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RESPOSTA AO ANALISANDO AS ESCRITURAS SOBRE Mt 24:5

“Desvende os Mistérios da Bíblia: Manual Prático para Questões Polêmicas e Difíceis”

Está em busca de respostas sólidas para as passagens mais controversas e desafiadoras das Escrituras? Este eBook é o guia definitivo para quem deseja explorar e compreender temas complexos da Bíblia com profundidade e clareza. Descubra argumentos, contextos históricos e interpretações que fortalecerão sua fé e enriquecerão seu conhecimento. Seja para estudo pessoal ou debates, este manual é indispensável para quem quer estar preparado para enfrentar as questões mais intrigantes da Palavra de Deus. Baixe agora e aprofunde-se!

Mais uma vez o Ronaldo do “Distorcendo as Escrituras” tenta me responder. Só que ele é esperto. Não mostra minhas refutações, só as alegações dele e NUNCA cita uma obra acadêmica, só as opiniões dele.

Engraçado esse pessoal de Youtube que se acha a última cereja do bolo que descobriu uma “contradição” na Bíblia que ninguém em 2000 anos descobriu. Claramente ele ficou com medo de perder visualizações do canal pois respondi ele em dois vídeos e não mostrou minhas fontes e argumentos.

 

Mas vamos lá.

Ponto 1: Confusão de nomes e tom desdenhoso

Ronaldo inicia mencionando um erro ao nomear o canal “Logos Apologética”. Esse detalhe é irrelevante para a análise teológica e serve apenas para criar um tom informal, possivelmente desviando o foco do argumento principal.

Refutação:
Embora o erro de nomenclatura seja trivial, o uso de termos como “amadinho” e o tom desdenhoso sugerem mais uma tentativa de desqualificar o debatedor do que de abordar a questão teológica. A argumentação deve ser focada nas ideias, não em características pessoais ou tom jocoso.


Ponto 2: O argumento de Mateus 24:26

Ronaldo sugere que o versículo em Mateus 24:26, onde Jesus alerta sobre falsos Messias, deve ser aplicado a Paulo porque Paulo afirma ter visto Jesus no deserto. Ele ridiculariza a exclusão de Paulo do contexto desse versículo.

Contexto do versículo:

Mateus 24:26 faz parte de um discurso escatológico de Jesus (Mateus 24:23-27) onde Ele alerta sobre falsos cristos e falsos profetas que tentariam enganar as pessoas. A passagem refere-se ao contexto do final dos tempos, quando Jesus explica que Sua volta será inconfundível, visível a todos como um relâmpago (Mateus 24:27).

Refutação:

  1. Contexto explícito:
    O contexto de Mateus 24 deixa claro que Jesus está falando de falsos Messias e falsos cristos que apareceriam tentando enganar os eleitos (Mateus 24:24). Paulo nunca se identificou como Messias ou Cristo. Pelo contrário, ele pregou consistentemente que Jesus é o Cristo ressuscitado (1 Coríntios 15:3-8).
  2. Aplicação incorreta:
    A visão de Paulo no caminho para Damasco (Atos 9:3-6) não se enquadra no contexto de Mateus 24. Jesus, no texto de Mateus, alerta sobre reivindicações públicas de aparições messiânicas, como “Eis que Ele está no deserto” ou “Eis que Ele está nos aposentos”. A experiência de Paulo foi uma visão pessoal, não um anúncio público para atrair seguidores a um falso Messias.
  3. Harmonia bíblica:
    A experiência de Paulo é validada por outros apóstolos e pela igreja primitiva (Gálatas 2:7-9, Atos 15). Se fosse um evento contraditório aos ensinamentos de Jesus, seria improvável que os apóstolos tivessem aceitado e reconhecido Paulo como um enviado de Cristo.
  • Paulo não alegou ser Cristo.
  • Jesus alerta contra falsos profetas e Messias no contexto escatológico, enquanto Paulo pregou o Evangelho de Cristo.

A tentativa de Ronaldo de vincular Mateus 24:26 à visão de Paulo no deserto é falaciosa, pois ignora o contexto claro do discurso escatológico de Jesus. A interpretação de que Mateus 24:26 refere-se exclusivamente a falsos cristos e falsos Messias é amplamente aceita pela exegese bíblica. Portanto, a aplicação do versículo a Paulo é injustificada e fora do contexto.

