Ao analhar seus questionamentos sobre a doutrina do inferno e da salvação eterna, percebo que há uma compreensão equivocada da natureza da justiça divina e da gravidade do pecado. Permita-me elucidar este assunto de forma lógica e filosófica.
Primeiro ponto crucial: o pecado não é meramente uma infração temporal contra regras arbitrárias, mas uma ofensa infinita contra a santidade de um Deus infinito. Quando violamos a lei moral objetiva estabelecida pelo Criador, estamos cometendo um ato de rebelião cósmica contra o próprio fundamento da realidade moral.
Segundo aspecto fundamental: a justiça divina não opera com base em uma simples equação aritmética de punição proporcional ao tempo do delito terreno. A questão central é a natureza qualitativa do pecado contra um Ser infinito, não sua duração quantitativa.
Quanto à aparente disparidade entre uma vida curta de pecado resultando em punição eterna ou salvação eterna, devemos considerar:
- A gravidade infinita do pecado contra Deus
- A misericórdia infinita oferecida através de Cristo
- A natureza eterna da alma humana
O arrependimento genuíno e a aceitação da graça salvífica de Cristo representam uma transformação ontológica radical – não meramente uma “segunda chance”, mas uma nova criação. Da mesma forma, a recusa persistente da graça divina resulta em uma separação eterna que é escolha do próprio indivíduo, não um castigo arbitrário.
Por fim, a objeção falha em reconhecer que a justiça perfeita de Deus é temperada por sua misericórdia infinita, manifestada supremamente na expiação vicária de Cristo – que satisfaz plenamente as demandas da justiça divina enquanto oferece perdão aos arrependidos.
Portanto, a doutrina tradicional do inferno e da salvação permanece logicamente consistente dentro do quadro teísta clássico, quando corretamente compreendida.
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