Estratégia de Marighella para destruir o governo brasileiro

Este breve artigo examina o Minimanual da Guerrilha Urbana, do revolucionário marxista Carlos Marighella  e a estratégia do autor para destruir o governo brasileiro.

Estratégia de Marighella para destruir o governo brasileiro

Tom White

Carlos Marighella foi um revolucionário marxista brasileiro que em sua mais famosa contribuição à literatura de guerrilha escreveu o Minimanual da Guerrilha Urbana, uma espécie de manual de como interromper e derrubar o governo brasileiro. O minimanual de Marighella foi dirigido à ditadura militar que governou o Brasil durante a década de 1960, mas ao contrário de seus muitos contemporâneos terroristas cujas estratégias de guerrilha ocorreram no campo, as estratégias de Marighela foram adaptadas para as cidades. Marighella se baseou em táticas terroristas que pretendiam infligir o máximo de dano ao governo brasileiro. A estratégia de Marighella envolveu o uso calculado de táticas físicas e psicológicas com o propósito expresso de criar uma atmosfera de insegurança e desestabilização dentro do governo brasileiro.

A estratégia de Marighella para destruir o governo brasileiro envolveu o uso combinado de guerra física e psicológica dentro de um ambiente urbano para criar uma atmosfera de insegurança. A parte física da estratégia de Marighella dependia de um grupo de forças de guerrilha bem treinadas e determinadas que se engajavam em incansáveis ​​ataques surpresa. Depois de executar seus ataques, essas forças de guerrilha se fundiam de volta ao ambiente urbano de onde vieram, depois de enfraquecerem “a milícia local e os sistemas de segurança da ditadura”. [1]  Marighella acreditava que essa estratégia terrorista de ataques surpresa forçaria o inimigo a uma postura defensiva por causa do medo sempre presente de que as forças guerrilheiras pudessem atacar em qualquer lugar a qualquer momento. Uma vez estabelecida essa estratégia defensiva, Marghella acreditava militarmente que o inimigo seria menos eficaz, já que não perseguiria mais a guerrilha e, em vez disso, “seria forçado a retirar suas forças repressivas para montar guarda sobre todos os bancos, indústrias, arsenais, quartel militar, prisões, repartições públicas, estações de rádio e televisão … etc. ” [2] A estratégia de Marighella tinha como objetivo manter as forças do governo engarrafadas, permitindo, ao mesmo tempo, maior liberdade de movimento das forças guerrilheiras para infligir maior dano físico.

A estratégia terrorista de Marighella não terminou apenas com as táticas físicas, mas também contou com uma sofisticada campanha psicológica que, combinada com os contínuos assaltos a bancos, emboscadas, deserções, sabotagens e execuções, resultaria em um tipo de guerra psicológica. Para realizar essa tarefa, Marghella defendeu uma estratégia psicológica que explorasse ainda mais a insegurança semeada pelas ações de sua guerrilha, pelo uso deliberado de desinformação, como “plantar rumores, planos falsos e fornecer pistas falsas” [3] o que resultaria na má distribuição das tropas inimigas. A campanha psicológica de Marghella também se baseava no uso efetivo de uma mídia clandestina, que deveria ser usada não apenas para expor a corrupção do inimigo, colocando-a mais na defensiva, mas também teria o benefício adicional de atuar como ferramenta de propaganda. .

Os esforços combinados das estratégias terroristas físicas e psicológicas defendidas por Marghella foram desenhados para não apenas “desmoralizar o governo” [4] , criar fraqueza e um sentimento de insegurança, mas, em última análise, levar à total desestabilização da ditadura brasileira.

Bibliografia

[1] Marighella, Carlos. “Minimanual da Guerrilha Urbana”. Marighella Internet Archive , Última modificação de junho de 1969. http://www.marxists.org/archive/marighella-carlos/1969/06/minianual-urban-guerrilla/index.htm .

[2] Marighella, Minimanual of the Urban Guerrilla 15

[3] Ibid, 24

[4] Ibid, 25

Fonte: https://perspectivesofthepast.com/terrorism-and-insurgency-in-the-contemporary-world/marighellas-strategy-for-destroying-the-brazilian-government/
Tradução: Emerson de Oliveira

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