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REFUTANDO o vídeo: A Construção do mito Jesus

O canal “deuses e homens” do Emerson Borges, tentou fazer uma alegação sobre Jesus.

Para iniciar a refutação acadêmica do vídeo “A Construção do mito Jesus”, vamos abordar ponto por ponto as afirmações feitas por Emerson Borges, utilizando fontes acadêmicas e argumentos de historiadores, estudiosos da Bíblia e arqueólogos.

Os Evangelhos como relatos tendenciosos e não-históricos

Emerson Borges alega que os Evangelhos são relatos tendenciosos e não imparciais, feitos por pessoas envolvidas com o cristianismo e que não representam registros históricos neutros.

Refutação: Essa alegação ignora o fato de que muitos documentos históricos reconhecidos foram escritos por pessoas envolvidas nos acontecimentos. Por exemplo, Plutarco escreveu sobre a vida de figuras gregas e romanas com um interesse filosófico e político, mas seus relatos ainda são considerados fontes valiosas. Como Raymond Brown observa, os Evangelhos têm um claro propósito teológico, mas isso não elimina o valor histórico de seus conteúdos. Brown afirma que os Evangelhos contêm elementos de tradição oral que remontam a Jesus históricoriador Michael Grant também argumenta que a abordagem crítica dos Evangelhos pode extrair informações históricas sobre Jesus .

Adições nos Evangelhos e a natureza da tradição oral**

Borges argumenta que, por serem transmitidas oralmente durante décadas, as histórias sobre Jesus foram alteradas, inventadas ou aumentadas, resultando em contradições.

Refutação: Embora existam diferenças entre os Evangelhos, muitos estudiosos concordam que essas variações são características normais de relatos independentes de eventos históricos, e não indicam falsidade ou invenção. Richard Bauckham, em seu estudo Jesus and the Eyewitnesses, argumenta que a tradição oral no judaísmo do século I era altamente controlada, com um forte compromisso em preservar com precisão as palavras dos mestres . Além disso, as iscrepâncias nos Evangelhos são justamente o que se esperaria de testemunhas oculares diferentes relatando os mesmos eventos, como notado por Simon Gathercole .

Os discípulos omo analfabetos e incapazes de escrever os Evangelhos

A alegação de que os discípulos de Jesus, sendo camponeses e analfabetos, não poderiam ter escrito os Evangelhos é central à argumentação de Borges.

Refutação: A ideia de que os discípulos eram analfabetos é baseada em uma leitura excessivamente simplista da sociedade judaica do primeiro século. Segundo Craig Evans, é provável que muitos judeus, incluindo os discípulos, fossem funcionalmente alfabetizados em aramaico e hebraico . Além disso, mesmo que alguns dos não fossem escritores, isso não significa que não poderiam ter transmitido seus ensinamentos de forma confiável a outros, que os registraram. Martin Hengel argumenta que era comum na Antiguidade que líderes religiosos ditassem suas memórias ou ensinamentos para escribas mais letrados .

Os Evangelhos foram escritos pelos discípulos não falavam essa língua

Borges afirma que, sendo os discípulos judeus da Galileia, eles falavam aramaico e não grego, o que impossibilitaria que fossem os autores dos Evangelhos escritos em grego.

Refutação: Embora o aramaico fosse a língua materna dos discípulos, o grego koiné era amplamente falado no Império Romano, especialmente em áreas como a Galileia e Jerusalém, devido à influência helenística. Segundo a pesquisa de Darrell Bock, muitos judeus do século I, incluindo os discípulos de Jesus, eram bilíngues, falando aramaico e grego . Além disso, é possível que os ensinamentos dos discípulos sido registrados em grego por outros seguidores de Jesus, que eram mais proficientes na língua, ou que os próprios discípulos tenham aprendido grego com o tempo, dada a necessidade de comunicar-se com uma audiência mais ampla.

Pedro e João eram indoutos, segundo Atos 4:13

Borges cita Atos 4:13, onde Pedro e João são descritos como “indoutos e comuns”, para argumentar que eles eram incapazes de escrever qualquer tipo de documento.

Refutação: A expressão “indoutos e comuns” em Atos 4:13 não necessariamente significa que Pedro e João eram completamente analfabetos. O termo “indoutos” (ἀγράμματος) pode se referir ao fato de que eles não foram formalmente educados nas escolas rabínicas, mas não implica analfabetismo total. Além disso, como N.T. Wright observa, Pedro e João podem ter utilizado escribas, como era costume na época. Na própria epístola de Pedro (1 Pedro 5:12), há menção de Silvano (Silas) como coautor, sugerindo o uso de uma prática comum de ditado .

