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REFUTANDO O VÍDEO: A FARSA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS:

Mais uma vez o palpiteiro e sofista Antonio Miranda vem com mais essa. Nesse vídeo simplório ele alega bobagens.

Aqui está uma refutação acadêmica, ponto por ponto, às alegações feitas no vídeo “A Farsa da Ressurreição de Jesus”, por Antônio, sobre o Evangelho de Marcos e a ressurreição de Jesus. A abordagem é baseada em fontes acadêmicas e estudos sobre manuscritos antigos do Novo Testamento.

1. Alegação de que a fé cristã depende exclusivamente da ressurreição de Jesus

Refutação: Embora a ressurreição de Jesus seja central para a fé cristã, o cristianismo não depende unicamente disso. A mensagem de Jesus inclui também seus ensinamentos sobre amor, justiça e o Reino de Deus (Mateus 5-7, Lucas 6). A fé cristã é fundamentada em uma visão integral da vida, morte, e ressurreição de Cristo, e não em um evento isolado. O apóstolo Paulo, por exemplo, ensina a centralidade da ressurreição (1 Coríntios 15), mas o cristianismo também envolve uma transformação espiritual contínua na vida dos crentes.

2. Alegação de que Marcos 16:9-20 foi um acréscimo posterior

Refutação: É verdade que muitos estudiosos acreditam que Marcos 16:9-20 pode ter sido um acréscimo posterior com base em evidências textuais. Manuscritos como o Códice Sinaítico e o Códice Vaticano, que são do século IV, terminam em Marcos 16:8. No entanto, o fato de que esses versículos podem ter sido adicionados posteriormente não invalida a autenticidade geral dos Evangelhos ou da mensagem cristã. Esse fenômeno é comum em textos antigos, e o uso de variantes textuais, como no caso de Marcos, é amplamente documentado em estudos críticos. Muitos manuscritos posteriores incluem o final longo de Marcos, e a tradição cristã o preservou ao longo dos séculos como parte do cânon.

Além disso, manuscritos antigos, como os códices Alexandrino e Beza, incluem o final longo de Marcos, o que mostra que a história da transmissão textual é complexa e não diminui a confiança na mensagem do Novo Testamento.

É verdade que o final mais longo de Marcos (Marcos 16:9-20) não está presente nos manuscritos mais antigos, como o Códice Sinaítico e o Códice Vaticano. No entanto, isso não invalida o relato da ressurreição, por vários motivos:

  • Variedade de Testemunhos Textuais: Embora alguns manuscritos antigos não contenham o final longo, outros manuscritos, como o Códice Alexandrino e o Códice Efraimi Rescriptus, que também datam do século IV, incluem esses versículos. Além disso, outras tradições textuais e versões antigas, como a versão latina Vetus Latina e a versão siríaca, também contêm esses versículos .
  • Testemunhos Patristicos: Os primeiros Padres da Igreja, como Justino Mártir (século II) e Irineu de Lyon (século II), citam ou fazem referência a Marcos 16:9-20 em suas obras, o que indica que esses versículos já eram conhecidos e aceitos em círculos cristãos primitivos .
  • Critérios de Autenticidade: Mesmo que os versículos finais de Marcos tenham sido questionados em termos de origem, a ressurreição de Jesus é confirmada pelos outros evangelhos (Mateus, Lucas e João), que foram aceitos amplamente como autênticos e fazem parte de uma tradição muito antiga. A ressurreição também é mencionada nas epístolas de Paulo, que foram escritas décadas antes do Evangelho de Marcos .

3. Alegação de que a ressurreição foi uma “fanfic” ou uma invenção posterior

Refutação: Não há evidências textuais ou históricas que apoiem a ideia de que a ressurreição de Jesus foi uma “invenção” posterior. O Novo Testamento contém vários testemunhos independentes da ressurreição, como nos Evangelhos de Mateus, Lucas, e João, além das cartas de Paulo, escritas antes mesmo dos Evangelhos (1 Coríntios 15:3-8). Paulo relata que muitos dos que testemunharam a ressurreição ainda estavam vivos quando escreveu suas cartas, permitindo que os leitores confirmassem esses fatos diretamente com testemunhas oculares. A ressurreição foi um evento amplamente proclamado logo após a morte de Jesus, o que contraria a ideia de ser uma “invenção” tardia.

  • Crítica Textual: A crítica textual é uma ferramenta usada para reconstruir o texto original a partir de manuscritos antigos. As variações textuais, como as do final de Marcos, são bem documentadas e discutidas entre os acadêmicos, mas isso não significa que os eventos narrados sejam falsos. A crítica textual não afirma que a ressurreição foi “inventada”; ela apenas lida com a transmissão e preservação do texto .
  • História Oral e Tradição: Antes de ser escrita, a ressurreição de Jesus foi transmitida por meio da tradição oral, como é indicado por escritos anteriores, como as cartas de Paulo (1 Coríntios 15:3-8). O núcleo da fé cristã na ressurreição era amplamente aceito muito antes da redação dos evangelhos .

Enquanto é verdade que o final mais longo de Marcos (Marcos 16:9-20) não aparece nos manuscritos mais antigos, a ressurreição de Jesus não é uma “invenção posterior”. Os outros evangelhos (Mateus, Lucas e João), que têm fontes independentes, confirmam a ressurreição, e os escritos de Paulo, que são anteriores aos evangelhos, mencionam a ressurreição em 1 Coríntios 15:3-8, escrita cerca de 20 a 25 anos após a crucificação. Isso mostra que a crença na ressurreição já era central desde o início do cristianismo.

4. Alegação de que Eusébio e Jerônimo afirmam que os versículos finais estavam ausentes em “quase todas as cópias” gregas de Marcos

Refutação: É verdade que Eusébio e Jerônimo notaram a ausência desses versículos em alguns manuscritos gregos, mas eles também reconhecem que o final longo de Marcos foi amplamente aceito em muitas tradições. Jerônimo, por exemplo, incluiu o final longo em sua tradução da Vulgata, o que demonstra que ele o considerava suficientemente autorizado. Isso sugere que, embora algumas cópias não incluíssem esses versículos, outras o faziam, e eles eram amplamente utilizados na Igreja primitiva.

  • Eusébio e Jerônimo de fato mencionam que algumas cópias gregas do Evangelho de Marcos não contêm esses versículos, mas eles não rejeitam a ressurreição de Jesus com base nisso. Eusébio, por exemplo, fala sobre a ressurreição de Jesus em outros contextos e aceita a historicidade do evento .
  • O fato de alguns manuscritos não conterem certos textos não é surpreendente, dada a forma como os documentos eram copiados manualmente na antiguidade. Contudo, a falta de alguns versículos em determinados manuscritos não implica que o evento da ressurreição em si seja falso, pois a crença na ressurreição já era difundida entre os primeiros cristãos, como confirmado por outras fontes.

De fato, Eusébio e Jerônimo mencionam que algumas cópias gregas do Evangelho de Marcos terminam em 16:8. No entanto, isso não significa que a ressurreição foi inventada. Mesmo que o Evangelho de Marcos original tenha terminado com o versículo 8, isso deixa em aberto o final da narrativa, e não nega a ressurreição. Marcos 16:6 já menciona que “Ele ressuscitou”, o que é uma clara referência ao evento. Além disso, o fato de Marcos ter um final abrupto não elimina os relatos da ressurreição nos outros evangelhos, nem o testemunho mais antigo das epístolas de Paulo, como mencionado anteriormente.

5. Alegação de que o estilo e vocabulário dos versículos finais diferem do resto do Evangelho

Refutação: O argumento de que o estilo e o vocabulário diferem no final longo de Marcos é uma observação comum em estudos textuais. No entanto, variações estilísticas dentro de um mesmo livro não são incomuns, especialmente em textos antigos que podem ter sido copiados ou transmitidos de maneiras diferentes. Muitos estudiosos acreditam que, mesmo que o final longo tenha sido escrito por outra mão, ele foi adicionado para completar o evangelho de uma forma que se adequasse à tradição cristã primitiva. O uso de estilos diferentes não invalida necessariamente o conteúdo teológico.

  • A ressurreição de Jesus é central na fé cristã e é atestada em várias fontes do Novo Testamento, como as cartas de Paulo, que são amplamente reconhecidas como os documentos cristãos mais antigos. Paulo, escrevendo em torno de 55 d.C., menciona a ressurreição como um fato aceito pelos primeiros cristãos (1 Coríntios 15:3-8) .
  • Além disso, o testemunho dos evangelhos, escritos entre 30 e 60 anos após a crucificação, é corroborado pela prática de martírio dos primeiros cristãos. Se a ressurreição fosse uma invenção, é improvável que tantas pessoas tivessem mantido sua fé até a morte, sem nada a ganhar em termos de prestígio ou poder .

O Véu do Templo
Antônio menciona que o episódio do véu do templo que se rasga ao meio (Mateus 27:51) é uma adição mitológica e não tem base histórica.

  • Refutação Histórica e Contextual: A narrativa do véu do templo se rasgando é carregada de simbolismo teológico, representando o rompimento da separação entre Deus e os homens após a morte de Jesus. Não é necessariamente uma adição “mitológica”, mas um elemento teológico, comum em textos religiosos que combinam história e simbolismo. Essa interpretação teológica é coerente com a missão de Jesus, de acordo com os evangelhos, de ser o mediador entre Deus e a humanidade (Hebreus 10:19-20).
    • Fontes Acadêmicas: O evento do véu do templo é discutido por estudiosos como Raymond E. Brown e N. T. Wright, que afirmam que a descrição do rasgamento do véu pode ter ocorrido durante eventos históricos reais (como um terremoto, também descrito na passagem), mas tem maior significado simbólico e espiritual. Isso não implica que o relato seja “inventado”, mas sim que contém um significado profundo além do literal.

6. Sobre a crítica textual

Refutação: A crítica textual, que envolve a análise de variantes nos manuscritos, é uma ferramenta acadêmica importante que busca entender a transmissão dos textos bíblicos ao longo do tempo. No entanto, é importante lembrar que os acadêmicos geralmente consideram a Bíblia como um texto confiável, mesmo com variações menores. Nenhuma das variantes textuais afeta doutrinas centrais do cristianismo, como a divindade de Cristo, a ressurreição, ou a salvação.

7. Implicações da ausência dos versículos de Marcos 16:9-20

Refutação: Mesmo que os versículos finais de Marcos não fossem parte do texto original, isso não afeta a mensagem da ressurreição, que está claramente presente nos outros Evangelhos (Mateus 28, Lucas 24, João 20) e nas cartas paulinas. Portanto, a ausência ou presença desses versículos não altera a essência da fé cristã, que é amplamente atestada por múltiplas fontes dentro do Novo Testamento.

Antônio Miranda afirma que o “final longo” do Evangelho de Marcos (Marcos 16:9-20) foi uma adição posterior, sugerindo que, sem esse trecho, não haveria menção à ressurreição de Jesus no Evangelho de Marcos, enfraquecendo a historicidade do evento.

Refutação Baseada em Fontes Acadêmicas:

  1. A Ressurreição é Mencionada Antes do Final Longo em Marcos 16:6
    Mesmo nas versões mais antigas e curtas do Evangelho de Marcos, o anjo no túmulo declara claramente: “Ele ressuscitou; não está aqui” (Marcos 16:6). Essa declaração, presente em todos os manuscritos conhecidos, afirma inequivocamente a ressurreição de Jesus, independentemente do final longo.
    • N. T. Wright, um dos maiores estudiosos sobre a ressurreição, enfatiza que a mensagem da ressurreição está presente no relato anterior ao “final longo”. Ele argumenta que os primeiros cristãos não dependeram exclusivamente do final de Marcos para sua crença na ressurreição, pois ela já está indicada de forma clara e concisa no corpo do texto .
  2. As Epístolas de Paulo Antecedem os Evangelhos e Mencionam a Ressurreição
    A fonte mais antiga sobre a ressurreição de Jesus não é Marcos, mas as cartas de Paulo, que foram escritas cerca de 20 a 30 anos após a crucificação. Em 1 Coríntios 15:3-8, Paulo descreve uma tradição muito antiga sobre a morte e ressurreição de Jesus, além de listar as testemunhas oculares que afirmaram ter visto o Cristo ressuscitado, incluindo Pedro e outros apóstolos.
    • James D. G. Dunn, um renomado estudioso do Novo Testamento, explica que o credo citado em 1 Coríntios 15:3-8 é de extrema importância histórica, pois indica que a crença na ressurreição de Jesus surgiu imediatamente após sua morte, tornando-se central no cristianismo primitivo . Essa crença não depende do final longo de Marcos.
  3. Outros Evangelhos Também Relatam a Ressurreição de Jesus
    Os evangelhos de Mateus (28:1-10), Lucas (24:1-12) e João (20:1-18) apresentam relatos detalhados da ressurreição de Jesus, todos eles independentes de Marcos. Isso mostra que a crença na ressurreição não está vinculada a um único evangelho ou a um final questionável, mas é um tema unificado nas tradições cristãs.
    • Richard Bauckham, um especialista em estudos do Novo Testamento, argumenta que esses relatos independentes confirmam a historicidade do evento da ressurreição e o entendimento comum entre as primeiras comunidades cristãs de que Jesus havia ressuscitado dos mortos .
  4. A Crítica Textual sobre o Final de Marcos
    Embora os estudiosos concordem que o final longo de Marcos (Marcos 16:9-20) não estava presente nos manuscritos mais antigos, isso não significa que a ressurreição foi uma invenção posterior. O final abrupto de Marcos em 16:8 — onde as mulheres fogem assustadas do túmulo vazio — pode ter sido intencional, refletindo o estilo literário de Marcos, ou simplesmente um final perdido. Muitos estudiosos acreditam que Marcos pretendia que o leitor compreendesse a ressurreição a partir do relato do túmulo vazio e da declaração do anjo.
    • Bruce Metzger, uma autoridade em crítica textual do Novo Testamento, menciona que embora o final longo tenha sido acrescentado posteriormente, isso foi feito por escribas que provavelmente sentiram que o final abrupto não refletia a totalidade da mensagem de ressurreição, que já estava presente implicitamente no texto .

Conclusão:

A alegação de que a ressurreição de Jesus depende exclusivamente do “final longo” de Marcos é refutada por várias linhas de evidência:

  • O relato da ressurreição já aparece em Marcos 16:6, anterior ao final longo.
  • As cartas de Paulo testemunham a crença na ressurreição antes mesmo dos evangelhos.
  • Os outros evangelhos relatam de forma independente a ressurreição de Jesus.
  • A crítica textual mostra que, mesmo que o final longo tenha sido uma adição posterior, a ressurreição era um aspecto central da fé cristã desde o início.

Portanto, a ressurreição de Jesus não depende exclusivamente do final longo de Marcos e é uma crença que tem raízes profundas e independentes na tradição cristã primitiva.

Conclusão

A ressurreição de Jesus é amplamente atestada em fontes bíblicas e históricas, e as alegações feitas no vídeo de que tudo isso foi uma invenção posterior ou uma “fanfic” não se sustentam em estudos acadêmicos sérios. A crítica textual confirma a complexidade da transmissão dos manuscritos, mas não invalida a confiabilidade dos textos cristãos ou o impacto da mensagem da ressurreição.

Fontes Acadêmicas Utilizadas:

  1. Metzger, Bruce M. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration. Oxford University Press, 2005.
  2. Ehrman, Bart D. Misquoting Jesus: The Story Behind Who Changed the Bible and Why. HarperOne, 2005.
  3. Wright, N. T. The Resurrection of the Son of God. Fortress Press, 2003.
  4. Licona, Michael R. The Resurrection of Jesus: A New Historiographical Approach. InterVarsity Press, 2010.
  5. Hurtado, Larry W. Lord Jesus Christ: Devotion to Jesus in Earliest Christianity. Eerdmans, 2003.

 

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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