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Respondendo às Testemunhas de Jeová sobre o “Eu Sou” de Jo.8,58

Por: www.bible.ca
Tradução: Emerson H. de Oliveira

Jo.8,58:

ARA –  Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.
Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.

TNM – “Abraão, vosso pai, alegrou-se grandemente na perspectiva de ver o meu dia, e ele o viu e se alegrou.” Portanto, os judeus disseram-lhe: “Não tens nem cinqüenta anos, e ainda assim viste Abraão?” Jesus disse-lhes: “Digo-vos em toda a verdade: Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido.” Apanharam assim pedras para lhe atirarem; mas Jesus se escondeu e saiu do templo.

(N. do Tradutor: antes de mais nada vamos mostrar aqui as principais indicações de como as TJ interpretam este versículo:

1 – Jesus disse “eu sou” em Jo. 8: 23-24 e 28 e os judeus não o apedrejaram. Eles só tentaram apedrejá-lo no v. 58. Por que eles não ficaram ofendidos nos outros versículos?

2 – As TJ dizem que em Jo.8.58 Jesus estava falando de sua existência pré-humana, não de sua identidade (pois senão como os judeus não o apedrejaram nos outros “eu sou”?)

3 – Apesar das palavras gregas “ego eimi” (eu sou) estarem no tempo presente, “quando uma expressão aparece no tempo passado na sentença, o verbo no presente pode às vezes ser traduzido como se já esivesse iniciado no passado e prosseguindo até o presente. Isto também ocorre no francês e no latim” (Nicholas Kip, em Despertai, de 22 de março de 1987, p.14) – veja a resposta aqui

4 – O Antigo Testamento também usa a expressão “ego eimi” (na Septuaginta) para um humana (ICr. 21.17). O apóstolo Paulo também usou a expressão “eu sou” referindo-se a si mesmo.

5. As TJ crêem que Jesus foi um ser criado, um anjo, e não interpretam Jo.8.58  como corretamente diz que grego – que Ele não teve início – mas como um sinal de que Jesus teve um começo. “Assim, a verdadeira idéia do grego usado aqui é que o ‘primogênito’ de Deus, Jesus, que foi criado, já existia muito antes de Abraão nascer. — Colossenses 1:15; Provérbios 8:22, 23, 30; Revelação – Apocalipse 3:14. – Deve-se crer na Trindade? Publicação da Torre de Vigia. Grifo nosso. Veja as respostas para Cl. 1.15 aqui; a de Pr. 8.22 aqui e Ap. 3.14 aqui)

O argumento irrefutável

Aqui Jesus claramente descreve sua preexistência pessoal antes de Abraão na linguagem de divindade. Os judeus quiseram apedrejá-lo por fazer tal afirmação. Como eles acreditaram que Deus e anjos existiram antes de Abraão, a única explicação para eles quererem apedrejar Jesus era porque ele afirma ser a divindade eterna. Se Jesus tivesse somente dito que fosse um anjo (como as testemunhas de Jeová acreditam)  os judeus não O teriam apedrejado. Os judeus aceitavam a preexistência dos anjos qe que estes poderiam tomar a forma humana. Os judeus entenderam que Jesus afirmou que sua preexistência não era finita, como os anjos, mas era uma preexistência eterna, como em Deus. O contraste dos verbos no versículo 58 só poderia descrever a preexistência eterna. Jesus ecoou a linguagem de divindade usando o predicativo “eu SOU” que é exclusivamente aplicado a Deus em Isaías capítulos 40-55 e Êxodo 3:14, e outros lugares no Velho Testamento. As palavras traduzidas por “existir” e “sou” são um pouco diferentes. O versículo quer dizer: “Abraão veio à existência”; a outra “eu existo”. A declaração, portanto, não é que Cristo veio à existência antes de Abraão (como as TJ querem), mas que Ele nunca teve início e existiu antes de Abraão vir à existência; em outras palavras, Ele existia antes da Criação, ou eternamente (como Jo. 1:1). Foi neste sentido que os judeus entenderam e tentaram apedrejá-lo “porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo. 5:18).

O fato que as TJ se opõe a tradução de “Eu sou” é a prova de que elas sabem, e muito bem, que se Jesus realmente dissesse “Eu sou”, isto provaria que Ele era divino. Por isto é que elas tentam quebrar a ligação entre Jo. 8:58 e Ex 3:14 e as “passagens de Isaías”. Mas permanece o fato que “eu sou” é a tradução mais correta destas passagens. A maior prova que as TJ agem de má fé nesta tradução é o fato que das 28 vezes que “eu sou” é usado em João, a TNM só traduz “eu tenho sido” em 8:58.