. Interpretação de Mateus 24:5 – “Muitos virão em meu nome”

  • Alegação: O autor do vídeo afirma que Mateus 24:5 não pode se referir a falsos Messias, pois seria contraditório que alguém viesse “em nome de Cristo” dizendo ser o próprio Cristo.
  • Refutação:
    • A expressão “em meu nome” no contexto judaico-cristão não se limita a uma representação literal. Ela pode significar agir com autoridade atribuída ou associada a alguém. Muitos intérpretes, como D.A. Carson e Craig Keener, entendem que “em meu nome” em Mateus 24:5 se refere a pessoas que usariam a autoridade ou identidade de Cristo para enganar.
    • A crítica de que um falso Messias não poderia “vir em nome de Cristo” demonstra uma leitura simplista do texto. No contexto histórico e linguístico, falsos profetas frequentemente associavam suas alegações a figuras ou títulos conhecidos para obter credibilidade. Assim, “em meu nome” poderia significar pessoas dizendo falsamente que eram enviados ou representantes de Cristo.

Vamos ver o que diz A. T. Robertson:

Em meu nome (epi tō onomati mou). Eles se arrogarão falsas reivindicações de messianismo com base no nome do próprio Cristo. Josefo (Guerras Judaicas VI, 54) cita falsos Cristos como uma das razões para a explosão contra Roma que levou à destruição da cidade. Cada novo herói era acolhido pelas massas, incluindo Barcoquebas. “Eu sou o Messias”, cada um deles diria. Há cerca de quarenta anos, dois homens em Illinois reivindicaram ser o Messias, cada um com seus seguidores (Schlatter, Schweinfurth). Em anos mais recentes, a Sra. Annie Besant introduziu um Messias teosófico, e a Sra. Eddy fez reivindicações sobre si mesma equiparando-se às de Jesus.

Literalmente, “sobre meu nome”, ou seja, com base na autoridade de; fundamentando suas reivindicações no título de Messias.

A argumentação apresentada apresenta uma confusão entre as diferentes formas de “nome” que aparecem nas escrituras. Vamos analisar as falas de Jesus em relação ao “nome” e como isso se aplica à afirmação de que alguém viria em “nome de Cristo” e se declararia o Messias.

Ou seja, tentariam se fazer passar pelo Messias. O aviso de Mateus 24:5 aplica-se em primeiro lugar à queda de Jerusalém e à nação judaica, que era muito suscetível a esse tipo de engano. Nos tempos dos apóstolos, surgiram muitos falsos messias (ver Josefo, Guerra VI, 5.4). Mais tarde (Mateus 24:27), ‘em termos inequívocos, nosso Senhor fala de sua segunda vinda’ (DTG 584).”

Primeiro, quando Jesus diz que muitos virão “em meu nome” (Mateus 24:5), ele está se referindo ao uso do seu título, “Cristo”, ou seja, eles se apresentariam como representantes de Cristo ou usando a autoridade de Cristo para enganar as pessoas, não que estariam dizendo literalmente ser o próprio Cristo. A palavra “Cristo”, em grego Christos, significa “ungido” e é usada para indicar o Messias, o enviado de Deus, e não o próprio nome de Jesus como uma pessoa.

Então, a frase “em meu nome” é mais um uso simbólico, onde aqueles que alegam ser o Messias fazem isso alegando autoridade sobre o nome de Cristo, utilizando esse nome como um meio para enganar, como foi o caso de muitos falsos mestres e profetas que surgiram ao longo da história. Jesus, de fato, falou que Ele veio “em nome do Pai” (João 5:43), ou seja, Ele vinha com a autoridade do Pai, como Seu enviado. Isso é muito diferente de alguém dizendo ser Ele próprio.

Além disso, em Mateus 24, Jesus alerta para o engano de falsos cristos e falsos profetas, indicando que a vinda deles seria uma tentativa de distorcer a verdade do Evangelho, fazendo com que as pessoas acreditassem em “Cristos” falsos, ou seja, em pessoas que alegam ser o Messias, mas que não são.

Portanto, a crítica feita à análise de Emerson no Logos Apologética carece de compreensão do contexto bíblico. A diferença entre “vir em meu nome” e “eu sou o Cristo” é uma questão de autoridade e função, não uma contradição. Quando Jesus fala que “muitos virão em meu nome”, Ele está prevendo o surgimento de impostores que se utilizariam de Seu nome e título para enganar, algo que não contradiz a identidade de Cristo como Messias.

Análise da alegação de Ronaldo:

Ronaldo afirma que, se alguém diz “Eu vim em nome de Cristo”, isso implica que essa pessoa não seria, de fato, o Cristo, mas estaria usando o nome de Cristo para se apresentar como Messias. Ele compara isso com o exemplo de alguém dizendo “Eu sou o professor Sabino e vim em nome do professor Sabino”, argumentando que essa contradição tornaria o discurso absurdo.

