REFUTANDO o Antonio Miranda sobre PLÁGIO BÍBLICO

A fábrica de besteiras do Tonho não descansa. Desta feita tenta alegar que a Bíblia é cópia de mitos. Vamos refutar ponto por ponto.

1. Similaridades não implicam em plágio:

O video aponta similaridades entre histórias bíblicas e mitos gregos, como heróis nascidos de forma miraculosa, que realizam feitos super-humanos e enfrentam traição. No entanto, essas características são comuns em diversas culturas e tradições, e não configuram, por si só, plágio.

É importante ressaltar que a existência de similaridades entre histórias e personagens de diferentes culturas não significa, necessariamente, que uma tenha copiado da outra. Diversos fatores podem contribuir para essas semelhanças, como:

  • Arquétipos universais: Certas figuras e temas básicos, como heróis, traições, criação do mundo, entre outros, podem ser encontrados em diversas culturas, pois refletem experiências e valores humanos comuns.
  • Influências mútuas: As culturas da antiguidade mediterrânea estavam em constante contato e troca de ideias, o que levava à assimilação de elementos de diferentes tradições.
  • Interpretações divergentes: A análise das histórias por diferentes pessoas pode levar a interpretações variadas, criando a falsa impressão de plágio quando, na verdade, as histórias possuem significados distintos.

2. Contexto e interpretação:

É importante analisar as histórias em seus contextos originais e considerar as diferentes interpretações possíveis. O video frequentemente ignora esses aspectos, apresentando interpretações simplistas e reducionistas que não fazem jus à complexidade dos textos.

3. Falta de rigor metodológico:

O video apresenta alegações sem fontes confiáveis ou referências acadêmicas. As obras de autores como Bart Ehrman e Richard Carrier, citadas no video, são frequentemente interpretadas de forma equivocada ou distorcida para sustentar as alegações do Antonio.

2. Falta de contexto e uso seletivo de informações:

O vídeo apresenta exemplos de similaridades entre a Bíblia e a mitologia grega, mas muitas vezes ignora ou simplifica os contextos em que as histórias se inserem. Isso leva a uma visão distorcida das informações e à falsa conclusão de que a Bíblia copiou diretamente dos mitos gregos.

3. Ignorando as diferenças:

Ao focar apenas nas semelhanças, o vídeo ignora as diferenças importantes entre as histórias bíblicas e os mitos gregos. Essas diferenças demonstram que as duas tradições possuem mensagens e teologias distintas.

4. Falhas na análise histórica:

O vídeo apresenta algumas informações incorretas sobre a cronologia dos textos bíblicos e mitológicos. A Bíblia Hebraica, por exemplo, não foi escrita apenas no período pós-cativeiro babilônico, como afirmado. Diversos livros bíblicos possuem datações mais antigas.

5. Exageros e generalizações:

O vídeo faz generalizações excessivas e apresenta um tom alarmista ao afirmar que “a Bíblia é um plágio de outros mitos do início ao fim”. Essa afirmação não é apenas sensacionalista, mas também demonstra uma falta de compreensão da complexa relação entre as diferentes tradições religiosas e mitológicas da antiguidade.

6. Desconsiderando outras fontes:

O vídeo foca exclusivamente na mitologia grega como fonte de plágio para a Bíblia, ignorando outras culturas e tradições que também podem ter influenciado os textos bíblicos. Isso demonstra uma visão limitada e parcial da história bíblica.

7. Ignorando a interpretação teológica:

O vídeo apresenta uma análise meramente literária dos textos bíblicos, ignorando a rica tradição teológica que se desenvolveu ao longo dos séculos para interpretá-los. Essa análise superficial leva a uma compreensão incompleta e distorcida das mensagens bíblicas.

8. Falta de fontes confiáveis:

O vídeo se baseia em autores e obras específicos, sem apresentar uma gama mais ampla de fontes confiáveis para embasar suas argumentações. Isso gera dúvidas sobre a veracidade das informações apresentadas.

9. Tom sensacionalista e objetivo questionável:

O vídeo apresenta um tom sensacionalista e alarmista, buscando gerar impacto no público através de afirmações fortes e polêmicas. O objetivo do vídeo parece ser mais provocar reações do que apresentar uma análise imparcial e fundamentada.

10. Desrespeito à fé alheia:

O vídeo faz generalizações negativas sobre a fé de outras pessoas, sem apresentar argumentos concretos para embasar suas críticas. Essa atitude demonstra falta de respeito e diálogo inter-religioso.

4. Desconsideração da evolução histórica:

O video ignora que a Bíblia foi escrita ao longo de séculos, por diferentes autores e em diferentes contextos históricos. As histórias bíblicas se desenvolveram e foram reinterpretadas ao longo do tempo, o que torna difícil estabelecer comparações precisas com mitos de outras culturas.

5. Exageros e sensacionalismo:

O video utiliza linguagem exagerada e sensacionalista para apresentar suas alegações, buscando chocar o público e despertar emoções. Essa abordagem dificulta a análise crítica e objetiva das informações apresentadas.

Evidências de textos bíblicos pré-exílio babilônico

Apesar de algumas alegações de que os textos bíblicos foram escritos após o exílio babilônico, há evidências substanciais de que muitos textos bíblicos pré-datam esse período:

1. Descobertas arqueológicas

  • Fragmentos de manuscritos bíblicos encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto datam de antes do exílio babilônico, como o Rolo do Templo que contém trechos do Pentateuco e outros livros.
  • Inscrições arqueológicas, como a Estela de Mesha e a Inscrição de Siloé, mencionam eventos e personagens bíblicos anteriores ao exílio.
  • Evidências arqueológicas demonstram que a cidade de Jerusalém e o Templo foram destruídos em 587 a.C., corroborando o relato bíblico do exílio babilônico.

2. Análise literária e linguística

  • Estudos linguísticos indicam que o hebraico bíblico mais antigo data de antes do exílio, enquanto o hebraico mais recente reflete a influência do aramaico durante e após o cativeiro.
  • Características estilísticas e literárias de certos livros bíblicos, como Isaías e Jeremias, sugerem uma composição pré-exílica.
  • Referências históricas e geográficas em alguns textos bíblicos são consistentes com o período pré-exílico.

3. Testemunhos externos

  • Textos extrabíblicos, como os Anais de Nabucodonosor II, confirmam eventos narrados na Bíblia anteriores ao exílio.
  • Fontes históricas gregas, como Heródoto e Xenofonte, mencionam personagens e eventos bíblicos pré-exílicos.

Portanto, as evidências arqueológicas, linguísticas e literárias, bem como os testemunhos externos, demonstram que muitos textos bíblicos, incluindo partes significativas do Pentateuco e dos Profetas, foram compostos antes do exílio babilônico, refutando a alegação de que todos os textos bíblicos são pós-exílicos.

A alegação de que todos os textos bíblicos foram escritos após o cativeiro babilônico (586 a.C.) representa uma visão simplista e inconsistente com as evidências históricas e arqueológicas. Diversas linhas de argumentação refutam essa afirmação:

1. Evidências Históricas e Arqueológicas:

  • Descobertas Arqueológicas: Diversos manuscritos bíblicos, como os Rolos do Mar Morto, datados de antes do cativeiro babilônico, comprovam a existência de textos bíblicos pré-exílicos. Estes manuscritos contêm porções significativas do Antigo Testamento, incluindo livros como Deuteronômio, Isaías e Salmos.
  • Testemunhos Históricos: Fontes históricas extrabíblicas, como inscrições e registros de outras civilizações, corroboram a existência de textos bíblicos antes do cativeiro. Por exemplo, o Monólito de Mesa, datado do século IX a.C., menciona o rei israelita Hazael, um personagem bíblico do Antigo Testamento.
  • Tradição Oral: A tradição oral judaica preservou e transmitiu textos bíblicos por gerações antes de serem escritos. Essa tradição oral, reconhecida pelos próprios autores bíblicos, garante a confiabilidade e a antiguidade de muitos dos textos.

Refutação das Alegações do Antônio no Vídeo “PLÁGIO BÍBLICO: Conheça os mitos GREGOS copiados pela Bíblia”:

Introdução:

O vídeo apresentado por Antônio levanta diversas alegações sobre a Bíblia ser um plágio de mitos gregos. É importante analisar cada ponto de forma crítica e com base em fatos históricos e teológicos para apresentar uma refutação consistente.

Pontos de Refutação:

1. Similaridades entre Sansão e Hércules:

  • Força sobre-humana e feitos heroicos: É verdade que ambos os personagens possuem força extraordinária e realizam feitos heroicos. No entanto, as motivações e contextos das histórias são distintos. Sansão luta contra os filisteus para libertar seu povo, enquanto Hércules realiza seus trabalhos por ordem divina ou para expiar seus pecados.
  • Morte: A morte de Sansão e Hércules também apresenta diferenças. Sansão morre ao derrubar o templo filisteu, enquanto Hércules morre ao se sacrificar em uma pira funerária.

Ovídio (8 dC) e Teócrito (260 aC) escreveram sobre Hércules (também conhecido como Hércules). O evento histórico sobre Sansão foi escrito antes disso, por volta de 550 aC, por Samuel no Livro dos Juízes. Portanto, Ovídio e Teócrito poderiam ter copiado Samuel SE tivessem acesso aos seus manuscritos. Altamente improvável para esse período, pois ainda não havia editoras de livros inventadas. Além disso, os livros e cartas que compõem a Bíblia hoje ainda não tinham sido concluídos.

A história de Sansão se passa no século XII a.C., enquanto o mito de Hércules se originou na Grécia Antiga, entre os séculos VIII e VI a.C. Essa diferença temporal torna improvável que a história de Sansão seja uma cópia direta de Hércules.

No entanto, há, é claro, uma diferença particular entre os dois relatos. Gary G. Cohen resumiu bem em seu artigo Evangelical Quarterly de 1970 , “Sansão e Hércules: Uma comparação entre os feitos de Sansão e os trabalhos de Hércules”:

Os feitos da história ou histórias de Hércules estão completamente no reino dos contos de fadas. Eles são sobre-humanos, arbitrários e fantásticos. O que quer que o homem por trás das lendas tenha feito, se é que viveu, o Hércules que chegou à nossa geração é um personagem fabuloso que conquista feras fabulosas por métodos fabulosos. … É um conto selvagem e fabuloso que é ao mesmo tempo interessante e divertido; é uma excelente ficção!

Por outro lado, com Sansão:

Por outro lado, o relato de Sansão é retratado na Bíblia à luz de um homem que recebeu poder e dever do Deus santo. É verdade que ele é auxiliado por um poder sobrenatural e é anunciado angelicalmente antes de seu nascimento, mas na estrutura conservadora cristã bíblica isso é visto como a verdade sóbria, pois o Deus dos milagres existe. …Os feitos de Sansão são surpreendentes, mas nunca fabulosos. Sua força é colossal, mas é uma força humana auxiliada pelo Deus de todo poder.

2. Eva e Pandora:

  • Causa do mal no mundo: A comparação entre Eva e Pandora se baseia na ideia de que ambas trouxeram o mal para o mundo. No entanto, as nuances das histórias são importantes. Eva desobedece a Deus por comer o fruto proibido, enquanto Pandora abre a caixa por curiosidade, liberando os males que já estavam presos.
  • Papel da mulher: É crucial considerar o contexto histórico e cultural em que cada história foi escrita. Na narrativa de Eva, o foco está na desobediência e nas consequências do pecado. Já no mito de Pandora, a mulher é vista como um ser curioso e ingênuo, mas não necessariamente culpado pelo mal.

3. Hospitalidade de Zeus e Hermes:

  • Atos 14:11: A passagem citada por Antônio não faz referência a Zeus e Hermes, mas sim a deuses romanos (Júpiter e Mercúrio). A multidão, acostumada à mitologia romana, interpreta os milagres de Paulo e Barnabé como atos divinos.
  • Hino a Zeus de Cleantes: A referência em Atos 17:28 não é uma citação direta do hino, mas sim uma frase que expressa a crença na onipresença de Deus.

4. Logos como Hermes:

  • Interpretação de Justino de Roma: A afirmação de que Justino de Roma associava o Logos a Hermes é questionável. Estudiosos argumentam que Justino utilizava o termo “Logos” em um sentido filosófico, não como uma referência direta ao deus grego.

5. Similaridades entre Jesus e Rômulo:

  • Nascimento miraculoso: O nascimento de Jesus e Rômulo apresenta semelhanças superficiais, mas as circunstâncias e o significado religioso são distintos. Jesus nasce de uma virgem por obra do Espírito Santo, enquanto Rômulo é concebido por uma deusa romana em um contexto de adultério.
  • Ascensão aos céus: A ascensão de Jesus e Rômulo também possui diferenças. Jesus ascende aos céus após sua ressurreição como prova de sua divindade, enquanto Rômulo é arrebatado em uma tempestade, deixando dúvidas sobre seu destino.

6. Culto ao imperador Augusto:

  • Propaganda política: O culto ao imperador Augusto era uma prática comum no Império Romano, utilizada para fortalecer o poder e a legitimidade do imperador. Associá-lo a um salvador divino era uma estratégia política, não uma crença religiosa genuína.

7. Simbolismo em Apocalipse:

  • Thanatos e Hades: A presença de Thanatos e Hades em Apocalipse 20:14 não indica necessariamente um plágio da mitologia grega. Esses termos podem ser utilizados como símbolos da morte e do submundo, sem necessariamente representar uma crença literal em deuses gregos.
  • Tártaro: A menção ao Tártaro em 2 Pedro 2:4 não se refere ao submundo grego, mas sim a um lugar de punição para os anjos rebeldes. A Bíblia utiliza o termo “Tártaro” de forma metafórica para representar o inferno.

Considerações Finais:

  • Análise crítica: É fundamental analisar as alegações de plágio com senso crítico, considerando o contexto histórico e cultural de cada narrativa, além de buscar fontes confiáveis e interpretações acadêmicas.
  • Complexidade das influências: A formação da Bíblia é um processo complexo que envolveu diversas culturas e influências. É importante reconhecer essas influências sem reduzir a Bíblia a um mero plágio de outras mitologias

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui