Durante muito tempo tentei entender as razões psicológicas que conduzem ao delírio socialista. Foi quando me deparei com um belíssimo estudo norte-americano. Na obra The Liberal Mind: Psychological Causes of Political Madness o psiquiatra americano Lyle Rossiter demonstra que através de uma análise cética pautada na dinâmica social, o pensamento socialista se enquadra no quadro das doenças mentais como um transtorno de personalidade. Nele há uma tendência à neurose, devido à incapacidade do sujeito em lidar com traumas inconscientes. A partir de então, compreendi que o socialismo não é somente um sistema político-econômico destinado ao irredutível fracasso, mas também consiste numa nítida psicopatologia. Não é de se espantar que mesmo refutados no campo da lógica ou diante da clara evidência histórica, que os admiradores do socialismo persistam defendendo tal modelo com veemência, ignorando a realidade. Outros agem de forma mais agressiva, incitando ao ódio entre classes, à espoliação e à ditadura.
Doravante, cabe memorar a definição de transtorno de personalidade: Este tipo de psicopatologia se caracteriza por padrões de interação interpessoais desviantes de um conduta saudável, capaz de comprometer o indivíduo na esfera social e profissional. Na maior parte dos casos, o indivíduo considera os sintomas como normais. Deste modo um diagnóstico preciso somente ocorrerá através de uma observação externa. Rossiter chegara a esta conclusão após notar um padrão comportamental nos socialistas, tanto na esfera individual quanto social. Para ele, há uma negação da responsabilidade e da identidade individuais, em um sentimento de auto piedade, promovendo a dependência à um agente externo (representado por um governo provedor e que assumiria a identidade dos pais). Assim o indivíduo perde a iniciativa, descrê das liberdades individuais dos demais membros da sociedade, racionaliza a violência, abstém-se de obrigações financeiras, nega os direitos de propriedade, justifica o roubo e a invasão da privacidade.
Rossiter analisa este transtorno a partir do desenvolvimento infantil, quando a personalidade é inicialmente socializada pelos pais ou pessoas próximas. Mesmo com a influência de terceiros, os pais preparam as crianças para o futuro, visando que sejam aptas a reagir bem às adversidades de forma dinâmica, independente e competente. Elas passarão de um estado de identificação para diferenciação, formando seus valores e sua personalidade. Sobre tais perspectivas, o homem é individual, mas também indissociável do meio (gregário) e deve responder de forma hábil às pressões destes universos. Quando isto não ocorre de forma saudável, terá problemas para aceitar sua realidade e a realidade que o cerca. Na mente socialista, há nos indivíduos, descrença em seus desejos e ambições particulares e uma fé inabalável em líderes com poderes quase que mágicos, que seriam supostamente capazes e responsáveis por trazer paz e riqueza material. Em sua psique incide o desrespeito à soberania e à liberdade individual; à igualdade diante das leis e desrespeito aos limites necessários para que o governo preserve os direitos naturais.
A análise de Rossiter parte da Teoria Psicossocial de Erik Erikson. Ele classifica 5 déficits comportamentais nos socialistas:
1º Déficit na Confiança Básica: Esta perspectiva se desenvolve nos dois primeiros anos de vida. Neste período, o bebê aprende a ter confiança, através do relacionamento materno. A confiança básica é demonstrada na capacidade de dormir de forma pacífica, alimentar-se confortavelmente e de excretar de forma relaxada. Consequente a esta confiança, o bebê atinge uma realização social, aceitando que a mãe pode ausentar-se, na certeza que ela voltará (conquista da autonomia por volta dos 2 anos de vida). Assim terá contato com adultos, aprendendo a confiar e a depender de outrem, bem como aprende através de suas experiências pautadas na recente autonomia, a confiar em si mesmo. Quando esta fase não ocorre de forma saudável, passa a adorar a mãe, o que se reflete na fase adulta. Neste sentido, socialistas idolatram o Estado como sua mãe ausente. Têm o mundo interno distorcido. A mãe especialmente no primeiro ano de vida, é a responsável por criar o mundo para o bebê. É dela que ele retirará as primeiras impressões de mundo. (Melanie Klein)
2º Déficit na aquisição de Autonomia: Este estágio ocorre a partir dos dois anos de vida, quando a criança aprenderá quais são seus privilégios, obrigações e limitações. Há a necessidade de auto-controle, aceitação de regras e reconhecimento de suas tarefas, desenvolvendo o senso de que a partir desse momento, não é mais um bebê cuidado automaticamente. Tornou-se a partir deste momento, mais um membro da família. Quando esta fase não ocorre de forma saudável a criança age com teimosia. Uma vez que os pais sejam coniventes, se tornará mimada e fará todo tipo de exigência aos pais, agindo sem limites ou obrigações. Perderá a autoconfiança, auto-direção e auto-regularão, limitando sua cooperação com o meio. Torna-se déspota, delinquente e narcísica. Onipotente; e muitos estudos acreditam que alguns casos de homossexualismo advenha desta fase, uma vez que uma falha no processo de tornar-se uma pessoa separada da mãe (o limite dado pelo terceiro – em linguagem psicanalítica), conserva a criança fusionada e dependente dela; não instalando no sujeito a capacidade de se submeter aos muitos limites existenciais. No caso dos socialistas, estes não aceitam as obrigações financeiras, justificam a apropriação indevida e exigem a indulgência do Estado.
3º Déficit na capacidade em ter Iniciativa: Desenvolvida nos quatro primeiros anos de idade, a iniciativa é responsável pela capacidade de assumir funções com propósito. Nesta fase a criança encontra-se mais desenvolvida física e mais organizada psiquicamente. A criança passa a escolher sua diversão, organizar seus brinquedos, escolher as roupas que quer vestir e agir de forma mais independente. Esta fase está intimamente ligada à fantasia infantil e capacidade plástica de criar. Entretanto esta fase também é perigosa, visto que a criança pode usar de meios agressivos e manipulativos para atingir suas metas. Crianças com este déficit tornam-se adultos que assumem um papel infantil e fluido diante de uma figura de poder. Assim são os socialistas em relação ao governo: voltam-se para os que prometem assumir suas responsabilidades em troca da sujeição coletiva.
4º Diligência: Esta fase é responsável pela capacidade de iniciar ações e completá-las fora do ambiente familiar (na escola, por exemplo) e tem como meta desenvolvimento da competência adulta em suas interações econômicas e de socialização. Deste modo a atenção é desviada dos brinquedos para ações mais produtivas (fase de latência, onde a criança se mostra mais concentrada em suas habilidades e se dá conta de seus limites e da importância de sua condição gregária). Neste estágio existe um perigo iminente que se caracteriza pelo sentimento de inferioridade quando julga-se incapaz de executar as tarefas propostas pelos pais e professores. Neste déficit, surge a revolta consigo mesmo, levando a desordens comportamentais, diligência, onipotência ou depressão, mais tarde, poderão ser os transgressores da ordem, usuários de drogas (posto que para aplacar o sentimento insuportável acerca de suas incompetências, precisam criar uma realidade fantasiosa, idealizada e portanto mais palatável para suas existências reais) sabotando a cooperação. O mesmo ocorre com socialistas que visam ignorar suas debilidades através da rebeldia desenfreada e da revolução violenta.
5º Déficit na aquisição de Identidade: Esta fase vai dos 12 aos 20 anos e surge em geral quando o adolescente busca um senso de identidade na construção do self. Todavia, ele está disposto a várias personas e que muitas vezes são contraditórias. Novamente ele passa a se confrontar com os novos desafios, com sua confiança, autonomia, adequação, aceitabilidade, superação, libido, racionalidade e estabilidade emocional. Durante este período ele buscará seu papel no mundo. Todavia, muitas vezes o indivíduo visa fugir desta fase, idealizando um mundo ideal, diante das frustrantes interações reais (quer um retorno ao útero – paraíso). No pensamento socialista ocorre o mesmo: o idealismo de um mundo perfeito e seguro, onde todas as contradições são destruídas, no qual não existem mais motivos para o esforço individual, já que tudo será superado através da utopia.
Referências:
Lyle Rossiter – The Liberal Mind: Psychological Causes of Political Madness
Calvin S. Hall; Lindzey Gardner, John B. Campbell – Teorias da Personalidade
Roland Doron, Françoise Parot – Dicionário de psicologia
Manuela Monteiro, Milice
Christiano Di Paulla.’
(compartilhado de Antonio Carlos Iranlei)
*Com alguns enxertos e portanto um pouco modificado por mim, por acreditar no acréscimo de mais clareza e simplicidade ao texto, para o entendimento daqueles que não são da área psy.
Regina Bornia Romiti
Wendel O. Albuquerque Junior