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REFUTAÇÃO AO ANTÔNIO MIRANDA: CRENTE PASSANDO VERGONHA

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Mais uma vez o Antonio Miranda vem com suas bobagens pseudo-históricas e palpitaria alegando bobagens contra a Bíblia que só iludem incaultos.

Desta feita tentou responder ao vídeo do Lucas Banzoli onde este responde a um vídeo do Miranda.

Vamos analisar e refutar ponto por ponto do vídeo do Miranda. Basicamente, as alegações do Miranda, que não são levadas à sério por nenhum acadêmico, são:

1 – Que Paulo escreveu seus escritos depois dos evangelhos;
2 – Que o termo “fracasso” (ou diminuição) em Rm. 11,12 fala da destruição do templo;
3 – Que o termo “a ira de Deus caiu sobre eles” em ITs. 2,16 se refere à destruição do templo.

Tudo isso para alegar, sem base alguma, a datação dos evangelhos pós 70 e até mesmo séc. II. Nem mesmo os liberais cometem tantos absurdos. Logicamente, Antonio é um simplista que só engana público desinformado.

3:20: Vamos analisar o texto em questão no original:

Aqui está uma versão interlinear de Romanos 11:12, apresentando o texto grego ao lado de uma tradução direta para o português:


Texto Interlinear – Romanos 11:12

Grego (Texto Receptus)TransliteraçãoPortuguês
εἰ δὲ τὸ παράπτωμα αὐτῶνei de to paraptōma autōnE se a queda deles
πλοῦτος κόσμου,ploutos kosmou,[é] riqueza para o mundo,
καὶ ἡττημα αὐτῶνkai hēttēma autōne a diminuição deles
πλοῦτος ἐθνῶν,ploutos ethnōn,[é] riqueza para os gentios,
πόσῳ μᾶλλον τὸ πλήρωμα αὐτῶν.posō mallon to plērōma autōn.quanto mais [será] a plenitude deles!

Explicação da Tradução

τὸ πλήρωμα (to plērōma): “Plenitude”, usado para indicar um estado de completude ou restauração futura de Israel.

τὸ παράπτωμα (to paraptōma): Traduzido como “queda” ou “transgressão”, refere-se ao desvio ou falha de Israel.

ἡττημα (hēttēma): Traduzido como “diminuição”, “derrota” ou “perda”. O termo tem uma conotação de redução ou estado inferior, dependendo do contexto.
Margem, Decadência. Perda (ἥττημα). Esta palavra significa diminuição, defeito, aquilo que está ausente ou faltando. Daí também julgamento, condenação. Aqui, significa a degradação deles; a retirada de seus privilégios especiais; o seu afastamento. Ela se opõe a “sua plenitude.”

A perda deles (para htthma autwn). Então, talvez em #1Co 6:7, mas em #Is 31:8 a ideia é a derrota. Talvez sim aqui.

Is. 31:8 Então, a Assíria cairá pela espada, não de homem; a espada, não de homem, a devorará; fugirá diante da espada, e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados.

πλοῦτος κόσμου (ploutos kosmou): Literalmente “riqueza do mundo”, indicando o benefício para o mundo derivado da queda de Israel.

πλοῦτος ἐθνῶν (ploutos ethnōn): “Riqueza das nações”, referindo-se à bênção estendida aos gentios.

Um termo bíblico nunca se traduz ou analisa separadamente de seu contexto. Antonio inventa uma narrativa fantasiosa para enganar os incaultos que não existe. Apesar de que o termo “hetema” possa ser traduzido como “derrota”, nenhum tradutor sério colocaria aqui pois distorceria o significado.

Exemplo (o termo ήττημα)provém da raiz (ηττάω)que significa (diminuição,fracasso,ser feito inferior,tornar menos,e também derrota) porém o termo derrota nada tem haver com guerra Civil defendida pelo Burrinho do Miranda,pois palavras de campo semântico variado sempre é definida pelo contexto da oração,e (Romanos 11) por completo está tratando sobre a dicotomia da queda e desobediência dos judeus e a Ascenção e inclusão dos gentios ao plano salvifico…. é necessário muito malabarismo para isolar uma palavra e dar um sentido aleatório a Ela visando deturpar o assunto tratado em todo o texto

1. Análise do Termo Héttema

A palavra grega héttema (ἥττημα) é derivada do verbo hēttaomai (ἡττάομαι), que significa “ser diminuído” ou “sofrer perda”. Esse termo tem um campo semântico mais amplo do que apenas “derrota”. Pode significar “diminuição”, “falta” ou “perda”, dependendo do contexto. Em Romanos 11:12, o termo é comumente traduzido como “falta” ou “perda” porque se refere à rejeição temporária de Israel e suas implicações espirituais, não a uma derrota militar ou política.

Exemplo de traduções:

  • Almeida Revista e Atualizada: “Se a sua transgressão é riqueza para o mundo e a sua diminuição, riqueza para os gentios…”
  • King James Version: “Now if the fall of them be the riches of the world, and the diminishing of them the riches of the Gentiles…”

Essas traduções refletem o uso contextual de héttema como “diminuição” ou “perda”, e não “derrota”.

2. O Contexto de Romanos 11

Romanos 11 discute o plano redentivo de Deus para Israel e os gentios. O foco não é em “derrotas” ou eventos militares, mas na rejeição temporária de Israel como povo escolhido para abrir caminho para a salvação dos gentios. O uso de héttema neste contexto refere-se à “perda espiritual” ou “redução de privilégios” de Israel, enquanto os gentios recebem as bênçãos da salvação.

Traduzir héttema como “derrota” seria uma má interpretação do contexto, já que Paulo está abordando questões espirituais e teológicas, não militares ou políticas.

No contexto de Romanos 11:12, a palavra é usada metaforicamente para descrever a situação de Israel. Muitos tradutores optam por “diminuição” porque o texto não está falando de uma derrota militar, mas de uma perda espiritual ou afastamento parcial de Israel em relação ao plano de Deus. No entanto, “derrota” também pode ser válida, pois transmite o aspecto de fracasso ou perda que

Gr. h’tt’ma, “perda”, “derrota”, “fracasso”. Esta palavra só aparece mais uma vez no NT, em 1Co 6:7, onde foi traduzida como “culpa” (ESV) e “culpa grave” (VM). Também aparece apenas uma vez em Isaías 31:8, LXX, onde significa claramente “derrota”. Este é o significado que Paulo dá aqui. A incredulidade dos judeus não foi apenas um passo em falso e uma transgressão, mas também a sua derrota, e por causa disso eles foram rejeitados como nação escolhida e não encontraram o que procuravam. Contudo, existem vários comentaristas que entendem que h’tt’ma se refere à “diminuição” (KJV) de Israel, argumentando que esta interpretação é uma antítese mais precisa da “restauração completa” no final do versículo. Israel sofreu ao rejeitar temporariamente o Messias.

Em síntese, ambas as traduções têm justificativa, mas “diminuição” tende a capturar melhor o tom do texto, que fala de uma perda que resulta em benefício para os gentios e, eventualmente, será revertida para “plenitude”. Se você quiser enfatizar um tom mais dramático, “derrota” pode ser usada, mas requer explicação adicional para evitar mal-entendidos.

Aos 4:51 Antonio alega que em ICo 6,7 traz derrota, mas de acordo com sua interpretação distorcida e eisegese.

Antonio Miranda está se referindo ao termo grego ἥττημα (hēttēma), que aparece em 1 Coríntios 6:7 e em Romanos 11:12. No entanto, ele faz uma interpretação que pode ser refutada quando analisamos os contextos e o significado preciso da palavra nos dois textos.

Vamos desmontar a alegação dele com base na exegese, no contexto e no uso léxico.


1. O Contexto de 1 Coríntios 6:7

Texto Grego:
Ἥδη μὲν οὖν ὅλως ἥττημα ὑμῖν ἐστὶν ὅτι κρίματα ἔχετε μεθ’ ἑαυτῶν.

Tradução literal:
“Já, pois, é completamente uma derrota para vocês que tenham demandas uns contra os outros.”

O termo ἥττημα (hēttēma) aqui é traduzido como “derrota”, no sentido de perda moral ou falha espiritual. Paulo está criticando os cristãos de Corinto por processarem uns aos outros em tribunais pagãos, dizendo que isso é uma vergonha e um fracasso para o testemunho cristão. O foco está na diminuição espiritual causada pela falta de unidade.


2. O Contexto de Romanos 11:12

Texto Grego:
Εἰ δὲ τὸ παράπτωμα αὐτῶν πλοῦτος κόσμου καὶ τὸ ἥττημα αὐτῶν πλοῦτος ἐθνῶν, πόσῳ μᾶλλον τὸ πλήρωμα αὐτῶν.

Tradução literal:
“E se a transgressão deles é riqueza para o mundo, e a diminuição deles é riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!”

