Em mais um vídeo mentiroso e picareta o Matheus Benites tenta mais uma vez alegar bobagens contra Jesus. Desta feita o mesmo tipo de vídeo já refutado várias vezes e que nem mesmo ateu usam. Já mostramos que esses miticistas não são levados à sério na academia. A teoria do mito de Cristo é uma teoria marginal, apoiada por poucos acadêmicos ou especialistas eméritos em credibilidade bíblica ou disciplinas cognatas.[11][12][13]
Mas para não enganar mais pessoas vamos detonar mais esse vídeo picareta aqui.
1. Alegação sobre Osíris (00:38 – 01:17)
Citação:
“Essa é a história de Osíris, séculos antes do Novo Testamento, os egípcios já contavam a história de um deus que morreu e ressuscitou, e ele não foi o único.”
Refutação Acadêmica:
A comparação entre Osíris e Jesus é frequentemente usada em discussões sobre paralelismo mitológico, mas há diferenças significativas entre os dois mitos. Enquanto Jesus ressuscita fisicamente e ascende ao céu, Osíris permanece no submundo como governante dos mortos. Além disso, a ressurreição de Osíris não envolve um retorno à vida terrena, mas sim uma transformação espiritual.
Alguns teóricos contemporâneos do mito de Cristo usarão termos como “ressurreição” com histórias de qualquer deus que morreu e assumiu uma forma de vida após a morte. Por exemplo, Peter Joseph usou “ressurreição” para se adequar ao seu propósito de uma comparação lado a lado de vários deuses em Zeitgeist, o Filme . No entanto, as pessoas que seguiram os vários deuses entenderam que seu deus era “ressuscitado” no sentido da ressurreição de Jesus?
Não. A ressurreição de Jesus foi uma reviravolta inesperada [3] na visão judaica do Messias, bem como na visão judaica da ressurreição. Também foi inesperada de acordo com a compreensão pagã da vida após a morte; pois Jesus foi ressuscitado para um novo corpo físico . Os pagãos esperavam uma união espiritual com seus deuses na vida após a morte ou uma libertação do espírito da prisão corporal. Essa reviravolta é importante, porque tem tudo a ver com a compreensão cristã da boa criação de Deus, seu perdão e seu dom da salvação.
Fonte:
- Smith, Mark S. The Origins of Biblical Monotheism: Israel’s Polytheistic Background and the Ugaritic Texts . Oxford University Press, 2001.
- Assmann, Jan. Death and Salvation in Ancient Egypt . Cornell University Press, 2005.
2. Alegação sobre Mitra (03:17 – 03:52)
Citação:
“Na antiga Pérsia, os seguidores de Mitra acreditavam que ele não era um simples mortal, nascido de uma virgem, veio ao mundo para derrotar as forças do caos e trazer redenção. Após sua morte, Mitra ascendeu aos céus, e seus seguidores passaram a acreditar que um dia ele retornaria para julgar os vivos e os mortos.”
Refutação Acadêmica:
A narrativa de Mitra apresentada no vídeo carece de evidências históricas robustas. O culto romano de Mitra (Mitraísmo) não inclui detalhes claros sobre seu nascimento virginal ou ressurreição. Muitas das semelhanças entre Mitra e Jesus são baseadas em especulações modernas e interpretações equivocadas de textos fragmentários. Além disso, o mitraísmo era uma religião misteriosa, e muitos de seus rituais e crenças permanecem desconhecidos.
Mithras surgiu de uma rocha (ou caverna) perto da margem de um rio. Ele segurava uma tocha para iluminar o submundo de onde veio e uma adaga para subjugar todas as criaturas da terra. Jesus nasceu como um bebê humano de uma virgem humana. Osíris foi o produto de um caso adúltero entre dois deuses. Ele se apaixonou por sua irmã e teve relações sexuais com ela no ventre de sua deusa mãe. A única coisa semelhante nessas histórias de nascimento é a vaga semelhança do próprio nascimento.
Fonte:
- Beck, Roger. The Religion of the Mithras Cult in the Roman Empire: Mysteries of the Unconquered Sun . Oxford University Press, 2006.
- Ulansey, David. The Origins of the Mithraic Mysteries: Cosmology and Salvation in the Ancient World . Oxford University Press, 1989.
3. Alegação sobre Dioniso (03:52 – 04:29)
Citação:
“Dioniso, filho de um deus e de uma mortal, foi despedaçado por Titãs que temiam seu poder. Mas essa não seria sua última história, pois dos fragmentos de seu corpo, a vida renasceu. Para seus seguidores, Dioniso representava algo maior: a vitória sobre a morte.”
Refutação Acadêmica:
Embora Dioniso seja associado à morte e renascimento simbólico, esses eventos estão ligados aos ciclos agrícolas e naturais, não a uma ressurreição literal como a de Jesus. Além disso, a ideia de Dioniso sendo “despedaçado” refere-se a rituais iniciáticos e não a uma morte física real. As semelhanças entre Dioniso e Jesus são superficiais e não suportam uma análise comparativa rigorosa.
Fonte:
- Otto, Walter F. Dionysus: Myth and Cult . Indiana University Press, 1965.
- Burkert, Walter. Greek Religion: Archaic and Classical . Wiley-Blackwell, 1985.
4. Alegação sobre Adônis (04:29 – 05:05)
Citação:
“No Oriente Médio, os fenícios contavam a lenda de um jovem belo e divino que morria e renascia a cada ciclo da natureza. Seu nome era Adônis; ele partia para o submundo, mas sempre voltava.”
Refutação Acadêmica:
Adônis está associado aos ciclos sazonais da vegetação, e sua morte e renascimento são metáforas para o crescimento e declínio das plantas. Não há evidências de que Adônis tenha sido adorado como um salvador ou redentor, nem que sua história tenha influenciado diretamente o cristianismo. A conexão entre Adônis e Jesus é mais uma construção moderna do que uma continuidade histórica.
Fonte:
- Detienne, Marcel. The Gardens of Adonis: Spices in Greek Mythology . Princeton University Press, 1977.
- Frazer, James George. The Golden Bough: A Study in Magic and Religion . Macmillan, 1922.
5. Alegação sobre Lázaro e Osíris (05:05 – 06:28)
Citação:
“O paralelo mais evidente sugerido pelo estudioso da Bíblia Randall Helms é o da ressurreição de Lázaro. […] Betânia, o nome original egípcio de Osíris, é Azar, e Lázaro em hebraico é Eleazar.”
Refutação Acadêmica:
A conexão etimológica entre “Betânia” e “Azar” é especulativa e não amplamente aceita na academia. Além disso, a história de Lázaro no Evangelho de João é narrada em um contexto teológico específico, sem evidências de que tenha sido inspirada diretamente pela mitologia de Osíris. A análise linguística apresentada no vídeo carece de rigor acadêmico.
Fonte:
- Brown, Raymond E. The Gospel According to John . Doubleday, 1966.
- Metzger, Bruce M. The New Testament: Its Background, Growth, and Content . Abingdon Press, 1965.
6. Alegação sobre a Ressurreição de Jesus (07:05 – 10:10)
Citação:
“Agora, os relatos evangélicos são contraditórios entre si. Além disso, são contraditórios com o relato mais antigo sobre a ressurreição, que provém de Paulo.”
Refutação Acadêmica:
As supostas contradições entre os relatos da ressurreição podem ser explicadas por diferenças literárias e teológicas entre os evangelhos. Paulo, em 1 Coríntios 15, oferece uma lista de aparições pós-ressurreição, mas seu objetivo é diferente do dos evangelhos. Enquanto Paulo enfatiza a fé na ressurreição, os evangelhos narram eventos específicos para ilustrar a realidade histórica de Jesus.
Fonte:
- Wright, N.T. The Resurrection of the Son of God . Fortress Press, 2003.
- Licona, Michael R. The Resurrection of Jesus: A New Historiographical Approach . IVP Academic, 2010.
7. Alegação sobre Dissonância Cognitiva (10:10 – 12:40)
Citação:
“Os discípulos passaram a ter visões alucinatórias de seu líder espiritual, mais ou menos como os enlutados vêem ocasionalmente o ente falecido.”
Refutação Acadêmica:
Embora a teoria da dissonância cognitiva seja plausível, ela não explica completamente a origem das crenças cristãs primitivas. A hipótese das alucinações coletivas é problemática, pois não há evidências psicológicas de que grupos inteiros possam experimentar alucinações idênticas. Além disso, a rápida disseminação do cristianismo sugere que algo mais convincente do que alucinações estava em jogo.
Fonte:
- Habermas, Gary R., and Michael R. Licona. The Case for the Resurrection of Jesus . Kregel Publications, 2004.
- De Wesselow, Thomas. The Sign: The Shroud of Turin and the Secret of the Resurrection . Dutton, 2012.
8. Alegação sobre o nascimento virginal de Jesus
- Minuto: 13:19 – 17:37
- Alegação: A ideia de um nascimento virginal não era inédita e aparece em outras mitologias (Krishna, Horus, Alexandre, etc.). Além disso:
- A citação de Isaías 7:14 no Evangelho de Mateus é uma interpretação equivocada, pois a palavra hebraica “almah” significa “jovem mulher”, não necessariamente “virgem”.
- O contexto histórico de Isaías 7:14 refere-se a um evento político específico, não a uma profecia messiânica.
- O autor de Mateus distorce textos hebraicos para legitimar Jesus como o Messias.
Refutação Acadêmica:
A interpretação de Isaías 7:14 como uma profecia messiânica é problemática quando analisada fora do contexto histórico. No hebraico original, “almah” refere-se a uma jovem mulher, sem implicar necessariamente virgindade. A Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) usou a palavra “parthenos”, que pode significar “virgem”, mas essa escolha foi influenciada por pressupostos teológicos helenísticos.
No entanto, o uso de Isaías 7:14 por Mateus não deve ser visto apenas como um erro ou distorção proposital, mas como parte de uma prática comum na época: a midrash , ou interpretação criativa das Escrituras para aplicá-las a novos contextos. Isso era aceito como legítimo no judaísmo do Segundo Templo.
Além disso, a ideia de um nascimento milagroso não é exclusiva do cristianismo nem prova plágio. Na tradição judaica, figuras como Isaac, Sansão e Samuel nasceram de mães previamente estéreis, simbolizando intervenção divina. O nascimento virginal de Jesus pode ser entendido como uma extensão teológica dessa tradição, enfatizando sua singularidade como Messias.
Fonte:
- Brown, Raymond E. The Birth of the Messiah: A Commentary on the Infancy Narratives in the Gospels of Matthew and Luke . Doubleday, 1993.
- Machen, J. Gresham. The Virgin Birth of Christ . James Clarke & Co., 2000.
9. Alegação sobre o plágio de mitologias anteriores
- Minuto: 18:12 – 19:27
- Alegação: Embora haja semelhanças entre o cristianismo e mitologias anteriores, a explicação de “plágio” é simplista. O cristianismo emergiu em um mundo cheio de narrativas religiosas e mitológicas, e Jesus Cristo foi moldado como um “ideal” a partir dessas ideias precedentes.
Refutação Acadêmica:
A acusação de plágio ignora as diferenças fundamentais entre os mitos pagãos e o cristianismo. Enquanto muitas mitologias descrevem eventos cíclicos (como morte e renascimento simbólico associado às estações), o cristianismo apresenta uma visão linear da história, com um evento único e irrepetível: a encarnação, morte e ressurreição de Jesus.
Além disso, as supostas “semelhanças” frequentemente citadas (nascimento virginal, morte e ressurreição) são superficiais e baseiam-se em interpretações modernas equivocadas. Por exemplo, Mitra e Dioniso não têm histórias de nascimento virginal bem documentadas, e suas ressurreições são simbólicas, não físicas como a de Jesus.
Fonte:
- Wright, N.T. The Resurrection of the Son of God . Fortress Press, 2003.
- Hurtado, Larry W. Lord Jesus Christ: Devotion to Jesus in Earliest Christianity . Eerdmans, 2003.
10. Alegação sobre a ética de Jesus comparada a Buda e Sócrates
- Minuto: 20:08 – 26:10
- Alegação:
- Bertrand Russell criticou a ética de Jesus, argumentando que figuras como Buda e Sócrates superam Jesus em termos éticos.
- Jesus acreditava no inferno e demonstrou momentos de ira (ex.: amaldiçoando a figueira, expulsando demônios para os porcos), enquanto Buda rejeitava qualquer forma de violência.
- Buda ensinava iluminação e transformação nesta vida, enquanto Jesus prometia recompensas no céu.
- Guerras foram travadas em nome de Jesus, mas nenhuma guerra foi travada em nome de Buda.
Refutação Acadêmica:
A crítica de Russell à ética de Jesus é válida em alguns pontos, mas carece de nuances. Por exemplo, o conceito de inferno nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas) deve ser interpretado no contexto judaico do século I, onde “Gehenna” era uma metáfora para destruição final, não necessariamente punição eterna. Além disso, os momentos de ira atribuídos a Jesus (como a maldição da figueira) podem ser vistos como atos simbólicos destinados a transmitir mensagens teológicas, não como falhas éticas.
Quanto à comparação com Buda e Sócrates, é importante lembrar que cada figura operava em contextos culturais e históricos diferentes. Jesus pregava em uma sociedade profundamente injusta sob ocupação romana, enquanto Buda e Sócrates viviam em ambientes filosóficos mais individualistas. A mensagem de Jesus enfatizava justiça social e amor ao próximo, princípios que continuam a inspirar movimentos humanitários.
Fonte:
- Meier, John P. A Marginal Jew: Rethinking the Historical Jesus . Yale University Press, 1991.
- Keown, Damien. Buddhism: A Very Short Introduction . Oxford University Press, 2013.
11. Alegação sobre Jesus como um “ideal moldado por mitologias anteriores”
- Minuto: 19:27 – 20:08
- Alegação: Jesus Cristo é um “ideal” moldado, aperfeiçoado e lapidado por ideias de mitologias precedentes. Por isso, seus ensinamentos e mensagens são tão profundos e impactantes.
Refutação Acadêmica:
Embora seja verdade que o cristianismo emergiu em um contexto cultural diversificado, reduzir Jesus a um “produto” de mitologias anteriores ignora a historicidade e singularidade de sua mensagem. Os ensinamentos de Jesus, como o Sermão da Montanha, apresentam uma ética radicalmente nova para a época, enfatizando amor incondicional, perdão aos inimigos e igualdade social. Esses princípios não têm paralelos claros em mitologias anteriores.
Além disso, a rápida disseminação do cristianismo sugere que algo além de mera imitação estava em jogo. A experiência pascal (ressurreição) e a transformação dos discípulos indicam que algo extraordinário ocorreu, mesmo que sua natureza exata seja debatida.
Fonte:
- Dunn, James D.G. Jesus Remembered: Christianity in the Making . Eerdmans, 2003.
- Stanton, Graham N. The Gospels and Jesus . Oxford University Press, 2002.
Conclusão
O vídeo faz várias alegações interessantes, mas muitas delas carecem de suporte acadêmico robusto. As refutações acima demonstram que, embora existam paralelos entre mitologias antigas e o cristianismo, essas semelhanças são frequentemente superficiais e não sustentam a ideia de plágio direto. A pesquisa acadêmica sugere que o cristianismo emergiu em um contexto cultural complexo, onde elementos de diferentes tradições foram reinterpretados para formar uma nova narrativa teológica.
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