Você pode compor seu próprio deus, um deus que se ajusta a todas suas preconcepções. Ou você pode estudar o que Deus revela sobre ele, e dos dados que nos revelam mais sobre ele.
Desde criança, estudando a Bíblia, me disseram que você não pode entender Deus, especialmente no Novo Testamento, a menos que você entenda corretamente a relação entre Deus o Pai, Jesus o Filho e o Espírito Santo. Temos que lidar com isto, e as respostas simplistas não irão ajudar. Felizmente, Deus não segue nossa lógica; devemos ser humildes o bastante para seguir a sua. Convenceram-me que o Novo Testamento ensina a natureza trinitária de Deus – uma unidade essencial de Deus que é composto de três Pessoas distintas.
Vou explicar por que eu acredito nisto da melhor forma que puder, mas não deixe minha simplicidade ocultar o fato que este é um assunto complexo. Muitos livros foram escritos sobre isto. É complexo, não se engane. E francamente, me sinto como uma criança que tenta vadear no oceano. Sou dependente do que a Bíblia revela para explorarmos Deus.
Você certamente ouvirá detratores do cristianismo dizerem: “a palavra ‘Trindade’ não está em nenhum lugar na Bíblia”. E isso é verdade. Mais espere aí. As pessoas também dizem coisas como “três não podem ser um” e elas têm razão – se estivéssemos falando sobre simples matemática. Estamos falando, porém, de uma relação complexa, não de uma simples equação. Assim, proponho que juntemos nossa compreensão da própria Bíblia, não da caricatura que os detratores fazem dela.
Esta não é uma questão de se você ou eu podemos envolver nossas mentes no conceito da Trindade. Os elétrons fazem a luz se acender mesmo que uma criança só saiba como ligar um interruptor. Agora mesmo, em sua volta, estão passando milhares de ondas de TV e de rádio por você e só poderá captá-las se tiver um receptor adequado. Só porque você não pode ver essas ondas, não significa que elas não estão lá. A questão é: o que a Bíblia ensina sobre a relação entre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo?
Uma definição
Primeiro, deixe-me definir o que queremos dizer sobre “Trindade”. A Trindade se refere a “unidade do Pai, Filho, e Espírito Santo como três pessoas” [1]. A palavra “trindade” é claro, é formada das palavras “tri” e “unidade” e descreve “o estado de ser tríplice”. Em outras palavras, acreditar na Trindade significa acreditar que o Pai, Filho e Espírito santo são essencialmente um Deus, mesmo enquanto eles têm suas próprias características e diferenças (começa a sentir uma névoa começando a se formar?)
João Calvino definiu assim: “o Pai, o Filho e o Espírito são um Deus, mas o Filho não é o Pai, nem o Espírito o Filho, mas são diferenciados por uma qualidade particular” [2]. Os teólogos discutem conceitos complexos como “uma substância” (em grego, homoousios) fazer distinções importantes. Mas vou deixar isso de lado.
Acredito na Trindade por quatro boas razões – razões bíblicas. Por favor, estude-as comigo.
1. Por causa das declarações trinitárias no NT
Um das principais razões para eu crer na Trindade são as várias declarações claras na Bíblia que parecem reunir o Pai, Jesus, e o Espírito Santo no mesmo nível [3].
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28:19)
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. (IICo. 13:14)
“…eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” (IPd. 1:2)
É claro que há muitos desses lugares onde o Pai e o Filho aparecem sem o Espírito Santo ser mencionado, e o Filho com o Espírito, etc. Mas acredito que estas três passagens são distinguíveis, especialmente a de Mt 28:19. Neste ponto, é claro, a palavra “Trindade” ainda não tinha sido pensada mas o conceito parece estar certamente presente no Novo Testamento. Isso é inconfundível.
2. Porque o NT ensina o monoteísmo E Jesus Cristo é divino
A segunda razão para acreditar na Trindade é que o Novo Testamento claramente ensina o monoteísmo E que Jesus é divino.
Monoteísmo
Monoteísmo é a crença, iniciada pelo judaísmo e afirmada pelo cristianismo que só há um Deus. Você pode ver isto no VT e no NT (por exemplo: Mc. 12:29; Dt. 6:4. :At. 17:22-31; 1Co. 8:4-6).
