .
“Não há nem um único de tais postulados que não tenha sido afetado por uma série de inesperadas descobertas arqueológicas, documentárias e textuais. Estas descobertas nos levaram a questionar de modo inteligente os conceitos críticos que quase se tornaram ortodoxos e a reconhecer quão frágil era a base em que se apoiava a análise altamente céptica de João. . . .
“A datação do Evangelho foi recuada, para o fim do 1.º século, ou mesmo antes. . . . Talvez o mais estranho de tudo isso seja que alguns eruditos até mesmo se atrevem mais uma vez a sugerir que João, filho de Zebedeu, talvez tivesse mesmo algo que ver com o Evangelho”!3
Por que deve parecer estranho crer que João escreveu o livro que tradicionalmente lhe é atribuído? Só porque não se enquadra nas ideias preconcebidas dos críticos.
Fontes
- Livros:
- “O Jesus Histórico” de Gerd Lüdemann
- “Em Busca do Jesus Histórico” de John P. Meier
- “A Historicidade de Jesus: Uma Investigação Crítica” de Bart Ehrman
- CASEY, Maurício. Jesus: evidências e argumentos ou mitos míticos? Londres: Bloomsbury Academic, 2014.
- Ehrman, Bart D. Jesus Existiu?: O Argumento Histórico para Jesus de Nazaré . Nova York: HarperOne, 2012.
- Evans, Craig. O Jesus Histórico: Conceitos Críticos em Estudos Religiosos . Volume 4. Londres: Routledge, Taylor & Francis Group. 2004.
- Van Voorst, Robert. Jesus fora do Novo Testamento: Uma Introdução às Evidências Antigas . Grand Rapids, Michigan; Cambridge, Reino Unido: William B. Eerdmans Publishing Company. 2000.
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