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Refutando o “Raciocínios à Base das Escrituras” sobre Jesus Cristo


Por: Emerson H. de Oliveira

Uma das publicações mais estimadas pelas TJ é o “Raciocínios à Base das Escrituras”, uma coleção de argumentos para as TJ usarem sobre diversos temas. Vamos nos concentrar aqui sobre o tópico Jesus Cristo, na dita publicação. Vou refutar todos os argumentos dela sobre Cristo, deixando claro que não vou responder as primeiras linhas, visto que só dizem à respeito da existência de Cristo. Isto eu concordo. Mas o problema é quando ela toca na divindade de Cristo e as TJ aparentemente fazem de tudo (até inventando regras imaginárias de grego) para apoiar suas idéias. O texto da publicação está em azul e minha refutação em preto (todo este texto da publicação TJ está nas páginas 212-213).

É Jesus Cristo na realidade Deus?

João 17:3, ALA: “[Jesus orou a seu Pai:] A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro [“tu que és o único Deus verdadeiro”, BLH], e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Note que Jesus referiu-se, não a si mesmo, mas a seu Pai no céu como “o único Deus verdadeiro”.)

Assim começa o “raciocínio” TJ sobre a divindade de Cristo. Lamentavelmente, a Torre de Vigia lê a Bíblia sem exegese e profundidade, só ficando no literal dos versículos.
O modo mais rápido para ver o engano na interpretação das Testemunha de Jeová em Jo. 17:3 está em Ef. 4:4-6. (“há um só Deus e um só Senhor”) Se “um Deus” exclui Jesus de ser Deus, então “um Senhor” exclui Deus de ser Senhor. Ainda nós sabemos que eles compartilham estas características idênticas. Jeová não só é chamado de Único verdadeiro Deus (Jo. 17:3), mas o “Único Salvador” (Is. 43:11; 45:21; Os. 13:4; Jd. 25), “único Rei  (Zc. 14:9). Se Jo. 17:3 exclui Jesus de ser “Deus Verdadeiro”, então Jesus também é excluído de ser Salvador ou Rei. Reciprocamente, Jesus é chamado “único mestre” (Mt. 23:8,10, Mt 10:24 e Jo. 13:13, Jd. 4, 2 Pedro 2:1), e “único Senhor” (Jd. 4, Ef. 4:4, 1 Cor 8:4,6, Mt 6:24). Se Jo. 17:3 exclui Jesus de ser “Deus Verdadeiro”, então o Pai também é excluído de ser nosso Mestre ou Senhor.
Concordo que Jesus e o Pai são duas pessoas distintas. Os arianos (TJ) não entendem a diferença entre Trindade e modalismo. Os modalistas erroneamente ensinam que Jesus é a mesma pessoa que o Pai. Por isto este argumento é infundado ao se falar contra a Trindade. As TJ aplicam constantemente argumentos anti-modalistas para os trinitários e não sabem que os trinitarianos rejeitam o modalismo.

João 20:17, ALA: “Recomendou-lhe [a Maria Madalena] Jesus: ‘Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-lhes: subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.’” (Portanto, para o ressuscitado Jesus, o Pai era Deus, assim como o Pai era Deus para Maria Madalena. É interessante que não encontramos nenhuma vez nas Escrituras o Pai dirigindo-se ao Filho como “meu Deus”.)

Gostaria que uma TJ lesse Ex. 4.16 (NM), onde diz que Moisés “servirá de Deus” para seu irmão Aarão. Mesmo Moisés servindo como Deus a Aarão não mudou o fato que ambos eram iguais em sua humanidade. Da mesma maneira, o Pai e o Filho podem ser iguais em Divindade, com o Pai servindo como Cabeça ou Deus ao Filho.

Agora leia Hb. 1:10 onde o Pai chama o Filho de “Senhor”. Se o Pai pode chamar o Filho de “Senhor” sem perder o estado de ser o próprio Senhor, o Filho também pode chamar o Pai de “Deus” sem perder o estado de ser o próprio Deus.