A divindade de Jesus
Mas ao mesmo tempo, o Novo Testamento é bastante claro: Jesus é divino, ou seja, ele compartilha a natureza de Deus. O “discípulo amado” de Jesus, João, diz:
” No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Por ele foram feitas todas as coisas; sem ele nada do que foi feito se fez”. (Jo. 1:1-3)[4]
O apóstolo Paulo é igualmente claro sobre divindade de Jesus.
“pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana ” (Fl. 2:6-7)
Eis outra descrição da posição de Jesus:
“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude”. (Cl. 1:15-19)
Unidade com o Pai
Eu poderia ir sem parar. O Novo Testamento afirma a divindade de Jesus várias vezes e de diversas formas. O próprio Jesus afirmou Sua unidade com o Pai de formas que poderiam ser consideradas blasfemas – a menos que elas fossem realmente verdadeiras.
“Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo.10.30-31)
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo” (Jo.8.58-59)
“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt. 15.16-17)
Na presença de Jesus, quando o duvidoso Tomé exclama: ” Meu Senhor e meu Deus”! (Jo. 20:28) Jesus não o reprova ou corrige, mas comenta a fé de Tomé.
Em seu julgamento, Jesus é questionado:
“Ele, porém, guardou silêncio e nada respondeu. Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc. 14:61-62)
Decidi falar um pouco mais sobre este tópico por porque alguns grupos hoje ou negam o monoteísmo ou negam que Jesus era divino. Eu não estou tentando dividir, mas esclarecer. Uma crença na divindade de Jesus e monoteísmo é a pedra fundamental do verdadeiro cristianismo. Mas é importante sabermos que hoje existem pontos de vista contrários:
– Os membros do Seminário de Jesus alegam que Jesus “não poderia ter dito” tais coisas sobre ele, e por isso os discípulos devem ter inventado suas palavras.
– O mormonismo parece ser monoteísta até que você percebe que todo bom mórmon aspira ser um deus em um outro planeta, e que os fundadores do mormonismo diziam que Deus o Pai só é deus deste planeta, não do Universo, já que ele foi designado para ser o Deus da Terra pelo concílio dos deuses[5]. Isto não é monoteísmo, mas um tipo de politeísmo.
– As Testemunhas de Jeová vêem Jesus como um ser divino, mas não compartilha tem a mesma natureza do Pai. Eles traduzem Jo. 1:1 “… e o Verbo era Deus” como “… e a palavra era um deus”[6].
– Os unitários rejeitam a divindade de Cristo.
Resumindo, vejo que está bem claro na Bíblia que só há um Deus, mas ao mesmo tempo o Novo Testamento afirma que Jesus é divino. De alguma maneira, você tem que explicar este paradoxo. Ou Jesus é Deus ou ele é só divino. Você tem que que se deparar com este fato; você não pode ignorá-lo.
3. Porque Jesus e o Pai são pessoas diferentes
A terceira razão bíblica para eu crer na Trindade é que o Novo Testamento muitas vezes mostra que Jesus e o Pai são pessoas diferentes e distintas.
O Pai e o Filho
A razão porque falamos sobre o Pai e o Filho não é porque algum teólogo o disse, mas porque esse é o meio porque o próprio Jesus explicou a relação entre ele e Deus. Por exemplo:
“Porque Deus amaou o mundo de tal maneira que deu a ele seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16)
“Todas as coisas foram entregues a mim por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai senão Filho e aquele para quem o Filho quer revelar” (Mt. 11:27)
“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis. Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer. E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou” (Jo. 5:19, 23)
“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”. (Jo. 17:1, 5)
Eu poderia ir além, mas a Bíblia – especialmente o Evangelho de João – é muito clara.
Jesus também afirma uma unidade essencial entre ele e o Pai:
“Eu e o Pai somos um”. (Jo. 10:30)
“Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”. (Jo. 14:9-11)
Jesus é diferente do Pai
É importante, entretanto, reconhecer que o Filho, Jesus, é uma pessoa distinta de Deus o Pai. Por que eu digo isso?
Jesus reza ao Pai. (Jo. 17). Isto não faria sentido se Jesus e o Pai fossem a mesma pessoa ou entidade. Jesus não está falando a si mesmo quando reza ao Pai. Isso é absurdo. Mas digo isto porque uma ramo do movimento pentecostal não é trinitário. Eles acreditam que o termo “Pai” designa a divindade de Cristo, enquanto o “Filho” designa a humanidade ou sua divindade manifestada na carne. Assim, eles acreditam que enquanto o Pai não é o Filho, dizem que Jesus é o Pai e o Filho. [7]
Submissão para o Pai
Você também pode ver no Novo Testamento que o Pai (muitas vezes denominado na Bíblia como “Deus” sem o palavra Pai), é o líder, com Jesus e o Espírito Santo submissos a ele. Eles parecem ser “iguais” em termos de divindade, mas não em termos de posição. O Pai é o líder, parecendo com a família humana da época de Jesus, onde o pai era tipicamente o líder. Não há dúvida que é por isso que Jesus descreveu a relação como Pai – Filho. Paulo inclui uma passagem fascinante que explica mais sobre esta relação:
“E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. (ICo. 15:24-28)
Penso que é importante reconhecer que o Novo Testamento apresenta o Pai e Filho como pessoas separadas, diferenciados um ao outro em função, e interagindo entre si como pessoas separadas fazem.
Uma explicação muito simples da Trindade está em termos de modos ou manifestações, que um Deus se manifesta como Pai, como Filho, e como Espírito Santo, da mesma maneira que a água se manifesta como sólido, líqüido e gasoso. Mas estas são mais que manifestações de uma única pessoa, caso contrário as orações e submissão seriam sem sentido. A Bíblia exige que vejamos o Pai e Jesus como um Deus mas também como pessoas distintas.
4. Porque o Espírito Santo é divino e tem atributos pessoais
A quarta razão bíblica para eu acreditar na Trindade é porque o Espírito Santo é apresentando na Bíblia com características pessoais na Bíblia, indicando que ele, também, é uma pessoa distinta, diferente do Pai e do Filho.
Tenho que admitir desde o início que não temos como muitos dados sobre a interação entre o Espírito e as outras pessoas da Trindade como fizemos sobre a relação entre o Jesus e o Pai. E às vezes os dados bíblicos sobre o Espírito Santo parecem ambíguos – pelo menos com a finalidade de tentar formar uma explicação consistente.
O Espírito Santo é declarado como Deus
“Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At.5:3-4)
O Espírito executa funções divinas
O Espírito Santo também executa funções divinas, como julgar (Jo. 16:8-11), se derramar o amor de Deus (Rm. 5:5), dar alegria (Rm. 14:17), esperança (Rm. 8:17-25), paz (Rm. 8:6), regeneração (Jo. 3:5), e fé (IICo. 12:9). O Espírito Santo também pode ser blasfemado (Mc. 3:29 e Lc. 12:10), o qual no Novo Testamento normalmente é um ato verbal que ofende alguém divino. [8]
O Espírito executa funções que designamos às pessoas
Mas aqui está a sólida evidência bíblica que demonstra que o Espírito Santo é uma pessoa distinta e executa funções que nós atribuímos às pessoas. Ele designa os missionários (At. 13:2; 20:28), conduz e os dirige no ministério (At. 8:29; 10:19-20; 16:6-7; ICo. 2:13), ele fala pelos profetas (At. 1:16; 1 Pedro 1:11-12; IIPd. 1:21), ele corrige (Jo. 16:8), conforta (Atos 9:31), ajuda em nossas fraquezas (Rm.:26), ensina (Jo. 14:26; ICo. 12:3), guia (Jo. 16:13), santifica (Rm. 15:16; ICo. 6:11), testemunha de Cristo (Jo. 15:26), glorifica o Cristo (Jo. 16:14), tem um poder próprio (Rm. 15:13), procura todas as coisas (Rm. 11:33-34; ICo.s 2:10-11), trabalha segundo sua própria vontade (ICo. 12:11), habita com os santos (Jo. 14:17), pode ser magoado (Ef. 4:30), pode ser resistido (At. 7:51), e pode ser tentado (At. 5:9).
Em muitas línguas, inclusive no grego, as palavras têm gêneros masculinos, femininos, ou neutros que não têm nenhum correspondente em português [9]. Enquanto o Espírito é freqüentemente referido por um pronome grego neutro, desde que pneuma tem um tempo neutro em grego (como Jo. 14:17, 26; 15:26), em várias ocasiões o pronome masculino é usado, aparentemente para enfatizar o personalidade do Espírito.
“mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem (pronome neutro) o Pai enviará em meu nome, esse (pronome masculino) vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo. 14:26)
Vemos uma linguagem semelhante em Jo. 15:26, e especialmente em Jo. 16:13: “quando vier vier, porém, o Espírito da verdade, ele (pronome masculino) vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. C.K. Barrett observa: “o Espírito é mencionado de em condições pessoais”. [10]
Falo sobre a divindade e natureza pessoal do Espírito Santo porque alguns grupos especificamente negam que o Espírito Santo seja um ser divino. A Tradução do Novo Mundo das Testemunha de Jeová, por exemplo, omitem o palavra “Espírito” e às vezes substituem com a frase “força ativa de Deus” em seu lugar (o que não é uma tradução fiel!), uma frase que retira qualquer noção de personalidade do Espírito. [11]
Conclusão
Há muito, muito mais que poderia ser dito sobre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Mas eu tentei resumir meu ponto de vista. Embora o Novo Testamento não use a palavra “Trindade” está claro para mim, como eu demonstrei acima, que uma leitura honesta do Novo Testamento conclui que o Pai, o Filho, e o Espírito Santo são mencionados como seres divinos e distintos de um do outro – e que o Novo Testamento afirma monoteísmo, a unidade essencial de Deus.
Enquanto algumas afirmações da Trindade vão além do que é ensinado no Novo Testamento, acredito que o Novo Testamento ensina os conceitos centrais da Trindade: A divindade de três pessoas distintas – o Pai, Filho, e Espírito Santo – que são essencialmente um Deus.
Você e eu entendemos isto? Não. Nós lutamos para ampliar nosso conhecimento e tentarmos entender este ponto. Mas o Novo Testamento nos pede que obedeçamos as palavras de Jesus de fazer discípulos e batizar “no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Mt. 28:19)
Notas
1. Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary (3a. edição; Merriam-Webster, 1993), p. 1293. Escolhi não deixar “trindade” com T maiúsculo porque se refere a uma doutrina sobre Deus e não a Deus diretamente. Espero não ter desrespitado a doutrina.
2. John Calvin, Institutes of the Christian Religion 1.13.5.
3. O versículo na versão Almeida CF, “pois há três que testemunham no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito: e estes três são um” (IJo. 5:7) não deveria ser considerado como parte do original, pois não aparece em qualquer texto antigo do Novo Testamento e não é citado por nenhum dos Pais gregos. Começou a aparecer nos manuscritos do antigo latim e da família da Vulgata no sexto século em diante. Ver Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament (United Bible Societies, 1971), pp. 716-718.
4. As Testemunhas de Jeová algumas vezes argumentam, de forma ignorante, que deveria ser traduzido como “a Palavra era um deus” (tentando demonstrar que Jesus é um ser criado, mas não do nível do Pai), mas claramente eles não entendem a gramática grega. Um estudo cuidadoso sobre a divindade de Cristo pode ser encontrado em Bruce M. Metzger, “The Jehovah’s Witnesses and Jesus Christ,” Theology Today, abril de 1953, pp. 65-85.
5. Ralph F. Wilson, “Six Reasons Why Mormonism Can’t Be True Christianity.”
6. Ralph F. Wilson, “Seven Ways Jehovah’s Witnesses Distort True Christianity.”
7. Robert M. Bowman, Jr., “Oneness Pentecostalism and the Trinity.” Este é um cuidadoso e bem pesquisado artigo que explica e refuta a noção unicista da Trindade. http://www.gospeloutreach.net/optrin.html
8. Cornelius Plantinga, Jr., “Trinity,” International Standard Bible Encyclopedia (Eerdmans, 1979-1988) 4:914-921. Plantinga, um teólogo sistemático de tradição reformada, é muito cuidadoso do modo como ele declara sua conclusão baseado na evidência da Bíblia: “em suma, o NT testemunha à personalidade distinta do Espírito e divindade, mas de forma ambígua. O Espírito no NT é pessoalmente menos distinto que o Pai e Filho, e sua divindade é menos declarada; Ele aparece como um agente quase transparente para Deus e Cristo. Concluímos corretamente que o NT é claramente binitário, e provavelmente trinitário” (pág. 917).
9. Apesar de em português às vezes nos referirmos aos navios com um gênero feminino como “suas velas”.
10. C.K. Barrett, The Gospel According to St. John (2a. edição, Westminster Press, 1978), p. 482, comentando em Jo. 15:26. Ver George Eldon Ladd, A Theology of the New Testament (Eerdmans, 1974), p. 295.
11. Ver Ron Rhodes, Reasoning from the Scriptures with the Jehovah’s Witnesses (Harvest House, 1993), cap. 8. Citando a TNM de Gn. 1:2.
Por: Dr. Ralph F. Wilson
Tradução: Stephen Adams