É, isso mesmo que você leu. Pesquisadores de Stanford, uma das mais importantes universidades do mundo, descobriram que pessoas que se sentem “pouco atraentes” são mais propensas a apoiar movimentos contra a desigualdade social.
A professora Margaret Neale e o doutorando Peter Belmi, responsáveis pela pesquisa, pediram aos seus alunos para autoavaliarem suas capacidades de atração física. Depois disso, os alunos foram convidados a assistirem um vídeo curto sobre o Occupy – aquele movimento que surgiu em 2011, em protesto contra a desigualdade econômica nos Estados Unidos.
Resultado: a percepção da própria beleza física possui um efeito maior sobre a nossa mentalidade do que se suspeitava. Perguntados se doariam um bilhete de loteria de $50 para o movimento, aqueles que se viram menos atraentes foram duas vezes mais propensos a doarem. Os pesquisadores chegaram à conclusão que os alunos com auto-confiança sobre a sua aparência se viam como parte de uma classe social de elite e eram menos propensos a doarem a causas de desigualdade social.
A série de cinco estudos realizados por Neale e Belmi, com participantes que incluíam homens e mulheres, tem importantes implicações para estudos sobre a desigualdade. Se você acredita que é atraente, tende a pensar que pertence a uma classe social mais elevada e acredita, portanto, que as hierarquias são uma forma legítima de organização de pessoas e grupos. A pesquisa também mostra que sentir-se feio ou bonito no fim importa mais à percepção de sua posição social do que sentir-se bondoso ou egoísta. Dois estudos testaram se a auto-percepção de outras duas características – empatia e integridade – fazia diferença na forma como as pessoas viam sua classe social. A resposta foi negativa.
Essa é a primeira pesquisa a estabelecer uma conexão explícita entre a percepção de sua própria beleza física e classe social, e suas atitudes em relação à desigualdade. Você a confere clicando nesse link.