Outro documento importante: 
O leitor que viu uma insinuação das afirmações exclusivas de Yahweh [Is. 43:10] em Jo. 8:24 e Jo. 8:28 agora sabe que estas palavras [eu SOU] nos lábios de Jesus [em Jo. 8:58] afirmava, por meio das mesmas palavras, que Ele existia antes de Abraão e assim Ele repete não só as palavras de Deus mas a mesma natureza de Deus que afirmou ‘eu sou ele: antes de mim nenhum deus se formou’. Os judeus interpretaram  corretamente palavras de Jesus como uma identificação com a natureza de Deus (cf. 10.33). Eles estavam, porém, pouco dispostos aceitar que seu testemunho fosse verdadeiro. Por isto eles apanharam pedras para matar Jesus. (Davi Mc. Ball, ‘Eu Sou’ no Evangelho de João, p 197)

Antigos e modernos comentaristas que expressam corretamente o verdadeiro sentido deste versículo:

– Comentaristas antigos (antes de 400 d.C.):

“E nós não ‘reverenciamos além da aquele que depois apareceu’ como se Ele não existisse antes; mas nós nos cremos como quando Ele diz: “antes de Abraão existir, Eu sou” (Contra Celso, Orígenes, livro 8, cap. 12 – 225 d.C.)

“Ele prova que é Deus mostrando Sua divindade, que não poderia ter expressado se Ele não fosse Deus. Se Cristo fosse só um homem, como Ele poderia ter dito: ‘antes de Abraão existir, Eu Sou?'” (Tratado sobre a Trindade, Novaciano, cap. 15 – 235 d.C.)

– Comentaristas modernos (depois de 400 d.C.):

“O contraste entre os verbos…é inconfundível, como no Sl. 90:2 ‘Antes que os montes nascessem…de eternidade a eternidade, tu és Deus’. Não se pode dizer que Deus ‘nasceu’ ou ‘se formou’ porque Ele É. Tem se dito que quando ‘ego eimi’ é usado sem nenhum predicado expresso ou implicado, é o equivalente para o solene ‘eu (sou) Ele’ que é a auto-designação de Yahweh aos profetas. Vê-se um uso semelhante da frase em 13:19. Fica claro que João queria representar Jesus afirmando um ser infinito da Divindade, distinto da existência temporal do homem”. (John, J. H. Bernard, Jo. 8:58, p322)

“Isto não signifca que ele existia antes de Abraão, mas que antes de Abraão existir, eu SOU. Isto o identificou com o EU SOU do Velho Testamento. A divindade não tem tempo passado, nem tempo futuro, mas sempre o presente. Deus não é eternidade ou infinito, mas é eterno e infinito”. (John, B. W. Johnson, Jo. 8:58, p147)

“Neste contexto, Jesus não diz somente que ele é mais velho que Abraão. Gabriel ou qualquer anjo, ou até mesmo o diabo, poderiam ter afirmado a mesma coisa. Deveríamos acreditar que Gabriel ou o diabo poderiam dizer: “antes que Abraão existisse, eu sou”? A verdade é que esta declaração foi uma afirmação de seu ser eterno, de sua existência sem princípio, em contraste com o princípio de existência de Abraão”.
(Bowman, Porque devemos crer na Trindade, p. 100 “Eu Sou”)

“As palavras em grego ego eimi, como uma auto-identificação de Jesus em Jo 8:58 (cf. 8:24; 13:19) constrasta com a palavra genesthai (existisse) aplicada a Abraão. Jesus assim afirma que ele nunca teve princípio, enquanto Abraão teve. Como ele é igual ao Pai (5:18ss), o que é dito do Pai também é atribuído a ele (cf. Is. 43:10 LXX). O contexto e a formulação de ego é judaica. O ponto não é a auto-identificação de Jesus como o Messias (“eu sou ele”) mas seu ser eterno (Kittel, TDNT (1 vol. Abridgement), p.207) (Young, Intermediate New Testament Greek, p.166)

“As palavras ego eimi (EU SOU) em Jo. 8:58 não funcionam como um título de Cristo, mas como uma declaração de sua eternidade (e implicitamente, de sua divindade)”. (Bowman, JWs, Jesus Christ, and the Gospel of John, p.124)

“O uso das palavras ‘ego eimi’ por Jesus constituiu uma afirmação de sua eternidade – significa que Ele existe sem nunca ter tido um começo – em contraste com Abraão”. (Rhodes, Argumentando das Escrituras com as Testemunha de Jeová, p.118)

Considerações importantes:

1. Como as Testemunhas de Jeová ensinam uma idéia de Jo. 8:58 que nunca foi ensinada antes do século 20, pergunto por que o Espírito Santo iria esperar 1900 anos para revelar isto só a eles. Como o “escravo fiel e discreto” pôde estar errado por tanto tempo? As TJ de fato acreditam que Ário era um deles em 325 d.C. Mas Ário acreditava que Jo. 8:58 ensinava a pré-existência eterna de Cristo na mente de Deus. 2. Os anti-trinitários atacam o significado de “ego eimi” em Ex 3:14 e Jo. 8:58. Contudo, a edição da TNM de 1984 tem uma nota de rodapé de em Ex 3:14, mostrando que o hebraico seria traduzido em grego como “ego eimi”)” – “eu sou”. Compare isto com a Tradução Interlinear do Reino de 1985 que mostra que palavras de Jesus em Jo. 8:58 são as mesmas: “ego eimi”.
3. Das 28 vezes que o evangelho de João usa o grego “ego eimi”, a Bíblia das Testemunhas de Jeová, a Tradução do Novo Mundo) corretamente traduz isto no tempo presente como “eu sou“, EXCETO em Jo. 8:58! Este fato é bastante para rejeitar a má tradução da TNM como “eu tenho sido” em Jo. 8:58.
4. Jo. 8:58 não pode ser traduzido como “antes de Abraão vir á existência, eu tenho sido” porque o grego é muito diferente para “eu tenho sido” X o tempo presente simples “eu sou”, como pode ser facilmente visto em Jo. 18:37 “Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci”. Se Jesus quisesse apenas dizer que preexistia antes de Abraão teria usado uma estrutura de frase como João registrou: “o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim” (Jo. 1:15,30). O poder de Jo. 1:15 é que Jesus era só 6 meses mais jovem que João Batista, mas mesmo assim diz que Ele existia antes de João. Versículos como Jo. 1:15,30, junto com Jo. 8:58 são obstáculos insuperáveis à idéia cristadelfa que Cristo só preexistiu na mente de Deus e não pessoalmente.
5. Em nenhum lugar na Bíblia lemos que Jesus “é uma criatura”, “é um anjo”, “é Miguel”, “não é Deus” ou “teve um princípio”. Se Jesus realmente tivesse dito em Jo. 8:58: “eu vim à existência antes de Abraão vir à existência” seria prova irrefutável contra os trinitarianos, provando que Jesus era uma criatura. Na verdade, se Jesus tivesse dito em Jo. 8:58 “eu tenho sido” ou “eu existi antes de Abraão existir” isto não provaria que Jesus é uma criatura, pois o mesmo poderia ser dito de Deus. Note que quando as TJ lêem em sua bíblia “eu tenho sido”, elas acham que significa “eu vim à existência”. Contudo, o grego está no tempo presente: “eu sou”. Se Jesus fosse uma criatura, o que Ele disse em Jo. 8:58 foi deliberadamente mal traduzido. Se Jesus tivesse dito: “eu sou um anjo de Deus que existiu antes de Abraão vir à existência” eles nunca teriam tentando apedrejar Jesus.
6. Um ponto significante que é negligenciado pela maioria dos que comentam o texto de Jo. 8:58, é que Jesus provavelmente estava falando em hebraico e usou “EHYEH” e não disse nenhuma das palavras gregas do texto. João, na verdade, traduziu os diálogos de Jesus do hebraico para o grego em seu evangelho. Jo. 8:58  pode ecoar tanto Ex. 3:14 baseado no texto hebraico ou na LXX. Jesus estava provavelmente falando em hebraico nesta passagem e João pode ter escolhido usar a LXX, que traduz EHYEH em sua primeira vez em Êxodo 3:14 como ego eimi para mostrar as palavras de Jesus para os judeus em Jo. 8:58. O fato que a LXX traduz “EHYEH” como ego eimi muitas vezes, prova que não há nenhuma razão para dizer que Jo. 8:58 não se refere a Ex 3:14.
7. Jo. 8:58 se refere a afirmação do “Eu Sou” de Jeová nos capítulos 40-55 de Isaías. A maioria dos estudiosos concluíram que as antigas referências no Velho Testamento para Jo. 8:58 estão nas frases “eu sou” em Isaías, provando definitivamente que Jesus afirmou ser Jeová.

