Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra. (Salmo 137,9).
Os críticos costumam usar este versículo como um ataque sobre a validade da Bíblia, mas a Bíblia ensina que é bom matar as crianças? A resposta, é claro, não. Devemos perguntar o que o salmista estava dizendo e por que ele estava dizendo.
O contexto do Salmo 137 é o cativeiro babilônico. O salmista fala dos captores atormentando o povo de Deus (vv. 1-3), uma promessa para se lembrar Jerusalém (vv. 5-6), e uma maldição contra os captores (vv. 7-9).
O salmista está no exílio e, provavelmente, tinha testemunhado as atrocidades cometidas contra o seu povo, incluindo os bebês. No estilo de vingança que era tão comum na época, ele deseja o mesmo sobre o seu inimigo como uma descrição de sua completa destruição. Em nenhum lugar diz que Deus aprova o pedido do salmista ou que ele cumpriu. Só porque está registrado que o salmista escreveu a imprecação, não significa que ele foi aprovado por Deus.
Vale a pena notar que o Antigo Testamento registra muitas atrocidades. O fato é que Deus permitiu que as pessoas tivessem seus desejos pecaminosos, e ele trabalhou dentro de sua cultura, mesmo quando ele faz agora quando permite que todos os tipos de coisas ruins aconteçam. No entanto, Deus introduziu o que é chamado de Lei Apodítica (Êxodo 21,24): olho por olho e dente por dente. A Lei Apodítica foi instituída para evitar o aumento da vingança de sangue – uma prática onde a vingança escalaria fora de controle entre as duas partes. Uma vez que os corações dos mortos são tão maus e um ambiente e cultura hostil produzida dificuldades de sobrevivência, Deus providenciou algumas opções para combater a sua propensão para o mal. Ele pode passar por cima do seu livre arbítrio e forçar todos a obedecê-lo, ou ele poderia eliminá-los todos (ele já havia feito isso com o dilúvio de Noé), ou ele poderia trabalhar dentro da situação. No caso deste salmo e seu contexto cativeiro babilônico, Deus escolheu trabalhar com as pessoas e, através delas, em vez de violar a liberdade que lhes dera, forçá-las a agir de uma forma que ele instrui. Por isso, o salmista está expressando sua maldição contra a Babilônia – uma resposta natural ao que seu povo já sofreu.
Além disso, os críticos precisam fornecer um padrão moral aceitável e objetivo pelo qual eles podem criticar a moralidade bíblica. Uma coisa que reclamar. Outra é oferecer uma justificativa para a validade da denúncia. Com que direito e por qual padrão ético objetivo os críticos oferecem a condenação moral contra a moral bíblica? Esta é uma questão séria que se não for atendida pelos críticos, torna as queixas dos críticos discutíveis. Afinal, você deve primeiro ter um padrão contra o qual medir o bem e o mal; e sem um padrão, nenhuma queixa pode ser legitimamente oferecida.
[N. do T.: Meu amigo Adriano Reis complementou esta resposta com esta:]
Fonte: https://carm.org/bible-difficulties/job-song-solomon/why-does-psalmist-speak-about-killing-children
Tradução: Emerson de Oliveira