É interessante que atualmente os ateus tem se esquivado sobre o argumento teleológico e sobre o começo do universo. Muitos, para fugir do teísmo, se agarram na hipótese do multiverso, que há vários universos além dos nossos, praticamente infinitos, com todas as possibilidades possíveis, assim não precisando do ajuste fino e nem de Deus.
O problema com essa ideia são várias, Roger Penrose, criticando a hipótese do multiverso, diz: “É uma coleção de ideias, esperanças, aspirações. O livro é um pouco enganador, ele dá essa impressão de uma teoria que vai explicar tudo, mas não é nada disso.. não é nem mesmo uma teoria”.
Ele, que é professor de Oxford e físico matemático, que trabalhou ao lado de Hawking por anos na teoria do Big-Bang, fez cálculos mostrando o quão difícil seria a existência de um multiverso: a probabilidade de um universo surgir com a baixa entropia inicial do nosso é de uma parte em 10^10^(123)
Mas, a probabilidade de que nosso sistema solar tenha se formado por uma colisão aleatória de partículas é de uma em 10^10^60. Esse numero é enorme, mas ainda é gigantescamente menor do que 10^10^(123). Isso significa que, um universo com essa condição de baixa entropia como o nosso é incompreensivelmente raro. Quer dizer que, se formos apenas um membro aleatório de um conjunto de universos, nós deveríamos estar observando um universo não muito maior do que nosso sistema solar, já que isso é gigantescamente mais provável. Na verdade, o universo que suporta observações mais provável (sem um ajuste fino para observadores inteligentes que interagem) seria um universo onde um único cérebro aparece a partir do vácuo quântico e observa seu mundo vazio. Então, é muito mais provável que só você exista, e todo o resto seja ilusão. São chamados de Cérebros de Boltzmann.
Esses chamados “cérebros de Boltzmann” são universos incrivelmente mais prováveis de existir do que um como o nosso. Já que é completamente irracional crer que você é apenas um cérebro único sendo iludido, isso desconfirma a hipótese do multiverso.
Talvez se possa evitar esse predomínio de Cérebros de Boltzmann dizendo que os universos não vão expandir para sempre, dessa forma, observadores comuns como nós iriam predominar. Mas isso seria contrario a teoria das cordas. Como Bousso e Freivogel dizem:
“Essa conclusão seria chocante e contraria à nossa interpretação atual explicitamente crua do cenário das cordas”
Também como diz o filósofo Robin Collins:
“É vastamente mais provável para um observador genérico se encontrar na menor e menos estruturada comunidade requerida para ser um observador do que em uma grande e altamente estruturada comunidade de observadores, como a raça humana”
Outro problema é a violação do principio da Navalha de Ockham, que diz que não devemos postular mais causas do que o necessário para explicar algo. Postular um numero infinito de universos certamente faz isso.
A única maneira de desviar da Navalha de Ockham, é se o mecanismo for simples. Mas esse não aprece ser o caso. Todas as propostas para produzir os universos vem de um big bang oscilante e de flutuações no vácuo. Dentre tais hipóteses, surge a cosmologia da inflação junto a teoria das cordas. Nessa hipótese, a expansão causou a diminuição da temperatura do espaço, causando a formação de “universos bolha”. Nós seriamos apenas uma dessas bolhas. Mas esses mecanismos teriam que ser governados por leis da física bem complexas para produzir universos. Se essas leis não fossem um pouco diferentes, o gerador não poderia produzir um universo para sustentar vida. Pense nisso: Até mesmo uma maquina de fazer pães requer um ajuste fino para a produção de pães, quem dirá um gerador de universos!
No caso de um multiverso inflacionário, para se explicar o ajuste fino das constantes, o mecanismo gerador precisa fazer o seguinte: causar a expansão de pequenas regiões do espaço em regiões bem largas, gerar um numero enorme de massa e energia necessária para essa região conter a matéria ao invés de apenas espaço vazio, converter massa e energia de espaço inflado em algum tipo de massa-energia que vemos no nosso universo e poder causar uma variação suficiente das constantes da física para explicar o ajuste fino. Adicionado a isso, o mecanismo gerador de universos
teria que ter as leis físicas fundamentais (sendo do tipo inflacionário ou não) ajustadas para produzir universos que permitam vida. Essas leis fundamentais teriam que permitir a conversão de massa-energia em formas materiais que permitem uma complexidade estável necessária para a existência de vida inteligente complexa.
O astrofísico Jeff Zweerink colocou:
“O multiverso argumenta que a criação existiu antes do big bang. Embora os detalhes sejam muito específicos para colocar aqui, todos os modelos viáveis de multiverso ainda requerem um inicio! Apesar desses modelos tornarem o problema mais complexo, a doutrina central Cristã de criação ex nihilo ainda se mantem firme. De fato, a busca por alternativas do multiverso para um único universo tornou o caso para um inicio ainda mais robusto do que a cosmologia do big bang sozinha.”
Mas, ele também diz:
“O espaço exterior quase certamente se estende para além do que podemos ver. Os cientistas estão tentando entender como o nosso universo observável se encaixa dentro deste quadro maior. Será que essas outras regiões têm a mesma distribuição inicial de matéria e energia como o nosso? Será que as constantes físicas variam? Será que as leis da física tomam uma forma diferente?
Algumas dessas diferenças propostas são admissíveis ou susceptíveis? Estas são todas boas perguntas. A única maneira de desenvolver respostas é extrapolar o que sabemos sobre o nosso universo observável para inferir conhecimento sobre as regiões que nunca vamos ver. No entanto, por necessidade, a nossa incerteza sobre essas extrapolações aumenta há distâncias maiores. Conclusões sobre os modelos de multiverso dependem das suposições feitas a partir da maneira correta de extrapolar. Mas nunca seremos capazes de mensurar diretamente essas regiões para validar ou falsificar qualquer dessas hipóteses!”
Engraçado que além do notável Roger Penrose, professor de matemática de Oxford, também temos George Ellis, um dos mais notáveis professores de física de todo mundo. Chamado pelo cosmólogo Tony Rothman de “o cara que mais conhece sobre a cosmologia do que qualquer outro homem vivo”, diz que não existe evidencia nenhuma para essa teoria. Tanto que ele escreveu, junto com Joe Silk:
“Alguns cosmólogos, também, estão buscando a abandonar verificação experimental de grandes hipóteses que invocam domínios imperceptíveis, tais como o multiverso caleidoscópico (que inclui inumeráveis universos), a versão da realidade quântica de muitos-mundos (de Everett, em que as observações criam ramos paralelos da realidade) e conceitos do que havia antes do big bang (pré-Big Bang).
Estas hipóteses improváveis são bastante diferentes daqueles que se relacionam diretamente com o mundo real e que são testáveis por meio de observações – como o modelo padrão da física de partículas e a existência da matéria escura e energia escura. A nosso ver a física teórica corre o risco de se tornar uma terra de ninguém em que matemática, física e filosofia não atende a necessidade de ninguém”.
E ele continua:
“A questão da testabilidade foi escondida por uma década. A teoria das cordas e a teoria do multiverso têm sido criticados em livros e artigos populares, incluindo em alguns por um de nós (George Ellis ). Em março, o [físico] teórico Paul Steinhardt, nesta revista (Nature), disse que a teoria da cosmologia inflacionária não é científica porque ela é tão flexível que pode acomodar qualquer resultado observacional.”
Além disso, George Ellis ainda articula problemas que os modelos de multiverso precisam resolver antes de serem chamados de científicos. Também mostra que acabam em um racicionio circular na hora de postular seus argumentos.
Bom mencionar que o fazem por justamente não ter provas nenhuma sobre essa ideia.
Ele também menciona na revista Scientific American:
“O problema é que nenhuma observação astronômica possível poderá ver esses outros universos. Os argumentos são indiretos na melhor das hipóteses. E mesmo se o multiverso existe, ele deixa os profundos mistérios da natureza inexplicáveis.”