8. Em Is. 45:18, onde Deus diz: “eu sou Yahweh” (heb, ANI HU YHWH), a LXX traduz como o predicado absoluto “ego eimi”.
9. As Testemunhas de Jeová ofereceram muitos argumentos contra a associção de Jo. 8:58 como uma afirmação por Jesus ser o “eu Sou” de Êxodo 3:14, ou Jeová.  Mesmo se Êxodo 3:14 não estivesse na Bíblia, Jo. 8:58 seria o bastante para a afirmação da eternidade de Cristo. Por outro lado, as TJ tentam de todo jeito acabar com esta ligação. Mesmo se as Testemunhas de Jeová estivessem certas, isso não melhoria nada para elas, pois Jo.8.58 por si só já diz que Jesus não é criado. As TJ sabem que não podem refutar a força da eternidade de eimi em Jo. 8:58.

10. Mt. 14:27 e Mc. 6:50 são paralelos e contêm o predicado “ego eimi”: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!”. Embora seja natural entender que isto signifique “sou eu”, a associação entre estas passagens e as passagens de “eu sou” de Jeová em Is. 40-55, não pode ser negada.

11. Jo. 8:58 é mais paralelo ao Sl. 90:2. Nenhuma Testemunha de Jeová vai negar que o contraste entre o criado e o Deus eterno é bem claro no Sl. 90:2. Negar o mesmo em Jo. 8:58 é pura desonestidade.

12. Eu sou. A expressão eu sou, apesar estar no presente, é projetada para se referir ao passado. O Sl. 90:2: “de eternidade a eternidade, tu é Deus”, aplicada a Deus, denota uma existência contínua sem respeito ao tempo. Dividimos o tempo em passado, o presente, e futuro. A expressão aplicada a Deus, denota que ele não mede sua existência desta maneira, mas que a palavra pela qual expressamos o presente denota sua existência contínua. Ele uso isto como um nome: “EU SOU, e “EU SOU O QUE EU SOU”, Ex. 3:14, comp. com Is. 44:6 47:8. Há uma grande semelhança  entre a expressão empregada por Jesus neste ponto e o termo usado em Êxodo para denotar o nome de Deus. A maneira pela qual Jesus a usou sugere a aplicação da mesma linguagem usada por Deus. A questão aqui é sobre a preexistência de Jesus. A objeção dos judeus era que ele não teinha cinqüenta anos, e não pôde, então, ter visto Abraão. Jesus respondeu que que ele existiu antes de Abraão. Como sua natureza humana ainda não tinha cinqüenta anos e não podia, como um homem, existir antes de Abraão, esta afirmação tem que se referir a outra natureza; e a passagem prova que, enquanto ele era um homem, ele também foi dotado de outra natureza que existia antes de Abraão, e para qual ele aplicou o termo (familiar aos judeus para falar da existência de Deus) EU SOU; e esta declaração corresponde à afirmação de João (Joh 1:1), que ele estava no princípio com Deus, e era Deus. Esta afirmação de Jesus é uma das provas que João usa para provar que ele era o Messias (Jo. 20:31), mostrando que este era seu obejtivo neste (Notas do Novo Testamento, de Barnes).

O uso de “EU SOU” na Bíblia

Das 28 vezes que o evangelho de João usa o grego “ego eimi”, a Bíblia das Testemunhas de Jeová, a Tradução do Novo Mundo) corretamente traduz isto no tempo presente como “eu sou“, EXCETO em Jo. 8:58! Este fato é bastante para rejeitar a má tradução da TNM como “eu tenho sido” em Jo. 8:58. Vejam a prova. Como seria a tradução na TNM se seguisse sua própria regra (em vermelho):

Jo. 4.26 (ARA): “Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo”
(NM): “Eu, que falo contigo, tenho sido ele”

Jo. 6.35 (ARA): “Eu sou o pão da vida”
(NM): “Eu tenho sido o pão da vida”

Jo. 4.26 (ARA): “E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou
(NM): “De modo que prosseguiu a dizer-lhes: “Vós sois dos domínios de baixo; eu tenho sido dos domínios de cima. Vós sois deste mundo; eu não tenho sido sou deste mundo.”

E muito mais. Resta-nos perguntar a alguma TJ por quê sua bíblia traduziu como “eu sou” em outros versículos exceto em Jo.8.58!

O CIRCO DAS REVIRAVOLTAS GRAMATICAIS DA TORRE

As TJ sabem que elas não podem explicar Jo. 8:58 e tentam encontrar as explicações mais estapafúrdias por que uma simples frase grega no tempo presente não poderia ser traduzida como o tempo presente “eu sou” em português.
Certa TJ disse: “Por que transformar uma expressão de uso corriqueiro num carregado sentido teológico? Todo esse conjunto de teorias e abstrações recaem, como sempre, na esfera da incerteza, porque não seguem a regra bíblica de ‘não ir além do que está escrito’. E o pior é que tais teorias gozam de grande credibilidade entre muitos cristãos, e estimulam declarações pouco analisadas e ponderadas, travestindo o que é duvidoso com o ‘inquestionável’. Para muitas pessoas que formam os rebanhos das igrejas, há um tipo assim de pensamento: ‘Se os doutores, teólogos e filósofos acreditam assim, quem eu sou para discordar?'” O interessante é notar que foi a própria Torre de Vigia que surgiu com esse “debate de incerteza”, pois ninguém traduzia como a NM antes do séc. XX. Que engraçado! A Torre faz arma um tremendo aparato de “argumentos” para tentar defender Jo.8.58 e depois diz para ‘não ir além do que está escrito’. Mas não ir além do que: de “eu sou” ou “eu tenho sido”?

O que poucas TJ brasileiras sabem (e a maioria dos cristãos em geral) é que a Torre de Vigia mudou várias vezes a explicação do porquê ter traduzido daquela forma. É conhecido que a Torre de Vigia é conhecida como a seita das “mil reviravoltas” doutrinárias, mudando várias vezes de doutrina (e alegando receber “nova luz” – sic). Exemplo disso é que em 1950 eles disseram que a frase estava no “tempo indefinido perfeito”. Isto foi depois rejeitado e a Torre mudou para “presente histórico”. A terceira explicação veio em 1983: “a ação no pretérito do passado está em progresso”. Fizeram muitas alterações nas explicações, uma mais estranha que a outra. A última foi de 1985 (a atual) que dizem que está no “indicativo perfeito”. Pode-se confiar num grupo que não confia nem em suas próprias explicações? Qualquer professor de português vai saber que amaoria dessas explicações não existem como regra de gramática e são inventadas!

REFUTAÇÕES DOS ARGUMENTOS DAS TJ 

TJ: A Septuaginta em Êxodo 3:14 não diz, “ego eimi ho ego eimi” ou “EU SOU O EU SOU”, diz “ego eimi ho on”. O fato é: “Jesus não disse “EGO EIMI HO ON”. Perguntamos: o grego em Jo. 8:58 tem a mesma estrutura gramatical que o grego de Êxodo 3:14″? O grego em Êxodo 3:14 na Septuaginta é “ego eimi ho on”. Significa literalmente: “Eu Sou o Ser” ou “Eu Sou o Existente”. Na segunda parte do versículo (traduzido como “EU SOU me enviou a vós outros” na ARA) as palavras gregas traduzidas por “EU SOU” na Almeida são “ho on”, literalmente “o ser”. Note como bem que Jesus não disse “antes de Abraão existir, O Ser”. Se Jesus estivesse citando Êxodo 3:14 (em grego) ele não teria dito ego eimi mas ho on.

Resposta: As TJ não estão contando toda a verdade. O que o texto na LXX (Septuaginta) diz é (traduzindo literalmente):

E Deus disse a Moisés:
“Eu sou [ego eimi] o que é [ho on]”;
e Ele disse: “assim dirás aos filhos de Israel:
‘Aquele que é [ho on] me enviou a vós”.