Finalmente, lembre-se que do Tomé chamou Jesus em Jo. 20:28. Tomé disse a ele: “Meu Senhor e meu Deus.'” (NM) Assim Jesus, também, é chamado “meu Deus”. Mesmo se não pudermos entender completamente a relação de Cristo com o Pai, podemos entender o bastante para saber que estamos na mesma relação a Cristo como Tomé que também estava, e podemos chamá-lo também de nosso Deus.

Prova João 1:1 que Jesus é Deus?

João 1:1, ALA: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [também BJ, BV, So, BMD, CBC].” NE reza: “O que Deus era, a Palavra era.” Mo diz que “o Logos era divino”. AT e Sd dizem-nos que “a Palavra era divina”. A tradução interlinear da ED reza “um deus era a Palavra”. NM reza: “A Palavra era um deus”; NTIV usa a mesma fraseologia.

O que esses tradutores vêem no texto grego que induz alguns deles a refrear-se de dizer que “o Verbo [“a Palavra”] era Deus”? O artigo definido (o) aparece na frente da primeira ocorrência de the·ós (Deus), mas não na frente da segunda ocorrência. A construção articular (quando o artigo aparece) do nome indica identidade, personalidade, ao passo que um nome predicativo, no singular, sem artigo e anteposto ao verbo (como está construída a sentença no grego) indica qualidade de uma pessoa. Portanto, o texto não diz que a Palavra (Jesus) era o mesmo que o Deus com quem estava, mas, antes, que o Verbo (a Palavra) era semelhante a um deus, era divino, era um deus. (Veja a edição de 1984 da NM, com referências, p. 1579, em inglês.)

Todas essas versões que traduzem Jo.1.1 como “a Palavra era divina” ou algo parecido são TODAS ARIANAS e não são bem traduzidas. As TJ citam várias versões para tentar encontrar apoio mas não explicam que seus tradutores foram em sua maioria liberais e não formados em grego. E essa “gramática imaginária” que as TJ dizem do artigo definido? Essa é uma mentira abissal! Não existe no grego essa regra. Para ver como elas mentem sobre isso, veja que não traduziram Jo.1.6 (que tem a mesma estrutura no grego) seguindo essa regra (se fossem seguir teriam dito “Surgiu um homem enviado como representante de um deus)
Por que só fizeram isso em Jo.1.1 e não em 1.12, 1.13 só para começar?
Vejam este o artigo “Refutação dos argumentos das Testemunhas de Jeová sobre Jo.1.1”.

O que queria dizer o apóstolo João quando escreveu João 1:1? Queria dizer que o próprio Jesus é Deus, ou talvez que Jesus é um só Deus com o Pai? No mesmo capítulo Þ1Ü, versículo 18 Þde Jo.Ü, João escreveu: “Deus nunca foi visto por alguém [“nenhum homem”, KJ, Dy]. O Filho unigênito [“o deus unigênito”, NM], que está no seio do Pai, este o fez conhecer.” (Al) Tinha algum humano visto a Jesus Cristo, o Filho? Naturalmente que sim! Portanto, estava João afirmando que Jesus era Deus? Obviamente não. No fim do seu Evangelho, João resumiu os assuntos, dizendo: “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, [não Deus, mas] o Filho de Deus.” — João 20:31, ALA.

O que João NÃO estava querendo dizer era que Jesus (a Palavra) era um ser criado com “qualidades divinas”. Isso vai de encontro a toda a teologia joanina. Elas aqui INVENTAM um regra IMAGINÁRIA de grego que não é ensinada em LUGAR NENHUM e dizer que João não está dizendo que Jesus é Deus mas só tem “características divinas”. Eles dizem que o último “deus” de Jo.1.1 só fala da “qualidade da Palavra”. Que absurdo! Este não pode ser o caso, porém, pois se João quisesse dizer que Jesus tinha qualidades divinas, teria usado o adjetivo para “divino” [theios] como em At. 17:29 e 2 Pe 1:3. Ao invés, João usou a palavra para Deus, “theos”.
Em Jo.1.18 o termo “Deus” é usado num sendo particular para o Pai, da mesma maneira que é usado em referência para o Filho em Is. 9:6. Também vejam que em outro lugar Jesus explica que ver a Ele era o equivalente a ver o Pai. “Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo. 14:9, ARA). Tomem cuidado, TJs. Esse “Raciocínios…” não andam funcionando muito bem.