**As cartas de Paulo não mencionam uma biografia de Emerson Borges afirma que Paulo não menciona uma biografia de Jesus em suas cartas, o que sugere que não existiam Evangelhos no período em que Paulo escreveu.

Refutação: O silêncio de Paulo sobre uma biografia detalhada de Jesus não é uma prova de que ele desconhecia os Evangelhos ou tradições sobre Jesus. As cartas de Paulo têm uma natureza teológica e pastoral, com foco em questões da vida das igrejas e em aspectos da doutrina cristã. Richard B. Hays argumenta que Paulo estava mais preocupado em aplicar os ensinamentos de Jesus do que em registrar uma narrativa biográfica . Além disso, Paulo faz referência a diversos eventos da vida de Jesus dem com os Evangelhos, como a Última Ceia (1 Coríntios 11:23-26) e a ressurreição (1 Coríntios 15:3-8).

1. Evangelhos como propaganda da fé e não história isenta

Borges argumenta que os Evangelhos são relatos tendenciosos, escritos para promover a fé cristã e, portanto, não podem ser considerados fontes históricas imparciais.

Refutação: Embora seja verdade que os Evangelhos foram escritos por seguidores de Jesus, isso não os invalida como documentos históricos. A presença de um viés religioso não elimina o valor histórico de um texto. Segundo Craig L. Blomberg, renomado estudioso do Novo Testamento, os Evangelhos seguem muitas das convenções de biografias greco-romanas, que eram frequentemente escritas por aqueles próximos à pessoa biografada, e ainda assim são consideradas fontes históricas legítimas .

Craig L. Blomberg, especialista no Novo Testamento, aponta que os Evangelhos seguem um formato similar ao das biografias greco-romanas da época. Essas biografias frequentemente eram escritas por pessoas próximas às figuras descritas e, ainda assim, são consideradas fontes confiáveis para historiadores. A imparcialidade não era o principal critério de avaliação de documentos históricos antigos. O que importava era se as informações apresentadas poderiam ser verificadas por outros relatos ou dados, algo que encontramos nos Evangelhos.

O historiador Michael Grant também destaca que, embora os autores dos Evangelhos tivessem uma agenda religiosa, eles preservaram informações substanciais que podem ser verificadas historicamente . Michael Grant argumenta que, embora os autores dos Evangelhos tivessem claramente uma motivação religiosa, eles também mantiveram um compromisso com a preservação de fatos históricos. Muitos detalhes nos Evangelhos podem ser verificados por fontes externas ou por análise contextual, o que sugere que os autores não estavam simplesmente criando narrativas fictícias para apoiar sua fé, mas registrando eventos reais de maneira teologicamente interpretada.

Além disso, há consenso entre muitos estudiosos de que os Evangelhos foram escritos dentro de algumas décadas após a morte de Jesus, o que significa que eles se basearam em testemunhos de pessoas que viveram na época dos acontecimentos. Esse fator temporal contribui para a credibilidade dos relatos, já que os eventos estavam ainda frescos na memória coletiva e poderiam ser contestados por aqueles que os vivenciaram.

2. Contradições nos Evangelhos

Borges menciona que há muitas contradições nos Evangelhos, sugerindo que isso descredibiliza os relatos.

Refutação: As supostas “contradições” nos Evangelhos são frequentemente pequenas variações de detalhes, comuns em relatos testemunhais. Richard Bauckham, em seu livro Jesus and the Eyewitnesses, defende que essas variações são indicativas de múltiplos relatos independentes, algo que, na verdade, fortalece a credibilidade histórica dos Evangelhos . A precisão de grandes eventos, como a crucificação e a ressurreição, é confirmada de maneira consistente em todos os Evangelhos, algo que até mesmo estudiosos críticos do Novo Testamento, como Bart Ehrman, reconhecem .

  • Variações em relatos testemunhais: As supostas contradições nos Evangelhos são, na maioria dos casos, pequenas diferenças nos detalhes que se assemelham ao que ocorre naturalmente em relatos testemunhais. Quando várias pessoas testemunham o mesmo evento, cada uma tende a destacar aspectos diferentes ou a narrar detalhes de maneira ligeiramente distinta. Isso é comum e esperado em qualquer relato humano. O estudioso Richard Bauckham, em seu livro Jesus and the Eyewitnesses, argumenta que essas variações não apenas são normais, mas indicam que os Evangelhos derivam de múltiplos testemunhos independentes. Essa pluralidade de fontes, em vez de enfraquecer, fortalece a credibilidade dos Evangelhos como testemunhos históricos.
  • Coerência nos grandes eventos: Apesar dessas pequenas variações, os Evangelhos são consistentes quanto aos grandes eventos da vida de Jesus, como a crucificação, morte, sepultamento e ressurreição. Mesmo críticos reconhecem que há um consenso em relação a esses pontos centrais. Bart Ehrman, um dos mais conhecidos estudiosos críticos do Novo Testamento, afirma que, embora existam variações nos detalhes menores, os Evangelhos estão em acordo quanto à centralidade de eventos cruciais, como a crucificação de Jesus sob Pôncio Pilatos.
  • Objetivos diferentes dos autores: Cada Evangelho foi escrito com um propósito teológico particular e para públicos diferentes, o que explica algumas das variações nos relatos. Por exemplo, o Evangelho de Mateus foca em mostrar Jesus como o cumprimento das profecias judaicas, enquanto Lucas apresenta Jesus como o Salvador de todos os povos. Esses objetivos influenciaram a forma como cada autor selecionou e organizou as informações, mas isso não implica contradições em termos essenciais.
  • O conceito de harmonia nos Evangelhos: Além disso, muitos estudiosos propõem que as diferenças entre os relatos podem ser harmonizadas quando entendemos o contexto e o estilo literário da época. Os autores antigos não seguiam o mesmo rigor documental que é esperado nos relatos históricos modernos. Eles estavam mais preocupados em transmitir a essência dos acontecimentos do que uma precisão exata de todos os detalhes. Portanto, pequenas variações nos Evangelhos não comprometem sua confiabilidade histórica, mas refletem as nuances naturais de diferentes relatos de testemunhas oculares.

3. Jesus não escreveu nada e os discípulos eram analfabetos

Borges argumenta que Jesus e seus discípulos eram pessoas analfabetas, o que impossibilitaria que os Evangelhos fossem escritos por eles.

Refutação: Embora seja plausível que alguns dos discípulos de Jesus fossem de origens humildes e possivelmente analfabetos, há várias questões com essa afirmação. Primeiramente, a tradição judaica dava grande valor à memorização e transmissão oral de ensinamentos, como observado por estudiosos da cultura judaica, como Alan Millard . Além disso, é possível que os discípulos tivessem amanuenses (escribas) que ajudassem a transcrever seus ensinamentos. A prática de ditar textos a escribas era comum no mundo antigo, como evidenciado pelas cartas de Paulo, onde ele faz referência explícita a seus amanuenses (por exemplo, Romanos 16:22) .

Além disso, a alfabetização entre judeus do primeiro século era maior do que Borges sugere. Estimativas mais recentes baseadas em estudos arqueológicos indicam que a alfabetização no mundo judaico, especialmente entre os fariseus e aqueles com treinamento religioso, era significativamente mais elevada do que em outras partes do Império Romano . Isso sugere que é possível que alguns dos apóstolos ou seus seguidores fossem capazes de escrever em grego ou hebraico/aramaico.

4. Os Evangelhos foram escritos muito tempo após os eventos e sofreram alterações

Borges afirma que os Evangelhos foram escritos décadas após os eventos e que as histórias foram modificadas pela tradição oral.

Refutação: De fato, os Evangelhos foram escritos entre 30 a 60 anos após os eventos descritos, mas isso não é incomum para a época. Muitos outros relatos históricos antigos foram escritos décadas, ou mesmo séculos, após os eventos que narram. O historiador A.N. Sherwin-White, em seu estudo sobre a transmissão da história oral no mundo antigo, argumenta que é improvável que a tradição oral sobre Jesus tenha sido significativamente corrompida em tão pouco tempo . Além disso, estudos de crítica textual indicam que os manuscritos dos Evangelhos, embora tenham variantes menores, não sofreram alterações substanciais em seu conteúdo essencial .

5. O apóstolo Paulo e a ausência de uma biografia de Jesus em suas cartas

Borges afirma que Paulo não escreveu nada sobre uma biografia de Jesus, o que indicaria que não havia relatos biográficos disponíveis na época.

Refutação: Embora Paulo não tenha escrito uma biografia de Jesus, ele faz várias referências aos eventos cruciais da vida de Jesus, incluindo sua morte e ressurreição. Em 1 Coríntios 15, Paulo apresenta um resumo da vida, morte e ressurreição de Jesus que corresponde ao que encontramos nos Evangelhos . Além disso, Paulo estava escrevendo cartas para resolver questões teológicas e práticas nas igrejas, não para fornecer uma biografia detalhada de Jesus, o que explica a ausência desse tipo de relato em suas cartas .

6. Perda de escritos cristãos e seleção dos Evangelhos

Borges argumenta que muitos escritos cristãos foram perdidos e que os Evangelhos que temos foram selecionados de forma arbitrária.

Refutação: É verdade que nem todos os textos cristãos sobreviveram, mas a seleção dos Evangelhos canônicos não foi arbitrária. Os critérios para a inclusão no cânone foram rigorosos, envolvendo a apostolicidade (ligação direta com os apóstolos), o uso contínuo nas comunidades cristãs e a coerência doutrinária com os ensinamentos apostólicos. Segundo Bruce Metzger, um dos maiores especialistas em crítica textual, a formação do cânone foi um processo cuidadoso, baseado na aceitação universal dos textos por várias comunidades cristãs ao longo dos séculos .


Com isso, cobrimos os principais pontos levantados por Borges na primeira parte de sua apresentação. A análise acadêmica refuta muitas de suas afirmações, mostrando que os Evangelhos têm valor histórico, que a alfabetização dos discípulos ou o uso de escribas era plausível e que a tradição oral e a formação do cânone cristão foram mais cuidadosas do que ele sugere.

 

1. A Progressão dos Evangelhos e a Construção do Mito

  • Alegação: O orador afirma que há uma evolução da figura de Jesus nos Evangelhos, de um simples homem escolhido no batismo (Marcos) para o próprio Deus encarnado em João. Essa evolução seria uma “construção do mito”.
  • Refutação: A maioria dos estudiosos concorda que os Evangelhos têm diferentes ênfases teológicas, mas isso não significa necessariamente uma “construção do mito”. Os quatro Evangelhos apresentam perspectivas complementares da vida de Jesus, moldadas pelo contexto e público de cada autor. A cristologia elevada em João, por exemplo, não é uma “novidade”, mas uma forma diferente de abordar a divindade de Cristo já presente nos outros Evangelhos.

    Além disso, os estudiosos como Richard Bauckham argumentam que a alta cristologia, ou seja, a ideia de Jesus como divino, remonta aos primeiros anos após sua morte e ressurreição, sendo compartilhada pelas primeiras comunidades cristãs, e não uma invenção tardia .


2. Marcos: Jesus e o Filho do Homem

  • Alegação: O vídeo afirma que em Marcos, Jesus é relutante em se declarar como o “Filho do Homem” e não se identifica como Deus.
  • Refutação: O título “Filho do Homem” nos Evangelhos, especialmente em Marcos, é uma referência à figura messiânica do Antigo Testamento, particularmente em Daniel 7:13-14, onde o “Filho do Homem” é uma figura celestial com autoridade divina. Jesus usa o termo frequentemente para falar de sua missão e sofrimento (Marcos 8:31, 10:45), mas também de sua futura glória (Marcos 14:62), indicando uma autoidentificação messiânica e divina. O silêncio de Jesus em momentos específicos (como em seu julgamento) é interpretado por muitos estudiosos como parte de sua aceitação consciente da missão sacrificial .

O fato de Jesus ser relutante em certos momentos não significa que Ele negue sua divindade. O contexto sugere que Ele tinha uma compreensão do tempo adequado para revelar plenamente sua identidade .

3. Diferenças nos Relatos da Crucificação

  • Alegação: O orador argumenta que Marcos retrata Jesus como apavorado e silencioso durante a crucificação, enquanto Lucas o apresenta como sereno e no controle, indicando uma construção do mito.
  • Refutação: As diferenças nos relatos dos Evangelhos não indicam necessariamente contradição ou invenção, mas enfatizam diferentes aspectos da mesma realidade. Os Evangelhos são escritos teológicos, não meramente biográficos. O clamor de Jesus em Marcos 15:34 (“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”) é uma citação direta do Salmo 22, uma oração de angústia que termina com confiança em Deus. Ao citá-lo, Jesus expressa tanto sofrimento humano quanto esperança em Deus .

Em Lucas, a ênfase está na compaixão de Jesus (Lucas 23:34) e em sua entrega voluntária ao Pai (Lucas 23:46). Isso não é uma “evolução” da narrativa, mas uma ênfase teológica diferente: Jesus está no controle de sua morte em ambos os relatos, mas Lucas destaca sua serenidade.

4. Diferenças nos Relatos dos Milagres

  • Alegação: A multiplicação dos milagres (ex. um possuído em Marcos 5:1-3 versus dois possuídos em Mateus 8:28) seria um exemplo de “exagero” ou aumento das histórias nos Evangelhos.
  • Refutação: Diferenças numéricas ou de detalhes entre os Evangelhos são comuns em relatos antigos e não indicam necessariamente que os eventos foram “exagerados”. Mateus pode estar expandindo o relato de Marcos para enfatizar diferentes aspectos da missão de Jesus, ou simplesmente ter acesso a uma tradição oral distinta. Raymond Brown observa que essas variações são esperadas em narrativas orais, especialmente em um contexto antigo onde os eventos eram contados e recontados em diferentes comunidades .

5. A Cristologia de João: Um Desenvolvimento Posterior?

  • Alegação: O orador afirma que a cristologia elevada de João (Jesus como Deus encarnado) é uma inovação tardia, resultado de uma “teologia avançada” que não poderia ter vindo do apóstolo João, descrito como “iletrado” em Atos 4:13.
  • Refutação: Muitos estudiosos, como Craig Blomberg, defendem a autenticidade joanina do Evangelho de João. Embora o autor possa ter recebido ajuda ao compor o texto, isso não invalida a autoria tradicional. Além disso, a cristologia elevada de João está em continuidade com ideias presentes nos outros Evangelhos, como o perdão de pecados por Jesus (Marcos 2:5-7) e sua autoridade sobre o sábado (Marcos 2:28), ambos indicativos de sua divindade. A cristologia alta não surge “de repente” com João, mas é um desenvolvimento natural da compreensão teológica dos primeiros cristãos .

6. Conclusão: Construção do Mito ou Diversidade Teológica?

  • A análise dos Evangelhos não sustenta a tese de que há uma “construção do mito” ao longo do tempo, mas sim que os Evangelhos oferecem diferentes perspectivas sobre a mesma figura, Jesus Cristo, moldadas pelo contexto e teologia de cada autor. As diferenças são esperadas em narrativas antigas e não implicam em falsificação ou exagero. A cristologia alta de João está em continuidade com a visão de Jesus nos outros Evangelhos e reflete a crença já presente nas primeiras comunidades cristãs.

Referências Acadêmicas:


Referências Acadêmicas:

  1. Blomberg, C. L. (The Historical Reliability of the Gospels).
  2. Grant, M. (Jesus: An Historian’s Review of the Gospels).
  3. Bauckham, R. (Jesus and the Eyewitnesses).
  4. Ehrman, B. (Did Jesus Exist?).
  5. Millard, A. (Reading and Writing in the Time of Jesus).
  6. Metzger, B. (The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration).
  7. Millard, A. (The Study of Literacy in Ancient Palestine).
  8. Sherwin-White, A. N. (Roman Society and Roman Law in the New Testament).
  9. Ehrman, B. (Misquoting Jesus).
  10. Wright, N.T. (The Resurrection of the Son of God).
  11. Dunn, J.D.G. (Jesus Remembered).
  12. Metzger, B. (The Canon of the New Testament: Its Origin, Development, and Significance).
  13. Bauckham, Richard. Jesus and the Eyewitnesses: The Gospels as Eyewitness Testimony. Eerdmans, 2006.
  14. Hurtado, Larry W. Lord Jesus Christ: Devotion to Jesus in Earliest Christianity. Eerdmans, 2003.
  15. Wright, N. T. The Resurrection of the Son of God. Fortress Press, 2003.
  16. Brown, Raymond E. The Death of the Messiah: From Gethsemane to the Grave. Yale University Press, 1994.
  17. Blomberg, Craig. The Historical Reliability of the Gospels. IVP Academic, 2007.
  18. Hengel, Martin. The Son of God: The Origin of Christology and the History of Jewish-Hellenistic Religion. SCM Press, 1976.
  19. Bauckham, Richard. Jesus and the God of Israel: God Crucified and Other Studies on the New Testament’s Christology of Divine Identity. Eerdmans, 2008

 

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