O mito de que a religião é a causa nº 1 das guerras
Ateístas e humanistas seculares repetidamente fazem a alegação de que a religião é a causa #1 da violência e das guerras ao longo da história da humanidade. Um dos animadores de torcida mais famosos do “malteísmo”, Sam Harris, diz no livro O Fim da Fé que a fé e a religião são “as fontes mais abundantes de violência da nossa história”.
Embora não haja negação alguma de que campanhas como as Cruzadas e a Guerra dos Trinta Anos repousam em uma ideologia religiosa, é simplesmente incorreto alegar que a religião é a principal causa das guerras. Aliás, embora também não haja discordância de que o islamismo radical foi o espírito por trás do 11 de setembro, é uma falácia dizer que todas as fés contribuíram igualmente onde a violência motivada pela religião e a guerra estão envolvidas.
Uma fonte de verdade interessante nessa questão é a Enciclopédia da Guerra, obra de três volumes de Philip e Axelrod, que narra 1’763 guerras que foram travadas no curso da história humana. Dessas guerras, os autores classificam 123 como religiosas por natureza, o que da uma porcentagem incrivelmente baixa de 6,98% de todas as guerras. De qualquer forma, se você subtrair as guerras que foram travadas no nome do Islamismo (66), a porcentagem é cortada a mais do que a metade para 3,23%.
Isso significa que todas as fés combinadas – subtraindo o Islamismo – causaram menos do que 4% de todos os conflitos violentos e todas as guerras da humanidade. Adicionalmente, elas não tinham função motivadora nas guerras que resultaram em mais mortes da história.
Isso meio que coloca uma lacuna séria na alegação de Harris, né?
A verdade é que motivações não-religiosas e filosofias naturalistas carregam a culpa de quase todas as guerras da humanidade. As vidas tiradas nos conflitos religiosos somem na comparação com aquelas tiradas nos regimes que queriam distância da ideia de Deus – o que é demonstrado nas obras Políticas Letais e Matança do Governo, de R. J. Rummel.
Vidas tiradas sob ditaduras não-religiosas: Joseph Stalin – 42’672’000, Mao Zedong – 37’828’000, Adolf Hitler – 20’946’000, Chiang Kai-shek – 10’214’000, Vladimir Lenin – 4’017’000, Hideki Tojo – 3’990’000, Pol Pot – 2’397’000.
Rummel diz: “Quase 170 milhões de homens, mulheres e crianças foram chumbadas, espancadas, torturadas, esfaqueadas, queimadas, deixadas à míngua, congeladas, esmagadas ou trabalharam até a morte; queimadas vivas, afogadas, enforcadas, bombardeadas ou mortas de inúmeras formas nas quais os governos infligiam a morte na população desarmada, desamparada e abandonada. As mortes podem chegar a 360 milhões de pessoas. É como se a nossa espécie fosse devastada por uma Praga Negra moderna. E de fato ela foi, mas por uma praga de poder e não de germes.”
Se a religião não pode ser culpada pela maioria da violência e das guerras, então qual foi a principal causa? A mesma coisa que provoca todo crime, toda crueldade, toda vida tirada e outras coisas. Jesus deu uma resposta muito clara: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7:21-23)
Tiago concorda com Cristo (claro) quando ele diz: “De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras.” (Tiago 4:1-2)
No fim das contas, a evidência mostra que os ateístas estão muito errados sobre as guerras que eles dizem desprezar. O pecado é a causa #1 da violência e da guerra, não a religião e certamente não o Cristianismo.
* Does religion cause war?
Fonte: http://www.blogos.org/compellingtruth/does-religion-cause-war.html
* Traduzido por Alfredo Barbosa.