A desonestidade e mau caratismo dos autores do infame blog esquerdista e cético de quinta categoria, o Blog do Mensalão, soa pior que ridículo. Desta feita, o autor Gilmar Santos tenta, no postApologistas cristãos mentem sobre o Dr. Avalos novamente, replicar a um autor do Logos, Carlos Spitzweg, sobre a publicação Refutando Hector Avalos e sua interpretação de Lc. 14,26. Vamos desta feita responder as alegações do Gilmar Santos neste post. Suas citações estão entre citações e nossas respostas após. Lembrando que vamos fazer uma crítica mais detalhada do livro “The End Of Biblical Studies” do Hector Avalos depois, enquanto neste post vamos mais nos concentrar sobre as respostas do Gilmar ao Logos.
Contrariando o consenso apologético, Avalos monta um caso cumulativo em favor da tese de que não há nenhuma base textual, linguística, semântica, gramatical ou moral para rejeitarmos uma interpretação literal em favor da interpretação comparativa das palavras de Jesus registradas no versículo 26 do capítulo 14 do Evangelho de Lucas.
Essa alegação é esdrúxula e incompetente, para dizer o menos. É o autor do blog, junto com Avalos, quem deve demonstrar seu ponto. O autor, alegadamente acadêmico, parece não saber o que são hebraísmos (figuras de linguagem hebraicas, como o nosso “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, proverbial para exemplificar a insistência de algo). Ao contrário da alegação de Gilmar e Avalos, há sobejas evidências que corroboram nosso ponto. Na Bíblia, “odiar” pode se referir a amar menos uma pessoa ou um objeto do que outro. (Gên. 29,30-31) Os cristãos devem “odiar” seus familiares no sentido de que devem amá-los menos do que amam a Jesus. — Mat. 10,37. É óbvio que Jesus não queria dizer que seus seguidores deviam literalmente odiar os familiares, visto que ordenou que se devia amar até mesmo os inimigos. (Mateus 5,44) Antes, Jesus queria dizer que seus seguidores tinham de amar seus familiares menos do que amavam a Deus. (Note Mateus 6,24.) Em harmonia com este entendimento, a Bíblia diz que Jacó ‘odiava’ Léia e amava Raquel, o que queria dizer que ele não amava Léia tanto quanto amava a irmã dela, Raquel. (Gênesis 29,30-32) Jesus disse que devíamos odiar, ou amar menos do que a Deus, até mesmo a nossa própria “alma”!
O autor do Mensalão é tão desonesto que alega que “não há nenhuma base moral”. Ora, como demonstramos, o caso de Lc. 14, 26, se fosse tomado literalmente como Avalos quer, iria de encontro a toda filosofia e moralidade de Jesus, além de todo AT e NT, dado que o Mandamento ordena se “honrar pai e mãe” (Ex. 20, 12). O que diria Avalos aqui? Onde mais Jesus insta a se ir contra o Mandamento? Só pode ser por um completo absurdo e disparate mental se tomar as alegações de Avalos e desse Mensalão à sério.
A aplicação do primeiro procedimento revela que em nenhuma de suas outras ocorrências na Bíblia o vocábulo grego ‘miseo’ possui este significado comparativo. Antes, seu significado como o exato oposto de amor, a ausência de qualquer amor acompanhada até mesmo de hostilidade para com seu objeto é inequívoco nas passagens abaixo:
Então a mulher de Sansão implorou-lhe aos prantos: “Você me odeia! Você não me ama! Você deu ao meu povo um enigma, mas não me contou a resposta!” Juízes 14:16
Odiai o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo. Talvez o Senhor Deus dos Exércitos tenha piedade do remanescente de José. Amós 5:15
Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Lucas 16:13-14
Gilmar falha de forma catastrófica ao tentar usar esses casos contra nossa interpretação comparativa e do hebraísmo. Todos esses exemplos estão longe de ser claros em realmente indicar ódio literal. O caso de Amós 5,15, por exemplo, se refere a odiar o mal, e se aproxima mais ao que Avalos quer, mas sua tentativa de comparar Jesus a um líder fanático aqui falhacomo um anacronismo; pois ele aparentemente lê “amor” e “ódio” em termos de apego emocional moderno ao invés da prática de analisar um fato histórico em seu devido lugar. Péssimo para um alegado estudioso. Nós não precisamos de abordar a questão de usar o paralelo em Mateus. 10,37 (que reformula a declaração de Jesus de uma forma menos hiperbólica, como uma das prioridades) como um argumento, mas vamos mesmo assim. Avalos diz que Mateus não pode ser usado para interpretar Lucas porque “não se pode presumir que os leitores de Lucas tinham lido Mateus no momento em que Lucas foi escrito.”
O problema é que Avalos não explica por quê isso faz diferença. É um consentimento quase universal que o próprio Lucas tinha lido Mateus e usou-o como uma fonte, de modo que pouco importa o que qualquer leitor poderia pensar depois – incluindo leitores como Avalos, cuja mentalidade fundamentalista leva a afirmações como que a palavra grega para “odiar” “não varia e não é sujeita a tanta flexibilidade como outras palavras podem ser”.
Os Quadros Verbais do Novo Testamento, do erudito em grego A. T. Robertson declara, sobre Lc. 14, 26:
‘Não odiar (uo misei). Um velho e muito forte verbo ‘miseo’, odiar, detestar. Os orientais usam uma forte linguagem onde os espíritos mais frios falariam de preferência ou indiferença. Mas, mesmo assim Jesus não aqui significa que se deve odiar o pai ou a mãe da necessidade, ou como tal, pois Mt 15,4 prova o contrário. É só onde o elemento de escolha vem em (cf. Mt 6,24 ), como às vezes acontece, quando o pai ou a mãe se opõe a Cristo. Então, não se deve hesitar. A linguagem aqui é mais acentuada do que colocar em Mt 10,37. O termo ‘uo’ aqui se funde com o verbo ‘misei’ nesta cláusula condicional da primeira classe determinada como cumprida. É a linguagem de contraste exagerado, é verdade, mas não deve ser diluída até o ponto está desaparecido. Ao mencionar “e mulher” Jesus realmente fez um comentário sobre a desculpa dada no verso n º 20 (eu me casei com uma mulher e por isso eu não sou capaz).
Note também que Jesus disse que o discípulo deve odiar “até mesmo a sua própria alma”, ou vida. Também aqui o que ele quer dizer é que o verdadeiro discípulo deve amá-Lo até mesmo mais do que ama a sua própria vida. Jesus frisa assim que tornar-se discípulo seu é uma séria responsabilidade. Não é algo para assumir sem cuidadosa reflexão. Avalos quer fazer Jesus parecer ser um psicopata quando na verdade é ele mesmo, junto com esse autor do blog do Mensalão, quem se revela extremamente desonesto e fraudulento.
É triste que alguém como Avalos, que possui credenciais acadêmicas, é patentemente sem educação sobre coisas como orientação dramática.