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Refutando o: PROVANDO que A BÍBLIA NÃO É a PALAVRA de DEUS

Para refutar as alegações feitas por Antônio Miranda no vídeo “Provando que A Bíblia Não É a Palavra de Deus”, é necessário abordar cada ponto com base em interpretações teológicas, exegese bíblica e o contexto histórico-cultural das escrituras. Aqui estão as refutações detalhadas:

1. Números 23:19 e o Título “Filho do Homem”

  • Alegação: Antônio afirma que Números 23:19 declara que Deus não é homem para que minta, e que há contradição no Novo Testamento ao Jesus se declarar “Filho do Homem”.
  • Refutação: O título “Filho do Homem” em Jesus é uma expressão messiânica e escatológica, que não nega Sua divindade, mas sim aponta para sua encarnação como humano. Em Números 23:19, o texto enfatiza que Deus não mente nem age como seres humanos em suas falhas e pecados. Jesus, sendo Deus encarnado, não contradiz isso, pois a encarnação foi um ato de Deus que não muda a sua essência divina. Jesus é Deus que se fez carne (João 1:14), e esse ato é uma manifestação do plano de redenção.

2. Êxodo 20:13 e Êxodo 32:25-28

  • Alegação: Antônio cita uma suposta contradição entre o mandamento “não matarás” e a ordem de matar em Êxodo 32.
  • Refutação: A frase “não matarás” (Êxodo 20:13) refere-se ao assassinato injusto, uma ação pessoal e premeditada contra a vida inocente. Em Êxodo 32, a ordem para matar vem após a grave transgressão do povo de Israel ao adorar o bezerro de ouro, o que configura uma punição divina contra a apostasia e a desobediência. A execução ordenada por Deus tem um contexto judicial e punitivo, não sendo uma contradição com o mandamento original, mas uma aplicação da justiça divina.

3. Genealogias de Jesus em Mateus e Lucas

  • Alegação: Antônio afirma que as genealogias em Mateus e Lucas são contraditórias e que ambas mencionam José como pai de Jesus.
  • Refutação: As genealogias têm propósitos diferentes. Mateus traça a linha genealógica real de Jesus, mostrando sua descendência legal pelo rei Davi, através de José. Lucas, por outro lado, apresenta a genealogia de Maria, mãe de Jesus, o que explica as diferenças. A frase “sendo como se cuidava filho de José” em Lucas 3:23 reconhece a concepção virginal de Jesus e sua linhagem através de Maria, com Eli (ou Heli) sendo pai de Maria, portanto, avô de Jesus. A diferença reflete a perspectiva distinta e a intenção teológica de cada evangelho.

4. Contradição entre Mateus 5:44 e 1 Samuel 15:1-3

  • Alegação: Antônio argumenta que há uma contradição ontológica entre o mandamento de Jesus para amar os inimigos e a ordem de Deus em 1 Samuel 15 para destruir os amalequitas.
  • Refutação: As ordens de Deus no Antigo Testamento, como em 1 Samuel 15, estão ligadas ao contexto histórico de Israel e ao cumprimento da justiça divina contra nações que se opuseram a Israel de forma constante e violenta. O Novo Testamento, ao introduzir a Nova Aliança, não anula a justiça divina, mas revela o amor e a graça de Deus através de Jesus Cristo. A ordem de Jesus para amar os inimigos reflete o princípio da graça na Nova Aliança, sem que isso contradiga o exercício da justiça divina no Antigo Testamento.

5. Jesus e a Expulsão dos Cambistas

  • Alegação: Antônio menciona que Jesus se irou ao expulsar os cambistas do templo, o que ele vê como contraditório com os ensinamentos de paz e amor.
  • Refutação: A ação de Jesus ao expulsar os cambistas do templo (João 2:13-17) não é uma contradição, mas uma manifestação de zelo pela santidade da casa de Deus. A ira de Jesus é justa e direcionada contra a corrupção e a profanação do templo. Essa atitude está em conformidade com o caráter de Deus, que é santo e justo. O fato de Jesus agir contra a injustiça não contradiz seu ensino sobre amor e misericórdia, mas complementa seu papel como juiz justo.

6. Variedades Textuais e Contradições Textuais

  • Alegação: Antônio menciona que há muitas variantes textuais e contradições, como o caso da mulher adúltera.
  • Refutação: Variantes textuais são comuns em manuscritos antigos devido à cópia manual, mas a maioria dessas variantes não afeta doutrinas essenciais. A passagem da mulher adúltera (João 7:53-8:11) é reconhecida por muitos estudiosos como um texto de tradição oral que foi incluído posteriormente, mas que não compromete a integridade do evangelho. A crítica textual ajuda a entender essas questões e mostra que as Escrituras, apesar das variantes, mantêm sua confiabilidade e mensagem central.

7. Inferno e Traduções

  • Alegação: Antônio argumenta que traduções, como a da Vulgata, causaram confusões teológicas, especialmente sobre o inferno.
  • Refutação: As diferenças nas palavras traduzidas como “inferno” (Geena, Hades, Tártaro) refletem conceitos diferentes de julgamento e morte no contexto bíblico. A Vulgata de Jerônimo utilizou o termo “inferno” como uma tradução abrangente, mas a teologia cristã tem buscado distinguir esses termos no estudo mais aprofundado. A doutrina do inferno é baseada na compreensão do julgamento final e da separação eterna de Deus, e não depende de uma única tradução, mas de uma interpretação coerente dos textos bíblicos.

8. Antítese do Novo Testamento em Relação à Bíblia Hebraica

  • Alegação: Antônio afirma que o Novo Testamento é uma antítese à Bíblia Hebraica, mostrando que Deus muda.
  • Refutação: O Novo Testamento é o cumprimento da promessa e profecias do Antigo Testamento, não uma antítese. A Nova Aliança estabelecida por Jesus é a continuação e o cumprimento da Antiga Aliança, revelando o plano de redenção de Deus de forma plena. A mudança de alianças não implica que Deus mudou, mas sim que o plano redentor foi revelado progressivamente. O caráter de Deus permanece consistente em ambas as alianças.

Essas refutações demonstram que as alegações de Antônio Miranda são baseadas em mal-entendidos ou interpretações seletivas das Escrituras. Um estudo mais profundo e contextual das passagens bíblicas revela a coerência e a integridade da Bíblia como a Palavra de Deus

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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