Uma técnica maliciosa, com nível razoável de perspicácia, só que por outro lado muito facilmente refutável.
A grande malícia por trás dessa técnica é que o neo-ateu utilizando-a irá se disfarçar de “amigo” ou alguém que está do lado dos religiosos. E, em cima disso, sarcasticamente, começará a ofender.
Já vi casos em que alguns religiosos aceitaram por completo as ofensas disfarçadas, somente pelo fato do neo-ateu ter fingido a amizade e compreensão, atitude que é PARTE da técnica. [N.E. – Não estou dizendo que todas as iniciativas de amizade de neo-ateus são falsas, apenas quando essas iniciativas estão incorporadas como parte dessa técnica]
Parece que os seres humanos possuem empatia com outros seres humanos que os compreendem. Isso é quase um senso comum.
Por isso, quando um neo-ateu ofende ao mesmo tempo em que finge “compreensão” e “amizade”, por essa empatia é capaz de que um teísta caia no logro, e entre em uma armadilha da qual não mais sairá.
Geralmente é praticada com o auxílio de outra técnica, a “Leitura Mental”.
Um exemplo da técnica é quando um neo-ateu afirma o seguinte: “Eu respeito bastante a religião, pois sei que ela é necessária para a nossa sociedade. Entendo, por exemplo, que muitas pessoas precisam de muletas, pois são incapazes de encarar o mundo como ele é. Por isso, a religião é importante”.
Notaram que o começo em que se fala de respeito à religião é apenas o fingimento de uma compreensão para depois, sarcasticamente, embutir ofensas?
Refutação:
Como o suporte para essa técnica vem todo da técnica de “Leitura Mental”, a refutação é a mesma.
(1) Segue um exemplo:
- NEO-ATEU: Eu sou diferente de meus outros amigos ateus mais radicais. Eu acho que a religião é importante.
- REFUTADOR: Ah, interessante. No que você vê que a religião é importante?
- NEO-ATEU: Quase todas as pessoas possuem medo da morte. Para aliviar esse medo da morte, precisam de algo em que acreditar.
- REFUTADOR: Tem como provar isso? Você conseguiu ler a mente deles?
(2) Mais um exemplo:
- NEO-ATEU: Ao contrário da moda anti-religião, eu venho dizer aqui que compreendo a religião, e acho-a importante.
- REFUTADOR: Ah, que bom. Pode me dizer como?
- NEO-ATEU: Nem todas as pessoas são fortes para viver em liberdade, portanto precisam da prisão mental que está na religião.
- REFUTADOR: Engraçado, pois sou religioso, e não há nada disso de “prisão mental” em minha religião.
- NEO-ATEU: Há sim, você precisa acreditar, portanto está preso.
- REFUTADOR: Não, não preciso. Tem como provar que eu “preciso” acreditar? Pelo que sei, acreditar é uma opção minha, pelo livre arbítrio…
Conclusão:
Como se vê nos dois exemplos, a refutação é quase automática. Não é preciso sequer um estudo filosófico básico para refutar.