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Resposta ao Antonio Miranda sobre Gn. 1:2: “a terra era sem forma e vazia”

Mais uma vez o sujeito tenta fazer uma análise e interpretação simplista da Bíblia para desinformar as pessoas. Não estou preocupado com esse sujeito e sim com as desinformações que passa. A intenção por trás desses ateístas cientificistas é passar uma interpretação naturalista da Bíblia, negando a inspiração da Bíblia.

Eu não vou citar nem passar o link do vídeo aqui. Procurem pois vou só responder e fazer um estudo correto sobre Gênesis. Aproveitem para assistirem a uma aula grátis aqui e aqui

Já refutamos no artigo e vídeo anterior sobre essas alegações sobre Gênesis 1,1.

Nenhum estudioso do hebraico sério alega essas coisas que ele alega. A maioria, já provamos, afirma a tradução e entendimento tradicional de Gênesis 1,1 como “no princípio”, eludindo à criação ex nihilo, ou do nada. Lembrando que a Bíblia não é um tratado de ciências naturais mas também não é um mito simplista. É preciso ter o entendimento correto do que o autor quis passar para seu público e entender a finalidade do Gênesis, que é mostrar que Deus é o criador de tudo.

Recapitulando as razões:

A frase ‘no princípio’ (berêshîth) refere-se ao começo absoluto das coisas criadas, ao Uranfang. Este fato é apoiado pelos seguintes argumentos em face de muitas e fortes alegações em contrário.

1. A frase correspondente em grego, en arch, que os tradutores da Septuaginta usaram aqui e que aparece no início do Evangelho de João, é claramente uma referência ao início absoluto.

2. O substantivo rêshîth aparece sem o artigo, aparecendo em uso praticamente como nome próprio, Começo Absoluto (K.S. 294g). O grego Hexapla de Orion apóia isso, pois sua transliteração, com poucas exceções, dá bohsin, raramente baohshn.

3. A tradução que toma a expressão como referindo-se ao começo absoluto das coisas faz uma progressão simples e natural do pensamento e evita aquela peculiar estrutura periódica de frases, que agora será discutida como altamente antinatural.

Como este substantivo berêshîth é sem o artigo, isso não permite que seja tomado como um caso genitivo ou construtivo, ou seja. ‘no princípio da criação de Deus’, etc., pois com essa atenção de tradução está imediatamente centrada no segundo versículo e nenhuma razão aparece para mencionar ‘o princípio’ de forma alguma.

Aqui, então, na declaração de abertura da Sagrada Escritura somos levados de volta àquele ponto ao qual a mente humana naturalmente retornará e em referência ao qual ela pergunta: ‘Qual foi o começo das coisas?’ Esta declaração solene e concisa dá ao homem a informação: o princípio foi feito por Deus em Sua criação do céu e da terra. No que diz respeito a este mundo, ele simplesmente não existia antes dessa época.

Já falamos que a Bíblia não tem por objetivo ser um tratado de ciências naturais e sim expor ao leitor que Deus é o criador de tudo. Tentar impor uma visão moderna à Bíblia é errado. É preciso entender que parte da concepção de como um leitor veria de um ponto de vista da terra.

Gênesis 1:2 apresenta uma condição inicial de criação – ou seja, que [o estado de então] é toú wa bohu, sem forma e vazio (aqui se deve dizer que “forma” e “vazio” são termos que, embora tenham correspondência com o mundo natural, apresentam um significado espiritual muito mais profundo). Isso serve para introduzir o resto do capítulo, que descreve um processo de formação e enchimento[1]. Isto é, no primeiro de três dias, os céus, o céu e a terra são criados [havia, em português mais antigo, o verbo crear, que expressava a prerrogativa absoluta e única apenas de Deus], e eles são preenchidos nos dias quatro e seis de astros, aves e peixes, os animais e o homem, respectivamente.

Tohu wabohu é comumente traduzido como “sem forma e vazio”, e denota a ausência de alguma qualidade abstrata, como propósito ou valor. [2]Tohu por si só significa deserto, deserto, vazio, desabitado (ver Jeremias 4:23 e Isaías 34:11), de modo que “Tohu wabohu” significa que a terra estava vazia de vida, seja planta, animal ou humano. [3] ” Tehôm ” era o oceano cósmico tanto acima como abaixo da terra. [4]Ruah significa “vento”; o vento sopra (em vez de pairar) ‘al-pənê hammāyim , sobre a face das águas de Tehom.

VehaAretz –  “Mas a Terra”

O rabino Morris J. Raphall, Ph.D. em línguas semíticas, constatou em um dos seus comentários sobre a Torá (o Pentateuco), que o início do verso dois, “E a terra era sem forma e vazia” Gênesis 1:2, deveria ser lido como, “Mas a terra era sem…”.

E ele explica que isso se dá, porque há um sinal de acentuação (ta’amim rabia), tônico, logo acima da palavra וְהָאָ֗רֶץ , “vehaAretz“, fazendo que a sua primeira letra, a letra וְ vav, que geralmente é uma conjunção aditiva, “e“, (‘e a terra‘ – está adicionando informação), se transforme em uma conjunção adversativa “mas, porém, entretanto” – expressando uma ideia de contraste.

VehaAretz Hayeta – Mas A Terra Era…

Em hebraico, o passado simples, como o verbo “bara“, “criou”, é expressado pela forma verbal akhal. E algumas formas do passado perfeito, “hayeta” (geralmente traduzido como “era“), são usadas para dar a conotação de um evento que aconteceu antes do sentido principal da história.

Assim, “mas a terra era…“, descreve o estado do nosso planeta e a sua incapacidade de sustentar a vida no primeiro momento em que foi criado.

Hum… mas tem muita gramática aqui… porque isso me interessaria? Bom, as duas próximas palavras “tohu vavohu“,  a partir da tradução correta vão nos dar uma nova visão sobre a idade da terra, e uma melhor compreensão da origem da vida.

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