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Respostas a um inconsequente esquerdalha

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É risível esse conceito de marxismo cultural, e de que o nosso ensino é dominado pelos conceitos e abordagem histórica de Marx , com o intuito de “gerar zumbis comunistas”. Primeiro que no ensino médio, o aluno não é preparado para pensar politicamente , entre muitos fatores está a baixa carga horária dos curso de história. Segundo que, só um graduando em história sabe que, se um curso de história chegar na ditadura militar, é quase um milagre, portanto a crítica ao momento capitalista atual quase não é abordada. Terceiro que praticamente não existe historiador moderno que se apegue ortodoxamente aos conceitos da dialética materialista para entender a história, alguém tem que falar para o Olavo de Carvalho, que a história evoluiu muito nos séculos XX e XXI.

Pera, são essas as objeções do tal “Meu professor de História desistiu de mim” ao “Meu professor de História mentiu pra mim”? Beleza, então, vamos às respostas, já que o mpHmpm não se manifesta sobre isso pois “não é possível refutar esquerdistas” (Olavo de Carvalho tem um ataque cardíaco ao ler isso, e eu igualmente).

Primeiro que, fato, o aluno não é preparado para pensar politicamente durante o Ensino Médio. Ele é preparado para pensar IDEOLOGICAMENTE (pró-comunismo progressista, é claro), e é por isso que se fala em Marxismo Cultural e em doutrinação nas escolas: não se estimula qualquer pensamento que divirja do progressismo e do marxismo heterodoxo. Negar esta realidade é provar que ou é um cretino, ou só pisava na escola para comer merenda.

Segundo, curiosamente, toda apostila escolar tem capítulos sobre a ditadura militar e sobre como o neoliberalismo atrapalha o mundo desde 1980, apesar de a definição de neoliberalismo ser porquíssima e se resumir ao “maldito FHC”. Além disso, se os cursos não vão até a ditadura militar, por que é que se aventuram a produzir material didático sobre isso? Aliás, do que eu saiba, o prazo de distanciamento histórico mínimo para se analisar um evento sem tantas paixões é de 50 anos. Enquanto isso, já tem apostila abordando até o governo Dilma com tanta parcialidade quanto se pode ter antes do período supracitado.

Em seguida, em uma demonstração pura e simples do mais canalha cinismo, usa-se novamente a não-ortodoxia dos historiadores modernos para se negar as palavras de Olavo sobre o Marxismo Cultural. O detalhe, caro historiador de butique, é que o que caracteriza o marxismo cultural é justamente a HETERODOXIA, pois seus fomentadores, segundo a ideia olaviana, são justamente capitalistas que se aproveitaram do liberalismo o quanto puderam e agora não querem que mais ninguém se aproveite, logo incentivam o Comunismo, mas de maneira heterodoxa para que seu patrimônio não desapareça no ar. Logo, é ÓBVIO que os historiadores modernos não iriam aplicar marxismo ortodoxo… mas nem por isso deixam de ser marxistas. Afinal, queiram vocês ou não, Lenin, Gramsci, Stalin, Trotsky, Althusser, Bordieu, Bagno, Possenti, Cândido, Safatle, Chauí et caterva continuam sendo marxistas, mesmo que de forma heterodoxa.

Por fim, eu até queria acreditar que “a abordagem da universidade é pós-estruturalista” (como se isso excluísse completamente o marxismo) ou que “a história evoluiu no século XXI” (Charles Darwin se revira na tumba com sua deturpação do conceito de “evolução”), mas, infelizmente, eu sou um universitário, e, por isso mesmo, sei que, definitivamente, não é assim que a banda toca.

Fonte: https://www.facebook.com/octavio.henrique.3/posts/576344519090403

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