Além de George Ellis e Roger Penroese, há outros cientistas famosos que são contra a noção de multiverso, que são: (Laureado com nobel) Steven Weinberg, (Laureado com nobel) David Gross, Paul Steinhardt, Neil Turok, Viatcheslav Mukhanov, Michael S. Turner, Joe Silk, Adam Frank, Marcelo Gleiser, Jim Baggott e Paul Davies.
É um dos assuntos mais debatidos na cosmologia e pelo que parece a critica para a hipótese do multiverso vem aumentando a cada ano, onde outros cientistas céticos quanto aos vários modelos de multiverso ridicularizam a ideia.
Assim, não existe nenhuma evidência empírica para qualquer multiverso:
– Precisamos de um grande número de outros universos para superar as probabilidades horrendos contra um universo que permite a vida – provavelmente mais de 10^100 (que é mais do que o número
de partículas subatômicas em nosso universo observável)
– Um mecanismo gerador de universo precisa de um ajuste fino para gerar tantos universos:
. Isso é certamente verdade para a teoria do multiverso mais popular – a inflação eterna.
. Sean Carroll admite que “a inflação só ocorre em uma insignificante fração pequena de histórias cosmológicas, menos de 10^-66,000,000.”
. Além disso, outras premissas são necessárias para a inflação eterna – como Vilenkin admite: “A coisa mais propensa a sair do [vácuo quântico] é um pequeno universo com um tamanho de um
planck (…) que instantaneamente colapsaria e sumiria”.
Apesar disso ele apoia um outro modelo de multiverso, de Everett, no qual muitos físicos são céticos, porquê isso resulta na ideia que universos paralelos apareceriam a cada evento quantico (discutirei sobre isso em outro post).
Interessante notar é que o teorema BGV, desenvolvido por Vilenkin e outros dois cientistas, mostra que a unica condição para o teorema dar certo é a de que o universo esteja expandindo. Se assumirmos que o universo esteve sempre expandindo, então chega a um ponto de singularidade. Basicamente, qualquer universo em expansão não pode ter passado eterno.
Em 2006, Vilenkin declarou:
“Diz-se que um argumento é algo que convence pessoas racionais e uma prova é algo que convence até mesmo pessoas irracionais. Com a prova agora em seu devido lugar, os cosmólogos não podem mais se esconder atrás da possibilidade de um universo de passado eterno. Não há como escapar: eles têm que encarar o problema de uma origem cósmica.”
Então, recapitulando: as várias hipóteses do multiverso não são verificáveis e testáveis, onde são chamadas de apenas fantasias, aspirações e esperanças por vários cientistas.
O multiverso tem certos problemas filosóficos, científicos e explicativos. Não há absolutamente nenhuma evidencia para a existência de um grande conjunto de universos e nem nunca haverá por estar fora de observações. Ele iria requerer um ajuste fino em seu mecanismo gerador de universos e provavelmente teve um começo também. Mesmo que seja real, não resolve o ajuste fino e não desprova Deus, pois Ele é criador de tudo.
Como bem menciona o físico Don Page:
“Um teista pode dizer que, já que Deus pode fazer qualquer coisa que é logicamente possível e que combine cm Sua natureza e seus propósitos, então não há aparentemente nenhuma dificuldade para Ele de criar quantos universos Ele desejar. Ele pode preferir elegância nos princípios que Ele usa para criar um vasto multiverso ao invés da escassez do universo.”
Também há versos da Bíblia que dão força nessa afirmativa:
“No princípio Deus criou os céus e a terra.”
Gênesis 1:1
“pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.”
Colossenses 1:16,17
Então quando um ateu argumentar sobre o multiverso em uma discussão contigo, você já pode gargalhar.
Fontes: http://
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http://www.reasons.org/
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http://www.nature.com/
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http://crossexamined.org/
http://arxiv.org/abs/
http://arxiv.org/abs/
https://www.edge.org/
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http://www.aei.mpg.de/
http://www.nytimes.com/
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Link do vídeo principal: https://www.youtube.com/
Link dos outros vídeos que o compõem:
https://www.youtube.com/
https://drive.google.com/
https://www.youtube.com/watch?v=5_srAcHr0Zo
Fonte: https://www.facebook.com/dollynhopuritano/videos/1721338094815281/