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Quem escolheu os livros da Bíblia e por quê?

Os livros do Novo Testamento foram selecionados pelo Imperador Constantino, por razões políticas e sociais no século 4 (conforme alega Dan Brown em O Código Da Vinci) ou os livros foram incluídos no cânon do Novo Testamento porque eles se encaixavam com o ensino autoritário que pôde ser rastreado até o próprio Jesus? Isso foi simplesmente um jogo de poder? Outro exemplo de história sendo escrita pelos vencedores?

Eu acho que a melhor forma de chegar a isso é pedindo que desses documentos nos digam a verdade sobre a “fé” que foi pregada e recebida nas primeiras comunidades de seguidores de Cristo (cf. Judas 3). Esta é uma questão teológica – o que é que as primeiras testemunhas oculares da vida e ministério de Jesus de Nazaré acreditaram e pregaram desde o início?

O eminente estudioso do Novo Testamento, Darrell Bock, acentua três tipos de textos contidos nos escritos do Novo Testamento, que nos mostram no que os primeiros cristãos acreditavam.

Educativos – Encontramos sumários doutrinários cristãos que memorizam e leem ao lado de textos do Antigo Testamento (ou seja, as Escrituras hebraicas), quando eles se reuniam para as reuniões cristãs em igrejas domésticas (ex, Rm 1,2-4;. 1 Coríntios 8,6; 15,1-5).

Cânticos– Eles cantavam hinos em sua teologia e mostravam sua devoção ao Senhor Jesus Cristo (por exemplo, Col. 1,15-20 e Fl. 2,5-11).

Sacramentais – Batismos e Ceia do Senhor foram praticados em uma base regular e retratada para a comunidade os elementos básicos da história da salvação como a teologia central (por exemplo, Mateus 28,19-20;.. 1 Coríntios 11,23 -26;. Ef 4,4-6).

Estes credos, hinos e práticas antecederam a escrita dos documentos do Novo Testamento (lembre-se que esta era uma cultura oral e muitas pessoas não sabiam ler). Pense nisso como “textos orais” que a primeira comunidade cristã lia e praticava antes de haver uma Bíblia completa. Estas crenças fundamentais são, por vezes, chamadas de “regra de fé”.

Com isso em mente, como os livros foram escolhidos? Havia três critérios utilizados para decidir quais os livros que foram recebidos como autoridade, como cânone.

Primeiro, o  livro foi escrito por um apóstolo ou um associado de um apóstolo (apostolicidade)? Marcos foi aceito porque ele era um associado de Pedro e Lucas foi aceito por causa de sua relação com Paulo. Ou, dito de outra forma, se o livro não foi a partir do século I ele não era Escritura, porque não poderia ser rastreado até os apóstolos que foram ensinados e comissionados por Jesus (que foi crucificado em 33 d.C.).

Em segundo lugar, o livro estava em conformidade com os ensinamentos/teologia de outros livros conhecidos pelos apóstolos (ortodoxia)? Lembre-se dos pontos feitos sobre a educacional, cânticos e sacramentais na vida e no culto da igreja primitiva. O lvro de Hebreus seria um exemplo disso por causa de sua visão exaltada de Jesus Cristo (ou seja, cristologia).

Finalmente, o livro foi aceito no início da vida da Igreja e pela maioria das igrejas de toda a região (catolicidade)? Era importante que um livro fosse aceito não apenas em um local, mas que muitos cristãos em diferentes cidades e regiões o aceitassem.

Os primeiros cristãos reconheceram (a Igreja discerniu) a autoridade contidas nesses escritos. Eles não selecionaram arbitrariamente quais seriam autorizado para a Igreja. Os primeiros cristãos foram muito cuidadosos e pensativos sobre quais livros iriam ficar com o rótulo de “Escritura” ao lado do Antigo Testamento. É simplesmente um fato da história que, até o final do século II (antes de Constantino), os quatro Evangelhos, Atos, e as cartas de Paulo são eram reconhecidas como autoridade e sendo usadas dessa maneira em igrejas domésticas. Alguma discussão sobre um punhado de livros continuaram através dos séculos entre as igrejas orientais e ocidentais. Mas, em 382, o papa Dâmaso I compilou uma lista definitiva (com a ajuda de Jerônimo) do que hoje são os mesmos 27 livros do Novo Testamento que católicos e protestantes possuem. É seguro dizer que o cânon foi efetivamente fechado no Concílio de Cartago em 397 d.C.

* A forma deste artigo apareceu pela primeira vez em uma contribuição que fiz ao Bíblia de Estudos Apologéticos para Estudantes, publicado por B & H.

Por Jonathan Morrow
Tradução: Emerson de Oliveira

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