Porém, a alegação de Ronaldo parece se basear em uma interpretação errônea do que significa “vir em nome de Cristo” e o que Jesus estava realmente dizendo em Mateus 24:5.

Refutação da alegação:

  1. Significado de “em meu nome”: A expressão “em meu nome” não significa que a pessoa seja o próprio Cristo, mas que ela esteja usando o nome de Cristo de maneira autoritária ou como alguém que o representa. Em Mateus 24, Jesus está se referindo a impostores, ou falsos cristos, que usariam Seu nome para enganar as pessoas. Ou seja, eles diriam “Eu sou o Cristo”, mas não seriam o Cristo verdadeiro. Essa expressão, portanto, tem o significado de agir “em nome de”, ou seja, representando, ou alegando ser o verdadeiro Messias.
  2. A missão de Jesus como o Cristo: Jesus, de fato, se identificava como o Cristo (o Messias), mas Ele nunca disse que viria “em nome de Cristo”. A alegação de Ronaldo ignora o contexto em que Jesus alerta para os falsos messias que surgiriam, usando Seu nome. O que Jesus diz é que esses falsos messias apareceriam dizendo ser Ele, mas sem ser o verdadeiro Cristo, e portanto, enganarão as pessoas.
  3. Comparação com o exemplo do “professor Sabino”: A comparação feita por Ronaldo entre “eu sou o professor Sabino” e “vim em nome do professor Sabino” não se aplica ao contexto de Mateus 24. Jesus não está dizendo “Eu sou Cristo” e, em seguida, alertando para falsos messias, mas sim avisando que outros, usando o nome de Cristo (não “em nome de Cristo”), se passariam por Ele, proclamando-se como o Cristo (o Messias), mas enganando as pessoas.

Portanto, a alegação de Ronaldo, ao sugerir que Jesus estava se contradizendo ao afirmar que “muitos virão em meu nome”, se baseia em uma má interpretação do que significa a expressão “em meu nome”. Jesus não estava negando que Ele era o Cristo, mas estava alertando para o surgimento de impostores que se passariam por Ele, utilizando Seu nome para enganar os outros.

Em resumo, a passagem de Mateus 24:5 não contém contradição. Jesus estava apenas alertando os seus seguidores sobre os falsos messias que viriam em Seu nome, proclamando ser o Cristo, mas não o seriam.

Muitos enganadores virão dizendo que são o Cristo, o Messias. Jesus não quer dizer que eles fingirão ser Ele, especificamente. Os discípulos O reconheceriam por outra pessoa. Em vez disso, Jesus está dizendo que muitos virão que alegarão que Ele não era, de fato, o Messias — Jesus terá sido executado por Roma até então ( Mateus 16:21 ) — e que eles são realmente o Cristo. Jesus acrescenta que muitos desses mentirosos serão bem-sucedidos: inúmeras pessoas serão enganadas. Como Jesus é o único caminho verdadeiro para o reino dos céus, aqueles desviados serão levados à destruição.

A história registra exemplos de pessoas que alegaram ser o Prometido depois que o ministério terrestre de Jesus terminou. Um desses falsos Messias, Simão Bar Kokhba, falhou em uma tentativa de se revoltar contra Roma em 135 d.C. Jesus não quer que Seus seguidores sejam pegos em nenhum engano tolo.


2. Significado de “Cristo” e “ungido”

  • Alegação: O autor argumenta que “Cristo” em grego significa apenas “ungido”, e não tem necessariamente a conotação de “Messias”.
  • Refutação:
    • Embora seja correto que “Cristo” (Χριστός) derive do verbo grego “chrió” (ungir), no contexto do Novo Testamento, ele é amplamente entendido como uma referência messiânica específica. O título de “Cristo” é aplicado exclusivamente a Jesus, conectando-o às expectativas messiânicas judaicas (ver Lucas 4:18-21; João 1:41).
    • Textos como Mateus 16:16 (“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”) evidenciam que “Cristo” não era usado apenas genericamente, mas como título messiânico que indicava o Salvador prometido. A tentativa de generalizar o termo “Cristo” como “qualquer ungido” desconsidera seu uso no Novo Testamento como um título exclusivo para Jesus.