1. O declaração ego eimi ho on aqui traduz o hebraico EHYEH ASHER EHYEH, que normalmente é traduzido em português como “eu sou o que sou”. Assim, a LXX traduziu a palavra EHYEH de dois modos diferentes, por “ego eimi” e “ho on”. É perfeitamente natural, portanto, que em Jo. 8:58 o apóstolo João escolheu as palavras ego eimi  para traduzir palavras de Jesus como uma insinuação para Êxodo 3:14.
2. Por outro lado, se João tivesse usado “ho on” em Jo. 8:58, em vez de “ego eimi”, as TJ faria o mesmo argumento que afirma que Jesus não disse “ego eimi”. Elas irão dizer isso de qualquer maneira, indiferente se é honesto ou sensato.
3. A nota de rodapé da Tradução do Novo Mundo de 1984 em Ex 3:14, mostra que o hebracio seria traduzido em grego como “ego eimi” (“eu sou”). Compare com a Tradução Interlinear do Reino de 1985 que mostra que palavras de Jesus em Jo. 8:58 são as mesmas: “ego eimi” (“eu sou”).
4. Jesus sabia a diferença no grego entre “EU SOU” e “eu tenho sido”. Jesus não usou a forma “eu tenho sido”, mas a forma “eu sou”. Foi no grego, não no português, que os fariseus ficaram chateados.
5. Notamos que todo este argumento das Testemunha de Jeová é baseado em uma tradução falível do hebraico (a Septuaginta) e não o hebraico original. A distinção que as Testemunha de Jeová vêem na Septuaginta, não existe no hebraico original em Ex 3:14 onde “EHYEH” é usado em todos os três lugares!
6. As frases, “O Ser”, “Aquele que é”, “o Existente”, dizem exatamente a mesma coisa  como “Eu Sou”. Todas suas ginásticas etimológicas nestes frases não significam nada. Não há nenhuma distinção em seu melhor argumento.
7. A maioria das Bíblias traduzem o hebraico de Ex. 3.14 como “eu sou” – o tempo perfeito. A LXX também traduz no tempo presente. Jesus usou o tempo presente em Jo.8.58.

TJ: A mesma palavra “ho On” usada em Ex 3:14 (na Septuaginta) é também usada em Ap. 4:8 onde João aplica “ho On” para o Pai, não o Cordeiro. “ho On” nunca é usado para Jesus.

Resposta: Em Hb. 1:3, “ho On” é usado numa direta aplicação para Jesus. “E Ele é [ho On] o esplendor de sua glória”. Novamente estes “eruditos gregos” da Torre de Vigia foram desmascarados. É uma (des)honestidade à toda prova. “ho On” é uma expressão comum.

TJ: Em Ex 3:14 “Eu Sou” é usado como um título. Considerar as palavras “EGO EIMI” como um termo de identidade (nome ou título) deixa a oração sem o verbo principal e a frase ficaria incompreensível. Por exemplo, a frase “antes que Abraão existisse, Marcelo”, não faz sentido nenhum.

“Ensinava Jesus ali, como afirmam os trinitaristas, que ele era conhecido pelo título ‘Eu Sou’? E, como afirmam, significa isso que ele era o Jeová das Escrituras Hebraicas, visto que a versão Almeida (Al) diz em Êxodo 3:14: ‘Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU?'”…A expressão em João 8:58 é muito diferente daquela usada em Êxodo 3:14. Jesus não a usou como nome ou título, mas sim como maneira de explicar a sua existência pré-humana (Deve-se crer na Trindade? Publicação da Torre de Vigia)

Resposta: Nem Ex 3:14 ou Jo. 8:58 são títulos ou nomes de Deus, mas poderosas afirmações de sua natureza eterna, infinita. Da mesma maneira que “antes que Abraão existisse, Marcelo” não faz sentido nenhum, “Marcelo que Marcelo” (eu sou o que sou) em Ex 3:14 não sentido. Quando Deus respondeu “eu sou” a Moisés sobre seu nome, ele estava evitando dizer Seu nome. Não foi até o próximo versículo (15) que Deus revela Seu nome pela primeira vez. Por isso, nem “EU SOU” ou “eu sou o que eu sou” são títulos, mas afirmações da natureza de Deus. Em Jo. 8:58, Jesus ecoa as palavras de Jeová em Ex 3:14.

1. A Torre de Vigia faz parecer que todos os trinitários pensam que “EU SOU” em Jo. 8:58 é um título. “As palavras ego eimi em Jo. 8:58 não funcionam como um título de Cristo, mas é uma declaração de que Ele é eterno (e, por isso, divino)” (Robert Bowman, As Testemunhas de Jeová, Jesus Cristo, e o Evangelho de João, p.124).  Concordamos com isto e rejeitamos este argumento de “homem de palha” da Torre de Vigia.

2. Moisés pergunta qual o nome de Deus. Deus primeiro responde com uma descrição de Sua natureza infinita e eterna, “EU SOU O QUE SOU”. Assim dirás aos filhos de Israel, ‘eu SOU me enviou a vós'”. Então Deus revela Seu nome: “Assim dirás aos filhos de Israel, Jeová Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó,me enviou a vós: este é meu nome para sempre, e esta será minha lembrança de geração em geração”. Ex 3:13-16
3. A TNM traduz a palavra, “hayah” em Ex 3:14 como, “MOSTRAREI SER O QUE EU MOSTRAR SER”. Como as TJ vêem isto como um nome, “Marcelo que Marcelo” não faz qualquer sentido!

 

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