Aqui, ἥττημα (hēttēma) é traduzido como “diminuição”, referindo-se à perda de privilégios de Israel (como povo escolhido) ao rejeitar o Messias. Essa perda abriu o caminho para a inclusão dos gentios no plano da salvação. O termo não implica uma derrota no sentido absoluto, mas sim uma redução ou degradação.


3. Diferenças Claras Entre os Dois Contextos

Embora a palavra seja a mesma, o sentido varia de acordo com o contexto:

  • Em 1 Coríntios 6:7, “derrota” refere-se a uma perda moral ou espiritual entre os cristãos.
  • Em Romanos 11:12, “diminuição” descreve o declínio da posição de Israel no plano redentor de Deus, mas com a perspectiva de uma futura restauração.

Portanto, usar 1 Coríntios 6:7 para sustentar que Romanos 11:12 deve ser traduzido como “derrota” é um equívoco hermenêutico, pois desconsidera os diferentes contextos e nuances.

Gr. hétt’ma, “derrota”, “fracasso”. O comportamento dos cristãos coríntios foi uma derrota para eles. As diferenças pessoais são muitas vezes causadas pela velha natureza carnal que deveria ter sido crucificada com Cristo quando o pecador foi convertido (ver Gálatas 2:20; Gálatas 3:27). Esses impulsos devem ser reprimidos imediatamente. Infelizmente, muitas vezes não são eliminados imediatamente, mas podem transformar-se em ressentimentos, orgulho ferido e num desejo profano de vingança. A relação com Deus é interrompida e a alma distancia-se Daquele que é a sua fonte de paz. Quando os cristãos entram em disputas entre si, mostram que perderam a tolerância mútua, a paciência e o amor que são os motivos orientadores dos corações dos verdadeiros seguidores do Mestre. A oração de Cristo pela unidade perfeita entre seus seguidores (João 17:11, João 17:21-23) claramente os proíbe de permitir que seus sentimentos egoístas se tornem brigas que exijam uma solução no tribunal.

3. Diferenças Claras Entre os Dois Contextos

Embora a palavra seja a mesma, o sentido varia de acordo com o contexto:

  • Em 1 Coríntios 6:7, “derrota” refere-se a uma perda moral ou espiritual entre os cristãos.
  • Em Romanos 11:12, “diminuição” descreve o declínio da posição de Israel no plano redentor de Deus, mas com a perspectiva de uma futura restauração.

Portanto, usar 1 Coríntios 6:7 para sustentar que Romanos 11:12 deve ser traduzido como “derrota” é um equívoco hermenêutico, pois desconsidera os diferentes contextos e nuances.

4. Uso Léxico de ἥττημα

De acordo com léxicos respeitados como o BDAG e o Thayer’s, ἥττημα pode significar:

  • Perda, falha, derrota, no sentido de redução ou diminuição (1 Coríntios 6:7).
  • Diminuição ou redução, especialmente em um contexto mais abstrato, como em Romanos 11:12.

Assim, a tradução de “diminuição” em Romanos 11:12 é apropriada, porque Paulo está contrastando a diminuição de Israel com a futura plenitude que virá com sua restauração.

Refutação Final

  • Erro de Contexto: Antonio Miranda ignora que o sentido de uma palavra no grego depende do contexto. O uso de ἥττημα em 1 Coríntios 6:7 não determina o seu significado em Romanos 11:12.
  • Tradução Adequada: A maioria das traduções (como NVI, ARA, ARC e outras) opta por “diminuição” ou “perda” em Romanos 11:12, o que reflete melhor o contexto teológico.
  • Futuro Prometido: Romanos 11:12 aponta para a restauração de Israel, o que é incompatível com a ideia de uma “derrota” definitiva.

Portanto, a tentativa de Antonio Miranda de forçar o sentido de “derrota” em Romanos 11:12 é falaciosa e não se sustenta diante de uma análise lexical e contextual cuidadosa.

Derrota aqui é a destruição do templo?

Antonio distorce e força o texto para o que não é. Não está falando nada de derrota militar aqui mas no campo espiritual e moral. Seus seguidores, que são lobotomizados para acreditar em qualquer bobagem aceitam.
A alegação de Antônio Miranda, que conecta a derrota dos judeus em 70 d.C. com a rejeição do Reino de Deus e sua entrega à Igreja, apresenta vários problemas exegéticos e teológicos. Em Mateus 21:43, onde Jesus afirma que o Reino seria tirado e dado a outra “nação”, o contexto deixa claro que Ele se refere à liderança religiosa judaica incrédula, que falhou em reconhecer o Messias, e não ao povo de Israel como um todo. Essa “nação” mencionada não é uma entidade política ou geográfica, mas sim o novo povo de Deus, composto por judeus e gentios que creem em Jesus, conforme descrito em 1 Pedro 2:9. A Igreja, como o corpo de Cristo, não substitui Israel, mas incorpora todos os que se tornam participantes da Nova Aliança.

Além disso, a destruição do Templo em 70 d.C., embora seja um evento importante, não esgota o significado do Reino de Deus, que é de natureza espiritual e se manifesta progressivamente até sua plenitude no retorno de Cristo (Lucas 17:20-21). A rejeição dos líderes religiosos de Israel não implica na rejeição total do povo judeu por Deus, como Paulo deixa claro em Romanos 11:25-26, onde ele afirma que “todo o Israel será salvo” após a plenitude dos gentios. Isso demonstra que Deus não abandonou Israel definitivamente, mas que o plano redentor inclui tanto judeus quanto gentios.

Por fim, a interpretação de Miranda de que a “nação estrangeira” é uma referência a um evento político ou militar não se sustenta à luz do contexto dos Evangelhos. O Reino de Deus foi anunciado e iniciado por Jesus e é estendido a todos os que produzem os frutos do Reino, independentemente de nacionalidade (Mateus 21:43). Portanto, a Igreja não é uma substituta política de Israel, mas a continuação do povo de Deus em uma nova fase do plano redentor, onde judeus e gentios são unidos pela fé em Cristo. A destruição do Templo em 70 d.C. é um marco histórico, mas não o ponto culminante ou definitivo da manifestação do Reino.

ITs 2,16

Aqui Antonio Miranda tenta alegar que o “a ira de Deus caiu sobre eles” aqui é a destruição do templo em 70. Mas será que é verdade? O termo grego traduzido como “caiu” em 1 Tessalonicenses 2:16 é ἔφθασεν (ephthasen), derivado do verbo φθάνω (phthanō). Esse verbo tem o significado primário de “chegar”, “alcançar” ou “vir sobre”, dependendo do contexto. No texto em questão, a frase completa refere-se ao juízo de Deus que “caiu” (ou “alcançou”) sobre aqueles que se opõem à pregação do Evangelho.

Texto grego: ἔφθασεν δὲ ἐπ’ αὐτοὺς ἡ ὀργὴ εἰς τέλος.
Transliteração: ephthasen de ep’ autois hē orgē eis telos.
Tradução: E chegou sobre eles a ira até o fim.

Engraçado que o Antonio zomba de Lucas por estar analisando o texto em português “cair” mas não analisa o texto em grego. Ele não fala que não foi escrito em português pretérito perfeito mas em grego.
Antonio, como bom sofista e enganador que é não fala isso.

Análise Linguística de ἔφθασεν

  1. Forma Gramatical:
    • ἔφθασεν está no aoristo indicativo ativo, terceira pessoa do singular.
    • O aoristo em grego geralmente indTexctoica uma ação pontual, completa ou concluída no passado, mas sem especificar duração ou repetição.
  2. Traduções Comuns:
    • “Caiu” ou “veio sobre” são traduções válidas, dependendo do contexto. Em muitas traduções bíblicas, o termo é entendido como uma ação já realizada ou como algo certo e inevitável, enfatizando a certeza do juízo de Deus

Contexto de 1 Tessalonicenses 2:16

O versículo trata da rejeição do Evangelho por certos grupos e do julgamento divino sobre eles. A tradução para “a ira de Deus caiu sobre eles” reflete a compreensão de que o juízo de Deus já havia começado a se manifestar (possivelmente na destruição de Jerusalém em 70 d.C. ou em juízos espirituais). No entanto, o uso do aoristo também pode apontar para a certeza e inevitabilidade desse juízo no plano de Deus, mesmo que sua plenitude esteja no futuro.

A consumação da ira de Deus sobre o povo escolhido ainda era futura (70 d.C.); mas Paulo previu a viagem que os judeus fariam e, portanto, falou com certeza sobre o fim para o qual eles se apressavam. De acordo com a profecia do AT (ver com. Dn 9:24) e a de nosso Senhor (Mt 23:37-39; Mt 24:15-20), bem como pela iluminação do Espírito Santo, o apóstolo pôde ver a ira de Deus já caindo sobre a nação impenitente. Jerusalém ainda não estava destruída, mas a proteção de Deus havia sido retirada. Logo a cidade seria “pisada”, os judeus seriam dispersos e a profecia do Senhor seria cumprida (ver com. de Lucas 19:43-44; Lucas 21:24).

Refutando Antônio Miranda

  1. O Uso do Aoristo Não Implica Necessariamente “Pretérito Perfeito” em Português: Antônio Miranda está equivocado ao afirmar que o verbo implica apenas um evento passado e encerrado (pretérito perfeito). O aoristo no grego não funciona como o pretérito perfeito do português, que indica um passado concluído e com impacto até o presente. O aoristo apenas descreve a ação como completa ou pontual, sem detalhar nuances temporais.
  2. Juízo Divino Como Um Processo e Não Apenas Um Evento Passado: O uso de ἔφθασεν em 1 Tessalonicenses 2:16 reflete tanto o início do juízo de Deus quanto sua continuidade. Muitos estudiosos interpretam que Paulo aponta para o início das consequências divinas que já eram perceptíveis, mas que também seriam consumadas no futuro (como a destruição de Jerusalém).
  3. Paralelos no Novo Testamento: O verbo φθάνω aparece em outros contextos no Novo Testamento, e seu significado varia com base no contexto:
    • Filipenses 3:16: “Chegamos a este ponto” (elphamen no sentido de alcançar algo).
    • Mateus 12:28: “Se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, então o Reino de Deus chegou a vós” (efthasen). Aqui, o aoristo indica algo que aconteceu e também continua a ter implicações presentes.
  4. Traduções e Comentários: A maioria das traduções reflete o verbo como “caiu” ou “veio sobre” porque captura bem o significado de ephthasen no contexto de julgamento. Portanto, é desonesto forçar a ideia de que o verbo só poderia ser lido como algo exclusivamente pretérito.

Análise de A.T. Robertson

Em sua obra “Word Pictures in the New Testament”, A.T. Robertson explica o uso do verbo φθάνω (phthanō) em 1 Tessalonicenses 2:16 como algo que enfatiza o “alcançar” ou “chegar a um ponto”. Ele argumenta que o uso do aoristo aqui não está restrito a um evento passado, mas aponta para o fato de que a ira de Deus já começou a se manifestar. Robertson escreve:

“The aorist tense here does not mean the wrath is completed but that it has come, begun to be realized, a foretaste of the judgment to come.”
(“O aoristo aqui não significa que a ira está completa, mas que ela chegou, começou a ser realizada, um prenúncio do julgamento vindouro.”)

Ou seja, ἔφθασεν não implica que a ira de Deus tenha sido totalmente derramada e finalizada, mas que ela começou a se manifestar, um ponto alinhado com o contexto de Paulo.

Aos 12:29 Antonio nega a interpretação de Lucas mas faz uma interpretação absurda, alegando que o “caiu” aqui significa que Paulo estava escrevendo pós-70, ignorando todo o contexto e interpretação correta do texto. Ele faz eisegese.

O comentário de A. T. Robertson diz:

Primeiro aoristo (aoristo atemporal) indicativo ativo de fyanw que não significa mais vir antes como em #1Ts 4:15 onde está sozinho no N.T. mantém a velha ideia de vir antes. Alguns MSS. já temos o efyaken ativo perfeito, o perfeito profético de realização. Frame traduz: ‘Mas a ira finalmente caiu sobre eles.’ Este é o significado mais provável de eiv telov. Paulo prevê e prediz vividamente o resultado final desta atitude de ódio por parte dos judeus. Tristis exitus, como Bengel chama. Paulo fala de uma experiência triste.

Isso não pode significar que a ira de Deus tenha sido realmente derramada sobre eles no grau extremo mencionado, ou que eles tenham experimentado todas as expressões do descontentamento divino, pois esta epístola foi escrita antes da destruição de sua cidade e templo, (veja a introdução;) mas que o cálice de sua iniqüidade estava cheio; que foram, de fato, abandonados por Deus; que eles eram objetos, mesmo então, de seu desagrado, e que sua destruição era tão certa que poderia ser considerada um fato indubitável. Pode-se dizer que a “ira de Deus” caiu sobre um homem quando ele o abandonou, mesmo que ainda não haja quaisquer expressões externas de sua indignação. Não é o castigo que constitui a ira de Deus. Essa é a mera expressão externa da indignação Divina; e a ira de Deus pode, de fato, ter caído sobre um homem quando ainda não há sinais externos dela. A derrubada de Jerusalém e do templo foram apenas expressões externas do descontentamento divino com sua conduta. Paulo, inspirado a falar dos sentimentos de Deus, descreve essa ira como já existindo na mente divina; Comp. #Romanos 1:18.

Aos 13:58 Antonio tenta negar a interpretação de Lucas mas alega que se refere à Segunda Vinda. Só que não. O uso do artigo “a” indica uma manifestação particular do desagrado divino, da sua “ira” (ver com. de Mt 3:7; Rm 1:18).
Sobre o significado de “ira” (org’), ver adiante. Romanos 2:8; cf. com. Romanos 1:18. O Evangelho liberta da ira vindoura (Romanos 5:9). Aqueles que acreditam em sua mensagem e aceitam suas estipulações recebem a vida eterna, e a ira de Deus não permanece mais sobre eles (ver com. de João 3:36; João 5:24; 1 João 3:14). 239 O uso do artigo “o” indica uma manifestação particular do desagrado divino, da sua “ira” (ver com. de Mt 3:7; Rm 1:18).
(ihsoun ton ruomenon hmav ek thv orghv thv ercomenhv). É o histórico, crucificado, ressuscitado e ascendido Jesus Cristo, o Filho de Deus, que liberta da ira vindoura. Ele é o nosso Salvador (#Mt 1:21) fiel ao seu nome Jesus. Ele é nosso Salvador (#Ro 11:26, o ruomenov, de #Is 59:20). É uma linguagem escatológica, esta ira vindoura de Deus pelo pecado (1Tessalonicenses 2:16; Romanos 3:5; 5:9; 9:22; 13:5). Foi a alusão de Paulo ao dia do julgamento, tendo Jesus como Juiz, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, que fez os atenienses zombarem e abandoná-lo (#At 17:31). Mas Paulo não mudou a sua crença nem a sua pregação por causa da conduta dos atenienses. Ele está certo de que a ira de Deus, no devido tempo, punirá o pecado. Certamente esta é uma lição necessária para os nossos dias. Estava chegando naquela época e está chegando agora.

Antonio não entende nada de escatologia bíblica. Aqui, o contexto imediato fala sobre a esperança na segunda vinda de Cristo, mas a ira mencionada no versículo está relacionada à “ira que está por vir” (ὀργῆς τῆς ἐρχομένης). A ira que Paulo menciona refere-se ao julgamento futuro, que ocorrerá no momento da segunda vinda de Cristo, quando a justiça de Deus será manifestada e aqueles que rejeitaram a salvação serão julgados.

No entanto, o versículo não sugere que a “ira” seja a própria segunda vinda, mas sim um elemento que ocorrerá durante essa vinda. Em outras palavras, a segunda vinda de Cristo traz consigo a libertação dos crentes da ira vindoura (do juízo), conforme expressa o versículo.

O apóstolo Paulo, ao falar sobre a ira de Deus, está se referindo ao juízo divino sobre os ímpios no futuro, algo que se encontra em consonância com outros textos neotestamentários, como em 2 Tessalonicenses 1:7-10, onde é claro que o juízo ocorrerá quando Cristo retornar.

Aos 16:22 Antonio fala de vários eruditos que dizem que isso se refere ao ano 70 mas não dá nenhuma evidência disso além de seu palpite. A maioria dos comentaristas sérios data Atos antes do ano 70.

Aos 23:00 O comentário apresentado reflete um tom acusatório e desrespeitoso, utilizando termos como “burro” e “coitado” para desqualificar uma posição, mas carece de uma análise substancial e rigorosa do texto bíblico ou dos argumentos teológicos em questão. Vamos abordar esse tema de forma respeitosa e teologicamente embasada, contrapondo as alegações.

Primeiramente, a afirmação de que Paulo estaria usando o juízo sobre os judeus (provavelmente a destruição de Jerusalém em 70 d.C.) como exemplo para alertar os cristãos sobre a ira futura exige uma análise contextual das cartas paulinas e do próprio texto de 1 Tessalonicenses. O argumento de que Paulo teria citado especificamente a destruição de Jerusalém como um evento passado usado para exemplificar um juízo futuro não encontra respaldo claro no texto bíblico. Em 1 Tessalonicenses 2:16, a menção da ira que “chegou” ou “veio” sobre eles é frequentemente entendida por comentaristas como uma referência à contínua rejeição dos judeus incrédulos e ao consequente juízo divino, que pode incluir eventos históricos (como a destruição de Jerusalém), mas não está limitada a isso.