A alegação de Ronaldo parte de uma confusão sobre o conceito de “ungido” (em grego, christos e em hebraico, mashiach), e como ele é usado na Bíblia para descrever diferentes figuras, como reis, profetas e até mesmo Ciro, o rei persa. Ele argumenta que o termo “ungido” não é sinônimo de “Messias Salvador”, como alguns cristãos entendem, e cita Isaías 45:1 para afirmar que “ungido” pode se referir a uma pessoa que não é o Messias, mas alguém com uma missão específica de Deus, como o rei Ciro.

Análise da alegação de Ronaldo:

  1. A palavra “ungido” (Messias): O termo “ungido” realmente se refere à ideia de ser escolhido ou consagrado para uma tarefa ou missão específica, o que pode incluir pessoas como reis (como Saul e Davi) ou sacerdotes. Porém, o conceito de “Cristo” ou “Messias” no Novo Testamento é mais do que simplesmente alguém ungido para uma tarefa específica. O Messias é alguém enviado por Deus para cumprir a missão divina da salvação, o que inclui, mas não se limita, à libertação política ou nacional.
  2. Isaías 45:1 e Ciro: A citação de Isaías 45:1 é uma referência ao rei persa Ciro, que é chamado de “ungido” porque ele foi escolhido por Deus para libertar os israelitas do cativeiro babilônico. No entanto, isso não diminui o fato de que o termo “ungido” tem um significado mais amplo, que pode se referir a qualquer pessoa escolhida por Deus para cumprir um propósito específico. A diferença crucial entre Ciro e o “Cristo” (Messias) é que Ciro não foi enviado para trazer a salvação espiritual ao povo de Deus, mas apenas para libertá-los do cativeiro.
  3. A função do “ungido” no Antigo Testamento: É importante entender que a unção no Antigo Testamento sempre tinha a ver com uma missão específica dada por Deus. No caso de Ciro, ele foi escolhido para libertar o povo de Israel do cativeiro. Mas o Messias que os judeus esperavam (e os cristãos acreditam que Jesus é) é um “ungido” em um sentido mais pleno, que cumpre uma missão divina muito mais abrangente, que é a salvação e a restauração espiritual do povo de Deus.
  4. O Messias no contexto cristão: Para os cristãos, Jesus é o Messias, o “ungido” que, embora tenha sido ungido em um sentido tradicional (como Rei, Profeta e Sacerdote), também é o Salvador enviado por Deus para trazer a salvação eterna para todos os que creem nele. Portanto, o termo “Messias” ou “Cristo” se aplica a Jesus não apenas como um ungido para uma tarefa específica, mas como o Salvador divino que cumpriu a missão da salvação espiritual.

Refutando a alegação de Ronaldo:

Aos 5:25 Ronaldo sugere que o fato de Ciro ser chamado de “ungido” em Isaías 45:1 prova que o termo “ungido” não se refere a Jesus como o Messias Salvador. No entanto, essa análise não leva em conta as diferenças entre os tipos de unção no Antigo Testamento e o propósito final do Messias. Ciro foi “ungido” para cumprir uma missão política e histórica, mas o Messias que os cristãos esperam é aquele que traria salvação eterna, algo que Ciro nunca foi chamado para fazer.

Além disso, Jesus é, sim, o “ungido” de Deus, mas Sua unção vai além da simples missão política de libertação, que era o caso de Ciro. Jesus é o “Cristo” porque Ele veio para cumprir a missão divina de trazer a salvação eterna ao povo de Deus, algo que transcende a função de Ciro e de outros “ungidos” do Antigo Testamento.

Portanto, a alegação de Ronaldo de que o termo “ungido” refutaria Jesus como o Messias Salvador não se sustenta, pois o conceito de Messias no cristianismo é mais amplo e profundo, envolvendo uma missão espiritual e salvífica que vai além das funções políticas dos ungidos no Antigo Testamento.

6:10 – O livro de Isaías é profético e repleto de simbolismo. A profecia sobre Ciro não nega a expectativa messiânica futura, mas a antecipa de forma peculiar. Ciro é um instrumento de Deus, usado para cumprir um propósito específico: libertar o povo de Israel do cativeiro babilônico. Essa libertação é vista como um ato de redenção divina, um prenúncio da libertação final prometida pelo Messias. Ciro não é o Messias, mas um tipo messiânico, um prelúdio do que o Messias verdadeiro faria em escala muito maior e definitiva.


3. Aplicação de Mateus 24 a Paulo

  • Alegação: Jesus estaria se referindo a Paulo como um falso Cristo, pois ele alegou ser enviado por Deus.
  • Refutação:
    • Mateus 24:5 não se refere diretamente a Paulo. O contexto do capítulo é escatológico e aborda eventos futuros, como falsos profetas que surgiriam para enganar durante os tempos finais.
    • A visão do autor do vídeo ignora a consistência entre os ensinamentos de Jesus e de Paulo. Em várias epístolas, Paulo reconhece explicitamente Jesus como o único Cristo e Messias (ver Romanos 1:1-4; 1 Coríntios 1:23-24).
    • Além disso, Paulo não afirmou ser Cristo ou substituir Jesus. Ele frequentemente enfatizou sua posição como servo de Cristo (ver 2 Coríntios 4:5; Gálatas 1:10).

O argumento apresentado é uma tentativa de explicar a expressão “em nome de Cristo” de maneira mais condizente com o contexto bíblico. Ao afirmar que Paulo também foi “ungido” e “enviado” para pregar aos gentios, o ponto é que Jesus, ao falar de “falsos cristos”, não está se referindo diretamente ao Messias (o Salvador) que Ele próprio é, mas sim a indivíduos que se proclamam como enviados ou ungidos de Deus, mas de maneira falsa.

Quando Jesus menciona que virão “falsos cristos”, a interpretação aqui é que Ele se referia a pessoas que se apresentariam como enviados de Deus ou com uma missão divina, mas que, na realidade, não tinham essa autoridade. Ou seja, os “falsos cristos” seriam falsos ungidos ou falsos enviados, não pessoas que afirmam ser o Messias, mas sim aquelas que se utilizam do nome de Cristo para enganar ou pregar um evangelho falso.

A explicação é que, ao falar sobre “falsos cristos” que virão “em nome de Cristo”, Jesus não se contradiz, pois Ele não estaria dizendo que outros seriam o Messias (o que seria incoerente), mas sim que pessoas falsamente se passariam por mensageiros ou enviados de Deus, usando o nome de Cristo para tal.

Paulo, ao afirmar que Deus o “ungiu” para pregar o evangelho aos gentios, não está reivindicando o título de “Messias” no sentido tradicional de um salvador ou redentor, como foi o caso de Jesus. Ele está, na verdade, utilizando o termo “ungido” para se referir ao chamado divino para cumprir uma missão específica: anunciar a mensagem de Cristo aos gentios, como parte do plano redentor de Deus. A referência ao Antigo Testamento, que fala de um ungido (como Ciro em Isaías 45:1, por exemplo), é uma maneira de Paulo se associar a esse padrão de “enviado” com uma missão dada por Deus.

Portanto, Paulo não está reivindicando para si o status de Messias, mas utilizando a linguagem de “unção” de forma metafórica, para indicar que ele foi escolhido por Deus para realizar uma tarefa importante dentro do plano divino de salvação. Essa “unção” não faz de Paulo o Messias, mas sim um instrumento de Deus para levar a mensagem de Cristo aos gentios.

  1. Salmo 2:2: O salmo fala de reis e príncipes se rebelando contra Deus e Seu ungido. Embora originalmente se refira a Davi, os cristãos acreditam que esse salmo também se aplica a Jesus, como o Messias. No Novo Testamento, Jesus é chamado de o Ungido de Deus, e o salmo é usado para falar de Sua missão e rejeição, como vimos em Atos 4:25-28 e Hebreus 1:5.
  2. Paulo também se considera enviado: Ronaldo questiona quem é realmente o enviado de Deus, se é Jesus ou Paulo. A resposta é que Paulo não se coloca como Messias. Ele se vê como enviado por Deus para pregar o evangelho aos gentios, como os profetas do Antigo Testamento. Isso é visto em Romanos 1:1 e Atos 9:15.
  3. Falsos Cristos e o nome de Cristo: Quando Jesus fala sobre falsos cristos (em Mateus 24:5), Ele está alertando sobre pessoas que fingem ser o Messias. Não quer dizer que alguém não possa pregar “em nome de Cristo” de forma legítima. Paulo, por exemplo, pregava em nome de Cristo, mas não afirmava ser o Messias.
  4. A diferença: Jesus é o Messias, o Ungido de Deus. Paulo foi escolhido por Deus para espalhar o evangelho, mas isso não significa que ele seja o Messias. Jesus alertou contra os falsos cristos (mentirosos que diriam ser o Messias), não contra pessoas que pregam o evangelho em Seu nome.

Em resumo, o que Jesus disse sobre “falsos cristos” é um alerta contra enganos, e não uma contradição sobre quem é o verdadeiro enviado de Deus.

7:38

  • Rejeição pelos líderes religiosos: Jesus foi desafiado e rejeitado pelos fariseus, saduceus e outros líderes religiosos da época, que eram como “príncipes” espirituais de Israel. Eles questionaram Sua autoridade e tentaram descreditá-Lo, como vemos em várias passagens, como em Mateus 23:13-39.
  • Enfrentamento com Herodes: Jesus também foi confrontado pelo rei Herodes, como relatado em Lucas 23:6-12. Herodes, embora não tivesse interesse genuíno em Jesus, o confrontou e zombou d’Ele, antes de enviá-Lo de volta para Pilatos.
  • Pilatos e o julgamento de Jesus: O próprio Pilatos, governador romano, também é uma figura de autoridade política que se envolveu diretamente no julgamento e na condenação de Jesus, mesmo reconhecendo Sua inocência. Isso é descrito em Mateus 27:11-26.
  • Os “reis da terra” mencionados em Salmo 2:2: Esse versículo, que se aplica tanto a Davi quanto a Jesus, fala de toda a oposição das autoridades terrenas contra o plano de Deus. Nos Evangelhos, vemos essa oposição se materializando quando Jesus é rejeitado e crucificado pelas autoridades.

4. Análise de Colossenses 1:24

8:56

  • Alegação: Paulo teria afirmado “completar o que falta ao sofrimento de Cristo”, sugerindo que o sacrifício de Jesus foi insuficiente.
  • Refutação:
    • A frase em Colossenses 1:24 refere-se à identificação de Paulo com os sofrimentos de Cristo no contexto de sua missão apostólica. O teólogo F.F. Bruce explica que Paulo não sugere uma insuficiência no sacrifício de Jesus, mas indica que os crentes participam dos sofrimentos de Cristo ao enfrentar perseguições pelo evangelho.
    • O conceito de “sofrer com Cristo” é teologicamente consistente com outros textos do Novo Testamento (ver Romanos 8:17; 2 Coríntios 1:5-7).

A alegação de que Paulo está dizendo que o sacrifício de Cristo não foi completo e que ele veio completar o sofrimento de Cristo é um mal-entendido sobre o que ele realmente expressa em Colossenses 1:24.

Vamos analisar o versículo em seu contexto:

Colossenses 1:24 (NVI) diz:
“Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós e completo na minha carne o que falta nas aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja.”

Aqui, Paulo não está dizendo que o sacrifício de Cristo na cruz foi incompleto, mas sim que ele está disposto a sofrer por causa da missão que Cristo lhe deu. O uso do verbo “completar” (em grego “antanplero”) refere-se a Paulo “completar” ou “continuar” as aflições de Cristo de maneira simbólica, como parte de sua missão de pregar o evangelho e construir a igreja.

Explicação:

  1. O sofrimento de Cristo: O sofrimento de Cristo, especialmente a sua morte na cruz, foi completo e suficiente para a salvação da humanidade. A Bíblia é clara sobre isso em passagens como João 19:30, onde Jesus diz: “Está consumado”. Isso significa que nada falta no sacrifício de Cristo.
  2. O papel de Paulo: Quando Paulo fala sobre completar o que falta nas aflições de Cristo, ele não está dizendo que o sacrifício de Cristo precisa de algo mais. Em vez disso, ele está se referindo ao sofrimento que ele, como apóstolo, precisa enfrentar em prol do evangelho. Ele se vê como um “continuador” da missão de Cristo, disposto a sofrer por amor à igreja e ao cumprimento da obra de Deus.

Portanto, Paulo não está sugerindo que o sacrifício de Cristo foi incompleto. Ele está falando sobre seu próprio sofrimento e como ele compartilha as aflições que Cristo enfrentou ao cumprir a missão de pregar o evangelho, como um colaborador de Cristo. Esse tipo de sofrimento é parte do “continuar” a obra de Cristo, não de adicionar algo à sua obra redentora.


