Pular para o conteúdo

RESPOSTA AO VÍDEO: As mentiras de Atos sobre Paulo

As Alegações sobre “Mentiras” no Livro de Atos: Uma Análise Detalhada

VOCÊ TEM UM MÉTODO? A grande maioria das coisas precisa de um método para ser feita! Como fazer um bom arroz, soltinho na panela? TEM MÉTODO!

MANUAL POPULAR DAS CONTRADIÇÕES BÍBLICAS: https://amzn.to/4inOgnB
https://amzn.to/3OrJKqn

Como construir uma bela casa? TEM UM MÉTODO! Não dá para começar a construir pelo telhado, não é mesmo?

E para estudar a Bíblia e entendê-la bem, precisa de… acertou: MÉTODO!

Mas por que muita gente acha que ESTUDAR A BÍBLIA pode ser de qualquer jeito, sem MÉTODO?

Eu sou o Presbítero André Sanchez e MEU MÉTODO de ensino da Bíblia já ajudou mais de 25 mil pessoas (sim, é esse número mesmo, eu não digitei errado) a estudarem a Bíblia COM MÉTODO e ENTENDIMENTO GARANTIDO!

Você duvida que esse método DÁ CERTO para você? Talvez você esteja pensando em um monte de OBSTÁCULOS AGORA!

Mas te digo que funciona para QUALQUER PESSOA! Em qualquer rotina de vida! É um método testado por milhares de pessoas, por isso, funciona! É como cozinhar um arroz soltinho! Qualquer pessoa faz, claro, usando um bom MÉTODO!

QUER EXPERIMENTAR MEU MÉTODO? Eu montei um trechinho rápido para você vê-lo em ação. Você não vai gastar nem 5 minutos! Vamos ver agora?

Está aqui para você o link para ver o método em ação: QUERO VER O MÉTODO DO PRESBÍTERO ANDRÉ (Clique aqui)…

O vídeo intitulado “As mentiras de Atos sobre Paulo” apresenta uma série de críticas à narrativa do livro de Atos e às cartas paulinas. Segundo o autor, haveria contradições entre os relatos de Lucas em Atos e as próprias declarações de Paulo, além de uma suposta desobediência cristã às palavras de Jesus em Mateus 24. Vamos analisar essas questões sob uma perspectiva acadêmica e teológica.

  1. Contradições nos relatos da aparição de Paulo (Atos e Gálatas): A alegação de que os relatos sobre a aparição de Paulo se contradizem é, na realidade, um mal-entendido. Embora haja diferentes descrições do evento, elas não são contraditórias, mas complementares. No livro de Atos, temos três relatos da experiência de Paulo (Atos 9, Atos 22 e Atos 26), cada um com ênfase em diferentes aspectos da mesma experiência de conversão. No entanto, todos concordam em um ponto essencial: Paulo teve uma visão de Jesus no caminho para Damasco que mudou sua vida. A diferença nas narrativas não implica contradição, mas uma adaptação de cada autor ao contexto e à audiência a quem se dirigia.

    Em Gálatas 1:16, Paulo fala de uma revelação direta de Deus, o que é perfeitamente consistente com os relatos de Atos. Ele não nega a aparição, mas descreve a experiência como uma revelação pessoal, o que pode ser interpretado como uma visão direta de Jesus, uma revelação do Espírito, em vez de uma aparição física no sentido convencional.

  2. A profecia de Jesus sobre ver alguém no deserto (Mateus 24:26): A referência a Mateus 24:26, onde Jesus diz que, se alguém disser que o viu no deserto, não devemos acreditar, é uma advertência sobre falsos messias, e não sobre a experiência de Paulo. Jesus está alertando contra aqueles que fariam reivindicações falsas de serem o Messias. Paulo, no entanto, não afirmou ser o Messias nem apresentou uma revelação concorrente a Jesus, mas sim um apóstolo enviado para pregar a mensagem de Cristo, de acordo com o próprio Jesus. Assim, os cristãos que acreditam na revelação de Paulo não estão desobedecendo a um comando de Cristo, mas reconhecendo a autoridade apostólica que Paulo recebeu diretamente de Jesus (Atos 9:15-16).
  3. A questão da tentativa de morte por parte dos judeus (Atos 9:23-25): A alegação de que os judeus queriam matar Paulo é um fato histórico registrado em Atos 9. Isso é importante para entender o contexto da perseguição que Paulo enfrentou após sua conversão. Paulo, antes perseguidor dos cristãos, agora se tornava alvo daqueles que não aceitavam sua transformação e sua mensagem. O fato de os discípulos ajudarem Paulo a escapar não diminui a veracidade do relato, mas, ao contrário, ilustra a tensão crescente entre os cristãos e os judeus que não aceitaram a nova fé. A menção de que “os judeus deliberavam entre si como matá-lo” é uma evidência de que a perseguição a Paulo não era uma invenção posterior, mas uma realidade documentada nas fontes primárias.

Em resumo, os supostos “pormenores” apontados na argumentação não são uma contradição, mas uma interpretação equivocada ou um mal-entendido do contexto histórico e teológico dos textos. O fato de haver diferentes ênfases nos relatos de Atos e a diferença entre uma visão e uma aparição física de Jesus não invalidam a experiência de Paulo, mas a confirmam como um evento de transformação espiritual e missional, que é reconhecido em várias passagens das Escrituras.


1. O Livro de Atos e as Cartas de Paulo: Contextos Diferentes

1.1. Quem Perseguia Paulo em Damasco?

  • Narrativa de Atos (Atos 9:23-25):
    Atos relata que judeus conspiravam para matar Paulo, o que levou seus companheiros a descê-lo por uma muralha em um cesto.
  • Relato de Paulo (2 Coríntios 11:32-33):
    Paulo afirma que o etnarca do rei Aretas guardava a cidade de Damasco com o intuito de prendê-lo.

Harmonização Histórica:

Essas narrativas não são necessariamente contraditórias. É possível que:

  1. Os judeus em Damasco estivessem conspirando contra Paulo e buscaram o apoio do governo local.
  2. O etnarca do rei Aretas estava envolvido como uma autoridade política que colaborava com os judeus para prender Paulo.

o governador: Ou: “o etnarca”. Lit.: “o governante de uma nação”. Esta é a única vez que a palavra grega ethnárkhes, traduzida aqui como “governador”, aparece no NT. Ela se refere a uma posição inferior à de um rei, mas superior à de um tetrarca (governador distrital). (Veja a nota de estudo em Mt 14:1.) O significado da palavra variou ao longo dos séculos. O governador mencionado neste versículo servia como representante do rei Aretas em Damasco, mas não se sabe exatamente quais eram suas atribuições nem qual era sua nacionalidade.

o rei Aretas: O rei árabe Aretas IV governou de 9 a.C. a 40 d.C. A capital de seu reino era a cidade nabateia de Petra, ao sul do Mar Morto, mas Aretas também controlava Damasco. Neste versículo, Paulo está falando de acontecimentos que ocorreram pouco depois de sua conversão. O relato de Lucas em Atos diz que “os judeus tramaram matá-lo”. (At 9:17-25) Mas aqui Paulo atribui esse ataque ao governador local (ou: “etnarca”) de Damasco, que estava debaixo da autoridade do rei Aretas. Não há nenhuma contradição entre esses dois relatos; na verdade, eles se complementam. Certa obra de referência diz: “Os judeus forneceram o motivo; o etnarca, a força militar.”

Historicamente, Damasco estava sob a influência do rei Aretas IV na época, e sua administração provavelmente estava alinhada com os interesses locais, incluindo os líderes religiosos judeus. Assim, tanto judeus quanto o etnarca podem ter participado do cerco a Paulo. Lucas, ao escrever Atos, enfatiza a oposição judaica, enquanto Paulo destaca a autoridade governamental para reforçar o perigo enfrentado.

  1. O rei Aretas III e a datação histórica: O rei Aretas III realmente reinou em Damasco cerca de 100 anos antes da época de Paulo. Contudo, o rei mencionado em 2 Coríntios 11:32-33 não é Aretas III, mas Aretas IV, que governou a Nabateia entre 9 a.C. e 40 d.C. A cidade de Damasco estava sob o controle dos nabateus durante o período de Paulo, e não sob o domínio romano, como alguns podem supor. Isso significa que, na época de Paulo, Aretas IV ainda era o governante da região, e ele estava em um conflito com o império romano. Portanto, a menção de Aretas em 2 Coríntios está historicamente correta para o período de Paulo.
  2. Paulo em Gálatas – Damasco e o tempo passado lá: Em Gálatas 1:17, Paulo menciona que “não subi a Jerusalém para ver os que eram apóstolos antes de mim, mas fui para a Arábia e voltei novamente a Damasco”. Já em Gálatas 1:18, ele fala sobre sua visita a Jerusalém três anos após sua conversão. Isso não é uma contradição, mas sim uma questão de como Paulo descreve sua jornada missionária. O tempo que ele passou em Damasco inclui um período de preparação e reflexão, o que se alinha com o contexto de Atos 9, onde ele é encontrado pelos discípulos e começa a pregar em Damasco logo após sua conversão. Não há incoerência entre os relatos de Gálatas e Atos, pois Paulo não descreve sua estada em Damasco de maneira cronológica ou detalhada em todas as cartas.

