Não costumo dar muita atenção a ataques bíblicos simplistas vindos de neo-ateus (leia-se ATEA) mas essa me pareceu boa pra responder pois é mais um subterfúgio ateísta (não estou dizendo que todo ateu usa desses “argumentos”) pra tentar detratar e distorcer a visão teísta. O post original está aqui e a imagem no post é para aqueles que não tem como estar nesse grupo.
Leiamos o texto base;
Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores, pois não há autoridade exceto por Deus; as autoridades existentes acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas.
O post cético alega que todos os ditadores, então, vieram autorizados por Deus e devem ser respeitados porque a Bíblia assim o diz. Essa é nova. Vamos analisar?
Por terem rejeitado a supervisão de Deus, os humanos tiveram de criar as suas próprias formas de governo. Escrevendo a concrentes em Roma, o apóstolo Paulo referiu-se a tais governos humanos como “autoridades superiores”. Nos dias de Paulo, as autoridades superiores eram principalmente o governo romano do Imperador Nero, que dominou de 54 a 68. Paulo disse que tais autoridades superiores “acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas”. (Leia Romanos 13:1, 2.) Significa isso que Paulo considerava o governo humano superior ao modo de Deus governar? De modo algum. Ele estava apenas dizendo que, enquanto Deus permite a existência de governos humanos, os cristãos devem respeitar “o arranjo de Deus” e aceitar tais governantes.
As autoridades seculares “acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas” no sentido de que governam com a permissão de Deus e, em alguns casos, seu domínio foi predito por ele. Isso é evidenciado pelo que a Bíblia predisse sobre vários governantes. Pense no contexto das palavras de Paulo. Em Romanos 13,1, ele escreveu: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores, pois não há autoridade exceto por Deus; as autoridades existentes acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas.” Quando os governantes de Israel eram tementes a Deus era fácil encarar o apoio financeiro dado à nação como dever cívico e religioso. Mas será que os cristãos tinham uma obrigação similar, visto que seus governantes eram descrentes e adoradores de ídolos? Tinham, sim! As palavras de Paulo mostram que Deus concedeu aos governantes a “autoridade” para governar.
Os governos cumprem um papel importante em manter a ordem, permitindo assim que os cristãos se empenhem em suas diversas atividades espirituais. (Mateus 24,14; Hebreus 10,24-25) Por isso Paulo disse o seguinte a respeito das autoridades governamentais: “É ministro de Deus para ti, para teu bem”. (Romanos 13,4) Ele mesmo se valeu da proteção oferecida pelo Estado. Por exemplo, quando foi atacado por uma turba, soldados romanos o salvaram. Em outra ocasião, ele apelou para o sistema judicial romano a fim de poder continuar seu serviço missionário. — Atos 22,22-29; 25,11-12.
Leiamos o contexto de Rm. 13. As autoridades constituídas por Deus são “ministro de Deus”, “servidores públicos de Deus”, por prestar serviços necessários, manter a lei e a ordem, e punir malfeitores. (Romanos 13:1, 4, 6). Hitler, Stalin e esses sujeitos na foto que o ateísta tenta usar de forma descarada e pútrida para colocar a culpa no teísmo e salvar seus próprios fracassos ateístas de um governo sem Deus nunca governaram de acordo com os princípios bíblicos. Sua autoridade foi colocada por Deus mas agiram por conta própria e de uma forma totalmente descontrolada e desvairada. Deus nunca sancionou tais atitudes. O ateísta retira o versículo de seu contexto imediato para construir uma falácia de non sequitur, de forma altamente desonesta e descarada. Rm. 13, 6 não sanciona as autoridades em todas as suas ações e sim quando estão de acordo com os princípios da ética e da boa governabilidade.
O autor ateísta distorce de forma tão desonesta Rm. 13,6 que é de rir. Paulo falava no contexto de pagamento de impostos. Leiamos o contexto imediato: 5 Há, portanto, uma razão compulsiva para que estejais em sujeição, não somente por causa desse furor, mas também por causa da [vossa] consciência. 6 Pois é também por isso que pagais impostos; porque eles são servidores públicos de Deus, servindo constantemente com este mesmo objetivo. 7 Rendei a todos o que lhes é devido, a quem [exigir] imposto, o imposto; a quem [exigir] tributo, o tributo; a quem [exigir] temor, tal temor; a quem [exigir] honra, tal honra. Onde aí se diz que Deus endossa as ações tirânicas e déspotas de um governante que abusa de sua autoridade? Só pra rir.
Ainda assim, o governo humano, influenciado por Satanás, com certeza fracassará. Por quê? Por um lado, porque não se baseia na sabedoria divina. Só Deus tem sabedoria perfeita. Portanto, ele é o único guia confiável quanto ao que constitui governo bem-sucedido. (Jer. 8,9; Rom. 16,27) Diferentemente dos humanos, que muitas vezes aprendem pela tentativa de erro e acerto, Deus sempre sabe qual é o melhor modo de agir. Qualquer sistema de governo que não segue Suaorientação será um fracasso. Só isso já era uma certeza — sem falar na má motivação envolvida — de que a forma alternativa de Satanás governar por meio de humanos já estava condenada ao fracasso desde o início. Como vimos, tanto o comunismo como socialismo foram utopias ateístas que fracassaram de forma retumbante.
A pessoa sensata em geral não se envolve num empreendimento condenado ao fracasso. Se ela insistir no seu empreendimento, cedo ou tarde terá de reconhecer seu erro. A História já provou muitas vezes que é inútil opor-se ao Criador todo-poderoso. (Leia Provérbios 21,30.) Satanás, porém, cegado pela presunção e orgulho, voltou as costas para Deus. Assim, o Diabo mergulhou de cabeça num caminho que só poderia acabar em desastre.
A lei de Deus e a de César
Daniel e seus três companheiros deram um excelente exemplo de equilibrar a submissão aos governos humanos com a submissão à autoridade divina. Quando os quatro jovens hebreus estavam exilados em Babilônia, eles obedeceram às leis daquele país e foram prontamente escolhidos para um treinamento especial. Daniel, dando-se conta de que o treinamento poderia resultar num conflito com a Lei de Deus, considerou o assunto com o oficial encarregado. Em resultado disso, fizeram-se arranjos especiais para respeitar a consciência dos quatro hebreus. (Daniel 1,8-17) Os cristãos seguem o exemplo de Daniel, explicando com tato às autoridades seu ponto de vista, a fim de evitar problemas desnecessários.
Todavia, numa ocasião posterior, não se pôde evitar um conflito na questão da sujeição. O rei babilônio erigiu um enorme ídolo na planície de Dura e mandou que as altas autoridades, inclusive os administradores de distritos jurisdicionais, viessem à inauguração. Os três amigos de Daniel já haviam sido nomeados administradores do distrito jurisdicional de Babilônia, de modo que a ordem se aplicava também a eles. Em certo momento na cerimônia, todos os reunidos deviam curvar-se diante da imagem. Mas os hebreus sabiam que isso era contra a lei de Deus. (Deuteronômio 5,8-10) De modo que, quando todos os outros se curvaram, eles continuaram de pé. Por desobedecerem à ordem do rei, eles se expuseram a uma morte horrível, e sua vida só foi salva por um milagre; mas eles preferiram arriscar sofrer a morte a desobedecer a Deus. — Daniel 2,49-3,29.
No primeiro século, os apóstolos de Jesus Cristo foram mandados comparecer perante os líderes judeus em Jerusalém e se lhes ordenou que parassem de pregar em nome de Jesus. Como reagiram? Jesus os havia comissionado a fazer discípulos em todas as nações, que incluiriam a Judeia. Ele também lhes havia dito que deviam ser suas testemunhas tanto em Jerusalém como no restante do mundo. (Mateus 28,19-20; Atos 1,8) Os apóstolos sabiam que a ordem de Jesus representava a vontade de Deus para eles. (João 5,30; 8,28) Por isso disseram: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” — Atos 4,19, 20; 5,29.
Os apóstolos não eram rebeldes. (Provérbios 24,21) No entanto, quando governantes humanos lhes proibiram fazer a vontade de Deus, só puderam dizer: ‘Temos de obedecer a Deus, não ao homem.’ Jesus disse que temos de ‘pagar a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus’. (Marcos 12,17) Se desobedecermos a uma ordem divina porque algum humano nos manda fazer isso, estaremos dando a um homem aquilo que pertence a Deus. Em vez disso, pagamos a César tudo o que lhe devemos, mas reconhecemos a autoridade suprema de Deus. Ele é o Soberano Universal, o Criador, a própria Fonte de autoridade. — Revelação 4,11. Deus permite que os governos humanos dominem até o tempo em que o Reino celestial de Cristo assuma completamente o domínio desta Terra. Essa tolerância divina para com os estados políticos é mencionada pelo Professor Oscar Cullmann, no seu livro The State in the New Testament (O Estado no Novo Testamento). Ele escreve: “A noção complexa do caráter ‘provisório’ do Estado é o motivo de a atitude dos primeiros cristãos para com o Estado não ser unitária, mas, antes, parecer ser contraditória. Eu enfatizo que parece ser assim. Basta mencionarmos Romanos 13,1: ‘Todo homem esteja sujeito aos poderes existentes . . .’, junto com Revelação 13: o Estado como a fera saída do abismo.
Mas o principal conceito de Paulo sobre o Estado era que em seus dias, ele via o império romano como o instrumento divino ordenado por Deus para salvar o mundo do caos. Tirem o império, e segundo Paulo, o mundo se desintegraria em fragmentos voadores. Era, com efeito, a pax romana, a paz romana, o que dava ao missionário cristão, a possibilidade de realizar seu trabalho. Idealmente os homens deveriam estar unidos pelo amor cristão; mas não estão, e o zelo que os mantém unidos, é o Estado. Paulo via no Estado um instrumento de Deus; o Estado preservava o mundo do caos; aqueles que o administravam, estavam desempenhando um papel nessa grande tarefa; estavam fazendo a obra de Deus, e era um dever cristão ajudar e não obstruir.
Naturalmente, o governante que abusar da sua autoridade terá de prestar contas a Deus. Escreveu o apóstolo Paulo: “Não vos vingueis, amados, mas cedei lugar ao furor; pois está escrito: ‘A vingança é minha; eu pagarei de volta, diz o Senhor.’” — Ro 12,19; Ec 5,8.