O uso do verbo grego ἔφθασεν (éfasen, “chegou”) no contexto não implica necessariamente uma ação completada em um evento histórico único. Como já explorado anteriormente, o verbo pode denotar a chegada de algo que já se manifestou e continua se manifestando, ou até mesmo algo iminente, dependendo do contexto. O tom de Paulo aqui é escatológico e punitivo, mas não aponta especificamente para 70 d.C. como um exemplo direto, e sim para o juízo divino como um todo.

Além disso, Paulo frequentemente usa a linguagem da ira de Deus em suas epístolas de maneira ampla e teológica, não restrita a um único evento histórico. Por exemplo, em Romanos 1:18, ele fala sobre a ira de Deus sendo revelada contra toda impiedade e injustiça. Isso sugere que Paulo não está preso a um único acontecimento histórico como paradigma da ira divina, mas trata da rejeição contínua de Deus pelos homens como algo que atrai Seu juízo.

Por fim, o tom pejorativo do comentário não contribui para uma análise exegética séria e acaba desviando o foco do texto em si. A interpretação das Escrituras exige um espírito de humildade e respeito pelos diferentes pontos de vista, além de uma análise cuidadosa das línguas originais, contexto histórico e teológico, e das tradições interpretativas. A crítica apresentada falha em oferecer esse tipo de análise e, ao invés disso, recorre a ataques pessoais, o que diminui a força de seus argumentos e desrespeita o princípio básico de um debate teológico saudável.

Aos 25:00 Antonio nem mesmo tenta examinar o livro do Wesley. A alegação de que os Evangelhos foram escritos exclusivamente após 70 d.C. devido às referências à destruição do Templo ignora a possibilidade de profecia genuína, algo aceito dentro de uma visão teológica cristã. Em Lucas 21:5-6, Jesus profetiza a destruição do Templo. Para aqueles que aceitam a autenticidade das palavras de Jesus, não há necessidade de postular que essa seção foi escrita após o evento. Muitos estudiosos conservadores datam o Evangelho de Lucas entre 60 e 65 d.C., com base em evidências internas, como:

Atos dos Apóstolos: Atos, a sequência de Lucas, termina abruptamente com Paulo em prisão domiciliar, sem mencionar sua morte ou a destruição do Templo. Isso sugere que foi escrito antes desses eventos, indicando uma data para Lucas na década de 60 ou até antes

Ausência da destruição de Jerusalém: Se Lucas estivesse escrevendo após 70 d.C., seria lógico incluir o cumprimento dessa profecia, especialmente dada sua atenção aos detalhes históricos.

2. Lucas na Década de 40

A datação de Lucas na década de 40 não é amplamente defendida, mas é possível considerar que materiais ou tradições usadas por Lucas poderiam remontar a essa época. Lucas 1:1-4 indica que ele utilizou fontes anteriores, compilando narrativas já existentes. Isso não significa que ele escreveu o Evangelho inteiro na década de 40, mas que tradições e relatos poderiam estar em circulação.

3. Paulo Usando os Evangelhos

A alegação de que Paulo usa os Evangelhos como fonte é debatida. Embora haja paralelos entre as cartas paulinas e os Evangelhos, isso pode ser explicado por:

  • Tradições orais: Antes de serem escritos, os ensinamentos de Jesus circulavam amplamente em forma oral. Paulo poderia ter se baseado nessas tradições.
  • Inspiração compartilhada: Paulo e os autores dos Evangelhos estavam alinhados teologicamente, mas não há evidência conclusiva de que Paulo tivesse cópias escritas dos Evangelhos.
  • Evidências cronológicas: As cartas de Paulo (escritas entre 50 e 65 d.C.) precedem amplamente os Evangelhos, com exceção possível de Marcos, que muitos situam entre 50 e 60 d.C.

4. Contra a Alegação de “Lavagem Cerebral”

A crítica de que apenas “crentes” ou “teólogos cristãos” defendem datas anteriores para os Evangelhos é infundada. Vários acadêmicos, incluindo historiadores e linguistas não religiosos, reconhecem a plausibilidade de datas anteriores com base em evidências textuais e históricas. Além disso, a datação dos manuscritos existentes no segundo século não prova que os textos originais foram escritos nesse período, mas apenas que os manuscritos sobreviventes são dessa época.

Conclusão

A tentativa de vincular a redação dos Evangelhos exclusivamente a eventos pós-70 d.C. carece de evidências conclusivas e ignora argumentos baseados em contexto histórico, textual e arqueológico. A visão conservadora de uma datação anterior, embora não majoritária na academia secular, é defendida com argumentos válidos e merece respeito no debate teológico e histórico. A discussão deve ser conduzida com rigor acadêmico, sem recorrer a ataques pessoais ou generalizações depreciativas.


Conclusão

A alegação de Antônio Miranda de que ἔφθασεν deve ser lido apenas como um evento passado está incorreta. O uso do aoristo no grego de 1 Tessalonicenses 2:16 não é equivalente ao pretérito perfeito em português e pode refletir tanto uma ação passada quanto sua certeza ou inevitabilidade. O contexto da passagem, o uso do verbo no Novo Testamento e a tradição interpretativa confirmam que “a ira de Deus caiu sobre eles” é uma tradução válida e teologicamente coerente

Quem Escreveu Lucas-Atos?

A autoria dos livros bíblicos de Lucas e Atos tem sido objeto de debate acadêmico. Alguns estudiosos, como Bart Ehrman, argumentam que os evangelhos foram escritos anonimamente e somente mais tarde atribuídos a autores que provavelmente não os escreveram. Contudo, será que essa visão está correta? Há evidências significativas que apoiam Lucas como o autor desses livros.

Testemunho da Igreja Primitiva

Os primeiros escritores cristãos acreditavam que Lucas era o autor de Lucas-Atos. Líderes como Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes afirmaram explicitamente que Lucas escreveu esses textos. Irineu, por exemplo, mencionou que Lucas, companheiro de Paulo, registrou o evangelho que Paulo pregava.

Citações e Alusões nos Escritos Cristãos Primitivos

Outros líderes da igreja primitiva citaram ou aludiram a Lucas-Atos, mostrando que consideravam esses textos autoritativos:

  • Policarpo de Esmirna, em uma carta aos filipenses, fez referência a passagens que correspondem ao Evangelho de Lucas.
  • Inácio de Antioquia aludiu a Lucas 24, referindo-se à natureza física do corpo ressuscitado de Jesus.
  • Justino Mártir mencionou os “Memórias dos Apóstolos”, identificados como os evangelhos, incluindo uma cena de Jesus no Jardim do Getsêmani que corresponde ao relato de Lucas.

Embora nem todos esses líderes atribuíssem explicitamente a autoria a Lucas, suas alusões e citações demonstram conhecimento e respeito por seus escritos.

Evidência Manuscrita e Cânone Bíblico

Lucas-Atos aparece em listas de livros bíblicos aceitos, como o Fragmento Muratoriano, do século II, que inclui ambos os textos e reconhece Lucas como autor. Além disso, Eusébio de Cesareia, historiador da igreja, referiu-se a vários escritores cristãos que afirmaram a autoria de Lucas.

Outro ponto crucial é que nenhum manuscrito antigo do Evangelho de Lucas foi encontrado sem atribuição de autoria a ele. Todos os manuscritos conhecidos, incluindo o Papiro 75, trazem o nome de Lucas.

A Dedicação a Teófilo

Um aspecto único do Evangelho de Lucas é a sua dedicatória a Teófilo, provavelmente um patrono. Segundo o estudioso do Novo Testamento Richard Bauckham, essa dedicatória fortalece a autenticidade do título. É inconcebível que uma obra dedicada a um indivíduo fosse originalmente anônima.

Conclusão

A evidência externa em favor da autoria de Lucas é robusta. O testemunho manuscrito, as citações dos líderes da igreja primitiva, a inclusão de Lucas-Atos em listas de livros aceitos e a dedicatória a Teófilo apontam consistentemente para Lucas, o companheiro de Paulo, como o autor. Essa aceitação generalizada em diferentes partes do Império Romano reforça ainda mais essa posição. Como argumentou Santo Agostinho, os evangelhos devem ser tratados com os mesmos critérios aplicados a obras antigas de autores como Hipócrates e Platão.

Quem escreveu o livro de Atos? A evidência externa, bem como interna, indica Lucas como o escritor. Em Atos, o discípulo Lucas não só se revela como cronista justo e observador, mas também como historiador preciso e bem instruído.

Atos começa com a ascensão de Jesus e termina com o encarceramento de Paulo em Roma. Abrange uns vinte e oito anos, de 33 a 61. Foi provavelmente escrito por volta de 61, porque não faz menção do comparecimento de Paulo perante César, nem da perseguição dos cristãos por Nero, que ocorreu por volta de 64. Visto que Lucas era companheiro de Paulo em Roma (Col. 4:14; 2 Tim. 4:11), é razoável concluir que foi em Roma que Lucas escreveu Atos.

 

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