Prova a exclamação de Tomé em João 20:28 que Jesus é verdadeiramente Deus?

João 20:28 (ALA) reza: “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”

Não há objeção a se referir a Jesus como “Deus”, se isto é o que Tomé tinha em mente. Estaria em harmonia com a própria citação de Jesus dos Salmos em que se dirige a palavra a homens poderosos, juízes, pelo termo “deuses”. (João 10:34, 35, ALA; Sal. 82:1-6) Naturalmente, Cristo ocupa uma posição bem mais elevada do que tais homens. Devido à singularidade da sua posição em relação a Jeová, Jesus é mencionado em João 1:18 (NM) como “o deus unigênito”. (Veja também ALA, VB.) Isaías 9:6 (ALA) também descreve profeticamente Jesus como “Deus Forte”, mas não como o Deus Todo-poderoso. Tudo isso está em harmonia com o fato de Jesus ser descrito em João 1:1 como “um deus”, ou “divino”. (NM, AT).

Sim. Jo.20.28 diz isso mesmo na NM. É impressionante como eles não mudaram este versículo visto que chama Jesus de Deus. Talvez no futuro eles mudem para “um deus meu”. Para a testemunha de Jeová, o fato de que o Pai é Deus, e que Jesus é o Filho do Pai, automaticamente nega a divindade do Filho. Mas isto não é o que as Escrituras ensinam (veja Gênesis 18:1,2; Isaías 9:6; Daniel 10:13-21, 12:1; João 1:1; Apocalipse 1:7,8).
Visto que as testemunhas de Jeová referem-se a Jesus como “um deus” em contraste com o Pai, o qual eles chamam “o Deus”, pediria a uma TJ procurar João 20:28 em sua própria Tradução Interlinear do Reino (1985). Palavra por palavra nos textos gregos mostram que Tomé literalmente chamou Jesus “o meu Senhor e o meu Deus!”

Indica Mateus 1:23 que Jesus era Deus quando estava na terra?

Mat. 1:23, ALA: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco [“Deus está conosco”, BJ]).”

Ao anunciar o iminente nascimento de Jesus, afirmou o anjo de Jeová que a criança seria o próprio Deus? Não, o anúncio foi: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo.” (Luc. 1:32, 35, ALA; grifo acrescentado.) E o próprio Jesus nunca afirmou ser Deus, mas, antes, “Filho de Deus”. (João 10:36, ALA; grifo acrescentado.) Jesus foi enviado ao mundo por Deus; assim, por meio deste Filho unigênito, Deus estava com a humanidade. — João 3:17; 17:8.

Não era incomum os nomes hebraicos incorporarem a palavra para Deus ou até mesmo uma forma abreviada do nome pessoal de Deus. Por exemplo, Eliata significa “Deus Veio”; Jeú significa “Jeová É Ele”; Elias significa “Meu Deus É Jeová”. Mas, nenhum desses nomes insinuava que o possuidor fosse o próprio Deus.

As TJ confundem a Trindade com o modalismo (se é que entendem o que é um ou outro). As TJ (como os unicistas) interpretam a Bíblia ao pé da letra, sem ter formação de grego para entendê-la. Como não sabem mais, só podem ler o no português está escrito. Mas não é bem assim. Em Mt. 3:3 na NM diz: “Preparai o caminho de Jeová.”
Neste versículo vemos que eles tentam dizer que João Batista está preparando o caminho para Jeová, enquanto que a referência é preparar as pessoas para Cristo (veja Mt. 3:11; Jo.1:15; 3:28-30; Is. 40:3; Ml. 3:1). Isaías 40.3 fala que Jesus é o Senhor (Deus).

 

 

 

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