5. Interpretação de Filipenses 1:21

11:16

  • Alegação: O texto seria ambíguo e poderia sugerir que Paulo se considerava Cristo.
  • Refutação:
    • O versículo “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” expressa a centralidade de Cristo na vida de Paulo. Não há evidência textual ou exegética de que Paulo esteja se autodenominando Cristo.
    • O contexto de Filipenses 1 deixa claro que Paulo está exaltando Cristo como a razão de sua vida e a esperança além da morte.
  1. Paulo não está dizendo que o sacrifício de Cristo foi incompleto: Quando Paulo diz que “o viver é Cristo e o morrer é lucro”, ele não está sugerindo que a obra de Cristo na cruz não foi suficiente. Ao contrário, ele reconhece a totalidade e a perfeição do sacrifício de Cristo, mas, ao mesmo tempo, Paulo vê sua vida como uma extensão da missão de Cristo. O sacrifício de Cristo foi completo e suficiente para a salvação dos crentes (cf. Hebreus 10:10-14). O que Paulo está dizendo é que, para ele, viver significa viver para Cristo, enquanto morrer representa ganhar uma recompensa eterna com Ele.
  2. Viver para Cristo: O apóstolo Paulo vê sua vida dedicada a Cristo como seu maior propósito. Em muitos momentos de suas cartas, ele se descreve como um servo de Cristo, e viver para ele é seguir a missão de Cristo, espalhar o evangelho, edificar a igreja e viver de acordo com os princípios cristãos. Quando ele afirma que “o viver é Cristo”, está expressando sua identificação total com Cristo e com o propósito divino de sua vida.
  3. Morrer é lucro: O “lucro” mencionado por Paulo se refere à sua expectativa de ser finalmente reconciliado com Cristo de maneira plena, sem as limitações da vida terrena. Morrer é ganho porque ele acredita que ao morrer, ele estará em um estado de maior comunhão com Cristo, o que ele considera como a maior recompensa. Não se trata de uma “falta” na obra de Cristo, mas de uma perspectiva cristã de que a morte não é o fim, mas uma transição para a glória.
  4. Outras traduções e o contexto: Embora a Bíblia de Jerusalém traga uma tradução ligeiramente diferente, em outras traduções a ideia permanece a mesma. No grego, o verbo “megalynein” (engrandecer) aparece em Filipenses 1:20, onde Paulo expressa seu desejo de que Cristo seja engrandecido em seu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Isso não implica em qualquer insuficiência na obra de Cristo, mas em como a vida e morte de Paulo devem ser uma forma de exaltar a Cristo, como ele já falou anteriormente em sua carta (cf. Filipenses 1:20).
    • O texto grego não é ambíguo a ponto de sugerir que Paulo se coloca como Cristo. Ele usa o verbo “viver” no sentido de viver para Cristo, ou seja, a sua vida é dedicada à missão de Cristo, e não como se ele fosse Cristo. Ele está expressando que, ao viver, ele quer seguir o exemplo de Cristo, e ao morrer, ele será recompensado, estando com Cristo, o que é um “lucro” para ele.
    • Não há nenhuma indicação de que Paulo esteja afirmando ser o próprio Cristo. Ao contrário, ele frequentemente se coloca como servo de Cristo e imita Cristo, mas sem jamais reivindicar ser o próprio Messias.
  • “Completar o sofrimento de Cristo”:
    • Quando Paulo fala sobre “completar o que falta nas tribulações de Cristo” (em Colossenses 1:24), ele não está sugerindo que o sacrifício de Cristo na cruz foi incompleto. O que ele quer dizer é que ele, como servo de Cristo, sofre pelos cristãos, assim como Cristo sofreu. Paulo vê seu sofrimento como parte do processo de levar o evangelho ao mundo, mas de forma alguma ele está afirmando que o sofrimento de Cristo não foi suficiente.
    • O sofrimento de Cristo na cruz é visto como completo e perfeito para a salvação dos seres humanos. O que Paulo está dizendo é que ele compartilha esse sofrimento de forma simbólica e missionária, ao enfrentar perseguições por pregar o evangelho.

Portanto, o ponto principal de Filipenses 1:21 não é afirmar que o sacrifício de Cristo não foi completo, mas sim que Paulo considera sua vida e sua morte como oportunidades de glorificar Cristo. Isso é consistente com a totalidade da obra de Cristo, que é final e suficiente para a salvação.

1. Análise do Texto Grego (Filipenses 1:21)

O versículo em grego é:

“Ἐμὲ γὰρ τὸ ζῆν Χριστὸς, καὶ τὸ ἀποθανεῖν κέρδος.”

  • Tradução direta: “Porque para mim viver é Cristo, e morrer é lucro.”

Não há ambiguidade no uso do verbo “ζῆν” (viver) ou no substantivo “Χριστὸς” (Cristo). O significado do versículo é claro:

  • “Viver é Cristo”: Paulo está dizendo que sua vida é dedicada a Cristo, a quem ele serve e representa.
  • “Morrer é lucro”: Paulo considera a morte como uma oportunidade de estar com Cristo, o que ele vê como um ganho superior.

6. Jesus e os “falsos Cristos” em Mateus 24:24-26

13:13

  • Alegação: Jesus contradiz a possibilidade de falsos Cristos no deserto ou em locais isolados.
  • Refutação:
    • Jesus está advertindo seus seguidores a não se deixarem enganar por manifestações localizadas e privadas, que seriam inconsistentes com a natureza pública e universal de sua segunda vinda.
    • O aviso é sobre enganos escatológicos, não sobre líderes específicos como Paulo. Associar Paulo a Mateus 24:24-26 é uma leitura anacrônica que ignora o contexto apocalíptico do texto.

A alegação de que em Mateus 24:5 a palavra “Cristo” é genérica e não se refere ao Messias é incorreta. No versículo, Jesus está alertando sobre falsos cristos (ungidos ou enviados), que se apresentariam como se fossem o próprio Messias. A palavra “Cristos” no grego é usada de forma específica para se referir ao Messias prometido. A tradução do termo não é genérica, mas sim ligada à ideia de um “ungido”, alguém com um papel messiânico, como Jesus mesmo foi reconhecido. Portanto, quando Jesus fala sobre falsos cristos, Ele está se referindo a pessoas que tentarão enganar outros afirmando ser o Messias, e não a um uso genérico do termo.

A alegação de que Jesus não está se referindo especificamente a falsos cristos, mas de forma genérica, não é correta. Em Mateus 24:26-27, Jesus está alertando contra falsos messias, ou seja, pessoas que se apresentariam como Ele ou como enviados de Deus. A palavra “Cristo” tem um significado claro, referindo-se ao Messias prometido. Mesmo que alguém, como Paulo ou qualquer outra figura, tentasse se apresentar como Cristo, a orientação de Jesus é clara: “não creiais”. Isso indica que Ele está falando especificamente de pessoas que afirmariam ser o Messias, e não de uma forma genérica de alguém com um nome comum ou um simples mensageiro.

Portanto, o contexto mostra que a advertência de Jesus é contra falsos messias, não apenas contra qualquer tipo de pessoa que alegue ter visto Jesus.

A alegação de que Jesus se referia a uma forma genérica, como no exemplo de pedir “Pix” em nome de Ronaldo, não é válida no contexto de Mateus 24:26-27. Quando Jesus fala sobre falsos cristos, Ele está claramente se referindo a pessoas que afirmam ser o “Cristo” (o Messias) ou que estão atuando em nome Dele, o que tem um significado específico na tradição cristã. A palavra “Cristo” no Novo Testamento se refere diretamente ao Messias prometido, e a advertência de Jesus é sobre aqueles que se apresentam como tal, com a intenção de enganar.

Comparar isso a um pedido de “Pix” é uma analogia equivocada, pois no caso de Mateus 24, Jesus está falando de falsos messias que se apresentam de forma intencionalmente enganosa, não de uma questão vaga ou genérica de pessoas que fazem alegações sobre um nome comum. Portanto, o contexto de Mateus 24 se refere a falsos messias, não a qualquer tipo de afirmação genérica. A ideia é clara: não devemos acreditar em pessoas que afirmam ser o Cristo (Messias), mas essa advertência não se aplica a todas as formas de alegações sobre Cristo.

A alegação de que os cristãos desobedecem a Jesus ao seguir Paulo e que Paulo contradiz enormemente os ensinamentos de Cristo não é sustentada pela totalidade do Novo Testamento e pela teologia cristã. A visão cristã tradicional entende que Paulo foi um apóstolo autorizado por Jesus, que pregou o evangelho de Cristo com fidelidade. Embora algumas de suas cartas, em certos pontos, possam ser difíceis de entender, não há uma contradição fundamental entre os ensinamentos de Jesus e Paulo.

Paulo nunca se colocou como um substituto de Cristo, mas como um mensageiro do evangelho de Jesus. Em muitos momentos, ele enfatizou que sua missão era espalhar a mensagem de Cristo e exortar os crentes a viverem conforme os ensinamentos de Jesus.

A citação de Gandhi de que as epístolas de Paulo são desonestas aos ensinamentos de Cristo é uma interpretação pessoal de alguém que, embora tivesse grande respeito por Jesus, não estava familiarizado com o contexto cristão completo. Para os cristãos, tanto os Evangelhos quanto as epístolas de Paulo são partes fundamentais das Escrituras que, juntas, revelam a mensagem completa do evangelho.

Portanto, a ideia de que Paulo contradiz Jesus não é uma interpretação válida para a grande maioria dos cristãos, que veem a obra de Paulo como parte integral do plano de salvação revelado por Deus.


Conclusão

O vídeo apresenta interpretações isoladas e distorcidas de textos bíblicos, ignorando contextos históricos, linguísticos e teológicos. Ao considerar a exegese acadêmica e as evidências contextuais, os argumentos apresentados carecem de fundamento sólido.

 

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