Mateus 16:27–28 — “Porque o Filho do homem há de VIR NA GLÓRIA de seu Pai, com os seus anjos; E ENTÃO RETRIBUIRÁ a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo, alguns DOS QUE AQUI ESTÃO NÃO PROVARÃO A MORTE ATÉ QUE VEJAM VIR O FILHO DO HOMEM no seu REINO.
Aqui está claro demais! ele fala que viria com os seus anjos, e que iria retribuir segundo suas obras. Isso não ocorreu de forma alguma naquela época, não há como fugir disso, e era pra aquela geração. Nenhum evento poderia substituir isso.
Bom, o crítico alega aí que Jesus afirmou que voltaria no primeiro século pois as pessoas daquele momento não morreriam antes que o vissem voltar. É isso mesmo? Não. Como citar textos isolados é praxe desses tipos de críticos do cristianismo, vamos responder de forma mais adequada.
Seis dias antes da Transfiguração, Jesus dissera aos seus seguidores: “O Filho do homem está destinado a vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um segundo o seu comportamento.” Essas palavras se cumpririam na “consumação dos séculos”. Jesus disse adicionalmente: “Deveras, eu vos digo que há alguns dos parados aqui que não provarão absolutamente a morte, até que primeiro vejam o Filho do homem vir no seu reino.” (Mateus 16,27, 28; 24,3; 25,31-34, 41; Daniel 12,4) A transfiguração ocorreu em cumprimento destas últimas palavras.
O que é que viram os três apóstolos? O seguinte é a descrição que Lucas fez desse evento: “Enquanto [Jesus] orava, a aparência do seu rosto tornou-se diferente e a sua vestimenta tornou-se resplendentemente branca. Também, eis que dois homens conversavam com ele, sendo eles Moisés e Elias. Estes apareceram com glória e começaram a falar sobre a sua partida, que ele estava destinado a cumprir em Jerusalém.” Daí, “formou-se uma nuvem e começou a encobri[r os apóstolos]. Ao entrarem na nuvem, ficaram temerosos. E uma voz saiu da nuvem, dizendo: ‘Este é meu Filho, aquele que foi escolhido. Escutai-o.’” — Lucas 9,29-31, 34-35.
O apóstolo Pedro já identificara a Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. (Mateus 16,16) As palavras de Deus, procedentes do céu, confirmaram esta identificação, e a visão do transfigurado Jesus foi uma previsão da vinda de Cristo no poder e na glória do Reino, para por fim julgar a humanidade. Mais de 30 anos depois da Transfiguração, Pedro escreveu: “Não foi por seguirmos histórias falsas, engenhosamente inventadas, que vos familiarizamos com o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas foi por nos termos tornado testemunhas oculares da sua magnificência. Pois ele recebeu de Deus, o Pai, honra e glória, quando pela glória magnificente lhe foram dirigidas palavras tais como estas: ‘Este é meu Filho, meu amado, a quem eu mesmo tenho aprovado.’ Sim, estas palavras nós ouvimos dirigidas desde o céu, enquanto estávamos com ele no monte santo.” — 2 Pedro 1,16-18; 1 Pedro 4,17.
Assim, o contexto desse versículo, bem como o dos relatos paralelos de Marcos e de Lucas, ajudam-nos a entender o verdadeiro significado desse texto. O que Mateus relatou logo depois das palavras citadas anteriormente? Ele escreveu: “Seis dias depois, Jesus tomou a Pedro, e a Tiago, e a João, irmão deste, e levou-os à parte, a um alto monte. E ele foi transfigurado diante deles.” (Mateus 17,1- 2) Marcos e Lucas também relacionaram o comentário de Jesus a respeito do Reino com o relato da transfiguração. (Marcos 9,1-8; Lucas 9,27-36) A transfiguração de Jesus, isto é, sua aparição em glória na presença dos três apóstolos, representou a então futura vinda de Jesus com o poder de Rei do Reino. Pedro confirma esse entendimento por falar do “poder e [da] vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”, relacionando isso com o fato de ele ter testemunhado a transfiguração de Jesus. — 2 Pedro 1,16-18.