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REFUTANDO Jonathan Matthies: Profecias BÍBLICAS que não se CUMPRIRAM

Aqui está uma refutação acadêmica ponto a ponto com base no vídeo mencionado. Para essa refutação, será usado o entendimento de teólogos e acadêmicos que têm abordado a questão das profecias bíblicas, com uma análise histórica e teológica. Cada ponto será discutido à luz de evidências textuais, contextuais e da tradição cristã.

 

1. Afirmação: “A maioria das profecias bíblicas são historicizações”

Refutação:
A ideia de que a maioria das profecias bíblicas são reescritas posteriormente aos eventos descritos é um argumento frequentemente usado por críticos. No entanto, essa tese não é amplamente aceita por estudiosos.
A crítica histórica moderna demonstra que muitas profecias na Bíblia foram escritas antes dos eventos e verificadas depois. Por exemplo, a profecia de Isaías sobre a queda de Babilônia (Isaías 13:17-19) foi proferida muito antes da destruição da cidade pelos medos e persas. O Livro de Daniel, que contém visões detalhadas de impérios futuros, é debatido, mas é importante ressaltar que muitos eruditos conservadores acreditam que ele foi escrito no século VI a.C., e não no II a.C. como defendido por críticos historicistas.

Essa afirmação desconsidera a evidência textual e histórica que sustenta que muitas das profecias foram escritas antes dos eventos descritos. Um exemplo notável é a profecia de Isaías sobre a queda de Babilônia (Isaías 13:19-22), que foi escrita muito antes do evento histórico, conforme datado pela crítica textual e arqueologia. Além disso, profecias como a de Daniel, especialmente os capítulos 7-12, foram reconhecidas por estudiosos como previsões antes de eventos como o surgimento dos impérios persa, grego e romano.

Além disso, a crítica de que algumas profecias são “historicizadas” precisa ser contextualizada dentro do método profético hebraico. No contexto bíblico, as profecias frequentemente têm uma dimensão dupla ou múltipla de cumprimento, com um cumprimento parcial imediato e outro no futuro. Isso é conhecido como “perspectiva profética telescópica”. Por exemplo, a profecia de Isaías sobre o nascimento de Emanuel (Isaías 7:14) teve um cumprimento imediato no contexto do profeta, mas também foi interpretada como referência ao nascimento de Jesus no Novo Testamento (Mateus 1:22-23).

2. Afirmação: “A previsão sobre Tiro foi fácil de acertar porque a cidade já estava em declínio”

Refutação:
O argumento de que a destruição de Tiro era previsível por seu estado de declínio simplifica demais o contexto histórico. A profecia de Ezequiel (Ezequiel 26) sobre a queda de Tiro não apenas mencionou sua destruição, mas também detalhou que a cidade seria arrasada, suas pedras e madeira lançadas no mar, o que aconteceu de forma bastante precisa quando Alexandre, o Grande, construiu um istmo para atacar a cidade insular. É improvável que alguém pudesse prever com exatidão esses detalhes.

3. Afirmação: “As profecias de Daniel erram após o versículo 40 do capítulo 11”

Refutação:
O argumento de que Daniel erra ao prever a morte de Antíoco IV Epífanes é contestável. A passagem de Daniel 11:40 é interpretada por muitos estudiosos como uma transição para eventos futuros, possivelmente relacionados ao fim dos tempos. Diferentes tradições teológicas, como o pré-milenismo, interpretam essa parte das profecias de Daniel como uma referência a um tempo futuro, não ao período imediatamente após Antíoco.

A crítica de que Daniel “errou” ao prever a morte de Antíoco IV Epífanes a partir do verso 40 do capítulo 11 ignora o estilo apocalíptico da escrita de Daniel. A partir desse ponto, muitos estudiosos consideram que a visão muda de um relato histórico de Antíoco IV para uma descrição escatológica, referindo-se aos eventos futuros e à culminação do plano de Deus para a história. Essa mudança de foco é comum na literatura apocalíptica, que frequentemente utiliza figuras históricas como símbolos para eventos futuros. Assim, Daniel 11:40-45, ao invés de errar sobre a morte de Antíoco, está apontando para eventos ainda não realizados, possivelmente relacionados ao fim dos tempos.

Além disso, é importante notar que a própria precisão do livro de Daniel até o verso 39 é notável e bem documentada. A crítica de que ele teria “errado” ignora o fato de que o livro é aceito por estudiosos como uma fonte confiável de profecias cumpridas.

4. Afirmação: “Jesus previu o fim dos tempos em sua geração, mas isso não aconteceu”

Refutação:
Essa é uma das críticas mais comuns. O texto frequentemente citado é Mateus 24:34, onde Jesus afirma que “esta geração não passará até que todas estas coisas aconteçam”. No entanto, muitos teólogos interpretam que “geração” aqui pode se referir à geração de crentes ou à era que se inicia com o ministério de Jesus e dura até o fim dos tempos. Além disso, Jesus também fala sobre a destruição de Jerusalém, que ocorreu em 70 d.C., cumprindo profecias feitas em Lucas 21 e Mateus 24.

Essa crítica surge de uma interpretação superficial das palavras de Jesus. Quando Jesus fala sobre o Reino de Deus estar “próximo” ou “às portas”, Ele não estava necessariamente se referindo ao fim dos tempos de forma imediata, mas sim à inauguração do Reino com sua vida, morte e ressurreição. Através de sua obra na cruz, Jesus inaugurou o Reino de Deus na Terra (Lucas 17:20-21), e os cristãos vivem agora em um “já, mas ainda não”, em que o Reino de Deus está presente espiritualmente, mas não totalmente consumado.

O próprio Jesus em diversas ocasiões afirmou que ninguém sabia a data ou hora exata de sua segunda vinda, nem mesmo Ele (Mateus 24:36). Essa afirmação refuta a ideia de que Ele teria previsto erroneamente o fim iminente. A linguagem apocalíptica usada por Jesus e por autores do Novo Testamento deve ser interpretada dentro do seu contexto literário e teológico, levando em consideração a expectativa da vinda do Reino em etapas.

5. Afirmação: “Jesus não sabia tudo e cometeu erros como um ser humano”

Refutação:
A posição de que Jesus, como ser humano, poderia errar em suas profecias não encontra respaldo nas tradições cristãs mais amplamente aceitas. Embora algumas tradições liberais dentro do catolicismo ou protestantismo possam sugerir essa ideia, a posição ortodoxa sustenta que, embora Jesus possuísse uma natureza humana, Ele era também completamente divino. Em Marcos 13:32, Jesus afirma que apenas o Pai conhece o momento exato de seu retorno, o que reflete a distinção entre a função do Filho e do Pai na Trindade, mas não implica erro.

A interpretação de que o Armagedom seria uma batalha local entre romanos e persas no século II é uma leitura limitada do texto de Apocalipse. O livro de Apocalipse é amplamente reconhecido como literatura apocalíptica, que usa imagens simbólicas e linguagem figurativa para descrever realidades espirituais e futuras. O Armagedom (Apocalipse 16:16) é tradicionalmente interpretado como a batalha final entre o bem e o mal, que ocorrerá no final dos tempos.

Os estudiosos cristãos veem o Apocalipse como uma obra que transcende eventos históricos específicos, descrevendo a luta cósmica entre Deus e as forças do mal, culminando no retorno de Cristo. A tentativa de limitar o Armagedom a uma batalha do século II é uma interpretação historicista que não faz justiça à profundidade e alcance profético do livro.

6. Afirmação: “O Apocalipse se refere a eventos passados, como a batalha entre romanos e persas”

Refutação:
A interpretação de que o Apocalipse se refere a eventos passados é uma visão preterista, mas não é a única interpretação dentro da teologia cristã. Muitas tradições cristãs, especialmente o futurismo (uma visão popular entre evangélicos e católicos), veem o Apocalipse como uma profecia ainda por se cumprir. Isso é baseado na estrutura literária e nos símbolos do livro, que apontam para eventos que ainda estão por vir, como o julgamento final e a segunda vinda de Cristo.

7. Afirmação: “A profecia sobre o Armagedom estava errada e não se cumpriu”

Refutação:
O argumento de que o Armagedom era uma batalha iminente e não um evento futuro baseia-se numa interpretação particular, porém, muitos teólogos veem o Armagedom como um evento escatológico. A profecia em Apocalipse 16:16 menciona uma batalha no “fim dos tempos” entre as forças do bem e do mal, algo que ainda não se cumpriu, de acordo com a interpretação futurista. O fato de eventos mencionados no Apocalipse ainda não terem ocorrido não significa que foram erros, mas que aguardam seu cumprimento no futuro.

A falha de profetas modernos, como William Miller, em prever a data do retorno de Jesus não deve ser confundida com a confiabilidade das profecias bíblicas. As Escrituras são claras em afirmar que ninguém sabe o dia ou a hora do retorno de Cristo (Mateus 24:36). A falha de indivíduos em tentar prever esse evento, contra as advertências bíblicas, não desqualifica a validade das profecias bíblicas. A tradição cristã sempre reconheceu que as profecias bíblicas devem ser interpretadas com cautela e não usadas para especulação apressada.

Conclusão:

O vídeo do Prof. Jonathan Matthies apresenta uma série de críticas baseadas em interpretações limitadas e, em alguns casos, falhas das profecias bíblicas. Uma análise acadêmica e teológica mais aprofundada demonstra que as profecias bíblicas, quando interpretadas corretamente dentro de seu contexto literário e histórico, não apenas se cumpriram, mas continuam a apontar para realidades futuras. As críticas apresentadas carecem de um entendimento mais profundo das escrituras e da tradição interpretativa cristã.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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