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REFUTANDO Fabio Sabino: Como surgiu o Novo Testamento? Você sabe?

1. A Formação do Novo Testamento foi Oral e Não Escrita

Alegação: Sabino afirma que o Novo Testamento surgiu de uma tradição oral, sem base escrita inicialmente, e questiona se os textos atuais refletem essa tradição de forma precisa.

Refutação: Sabino sugere que a formação do Novo Testamento foi predominantemente oral, com pouca ou nenhuma base escrita nos estágios iniciais. Embora a transmissão oral tenha desempenhado um papel significativo na disseminação das tradições cristãs, as evidências mostram que as cartas de Paulo, os Evangelhos e outras epístolas foram escritas relativamente cedo, ainda no primeiro século. As cartas de Paulo, por exemplo, são geralmente datadas entre 50-60 d.C., apenas algumas décadas após a morte de Jesus .

É amplamente aceito entre os estudiosos que o Novo Testamento tem raízes tanto orais quanto escritas. A tradição oral desempenhou um papel importante nos primeiros anos do cristianismo, mas os Evangelhos e outros livros do Novo Testamento foram escritos relativamente cedo, com a maioria sendo composta entre 50 e 100 d.C. Além disso, os manuscritos do Novo Testamento são abundantes, com milhares de cópias antigas que mostram consistência substancial, o que atesta a confiabilidade dos textos transmitidos.

2. Os Evangelhos Foram Harmonizados para Formar o Novo Testamento

Sabino alega que os 27 livros do Novo Testamento foram harmonizados posteriormente para criar uma narrativa coesa. Na realidade, a harmonização dos Evangelhos foi um processo complexo, mas isso não significa que eles tenham sido fabricados ou alterados de maneira significativa. A formação do cânone do Novo Testamento envolveu debates sobre quais escritos tinham autoridade apostólica e estavam de acordo com a fé cristã. O critério de canonicidade incluía a autoria apostólica, a conformidade com a tradição e a aceitação geral pelas igrejas .

3. O Códex Vaticanus e o Códex Sinaiticus Como Provas Tardias

Alegação: Sabino sugere que os papiros existentes na época dos pais da Igreja eram incompletos e que os códices completos só surgiram no século IV.

Refutação: De fato, os códices completos, como o Codex Vaticanus e o Codex Sinaiticus, datam do século IV. No entanto, muitos papiros que datam do segundo e terceiro séculos contêm partes substanciais do Novo Testamento, como o Papiro 52, que é datado por volta de 125 d.C. Isso demonstra que os textos do Novo Testamento foram copiados e circulados amplamente antes da formação dos códices completos.

Embora esses códices sejam, de fato, os manuscritos mais antigos completos do Novo Testamento, isso não implica que os textos não existissem antes. Fragmentos de papiros, como o Papiro P52, datado por volta de 125 d.C., provam a existência de textos escritos dos Evangelhos bem antes do século IV .

4. O Uso de Escritos Apócrifos e Pseudepígrafos pelos Pais da Igreja

Alegação: Sabino menciona que os pais da Igreja utilizavam textos apócrifos e pseudepígrafos como canônicos, insinuando que havia uma confusão sobre o que deveria ser incluído no Novo Testamento.

Refutação: É verdade que durante os primeiros séculos do cristianismo, vários textos apócrifos e pseudepígrafos circulavam entre as comunidades cristãs. No entanto, a formação do cânon do Novo Testamento foi um processo cuidadoso que envolveu a avaliação da autenticidade apostólica e da ortodoxia doutrinária dos textos. Os pais da Igreja, como Irineu e Atanásio, desempenharam papéis cruciais na defesa dos textos que hoje fazem parte do Novo Testamento, distinguindo-os claramente dos escritos apócrifos.

Sabino sugere que os Pais da Igreja usaram textos apócrifos e pseudepígrafos como canônicos, o que levanta dúvidas sobre a autenticidade do Novo Testamento. No entanto, os escritos apócrifos e pseudepígrafos eram conhecidos e, na maioria das vezes, rejeitados pelos líderes da igreja primitiva justamente por não cumprirem os critérios de canonicidade. A exclusão desses textos do Novo Testamento demonstra um critério rigoroso na formação do cânone .

6. Alegação sobre a inexistência de documentos comprobatórios dos primeiros cristãos

Alegação: Sabino questiona a existência de provas documentais sobre os primeiros cristãos e os apóstolos.

Refutação: A existência de documentos dos primeiros cristãos é bem atestada. Além do Novo Testamento, existem obras de pais apostólicos, como a “Primeira Epístola de Clemente” (cerca de 96 d.C.) e as “Cartas de Inácio de Antioquia” (cerca de 110 d.C.), que testemunham a vida e a prática da Igreja primitiva. Esses documentos não apenas mencionam figuras apostólicas, mas também mostram a continuidade e a preservação da fé cristã desde o período apostólico.

7. A Tradição Oral Contrária ao Novo Testamento

Ao afirmar que a tradição oral poderia contradizer o que está no Novo Testamento, Sabino ignora o fato de que a tradição oral na igreja primitiva serviu como base para a escrita dos Evangelhos. Os escritos neotestamentários foram reconhecidos como fiéis às tradições apostólicas, preservando o ensino de Jesus e dos apóstolos de maneira escrita para a posteridade .

8. Alegação sobre a Trindade e a divindade de Jesus

Alegação: Sabino sugere que os versículos que defendem a Trindade e a divindade de Jesus foram acrescentados posteriormente ao Novo Testamento.

Refutação: A doutrina da Trindade e a divindade de Jesus são temas centrais que podem ser encontrados nos textos do Novo Testamento desde os primeiros manuscritos. Passagens como João 1:1 (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”) e Mateus 28:19 (a fórmula batismal em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo) são amplamente aceitas como parte dos textos originais. Além disso, os debates teológicos sobre a Trindade e a divindade de Cristo nos concílios ecumênicos do século IV basearam-se em textos que já estavam em circulação por séculos.

9. Alegação sobre a composição tardia dos Evangelhos

Alegação: Sabino afirma que os Evangelhos foram escritos muito tempo após a morte de Jesus, insinuando uma falta de confiabilidade histórica.

Refutação: Embora os Evangelhos tenham sido escritos algumas décadas após a morte de Jesus, isso está bem dentro do tempo de vida das testemunhas oculares. A maioria dos estudiosos data o Evangelho de Marcos por volta de 65-70 d.C., o que está a menos de 40 anos da crucificação de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Lucas e João seguem, mas ainda dentro do primeiro século. O intervalo de tempo relativamente curto entre os eventos e sua escrita, combinado com o contexto de uma tradição oral forte e controlada, aumenta a confiabilidade dos relatos evangélicos.

10. Deturpação e Acréscimos no Texto Bíblico

Sabino afirma que o texto bíblico passou por deturpações e acréscimos ao longo do tempo. Embora seja verdade que algumas variantes textuais existam nos manuscritos, a ciência da crítica textual permite que os estudiosos reconstruam com alta precisão o texto original do Novo Testamento. Estudos como os de Bruce Metzger demonstram que as variantes não afetam substancialmente as doutrinas cristãs e que o Novo Testamento é um dos textos antigos mais bem preservados .

Referências

  1. Metzger, Bruce M. The Canon of the New Testament: Its Origin, Development, and Significance. Clarendon Press, 1987.
  2. Ehrman, Bart D. The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings. Oxford University Press, 2004.
  3. Bock, Darrell L. The Missing Gospels: Unearthing the Truth Behind Alternative Christianities. Thomas Nelson, 2006.
  4. Comfort, Philip W. The Text of the Earliest New Testament Greek Manuscripts. Tyndale House Publishers, 2001.
  5. Kruger, Michael J. Canon Revisited: Establishing the Origins and Authority of the New Testament Books. Crossway, 2012.
  6. Hengel, Martin. The Four Gospels and the One Gospel of Jesus Christ: An Investigation of the Collection and Origin of the Canonical Gospels. Trinity Press International, 2000.
  7. Metzger, Bruce M. A Textual Commentary on the Greek New Testament. Deutsche Bibelgesellschaft, 1994.

Essa refutação fornece uma análise acadêmica dos pontos levantados por Sabino, demonstrando que a formação do Novo Testamento é um processo mais complexo e historicamente fundamentado do que o apresentado por ele.

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