Este artigo é uma refutação à matéria postada por Paulo Lopes em http://www.paulopes.com.br/2011/05/biblia-e-tao-machista-quanto-o-corao.html#.UHhnxYZlQs8 O texto original do artigo está em azul e minhas refutações em preto.
Se dependesse da Bíblia, nenhuma de nós teria aprendido nada, pois aprendizagem exige a palavra e a Bíblia condenou-nos todas ao silêncio. “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição”. 1 Timóteo 2:1.
Aqui, Paulo não está dizendo de forma alguma que as mulheres não deviam se expressar ou ter voz ativa. Seu contexto tange somente que Paulo estava se referindo 1) mais às mulheres de Corinto e 2) no contexto da Igreja, não à vida pública ou familiar.
Os encarregados da supervisão de uma igreja são descritos na Bíblia como homens. Os 12 apóstolos de Jesus Cristo eram todos homens, e os que foram designados mais tarde para serem bispos e diáconos nas igrejas cristãs eram homens. (Mat. 10,1-4; 1 Tim. 3,2-12) Aconselha-se às mulheres que ‘aprendam em silêncio com plena submissão’ nas reuniões da Igreja, no sentido de que não suscitem perguntas que contestem os homens na Igreja. As mulheres devem ‘ficar caladas’ em tais reuniões, se o que vão dizer demonstra falta de sujeição. (1 Tim. 2,11, 12; 1 Cor. 14,33-34) Assim, embora as mulheres façam contribuições valiosas à atividade da Igreja, não há provisão para elas presidirem ou tomarem a liderança, instruindo a Igreja, quando homens qualificados estão presentes.
Mas podem as mulheres ser pregadoras, proclamadoras, ministras das boas novas, fora das reuniões da Igreja? Em Pentecostes de 33 d.C., o Espírito Santo foi derramado tanto sobre homens como sobre mulheres. Como explicação, o apóstolo Pedro citou Joel 2,28-29, dizendo: “‘Nos últimos dias’, diz Deus, ‘derramarei do meu Espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, e os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos terão sonhos; e até mesmo sobre os meus escravos e sobre as minhas escravas derramarei naqueles dias do meu espírito, e eles profetizarão.’” (Atos 2,17-18) Da mesma forma hoje, as mulheres participam devidamente da vida da Igreja. — Veja também Salmo 68,11; Filipenses 4,2-3.
Que isto não excluía todo o falar por parte das mulheres é evidente em 1 Coríntios 11,5: “Toda mulher que orar ou profetizar com a sua cabeça descoberta envergonha aquele que é sua cabeça.” Entretanto, teria sido ignominioso para as mulheres suscitarem questões desafiadoras ou elevarem-se acima dos homens reunidos, começando a instruí-los. Fazerem tais coisas traria vitupério sobre seus maridos.
Em harmonia com a norma apostólica, as mulheres na Igreja não possui papel de sacerdócio mas sim têm outros papéis sumamente importantes. Não exercem autoridade sobre os homens. Assim, em ocasião alguma, é seu falar contrário à autoridade que os homens exercem na Igreja. Com relação à expressão “plena submissão” em 1 Timóteo 2,11 (New International Version), o erudito em Bíblia W. E. Vine diz: “A injunção não visa a renúncia da mente e da consciência, ou o abandono do dever de exercer critério próprio; a frase ‘com toda a sujeição’ é um alerta contra a usurpação de autoridade, como, e.g., no versículo seguinte.”
Isso não significa que as mulheres não possam ser instrutoras da verdade divina. Paulo incentivou as mulheres de mais idade a ser “instrutoras do que é bom” para as mulheres mais jovens. Seguindo o exemplo de Eunice e de Lóide, que instruíram Timóteo, as mães cristãs devem instruir os filhos em maneiras piedosas. (Tito 2,3-5; 2 Timóteo 1,5) Hoje, na Igreja, centenas de milhares de mulheres cristãs sentem-se realizadas em sentido espiritual por seguirem o exemplo de Evódia e Síntique, pregando o Evangelho e fazendo discípulos de homens e de mulheres. — Salmo 68,11; Mateus 28,19; Filipenses 4,2-3. A história está mais do que abundante em sobejar exemplos de como a Igreja privilegia e tem a mulher em alta estima, dado os grandes exemplos de cristãs na História que temos. Não. Quem alega que a mulher tem que se calar é Paulo Lopes, não São Paulo.
Por que o marido salvaria o corpo da mulher? Porque para o odioso fundamentalismo bíblico o corpo da mulher é sujo, menstrua, excreta imundícies, e o marido o salva, presumidamente, quando faz dele objeto de sua sagrada fertilidade via inseminação…tsc, tsc!
A Bíblia de forma alguma insta que o corpo da mulher é “impuro” mas, pelo contrário, excelso e digno de respeito. Por que uma mulher ficava “impura” ao dar à luz? Os órgãos reprodutivos foram feitos para transmitir vida humana perfeita. No entanto, por causa dos efeitos herdados do pecado, transmitia-se vida imperfeita e pecado aos filhos. Os períodos de ‘impureza’, associados com o nascimento, bem como outros assuntos, tais como a menstruação e as emissões seminais, faziam os israelitas lembrar que tinham herdado o pecado. (Levítico 15,16-24; Salmo 51,5; Romanos 5,12) Os regulamentos de purificação os ajudavam a reconhecer a necessidade de um sacrifício para expiar os pecados da humanidade e restaurar a perfeição humana. De modo que a Lei tornou-se para eles um “tutor, conduzindo a Cristo”. — Gálatas 3,24.