João Batista era a reencarnação de Elias?

elijahNeste post respondo a uma alegação de um espírita no post sobre a reencarnação e a Bíblia. O autor, chamado João Frazão está em citação e minhas respostas a seguir.

Ao contrário, são os antiespíritas que se utilizam de mentiras e de falsos argumentos para combater o espiritismo, indo contra aquilo que está no livro que dizem ser a palavra de Deus; veja: vocês dizem que João não… é a reencarnação de Elias, enquanto a palavra de Deus diz em Ml 3,23 (nas traduções baseadas na vulgata) e 4,5 (nas baseadas na neo vulgata) que Ele promete que mandará Elias antes da vinda do Messias, e Jesus afirma em Mt 11,14, e confirma em Mt 17,12, que João é Elias; entretanto, ainda há quem diga que João não é Elias reencarnado só por João ter dito que não era Elias.

Não são “antiespíritas” que usam de “mentiras e falsos argumentos” para combater o espiritismo. Este é que está cheio de falácias e lôgros anticristãos. Ml. 4,5 reza: Eis que vos envio Elias, o profeta, antes de chegar o grande e atemorizante dia do Senhor.  O que quer dizer isso?  Malaquias predisse que “Elias, o profeta”, faria essa obra, preparando o coração das pessoas para a chegada do Messias. O próprio Jesus identificou João Batista como esse “Elias”. (Mat. 11,12-14) E Marcos esclareceu que o ministério de João cumpriu as palavras proféticas de Isaías. (Isa. 40,3; Mar. 1,1-4) Jesus não manipulou as circunstâncias para que João fizesse uma obra semelhante à de Elias como seu precursor. A atividade desse predito “Elias” ocorreu em harmonia com a vontade de Deus e foi um meio de identificar o Messias.
Uma designação dada por Deus ajudaria a identificar o Messias. Na sinagoga em Nazaré, a cidade onde havia crescido, Jesus leu e aplicou a si mesmo as seguintes palavras do rolo de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável do Senhor.” Visto que era mesmo o Messias, Jesus podia de direito dizer: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir.” — Luc. 4:16-21.
O ministério público do Messias na Galileia foi predito. Com respeito ‘à terra de Zebulão e à terra de Naftali, Galileia das nações’, Isaías escreveu: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz. Quanto aos que moram na terra de sombra tenebrosa, resplandeceu sobre eles a própria luz.” (Isa. 9,1-2) Jesus iniciou seu ministério na Galileia, morando em Cafarnaum, onde diversos habitantes dos territórios de Zebulão e Naftali se beneficiaram da luz espiritual que ele lhes trouxe. (Mat. 4,12-16) Na Galileia, Jesus proferiu seu surpreendente Sermão do Monte, escolheu seus apóstolos e realizou seu primeiro milagre. Foi provavelmente ali que ele apareceu a cerca de 500 discípulos após sua ressurreição. (Mat. 5,1–7:27; 28,16-20; Mar. 3,13, 14; João 2,8-11; 1 Cor. 15,6) Desse modo, ele cumpriu a profecia de Isaías por pregar ‘na terra de Zebulão e na terra de Naftali’. Naturalmente, Jesus continuou a pregar a mensagem do Reino em outras partes de Israel.

Se assumíssemos que a Bíblia e as Escrituras ensinam a reencarnação, esta iria contra si mesma. A Escritura ensina que “está ordenado que os homens morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9,27). Não há absolutamente nenhuma evidência bíblica para a reencarnação. Às vezes, as pessoas tentam encontrar base bíblica para a reencarnação nas palavras de Cristo a respeito de João Batista. Em Mateus 17,12 Cristo diz: “Eu vos digo: Elias já veio, e eles não o reconheceram.” Mateus acrescenta: “Então os discípulos entenderam que ele lhes falava de João Batista” (Mt 17,13).

Jesus está dizendo que João era a reencarnação de Elias? Não. Aqui está a razão simples. De acordo com 2 Reis 2,9-18, Elias foi levado corporalmente ao céu sem ver a morte. Assim, ele não era um candidato para a reencarnação, porque ele ainda estava em sua encarnação original.

Em Mateus 17,1-8, Moisés e Elias aparecem a Cristo e alguns de seus discípulos na Transfiguração. Isso ocorreu depois que João Batista foi executado por Herodes Antipas. Por que é, então, que Moisés e Elias aparecem a Cristo e seus discípulos, e não Moisés e João Batista?

Assim, em decorrência dessa alegação de que João não é Elias, podemos deduzir que Elias não veio; justo este, que Deus prometeu enviar antes do Messias, para anunciar a vinda deste; desse fato poderemos tirar as seguintes deduções:
a) se João não é Elias, Elias não veio;
b) se Elias não veio, Jesus não é o Messias, pois este teria que ser anunciado por Elias, conforme promessa de Deus, feita através do profeta Malaquias; e
concluir que Jesus não pode ser o Messias, já que Deus prometeu mandar Elias para anunciar a vinda de Jesus como sendo o Messias, e não o mandou.
Por que digo isso? Simplesmente, porque Deus não mente, conforme está escrito na palavra de Deus, em Nm 23,19, que diz: “Deus não é homem para MENTIR, nem alguém para se ARREPENDER. Alguma vez PROMETEU SEM CUMPRIR? Por acaso falou e NÃO EXECUTOU? (caixa alta apenas para destaque)

Elias estava VIVO quando foi arrebatado ao céu e não morto, como vimos. Portanto, não poderia “reincarnar”. Um leitor também fez esta observação interessante, a respeito destes versos:

Oséias 3, 5: Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e temerão ao Senhor e à sua bondade nos últimos dias.

Ezequiel 34, 23-24: E vou suscitar sobre elas um só pastor e ele terá de apascentá-las, sim, meu servo Davi. Ele mesmo as apascentará e ele mesmo se tornará seu pastor. E eu mesmo, o Senhor, me tornarei seu Deus, e meu servo Davi, maioral no meio delas. Eu, o Senhor, é que falei.

Nestas passagens o rei messiânico é chamado de “Davi” – e este é o mesmo sentido em que João, é chamada de “Elias”, em Malaquias 4. João estava ciente de que ele era o Elias por vir previsto em Malaquias e contou aos judeus em João 1 algo no sentido de “Eu não sou Elias no sentido de que vocês pensam sobre isso.”

Aí, em função dessa desculpa (que por ser tão fraca não merece ser chamada de argumento), sempre apresento (aí sim), o argumento de que essa desculpa não merece ser levada em conta, pois, nesse caso, estaremos considerando que Deus nos enganou por ter prometido mandar Elias e mandou outro profeta e Jesus nos mentiu ao dizer que João é a reencarnação de Elias , quando, segundo dizem os antirreencarnacionistas, não é.

Jesus não disse que João era a reencarnação de Elias. Ele disse que veio com o “espírito” (mesma missão) de Elias. Em outras palavras, João, o Batizador, era “Elias” no sentido de que realizava uma obra comparável à de Elias. Teria sido interessante ouvir a resposta de João para a pergunta “Você está aqui, no espírito de Elias?” (um leitor observou que essa distinção em Lucas 1,17: “E ele vai continuar diante do Senhor, no espírito e poder de Elias…”).

E não adianta vir com a alegação de que João veio com a mesma finalidade do profeta Elias, pois Deus menciona, nominalmente, qual o profeta (Elias) que mandaria para anunciar a vinda do Messias. Agora, me responda, por favor, vale mais a palavra de João ou a de Jesus, que também é considerado Deus, pelos que se dizem cristãos?

Como já demonstramos (e o João aqui não conseguiu contra-argumentar) Elias não morreu. Foi arrebatado. E apareceu aos discípulos junto com Moisés e Jesus no Monte Tabor. E isso depois de João Batista ter sido executado. Como os espíritas podem sair dessa? Assim não há nenhuma base bíblica da reencarnação. Uma pessoa que está considerando a reencarnação é enfrentada com uma escolha de acreditar em outras fontes pretensas da verdade religiosa ou acreditar no testemunho bíblico. Aceitar o anterior neste exemplo é rejeitar o último.

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