Neste artigo vamos responder ao site ateísta Ceticismo.net e sua alegação de que citações de historiadores sobre Jesus foram falsificadas.
Logo de início alegam
Os únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo, e como tal foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio.
Não. Há muito mais citações e historiadores sobre Jesus. Há mais evidências para Jesus do que para Alexandre, Homero, Júlio Cesar mas os ateístas continuam com suas negações. Que dizer das referências não-bíblicas a Jesus Cristo? Como são avaliadas? As obras de Tácito, Suetônio, Josefo, Plínio, o Jovem, e de alguns outros escritores clássicos incluem numerosas referências a Jesus. Sobre eles, diz The New Encyclopædia Britannica (1995): “Esses relatos independentes provam que, na antiguidade, mesmo os oponentes ao cristianismo nunca duvidaram da historicidade de Jesus, disputada pela primeira vez, e em bases inadequadas, no fim do século 18, durante o século 19 e no começo do século 20.”
Lamentavelmente, os eruditos hodiernos, na sua busca do Jesus “real” ou “histórico”, parecem ter escondido a verdadeira identidade dele atrás de camadas de especulações sem base, dúvidas sem sentido e teorias infundadas. De certo modo, são culpados da criação de mitos, a mesma culpa que erroneamente atribuem aos escritores dos Evangelhos. Alguns ficam tão ansiosos de promover a própria reputação e de relacionar seu nome a uma espantosa teoria nova, que deixam de examinar honestamente a evidência existente a respeito de Jesus. Neste processo, criam um “Jesus” equivalente à invenção duma fantasia erudita.
O verdadeiro Jesus pode ser encontrado na Bíblia pelos que querem achá-lo. Luke Johnson, professor do Novo Testamento e de origens cristãs, da Escola de Teologia Candler, na Universidade Emory, argumenta que a maioria das pesquisas a respeito do Jesus histórico despercebe o objetivo bíblico. Ele diz que seria interessante examinar o contexto social, político, antropológico e cultural da vida e da era de Jesus. Todavia, ele acrescenta que descobrir aquele a quem os eruditos chamam de Jesus histórico “dificilmente é o objetivo das Escrituras”, estando essas “mais preocupadas em descrever o caráter de Jesus”, sua mensagem e seu papel como Redentor. Então, qual era o verdadeiro caráter e a verdadeira mensagem de Jesus?
Contudo, a ciência histórica, através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje que os autores em questão foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas mudanças de assunto para intercalações feitas posteriormente por terceiros. Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo autor.
Vamos ver se essas alegações são verdadeiras. Primeiro que sobre Josefo já publicamos aqui. Por exemplo, considere o testemunho de Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, que era fariseu. Ele menciona Jesus Cristo no seu livro Antiguidades Judaicas. Embora alguns duvidem da autenticidade da primeira menção em que Josefo se refere a Jesus como o Messias, o Professor Louis H. Feldman, da Universidade Yeshiva, diz que poucos duvidam da genuinidade da segunda menção. Ali Josefo diz: “[Anano, o sumo sacerdote,] aproveitou . . . para reunir um conselho [o Sinédrio], diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo.” (História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XX, 856) De fato, um dos fariseus, seita cujos adeptos em grande parte eram inimigos declarados de Jesus, reconheceu a existência de “Tiago, irmão de Jesus”.
O Testimonium Flavianum foi um texto muito respeitado até o meados do século XVII, depois disso houve muita discussão se ele seria ou não uma interpolação. Entretanto, a descoberta de novos manuscritos no século XX tem reforçado a credibilidade do texto.
Alice Whealey, por exemplo, apresentou um manuscrito do século V que contém uma variante: “Ele era tido com sendo o Cristo” (onde, nos outros manuscritos, está “Ele era o Cristo”).
Quase todos os estudiosos modernos consideram a referência no livro 18, capítulo 5 das Antiguidades, à prisão e morte de João Batista também como autêntica e não como uma interpolação cristã . [19] [20] [21] Existem várias diferenças entre as declarações de Josefo sobre a morte de João Batista e os relatos do Novo Testamento . [19] [22] Os estudiosos geralmente vêem essas variações como indicações de que as passagens de Josefo não são interpolações, uma vez que um interpolador cristão provavelmente as faria corresponder aos relatos do Novo Testamento, não diferir delas. [19] [23][22] Os estudiosos forneceram explicações para sua inclusão nos trabalhos posteriores de Josefo. [24]
A real dificuldade em se acreditar no texto reside na sua afirmação de que Jesus era o Cristo (ὁ χριστὸς οὗτος ἦν), já que Josefo era judeu e esta afirmação parece fazer de Josefo um cristão. Entretanto, após participar na rebelião contra os romanos e ver sua nação praticamente destruída talvez, apenas no momento que escrevia, ele considerava a possibilidade de Jesus ser de fato o Cristo. Quando ele escreve sobre João Batista, descreve o modo de pensar dos judeus da época sobre derrotas militares e suas causas.
Sobre o tal padre Gillet mencionado pelo artigo nunca ouvi falar nem há prova alguma de que disse ou afirmou isso e parece ser uma invenção dos ateístas.
A influência da existência de Jesus foi sentida através das atividades dos seus seguidores. Quando o apóstolo Paulo estava preso em Roma, por volta de 59 EC, os homens de destaque entre os judeus lhe disseram: “Quanto a esta seita, é sabido por nós que em toda a parte se fala contra ela.” (Atos 28:17-22) Chamaram os discípulos de Jesus de “esta seita”. Se em toda a parte se falava contra eles, os historiadores seculares certamente iam mencioná-los, não é verdade?
Além disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes e Cipriano contra os judeus e os pagãos demonstram que Flávio não escreveu nem uma só palavra a respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de partidário e faccioso.
Mentira. Como vimos, há grande comprovação do Testemunho Flaviano. Se não a primeira parte mas à segunda. Nenhum historiador duvida disso. Somente esses ateístas negacionistas.
No século III, Orígenes de Alexandria afirmou em duas obras que Josefo havia mencionado Tiago, o irmão de Jesus. No comentário de Orígenes sobre Mateus ele escreve citando “Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo”. O Ceticismo.net e outros ateus não mencionam que ninguém duvida dessa citação em Josefo.
Para começar, este é apenas um argumento do silêncio. O fato de nenhum escritor cristão mencionar a passagem não prova que ela não existia. Por exemplo, Ulysses S. Grant foi um general durante a Guerra Civil e não menciona a Proclamação de Emancipação. Seu silêncio nos dá poucas razões para duvidar que ele não estava ciente disso. Argumentos do silêncio são notoriamente incompletos.
Veremos o que os estudiosos acham que a passagem original de Josefo disse em um momento. Mas veremos que ele contém pouco que os primeiros apologistas cristãos poderiam ter usado para defender Jesus de ataques de críticos pagãos. O que exatamente eles usariam para provar? Que Jesus era sábio ou fez grandes obras? Que ele tinha muitos seguidores? Poucos no mundo antigo negariam isso, nem teriam realmente se importado. Eles não duvidaram de sua existência.
Além disso, a versão não retocada do Testimonium pode refletir que Josefo ficou surpreso por Jesus ainda ter seguidores, dado como ele foi executado. Isso poderia explicar por que Orígenes diz que Josefo não acreditou em Jesus. Jerônimo (347–420 dC) menciona o Testimonium ( De Viris Illustribus 13.14), mas nunca faz uso dele, mesmo que ele cite Josefo mais de 90 vezes em seus escritos. Ele simplesmente não viu nenhum valor apologético nele.
No entanto, um escritor com o seu mérito escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho.
Mentira. Muitos escritores e historiadores também deixaram de mencionar certas personalidades históricas e isso não significa que não existiram. E já vimos que os Evangelhos podem sim também ser tomados como históricos. Craig Blomberg, um grande historiador, trata disso em seu livro.
A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de Constantinopla, teve início justamente por achar desnecessário a Igreja lançar mãos de meios escusos para provar a existência de Jesus.
Não citou por não ser necessário. Eles já criam na existência de Jesus. Eles só se preocupavam em responder as heresias dos hereges.
Disse que bastaria um exemplar autêntico não adulterado pela Igreja e fora do seu alcance para por em evidência as fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma.
Não há nenhuma evidência disso. Esses ateístas inventam mentiras sem provas.
Sem as adições cristãs, a maioria dos estudiosos reconstrói a passagem da seguinte maneira:
“Naquela época, havia um homem sábio chamado Jesus, e sua conduta era boa, e ele era conhecido por ser virtuoso. E muitas pessoas dentre os judeus e as outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e a morrer. E aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram sua lealdade a ele. Eles relataram que ele apareceu para eles três dias após sua crucificação e que ele estava vivo. Consequentemente, eles acreditavam que ele era o Messias, a respeito de quem os profetas contavam maravilhas. ”
Esta é a reconstrução de Jon Meier e até alguns dos mais céticos estudiosos como Bart Ehrman pensam que a passagem original dizia algo muito parecido com isso. Para citar Ehrman “A maioria dos estudiosos do judaísmo e especialistas em Josefo acha que foi o primeiro – que um ou mais escribas cristãos” retocaram “a passagem um pouco”. (Veja o livro do Dr. Ehrman: Jesus existiu , p. 60.)
Tácito
Conhecendo muito bem o grego e o latim, Tácito não confundiria referências feitas aos seguidores de Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação demonstram não se tratar dos cristãos de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se o livro em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação. Afirmar que fora Cristo o instigador dos arruaceiros é uma calúnia contra o próprio Cristo.
A citação de Tácito em questão está nos Anais XV, 44. Tácito odiava os cristãos e seu homônimo, Cristo. Portanto, ele não tinha nada de positivo a dizer sobre o que chamava de “superstição mortal”. Ele, no entanto, tinha algo a dizer sobre isso. Seu testemunho estabelece, além de qualquer dúvida razoável, que a religião cristã não só era relevante historicamente, mas que Cristo, como seu originador, era uma figura histórica verificável de tão proeminência que até atraiu a atenção do próprio imperador romano!
Um testemunho hostil adicional se originou em Suetônio, que escreveu por volta de 120 dC. Robert Graves, como tradutor da obra de Suetônio, Os Doze Césares , declarou: “Suetônio teve a sorte de ter acesso imediato aos arquivos imperiais e senatoriais e a um grande corpo de memórias contemporâneas e documentos públicos, e por ter vivido quase trinta anos sob os césares. Grande parte de suas informações sobre Tibério, Calígula, Cláudio e Nero vem de testemunhas oculares dos eventos descritos” Suetônio, 1957, p. 7).
O testemunho de Suetônio é uma peça confiável de evidência histórica. Duas vezes em sua história, Suetônio mencionou especificamente Cristo ou Seus seguidores. Ele escreveu, por exemplo: “Como os judeus em Roma causavam distúrbios contínuos por instigação de Cresto, ele [Cláudio – KB ] os expulsou da cidade” ( Cláudio , 25: 4; observe que em Atos 18: 2 Lucas mencionou isso expulsão por Cláudio). Sanders observou que Chrestus é um erro de ortografia de Christos , “a palavra grega que traduz o hebraico ‘Messias'” (1993, pp. 49-50). Suetônio comentou ainda: “Punições também foram infligidas aos cristãos, uma seita que professava uma crença religiosa nova e travessa” ( Nero16: 2). Mais uma vez, é evidente que Suetônio e o governo romano tinham sentimentos de ódio por Cristo e seu suposto grupo de rebeldes travessos. É igualmente evidente que Suetônio (e, de fato, a maior parte de Roma) reconheceu que Cristo era o notável fundador de uma nova religião historicamente significativa.
Considerando sobrepujante a evidência de que Jesus é um personagem histórico, Jean-Jacques Rousseau, filósofo moralista francês do século 18, atestou: “A história de Sócrates, que ninguém ousa duvidar, não é tão bem documentada como o é a de Jesus Cristo.”
Sugestões de que todo o Anais pode ter sido uma falsificação também foram geralmente rejeitadas pelos estudiosos. [51] John P. Meier afirma que não há evidência histórica ou arqueológica para apoiar o argumento de que um escriba pode ter introduzido a passagem no texto. [52]
Retrato de Tácito, baseado em um busto antigo
Van Voorst afirma que “de todos os escritores romanos, Tácito nos fornece as informações mais precisas sobre Cristo”. [4] Crossan considera a passagem importante para estabelecer que Jesus existiu e foi crucificado, e diz: “Que ele foi crucificado é tão certo como qualquer coisa pode histórica nunca ser, uma vez que ambos Josefo e Tácito … concordam com relatos cristãos em pelo menos esse fato básico “. [53] Eddy e Boyd afirmam que agora está “firmemente estabelecido” que Tácito fornece uma confirmação não cristã da crucificação de Jesus. [8] O estudioso bíblico Bart D. Ehrman escreveu: “O relatório de Tácito confirma o que sabemos de outras fontes, que Jesus foi executado por ordem do governador romano da Judéia, Pôncio Pilatos,[54]
Foi afirmado que os termos cristãos e crestianos foram às vezes usados pela população em geral em Roma para se referir aos primeiros cristãos. [20]Robert E. Van Voorst afirma que muitas fontes indicam que o termo Crestiano também foi usado entre os primeiros seguidores de Jesus no segundo século. [19] [21
Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores.
Não há prova alguma dessas alegadas falsificações ditas por ateístas. Como vimos por historiadores, todos concordam que são autênticas. Van Voorst afirma que “a grande maioria dos estudiosos [concorda] que esta passagem é fundamentalmente sólida”.
Note que o artigo ateu não cita nenhum historiador, nenhuma fonte ou referência, somente obras obscuras.
Então, o que essa passagem nos diz sobre Jesus histórico?
- Aprendemos que muitos acreditavam que Jesus havia feito ações notáveis, talvez milagrosas.
- Jesus teve muitos seguidores.
- Ele foi condenado a ser crucificado por Pilatos por causa das acusações judaicas feitas contra ele.
- Ele continuou a ter seguidores após sua morte.
- Muitos acreditavam que ele era o Messias.
Essa fonte não-cristã confirma muito do que já sabíamos dos evangelhos. O reconhecimento de algumas edições cristãs lamentavelmente desonestas não tira o núcleo histórico do que Josefo acreditava sobre Jesus. Os cristãos não estão sendo pouco críticos para citá-lo como evidência extra-bíblica para o Jesus histórico, como alguns céticos raivosos querem que acreditemos. Quando examinados de maneira justa, esses textos em Josefo removem toda dúvida de que Jesus realmente existiu.
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