Maconha: mais prejudicial que o álcool

danger-cannabis-mpiHá aqueles que gostariam de dizer que tais conceitos são extremados e que há gente que fica indevidamente excitada com os efeitos sobre o que talvez seja uma minoria dos que a usam, e não a maioria, especialmente os consumidores moderados. Consideram o uso da maconha num fim de semana ou numa festa como não sendo mais perigoso do que a ingestão de álcool. ‘Ora’, perguntam, ‘devemos ser criticados por usar maconha quando não há nenhum estigma ligado ao uso do álcool?’ Deveras, gostariam de afirmar que os argumentos contra a maconha seriam igualmente válidos contra o consumo de álcool. Será a diferença mínima, ou inexistente?
“Molécula por molécula, o THC é 10.000 vezes mais forte do que o álcool em sua capacidade de produzir uma intoxicação branda”, afirma certo médico em Executive Health (Saúde dos Executivos) de outubro de 1977. ‘Bem’, protestam os defensores desse tóxico, ‘os que usam maconha simplesmente não precisam usar muito desse tóxico para conseguir o mesmo efeito que o beberrão inveterado. Um pouquinho só não faz mal.’ Mas o mesmo médico acrescenta: “São necessárias décadas para que surjam alterações cerebrais irreversíveis no beberrão inveterado. No fumante de maconha, alterações cerebrais irreversíveis podem surgir em questão de três anos.”
Outro ponto: O THC é solúvel na gordura e assim permanece nas áreas adiposas, acumulando-se com o uso contínuo, como temos visto. O álcool, por outro lado, sendo solúvel em água e metabolizado num tempo relativamente curto, é assimilado de forma diferente pelo corpo. Sobre esse assunto, um cientista no Laboratório Donner de Pesquisas Médicas explica: “O álcool é um alimento solúvel em água, e é metabolizado a fim de fornecer energia celular.” [O grifo é nosso.] Os produtos finais, o bióxido de carbono e a água, são fácil e rapidamente eliminados por completo pelo corpo. Assim, é bom observar o ponto de vista de um psicofarmacólogo que disse: “A maconha é um tóxico muito potente, e o maior erro que cometemos é compará-la ao álcool.”

De Quanta Evidência Precisa?
A evidência crescente de que a maconha é perigosa não pode ser posta de lado. Alguém poderia tentar argumentar que conhece bem melhor o seu próprio caso e não vê quaisquer efeitos indesejáveis em sua própria vida, assim, por que deveria preocupar-se com as comunicações sobre danos causados a outros? Mas, se o THC exerce efeitos adversos sobre o cérebro, poderá confiar em sua própria avaliação dos efeitos dele? Certo médico fornece este como um motivo sério para se crer que a maconha seja um tóxico perigosíssimo com que se lida agora: “Seu uso inicial é desorientador. O consumidor fica com a ilusão de se sentir bem; ele não pode sentir a deterioração de seus processos mentais e fisiológicos.” Mas os outros notam.
Num artigo do Star de Toronto, Canadá, intitulado: “Está Enganando a Si Mesmo se Pensa que a Erva É Inócua”, a repórter Joan Sutton cita o Dr. Norman Doorenbos como afirmando sobre a evidência neste sentido: “O mais imediato é que influi no processo de raciocínio. É característico que os fumantes de maconha iniciem uma sentença, daí não consigam terminá-la porque se esquecem do que estavam falando.”
Será que a legalização do uso da cannabis em algumas áreas significa que realmente não há nada a temer? O Procurador-Geral de Ontário, Canadá, Roy McMurtry, disse que alguns obviamente consideram tal ação como sendo um “Selo de Aprovação da Revista ‘Good Housekeeping’”. Em resultado disso, o uso da cannabis aumentou em tais áreas. Mas, em vista da evidência recente sobre o assunto, disse ele: “Deve-se deixar bastante claro diante do público que a preocupação com a possibilidade de danos resultantes da maconha é maior hoje, e não menor.” Soa-lhe isso como se tudo fosse seguro no que diz respeito à maconha?
Considere novamente os efeitos: Redução da capacidade de raciocínio quanto ao tempo e à distância. Efeitos adversos sobre a memória, nível de atenção, modo de pensar lógico. Danos causados ao sistema imunitário, aos pulmões e ao aparelho respiratório. Perigo de prejudicar a quaisquer filhos que possa gerar ou ter. Será esse exatamente o emprego inocente de um relaxante inócuo que tornará a vida mais fácil?
Caso haja pessoas que argumentem que vale a pena correr os riscos para se ter os prazeres conseguidos, lembremo-lhes que todas as sensações de prazer realmente ocorrem no cérebro. Por meio duma série altamente complexa de controles regulados por substâncias químicas, desenvolvem-se as muitas funções maravilhosas do cérebro. Assim, o que se considera agradável, quando provocado por um tóxico, nada mais é realmente senão um distúrbio quimicamente produzido das funções normais do cérebro. Será de admirar, então, que o consumo da maconha se classificou em seguida aos opiáceos, à frente do álcool, como motivo de internamento em clínicas custeadas pelo governo de uns 40.000 pacientes nos Estados Unidos, em 1974?
Não se engane: a maconha é um tóxico. Como tal, semelhante a outros tóxicos, representa real ameaça à sua saúde e à sua vida.

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