    Quando Paulo menciona “três anos” em Gálatas, ele está se referindo ao tempo após sua conversão, o qual inclui o tempo passado em Damasco, mas também a jornada que fez à Arábia (provavelmente um período de retiro e preparação), e seu retorno a Damasco. Não se trata de uma narrativa cronológica linear, mas de um resumo de seu percurso.

Em resumo, a alegação de incoerência não procede quando compreendemos o contexto histórico e as intenções de Paulo ao escrever suas cartas. O governo de Aretas IV em Damasco é cronologicamente correto, e a referência a “três anos” em Gálatas não contradiz as informações de Atos, mas complementa a experiência espiritual e missional de Paulo. O estudo atento dos textos e do contexto histórico revela que não há falhas, mas uma harmonia entre os relatos.

Não há uma incoerência aqui. O que acontece é que em Atos, os judeus estão envolvidos ativamente no plano de prender Paulo, e ele escapa com a ajuda dos cristãos. Já em 2 Coríntios, Paulo menciona o contexto político da cidade, onde o governo de Aretas IV estava no controle de Damasco. Portanto, a diferença não é uma contradição, mas uma diferença de enfoque entre as duas fontes. Em Atos, o foco está no fato de que os judeus locais estavam tentando matá-lo, enquanto em 2 Coríntios, Paulo menciona o cerco de Aretas para contextualizar o fato de que ele estava sob a jurisdição de Aretas, mesmo que a perseguição direta tenha sido feita pelos judeus.


1.2. A Cronologia dos Eventos: Jerusalém ou Arábia Primeiro?

  • Relato de Atos (Atos 9:26-30):
    Após sua conversão, Paulo vai para Jerusalém e é apresentado aos apóstolos por Barnabé, ficando entre eles por um período breve.
  • Relato de Gálatas (Gálatas 1:15-24):
    Paulo afirma que, após sua conversão, não foi imediatamente a Jerusalém, mas para a Arábia, retornando a Damasco. Somente três anos depois ele subiu a Jerusalém, onde encontrou Pedro e Tiago.

Harmonização Cronológica:

Essa diferença de ênfase é comum na historiografia antiga, onde os autores adaptavam a narrativa para o propósito teológico ou histórico específico de sua obra. No caso:

  1. Lucas (Atos): Foca no crescimento da igreja e no papel de Paulo como apóstolo aos gentios. Ele apresenta uma visão resumida dos eventos, omitindo a ida à Arábia para dar continuidade à narrativa de Paulo em Jerusalém.
  2. Paulo (Gálatas): Enfatiza sua independência apostólica e autoridade divina, destacando que seu evangelho veio diretamente de Deus, não dos apóstolos.

Em Gálatas 1:17, Paulo menciona que, após sua conversão, ele foi para a Arábia e depois retornou a Damasco. Isso se refere a uma região da Península Arábica, mas não especificamente ao território que hoje chamamos de “Arábia Saudita”. A palavra “Arábia” no contexto romano referia-se a várias áreas, e não a um reino ou estado unificado.

Na época, a Arábia Petraea, governada pelos nabateus (cujo rei Aretas IV é mencionado nas cartas de Paulo), estava localizada no território da moderna Jordânia e partes da Arábia Saudita. No entanto, essa região não tinha o mesmo formato político ou nacionalista que a Arábia Saudita tem hoje.

Respostas para a Suposta Contradição

1. Visita Inicial a Jerusalém (Atos 9) vs. Fuga para a Arábia (Gálatas 1):

Em Atos 9, Paulo vai a Jerusalém depois de sua conversão, mas o texto não especifica com detalhes tudo o que ele fez ali. O relato de Atos pode se referir a uma visita inicial e relativamente breve a Jerusalém, possivelmente para um encontro com os apóstolos. No entanto, Paulo diz em Gálatas que não foi para Jerusalém imediatamente após sua conversão, mas que foi para a Arábia. Isso sugere que a visita descrita em Atos 9 poderia ter sido um encontro temporário e breve antes de ele se retirar para a Arábia para um período mais significativo de reflexão e preparação.

2. Três Anos na Arábia (Gálatas 1):

Paulo menciona em Gálatas que ficou três anos na Arábia. Isso é considerado um período significativo de reflexão e formação espiritual, no qual Paulo provavelmente teve tempo para estudar e meditar sobre sua experiência com Cristo e as escrituras. A menção de “Arábia” em Gálatas não precisa ser entendida como o deserto da Arábia Saudita, mas pode referir-se a uma área mais ampla de territórios sob influência romana ou nabateia, onde ele pode ter se retirado por um período.

3. Encontro com Tiago (Gálatas 1:18-19):

Quando Paulo finalmente vai a Jerusalém, ele menciona que se encontrou apenas com Tiago, o irmão do Senhor, e não com os outros apóstolos. Isso pode ser interpretado como Paulo destacando o fato de que, em sua primeira visita a Jerusalém após os três anos, ele não teve uma audiência formal com os apóstolos como um todo, mas apenas com Tiago, um dos líderes da Igreja em Jerusalém. Ele poderia ter evitado encontrar outros apóstolos naquele momento devido ao contexto político e à desconfiança que existia por parte de muitos discípulos em relação a ele.

Conclusão:

Não há uma contradição absoluta entre Atos 9 e Gálatas 1. Ao contrário, os relatos podem ser complementares. Paulo pode ter feito uma visita breve a Jerusalém logo após sua conversão (como é sugerido em Atos), mas sua jornada significativa foi para a Arábia, onde ele passou três anos, conforme ele menciona em Gálatas. Depois desse período, ele finalmente se dirigiu a Jerusalém novamente, mas teve um contato limitado, encontrando apenas Tiago.

Portanto, Atos não contradiz Gálatas; simplesmente não inclui todos os detalhes mencionados por Paulo.


2. A Aparição de Jesus a Paulo e Mateus 24:26

Alegação:

O vídeo afirma que os cristãos desobedecem a Jesus, uma vez que Mateus 24:26 alerta contra aqueles que dizem ter visto Jesus no deserto ou em lugares isolados, e mesmo assim aceitam a experiência de Paulo.

Análise Teológica:

  • Mateus 24:26:
    Jesus alerta sobre falsos messias que afirmariam sua presença em locais específicos, como “no deserto” ou “nos aposentos”. Este texto faz parte de uma advertência sobre enganos durante o período final dos tempos.
  • Atos 9:3-6:
    A experiência de Paulo não envolve um “Jesus no deserto”, mas uma visão celestial na estrada para Damasco. Esta visão é descrita como uma aparição do Cristo glorificado e ressuscitado, algo que transcende as categorias de falsos messias descritas em Mateus.

Conclusão:
A experiência de Paulo não viola o alerta de Mateus 24. O texto de Mateus aborda falsos messias terrenos, enquanto Paulo relata um encontro sobrenatural com o Cristo exaltado.


3. A Credibilidade do Livro de Atos

Alegação:

O autor do vídeo sugere que Lucas, o autor de Atos, teria mentido ou fabricado histórias para harmonizar eventos.

Resposta Acadêmica:

O livro de Atos é amplamente reconhecido como uma obra histórico-teológica escrita por Lucas, um companheiro de Paulo. Embora Lucas tenha moldado sua narrativa com um propósito teológico (mostrar a expansão do cristianismo), isso não implica falsidade. Aqui estão alguns pontos a considerar:

  1. Fontes de Lucas:
    Lucas declara em Lucas 1:1-4 que sua obra é baseada em investigações cuidadosas e entrevistas com testemunhas oculares.
  2. Diferenças de Perspectiva:
    As diferenças entre Atos e as cartas de Paulo refletem prioridades diferentes:

    • Lucas: Destaca a unidade da igreja e o papel central dos apóstolos.
    • Paulo: Enfatiza sua independência e autoridade como apóstolo aos gentios.
  3. Práticas Historiográficas Antigas:
    Era comum na historiografia antiga ajustar detalhes para transmitir uma mensagem coesa. Isso não significa falsidade, mas sim adaptação narrativa.

Conclusão:
As diferenças entre Atos e as cartas de Paulo são variações naturais de relatos históricos e não evidências de mentiras.


4. Conclusão Geral

O vídeo “As mentiras de Atos sobre Paulo” faz alegações que, à primeira vista, podem parecer preocupantes, mas que, com uma análise cuidadosa, se mostram infundadas. As diferenças entre Atos e as cartas de Paulo refletem propósitos literários distintos e não contradizem a verdade essencial dos eventos. Além disso, as críticas sobre a experiência de Paulo e sua harmonia com os ensinamentos de Jesus carecem de compreensão teológica adequada.

A Bíblia, ao ser analisada no contexto correto, demonstra uma narrativa coesa e consistente. Assim, as supostas “mentiras” de Atos podem ser refutadas com base na história, teologia e lógica textual.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

Descubra mais sobre Logos Apologetica

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading