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REFUTAÇÃO AO MATHEUS BENITES: Jesus Não Nasceu de uma Virgem: Contradições Bíblicas Desmascaradas!

É popular fazer vídeos no Youtube com alegações recicladas já respondidas porque dá like. Mas isso não dá razão.

Refutação Detalhada do Vídeo “Jesus Não Nasceu de uma Virgem: Contradições Bíblicas Desmascaradas”

O vídeo de Benites aborda a teoria de que a crença no nascimento virginal de Jesus seria um mito criado por interesses teológicos e políticos. Ele questiona a veracidade dessa crença, apontando contradições nos evangelhos e erros de tradução. Abaixo, refuto as alegações ponto a ponto, com base em fontes acadêmicas confiáveis.

1. Introdução: “A ideia de que Jesus nasceu de uma virgem é um mito”

Benites afirma que a ideia do nascimento virginal é um mito, sugerindo que as evidências científicas e históricas confirmam essa visão. No entanto, o nascimento virginal de Jesus é uma crença fundamental no cristianismo, e sua origem está firmemente enraizada nas tradições bíblicas. A maioria dos estudiosos de teologia reconhece o nascimento virginal como parte do cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento, especialmente Isaías 7:14, que se refere à concepção virginal de Emanuel.

Benites sugere que o nascimento virginal de Jesus é um “mito” criado por razões teológicas e políticas. A implicação de que o nascimento virginal é uma invenção para agradar a diferentes públicos (judeus, gregos e romanos) é equivocada.

Refutação: A doutrina do nascimento virginal de Jesus é bem documentada nas Escrituras e remonta a passagens do Antigo Testamento, como em Isaías 7:14, que, apesar da tradução da Septuaginta, aponta para uma mulher jovem (não necessariamente virgem) como referência a um sinal messiânico. O contexto judaico do texto também indica que essa passagem se referia a um sinal imediato para o rei Acaz e não diretamente a Jesus, como sugerido por Mateus.

Em relação à criação teológica, é importante destacar que o nascimento virginal não é uma adaptação de mitos pagãos (como o nascimento de outros “deuses” da antiguidade, como Dionísio ou Augusto). O nascimento virginal de Jesus, como ensinado pela Igreja, é visto como um milagre divino único e distinto de narrativas mitológicas comuns.

Referências acadêmicas:

  • J. N. D. Kelly, em seu livro “Early Christian Doctrines”, explica que as doutrinas cristãs, incluindo o nascimento virginal, têm uma base sólida nas Escrituras e nas experiências dos primeiros cristãos, não sendo simplesmente uma adaptação de mitos pagãos.

2. A Contradição Entre os Evangelhos

Benites aponta que Mateus e Lucas contradizem-se na narrativa do nascimento de Jesus, sugerindo que os evangelistas inventaram diferentes histórias para agradar seus públicos. No entanto, isso não é uma evidência de invenção ou ficção, mas uma característica comum de narrativas orais e fontes independentes. As diferentes ênfases dos evangelistas refletem o foco teológico e as preocupações das respectivas comunidades, não uma invenção de narrativas. O evangelho de Lucas, por exemplo, enfatiza os humildes (pastores), enquanto Mateus foca na realeza (magos do oriente).

De fato, os estudiosos destacam que as diferenças entre os evangelhos não são inconsistências históricas, mas sim variações legítimas na forma de contar uma mesma história a partir de perspectivas distintas (cf. Dunn, James D.G., Jesus Remembered, 2003).

Benites aponta as “contradições” entre os relatos de Mateus e Lucas sobre o nascimento de Jesus. Ele destaca que Mateus fala de Herodes e a fuga para o Egito, enquanto Lucas não menciona esses eventos. Além disso, ele sugere que as genealogias e os detalhes sobre a residência de Maria e José são inconsistentes.

Refutação: As aparentes contradições entre Mateus e Lucas são, na verdade, resultados de diferentes focos teológicos e narrativos. Mateus, por exemplo, enfatiza o cumprimento das profecias do Antigo Testamento e a conexão de Jesus com a linhagem de Davi através de José, enquanto Lucas foca na humildade do nascimento e no anúncio aos pastores, representando um enfoque mais universal e social.

Quanto à fuga para o Egito, a ausência dessa menção em Lucas não implica em contradição, pois Lucas não descreve todos os aspectos do nascimento de Jesus, mas se concentra em outros detalhes, como a apresentação de Jesus no templo (Lucas 2:22-40).

Referências acadêmicas:

  • R. T. France, em “The Gospel of Matthew” (NICNT), esclarece que as diferenças entre Mateus e Lucas refletem a diversidade de perspectivas no Novo Testamento, sem que isso constitua uma contradição histórica.

Para refutar as alegações feitas no vídeo de Benites “Jesus Não Nasceu de uma Virgem: Contradições Bíblicas Desmascaradas!”, vamos analisar as principais afirmações feitas ao longo do vídeo, incluindo as referências acadêmicas que demonstram que ele falha em compreender alguns pontos teológicos, históricos e científicos. Vou dividir a refutação de acordo com os minutos e tópicos levantados por ele.


1. A ideia do nascimento virginal de Jesus é um “mito” (00:42-01:35)

Benites sugere que o nascimento virginal de Jesus é um “mito” criado por razões teológicas e políticas. A implicação de que o nascimento virginal é uma invenção para agradar a diferentes públicos (judeus, gregos e romanos) é equivocada.

Refutação: A doutrina do nascimento virginal de Jesus é bem documentada nas Escrituras e remonta a passagens do Antigo Testamento, como em Isaías 7:14, que, apesar da tradução da Septuaginta, aponta para uma mulher jovem (não necessariamente virgem) como referência a um sinal messiânico. O contexto judaico do texto também indica que essa passagem se referia a um sinal imediato para o rei Acaz e não diretamente a Jesus, como sugerido por Mateus.

Em relação à criação teológica, é importante destacar que o nascimento virginal não é uma adaptação de mitos pagãos (como o nascimento de outros “deuses” da antiguidade, como Dionísio ou Augusto). O nascimento virginal de Jesus, como ensinado pela Igreja, é visto como um milagre divino único e distinto de narrativas mitológicas comuns.

Referências acadêmicas:

  • J. N. D. Kelly, em seu livro “Early Christian Doctrines”, explica que as doutrinas cristãs, incluindo o nascimento virginal, têm uma base sólida nas Escrituras e nas experiências dos primeiros cristãos, não sendo simplesmente uma adaptação de mitos pagãos.

2. Contradições entre os Evangelhos de Mateus e Lucas (02:16-05:52)

Benites aponta as “contradições” entre os relatos de Mateus e Lucas sobre o nascimento de Jesus. Ele destaca que Mateus fala de Herodes e a fuga para o Egito, enquanto Lucas não menciona esses eventos. Além disso, ele sugere que as genealogias e os detalhes sobre a residência de Maria e José são inconsistentes.

Refutação: As aparentes contradições entre Mateus e Lucas são, na verdade, resultados de diferentes focos teológicos e narrativos. Mateus, por exemplo, enfatiza o cumprimento das profecias do Antigo Testamento e a conexão de Jesus com a linhagem de Davi através de José, enquanto Lucas foca na humildade do nascimento e no anúncio aos pastores, representando um enfoque mais universal e social.

Quanto à fuga para o Egito, a ausência dessa menção em Lucas não implica em contradição, pois Lucas não descreve todos os aspectos do nascimento de Jesus, mas se concentra em outros detalhes, como a apresentação de Jesus no templo (Lucas 2:22-40).

Referências acadêmicas:

  • R. T. France, em “The Gospel of Matthew” (NICNT), esclarece que as diferenças entre Mateus e Lucas refletem a diversidade de perspectivas no Novo Testamento, sem que isso constitua uma contradição histórica.

A questão das genealogias de Jesus (06:29-07:04)

Benites aponta a incompatibilidade entre as genealogias de José apresentadas em Mateus e Lucas, sugerindo que isso revela uma invenção para satisfazer as necessidades teológicas.

Refutação: A diferença nas genealogias é geralmente entendida como uma diferença no ponto de vista. Mateus oferece a genealogia de Jesus através de José, destacando a linhagem real de Davi, enquanto Lucas oferece uma genealogia que pode refletir a linhagem biológica de Maria, como é sugerido por alguns estudiosos. A genealogia de Lucas não é necessariamente “inventada”, mas pode refletir uma linha familiar alternada, com base na cultura judaica que permitia adotar genealogias através de descendentes legais.

Referências acadêmicas:

  • Ben Witherington III, em “The Gospel of Luke: A Socio-Rhetorical Commentary”, explica que as duas genealogias não precisam ser contraditórias, mas podem refletir diferentes tradições ou ênfases teológicas.

3. A Suposta “Tradução Errada” de Isaías 7:14

Benites argumenta que a palavra hebraica “almah” (traduzida como “jovem mulher”) foi erroneamente traduzida como “virgem” na Septuaginta, levando à criação da doutrina do nascimento virginal. No entanto, a interpretação da palavra “almah” como “virgem” não é uma distorção, mas um reflexo do significado cultural e linguístico da época. No hebraico bíblico, “almah” era frequentemente usada para indicar uma mulher jovem, mas o contexto cultural e literário a associava com a virgindade, especialmente quando se falava de uma mulher não casada.

Além disso, a Septuaginta, que foi traduzida entre os séculos III e II a.C., já usava a palavra “parthenos” para traduzir “almah”, a qual significa “virgem” em grego, uma tradução amplamente aceita nas comunidades judaicas helenísticas. A interpretação de Isaías 7:14 como uma referência ao nascimento virginal de um Messias não é uma invenção cristã, mas uma interpretação judaica da época, reforçada pela tradição messiânica. Em Mateus 1:23, essa interpretação é confirmada, como uma aplicação cristã legítima da profecia.

Benites afirma que Mateus interpreta erradamente Isaías 7:14 ao traduzir “almah” (jovem mulher) como “parthenos” (virgem), o que resultaria no nascimento virginal de Jesus. Ele argumenta que isso é uma distorção do contexto original e que Isaías 7:14 não se refere ao Messias.

Refutação: O debate sobre “almah” versus “betulah” (virgem) é uma questão linguística, mas a tradição judaica, representada pela Septuaginta, entende “almah” como referindo-se a uma jovem mulher que, no contexto, era virgem. Mesmo que o texto original de Isaías não tenha uma conotação explicitamente messiânica, a tradição cristã vê a citação de Mateus como um cumprimento das profecias messiânicas de forma divina e única.

Referências acadêmicas:

  • J. A. Emerton, em “The Septuagint and Old Testament Translation”, observa que a tradução da Septuaginta foi aceita por muitos judeus da época e influenciou a leitura cristã de Isaías como uma profecia messiânica.

4. Isaías 7:14 Não Se Referiria ao Messias, Mas a um Evento Imediato

Benites afirma que Isaías 7:14 se refere a um evento imediato, relacionado a uma crise política do período de Acaz, e não ao nascimento do Messias. Embora o contexto histórico de Isaías se refira a um sinal para o rei Acaz durante uma crise militar, a cristologia desenvolvida mais tarde interpretou esta passagem como tendo um cumprimento duplo. O primeiro cumprimento foi de fato uma solução para Acaz, mas os cristãos, ao olharem para Jesus como o Messias, entenderam que a profecia se cumpria plenamente em sua vida e nascimento.

Os estudiosos de cristologia, como Craig A. Evans (cf. Jesus and His Contemporaries, 2001), explicam que os cristãos primitivos viam em muitos textos do Antigo Testamento tipologias e cumpri­mentos duplos, um fenômeno comum na interpretação judaica da época.

5. A Ideia de Um “Nascimento Virginal” Não é Original

Benites argumenta que a história do nascimento virginal de Jesus não é original e que existem outros mitos, como o de Augusto César e Dionísio, que também alegam nascimentos divinos ou milagrosos. Embora seja verdade que algumas figuras mitológicas tenham nascido de formas incomuns, a crença cristã no nascimento virginal de Jesus é única em seu contexto. O nascimento virginal de Jesus não é simplesmente uma adaptação de mitos antigos, mas é profundamente teológico, refletindo a crença cristã de que Jesus era simultaneamente divino e humano, sendo gerado pelo Espírito Santo em uma virgem.

Além disso, a comparação com César Augusto e Dionísio é inadequada, pois eles são figuras mitológicas ou imperiais cujos nascimentos não são descritos como intervenções diretas de um Deus pessoal e único, como é o caso do cristianismo.

Benites argumenta que a ideia de um nascimento virginal é cientificamente implausível, baseando-se na biologia moderna, como a partenogênese, que seria impossível em seres humanos.

Refutação: A crença no nascimento virginal de Jesus é um milagre teológico, não uma explicação científica. A questão científica é irrelevante para o cristianismo, pois o milagre, por definição, envolve eventos que transcendendo as leis naturais. A teologia cristã não exige que o nascimento virginal seja compreendido à luz da biologia moderna.

Referências acadêmicas:

  • N.T. Wright, em “The Resurrection of the Son of God”, discute como os cristãos entendem os milagres de Jesus e como estes são eventos divinos e transcendentais que não podem ser explicados pela ciência.

6. A “Impossibilidade Científica” do Nascimento Virginal

Benites conclui com uma objeção científica ao nascimento virginal, afirmando que a partenogênese (reprodução sem a fecundação de um óvulo por um espermatozoide) é impossível em humanos. A objeção de Benites, embora válida do ponto de vista científico, ignora a natureza milagrosa da concepção de Jesus. Para os cristãos, a concepção virginal é um ato divino, não um evento biológico natural. A ciência não pode refutar o sobrenatural, e o cristianismo ensina que a concepção virginal de Jesus foi um milagre.

A crença no nascimento virginal de Jesus é um milagre teológico, não uma explicação científica. A questão científica é irrelevante para o cristianismo, pois o milagre, por definição, envolve eventos que transcendendo as leis naturais. A teologia cristã não exige que o nascimento virginal seja compreendido à luz da biologia moderna.

Referências acadêmicas:

  • N.T. Wright, em “The Resurrection of the Son of God”, discute como os cristãos entendem os milagres de Jesus e como estes são eventos divinos e transcendentais que não podem ser explicados pela ciência.

Conclusão

A refutação de Benites apresenta várias falácias e distorções que precisam ser examinadas com mais rigor acadêmico. A crença no nascimento virginal de Jesus é sustentada por uma rica tradição teológica, histórica e exegética, que, longe de ser um “mito”, reflete as profundas convicções dos primeiros cristãos sobre a identidade de Jesus como o Messias. A comparação com outros mitos e a interpretação de passagens do Antigo Testamento devem ser feitas com cuidado, reconhecendo a complexidade histórica e teológica desses textos.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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