É comum nesses vídeos de ateístas simplistas de Youtube falar um monte de bobagem e desinformação que pessoas acreditam. Num país em que pessoas não leem livros são alvos fáceis.
Desta feita, este sujeito fala um monte de mentiras nesse vídeo que vamos refutar. Não cita fonte, nem nada. Simplesmente alega.
1. A Data do Nascimento de Jesus
Alegação do Vídeo:
O vídeo afirma que Jesus não nasceu em 25 de dezembro e que essa data foi escolhida para substituir festas pagãs, como a adoração ao Sol Invictus.
Refutação Acadêmica:
- Data desconhecida: É verdade que a Bíblia não especifica a data exata do nascimento de Jesus. Estudiosos sugerem que ele pode ter nascido na primavera ou outono, com base em indícios como a menção de pastores cuidando de ovelhas no campo (Lucas 2:8), o que seria improvável no inverno.
- Origem do 25 de dezembro: A escolha do 25 de dezembro como data do Natal tem raízes complexas. Uma teoria popular é que a data foi escolhida para cristianizar festas pagãs, como o Sol Invictus (celebrado em 25 de dezembro) e a Saturnália (17 a 23 de dezembro). No entanto, essa conexão não é consenso entre os historiadores.
- Evidências históricas: A primeira menção ao 25 de dezembro como data do Natal aparece no Calendário Filocaliano (354 d.C.), mas não há evidências conclusivas de que a data foi escolhida apenas para substituir festas pagãs.
- Outras teorias: Alguns estudiosos sugerem que a data foi calculada com base em tradições judaicas que associam a concepção de Jesus ao equinócio da primavera (25 de março), resultando em um nascimento em 25 de dezembro.
- não há evidências de que Aureliano tenha instituído uma celebração do Sol naquele dia [25 de dezembro]. Um dia de festa para o Sol em 25 de dezembro não é mencionado até oitenta anos depois, no Calendário de 354 e, posteriormente, em 362 por Juliano em sua Oração ao Rei Hélio. 4
Conclusão:
Embora a data de 25 de dezembro possa ter sido influenciada por festas pagãs, não há evidências históricas definitivas que comprovem essa conexão. A escolha da data pode ter sido motivada por múltiplos fatores, incluindo cálculos teológicos e tradições judaicas.
2. A Influência do Sol Invictus e do Mitraísmo
Alegação do Vídeo:
O vídeo afirma que o Natal foi criado para substituir a adoração ao Sol Invictus e que o cristianismo copiou elementos do mitraísmo.
Refutação Acadêmica:
- Sol Invictus: A adoração ao Sol Invictus foi institucionalizada pelo imperador Aureliano em 274 d.C., mas o culto ao sol já existia em várias culturas antigas. A celebração do Natal em 25 de dezembro pode ter sido influenciada por essa tradição, mas não há evidências de que o cristianismo tenha “copiado” diretamente o culto ao sol.
- Diferenças teológicas: O cristianismo primitivo enfatizava a ressurreição de Jesus, não seu nascimento. A celebração do Natal só se tornou comum no século IV, muito depois da ascensão do cristianismo.
- Mitraísmo: O mitraísmo era uma religião de mistérios que tinha algumas semelhanças superficiais com o cristianismo, como banquetes sagrados e a ideia de salvação. No entanto, as semelhanças são exageradas por críticos do cristianismo.
- Falta de evidências: Não há registros históricos que comprovem uma conexão direta entre o mitraísmo e a celebração do Natal. A maioria das supostas semelhanças é baseada em especulações e interpretações modernas.
Claro, há muito mais, mas acho que você pode ver que a acusação de que os cristãos escolheram 25 de dezembro para “cristianizar” ou mesmo apenas apaziguar uma população pagã é fraca, na melhor das hipóteses. Se você quiser se aprofundar mais na história, a série de TC Schmidt é um ótimo lugar para começar, embora esteja disponível apenas pelo Internet Archive agora. Ele resumiu suas descobertas assim:
- A Saturnália não ocorria em 25 de dezembro e não tinha nada a ver com o nascimento de nenhum deus ou qualquer outra pessoa.
- Uma festa para Sol Invictus (o Sol Invicto) ocorreu em 25 de dezembro, mas a evidência mais antiga para isso data de meados do final do século IV. Não há evidências de que o Imperador Aureliano tenha estabelecido um Festival de Sol Invictus (ou qualquer outra pessoa ou coisa) em 25 de dezembro.
- Os egípcios aparentemente apresentavam um bebê como representação do Sol recém-nascido no solstício de inverno, mas essa evidência também data dos séculos IV e V.
- Hipólito em 202-211 d.C. definiu a data para o nascimento de Jesus em 25 de dezembro, porque ele pensou que Jesus foi concebido 9 meses antes na Páscoa, o dia em que ele também pensou que o mundo foi criado (5500 anos antes), o Equinócio Vernal 25 de março.Clemente de Alexandria (193-215 d.C.) citou várias fontes anônimas sobre o nascimento de Jesus e concorda aproximadamente com Hipólito, alegando que Jesus nasceu no final do outono para o início do inverno. As fontes de Clemente parecem claramente acreditar que Jesus foi concebido na Páscoa e nasceu aproximadamente 9 meses depois; na verdade, a única diferença entre eles e Hipólito é que eles divergiram sobre quando a Páscoa realmente ocorreu. No entanto, há uma possibilidade significativa de que uma das fontes de Clemente tenha sido o próprio Hipólito, devido à preponderância de datas possíveis que ele dá como sendo do dia 25 de um mês (ele dá 4 delas e depois outra data no dia 24), o que corresponde à crença de Hipólito de que Jesus foi concebido, nascido e executado no dia 25 de um mês.
Conclusão:
A influência do Sol Invictus e do mitraísmo na data do Natal é frequentemente exagerada. Embora haja paralelos culturais, não há evidências históricas sólidas de que o cristianismo tenha copiado diretamente essas tradições.
3. A Institucionalização do Cristianismo
Alegação do Vídeo:
O vídeo afirma que o cristianismo foi imposto como religião oficial do Império Romano para apagar outras culturas e religiões.
Refutação Acadêmica:
- Edito de Tessalônica (380 d.C.): O imperador Teodósio I declarou o cristianismo niceno como a religião oficial do Império Romano. No entanto, o cristianismo já era uma religião significativa antes disso, com milhões de seguidores.
- Perseguição aos pagãos: Após o Edito de Tessalônica, houve perseguição a outras religiões, mas isso não significa que o cristianismo tenha sido criado para substituir cultos pagãos. O cristianismo já existia há séculos e se espalhou organicamente antes de ser adotado pelo Estado.
- Cristianização gradual: A transição para o cristianismo como religião dominante foi um processo gradual, influenciado por fatores políticos, sociais e culturais, não apenas por imposição.
Conclusão:
A institucionalização do cristianismo foi um processo complexo, influenciado por fatores históricos e políticos. Não foi uma simples imposição para apagar outras religiões.
4. A Natureza do Natal Moderno
Alegação do Vídeo:
O vídeo afirma que as decorações e tradições do Natal têm origens pagãs e não têm relação com o cristianismo.
Refutação Acadêmica:
- Origem das tradições: Muitas tradições natalinas, como árvores de Natal, guirlandas e luzes, têm origens pagãs ou folclóricas. No entanto, essas tradições foram reinterpretadas e incorporadas ao cristianismo ao longo dos séculos.
- Sincretismo cultural: O sincretismo (fusão de tradições culturais) é comum em muitas celebrações religiosas. Isso não invalida o significado religioso do Natal para os cristãos.
- Significado cristão: Para os cristãos, o Natal celebra o nascimento de Jesus e sua mensagem de amor, paz e salvação. As tradições culturais são secundárias em relação ao significado espiritual.
Conclusão:
Embora algumas tradições natalinas tenham origens pagãs, isso não diminui o significado religioso do Natal para os cristãos. O sincretismo cultural é uma característica comum em muitas celebrações religiosas.
Conclusão Geral
O vídeo faz alegações que misturam fatos históricos com interpretações tendenciosas. Embora algumas críticas tenham base (como a incerteza sobre a data do nascimento de Jesus), muitas das alegações são exageradas ou carecem de evidências sólidas. A história do Natal é complexa e envolve múltiplas influências culturais, mas isso não invalida seu significado religioso para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui