O vídeo apresenta várias alegações sobre o Novo Testamento e a autoria dos Evangelhos, que merecem uma análise crítica detalhada. Vamos refutar ponto por ponto, com base em fontes acadêmicas confiáveis.
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1. Explicação sobre a Páscoa no Evangelho de João
- A alegação: O autor do Evangelho de João usa a expressão “a festa dos judeus”, sugerindo que João não seria judeu, já que ele estaria explicando algo básico para um público judeu.
- Refutação: A frase “a festa dos judeus” pode ser explicada por um motivo literário. Como o Evangelho de João foi provavelmente escrito para um público mais amplo, que incluía gentios e judeus helenizados, a explicação de festividades judaicas poderia ser uma maneira de contextualizar o evento para os leitores não familiarizados com a tradição judaica. Isso não significa que João não fosse judeu, mas que ele queria tornar o texto acessível a um público maior.
- Fonte acadêmica: O renomado erudito em estudos do Novo Testamento, Raymond E. Brown, sugere que o Evangelho de João foi escrito em um contexto onde os cristãos gentios estavam sendo instruídos sobre as tradições judaicas (Brown, The Gospel According to John).
O Evangelho de João, assim como os outros Evangelhos, foi escrito com um propósito teológico e evangelístico. A expressão “a festa dos judeus” não necessariamente indica que o autor não era judeu, mas sim que ele estava contextualizando a narrativa para um público amplo, que poderia incluir não apenas judeus, mas também cristãos gentios (não judeus). A linguagem usada no Evangelho de João frequentemente destaca a distinção entre os judeus e os cristãos, o que reflete a teologia do autor, que enfatiza a nova aliança em Jesus Cristo.
Fontes acadêmicas:
- Richard Bauckham, em seu livro Jesus and the Eyewitnesses, argumenta que o Evangelho de João foi escrito por um judeu que vivia na comunidade cristã, mas que usava uma linguagem teológica para distinguir o cristianismo do judaísmo.
- Craig Keener, em The Gospel of John: A Commentary, observa que o Evangelho de João frequentemente usa termos como “os judeus” para se referir aos líderes religiosos judeus que rejeitaram Jesus, e não ao povo judeu como um todo.
A evidência conjunta dos Evangelhos, indica que houve quatro celebrações de Páscoa e que o ministério de Jesus durou assim três anos e meio.
Nenhum dos Evangelhos menciona especificamente quatro Páscoas. De fato, Mateus, Marcos e Lucas (muitas vezes chamados de Evangelhos Sinópticos) não mencionam nenhuma Páscoa, exceto a última, em que Jesus morreu. Portanto, assim como em outros assuntos, é necessário conjugar os pormenores providos por todas as narrativas evangélicas.
João 2:13 menciona uma Páscoa perto do início do ministério de Jesus. Visto que este foi batizado no outono (setentrional) de 29 E.C., a Páscoa de João 2:13 deve ter ocorrido na primavera de 30 E.C. O Evangelho de João menciona também uma Páscoa em João 6:4, e a última a que Jesus assistiu antes de morrer. (João 13:1) Mas há bons motivos para crer que houve ainda mais uma Páscoa, ocorrendo entre as mencionadas em João 2:13 e João 6:4. Por quê?
Depois da Páscoa de 30 E.C., Jesus pregou por algum tempo na Judéia, e depois foi para o norte, para a Galiléia, indo quando ainda faltavam quatro meses até a colheita. (João 4:35) Embora o capítulo quatro de João apresente apenas o início do extenso ministério de Jesus na Galiléia, lemos em João 5:1: “Depois destas coisas houve uma festividade dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.” Que festividade foi essa?
Como ajuda para saber de que festividade se tratava, podemos notar que todos os Evangelhos relatam o milagre de Jesus, de alimentar 5.000 pessoas em Betsaida. (Mat. 14:13-21; Mar. 6:32-44; Luc. 9:10-17; João 6:1-15) Tanto a referência que João 6:4 faz a uma iminente Páscoa, como a menção de Marcos a respeito de a grama estar verde indicam que este milagre ocorreu na primavera (do hemisfério norte). Mas os relatos de Mateus, Marcos e Lucas colocam este milagre bem avançado no ministério galileu de Jesus, na sua terceira viagem por aquela região. Os Evangelhos Sinópticos relatam eventos demais para todos eles terem ocorrido em menos de um ano, entre o começo do ministério galileu e a Páscoa de João 6:4.
No artigo sobre “Aspectos Cronológicos da Vida de Cristo”, Harold W. Hoehner observa: “Um problema que surge com a adição de um ano entre a Páscoa de João 2:13 e 6:4 é que João não menciona nenhuma Páscoa adicional. Este argumento é à base do silêncio e [é digno de nota que] não se mencionam todas as festas em João, por exemplo, a Festa de Pentecostes. Também, os relatos sinópticos exigem mais um ano entre as Páscoas de 2:13 e 6:4.” — Publicado em Bibliotheca Sacra, Volume 131, abril-junho de 1974, páginas 147-162.
No entanto, se a festividade mencionada em João 5:1 foi uma Páscoa, então há tempo para os eventos. Além disso, alguns manuscritos falam dela em João 5:1 como “a festa”, a qual provavelmente se refere à Páscoa. E a Páscoa era a festividade em que a lei mosaica exigia que os judeus fossem a Jerusalém, assim como João 5:1 diz que Jesus fez.
Isto indica, portanto, que o ministério terrestre de Jesus não envolveu três, mas sim quatro Páscoas. Sobre as diversas teorias a respeito da duração do ministério de Jesus, Harold W. Hoehner acrescenta: “O ministério de Jesus, de três anos, desde a primeira Páscoa até a Páscoa da paixão, é a opção mais viável. Naturalmente, visto que o batismo e o ministério público de Jesus precederam à primeira Páscoa, a duração total de Seu ministério seria de cerca de três anos e meio.” E esta é exatamente a extensão indicada pela profecia de Daniel a respeito das “setenta semanas” de anos. — Dan. 9:24-27.
2. A explicação sobre os costumes judaicos no Evangelho de João
- A alegação: O uso de expressões como “os costumes dos judeus” sugere que o autor do Evangelho de João não era judeu, mas um estranho à cultura judaica.
- Refutação: Essa explicação também reflete um estilo literário. Embora o Evangelho de João tenha sido escrito por um judeu, ele pode ter utilizado certas expressões para garantir que leitores de fora da cultura judaica compreendessem os detalhes do contexto. No caso da sepultura de Jesus, o termo “segundo o costume dos judeus” serve para situar o público em relação às práticas funerárias da época.
- Fonte acadêmica: A obra de Bruce Metzger (The New Testament: Its Background, Growth, and Content) discute como os Evangelhos foram moldados para o público que os leria, o que inclui a explicação de rituais judaicos de maneira que gentios pudessem entender.
Essa interpretação ignora o contexto histórico e teológico do Evangelho de João. O autor não está necessariamente explicando os costumes judaicos para um público não judeu, mas sim usando esses costumes como elementos simbólicos para transmitir a teologia do Evangelho. Por exemplo, a Páscoa é usada como um símbolo da redenção e da nova vida em Jesus Cristo. Além disso, o uso de termos como “segundo o costume dos judeus” não indica desconhecimento, mas sim uma narrativa histórica precisa.
Fontes acadêmicas:
- Francis Moloney, em The Gospel of John, argumenta que o Evangelho de João usa a tradição judaica como um pano de fundo para a narrativa cristã, mas não com o objetivo de explicar os costumes judaicos para um público não judeu.
- Raymond Brown, em The Gospel According to John, observa que o Evangelho de João é profundamente enraizado na tradição judaica, mas que seu propósito é proclamar Jesus como o Messias prometido.
3. A crítica de que os Evangelhos não foram escritos por judeus
- A alegação: Os Evangelhos não teriam sido escritos por judeus, já que não se identificam com a cultura judaica, mas por estrangeiros que escreviam em grego e usavam a Septuaginta.
- Refutação: Essa alegação não é suportada por evidências históricas robustas. A maioria dos estudiosos concorda que os Evangelhos foram escritos por judeus ou por pessoas profundamente imersas na cultura judaica. Marcos, por exemplo, é amplamente aceito como tendo sido escrito por um judeu ou alguém próximo aos primeiros seguidores de Jesus. Além disso, o fato de os Evangelhos serem escritos em grego não implica necessariamente que os autores não fossem judeus, pois o grego era a língua comum do império romano e muitos judeus da época, especialmente na diáspora, falavam grego fluentemente.
- Fonte acadêmica: Richard Bauckham, em sua obra Jesus and the Eyewitnesses, discute como os Evangelhos refletem o conhecimento direto e íntimo dos eventos por parte dos autores, contradizendo a ideia de que foram escritos por estrangeiros distantes.
Essa afirmação é baseada em uma leitura superficial dos Evangelhos. Os Evangelhos são textos teológicos e evangelísticos, e não um manual de cultura judaica. O fato de os autores usarem termos como “os judeus” ou explicarem certos costumes não indica que eles eram estrangeiros, mas sim que estavam contextualizando a narrativa para um público amplo, que poderia incluir cristãos gentios. Além disso, os Evangelhos contêm muitos detalhes sobre a vida judaica que só seriam conhecidos por alguém familiarizado com a tradição judaica.
Fontes acadêmicas:
- E.P. Sanders, em Judaism: Practice and Belief, argumenta que os Evangelhos são textos profundamente enraizados na tradição judaica, apesar de seu propósito cristão.
- James D.G. Dunn, em The Theology of the Gospel of John, observa que o Evangelho de João é um texto teológico que usa a tradição judaica como pano de fundo, mas não com o objetivo de explicar os costumes judaicos para um público não judeu.
4. Bart Ehrman e a autoria dos Evangelhos
- A alegação: Bart Ehrman defende que os Evangelhos foram escritos por pessoas que não conheceram Jesus e que foram redigidos décadas após sua morte.
- Refutação: Embora Bart Ehrman seja um estudioso respeitado, sua visão é mais voltada para a reconstrução histórica do cristianismo primitivo e não para negar a autoria tradicional dos Evangelhos. A maioria dos estudiosos reconhece que os Evangelhos foram escritos por autores que, embora possam não ter conhecido Jesus pessoalmente, estavam em estreito contato com as tradições orais e com testemunhas oculares. Além disso, há consenso de que os Evangelhos de Marcos e Mateus foram escritos antes de 70 d.C., dentro de uma geração após os eventos descritos.
- Fonte acadêmica: O historiador N.T. Wright em The New Testament and the People of God argumenta que a datação e autoria dos Evangelhos devem ser reconsideradas com base na proximidade histórica dos eventos.
Bart Ehrman é um estudioso agnóstico que defende a hipótese da composição tardia dos Evangelhos, mas essa hipótese não é amplamente aceita na academia. A maioria dos estudiosos críticos concorda que os Evangelhos foram escritos entre o final do século I e o início do século II, mas há evidências de que os autores ou seus fontes estavam em contato com testemunhas oculares de Jesus. Além disso, a ideia de que os autores eram estrangeiros é uma hipótese especulativa e não tem suporte suficiente em evidências históricas.
Fontes acadêmicas:
- Richard Bauckham, em Jesus and the Eyewitnesses, argumenta que os Evangelhos foram escritos com base em testemunhas oculares e que os autores estavam inseridos na comunidade judaico-cristã da época.
- Craig Keener, em The Historical Jesus of the Gospels, observa que há evidências de que os autores dos Evangelhos estavam em contato com testemunhas oculares de Jesus e que a hipótese da composição tardia não é necessária para explicar a narrativa dos Evangelhos.
5. A alegação sobre a origem de Marcos
- A alegação: O autor do Evangelho de Marcos estava em Roma e escreveu para um público romano, não judeu.
- Refutação: Embora seja verdade que muitos estudiosos acreditam que o Evangelho de Marcos tenha sido escrito em Roma, isso não implica que ele fosse destinado exclusivamente a um público não judeu. A teoria de que Marcos escreveu para uma audiência romana pode ser verdadeira, mas isso não exclui a possibilidade de ele também ter sido influenciado pelas comunidades judaicas da época. Marcos pode ter sido um judeu que se comunicava com os gentios, mas ainda assim usava uma linguagem e referências culturais que se relacionavam com o contexto judaico.
- Fonte acadêmica: A investigação de John P. Meier em A Marginal Jew explora como os Evangelhos, incluindo Marcos, são profundamente enraizados na tradição judaica, mesmo quando se dirigem a públicos não judeus.
Embora os Evangelhos tenham sido escritos em grego, isso não significa que os autores eram estrangeiros ou desconheciam a cultura judaica. A Septuaginta era uma tradução grega da Bíblia Hebraica amplamente usada na época, e muitos judeus da diáspora falavam grego. O fato de os autores conhecerem a Septuaginta e a cultura greco-romana não exclui a possibilidade de que eles fossem judeus ou cristãos judeus.
Fontes acadêmicas:
- E.P. Sanders, em Jewish Law from Jesus to the Mishnah, argumenta que muitos judeus da época conheciam o grego e a Septuaginta, e que isso não os tornava estrangeiros.
- James D.G. Dunn, em The Parting of the Ways, observa que a língua grega era amplamente usada na comunidade judaica da época, e que os autores dos Evangelhos estavam inseridos nessa tradição.
Conclusão
As alegações apresentadas no vídeo sobre a autoria dos Evangelhos e as explicações culturais podem ser refutadas com base nas evidências acadêmicas e históricas. A maior parte dos estudiosos acredita que os Evangelhos foram escritos por autores judeus ou por pessoas profundamente imersas na cultura judaica. As observações sobre o uso de termos explicativos como “a festa dos judeus” e “os costumes dos judeus” são mais indicativas de um esforço para contextualizar os eventos para um público mais amplo, e não de um distanciamento da cultura judaica.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui