Por muito tempo foi ensinado nas escolas que os fenícios foram os inventores do alfabeto, mas essa teoria já caiu por terra. Pesquisas recentes demonstram que seu surgimento se deu a partir da simplificação da hierática (utilizava símbolos tais como cabeça de boi, casa, vara, palma da mão, etc.), que por sua vez é uma simplificação dos hieróglifos egípcios. A nova invenção reduziu os símbolos egípcios ao número de 22 consoantes, facilitando sobremaneira a arte de escrever. Este alfabeto rudimentar é chamado de protosinaítico (ou caananita Sinai), devido a sua origem na península do Sinai no século XIV a.C (provavelmente durante o reinado de Amenemhat III da 12ª dinastia). Coube aos fenícios, exímios navegadores e comerciantes, a adaptação e difusão do alfabeto. Abaixo a evolução do protosinaítico para os alfabetos fenício, hebraico, aramaico, grego e romano:
O hebraico quadrático, tal qual como pode ser visto na Toráh (livro sagrado dos judeus) só passou a ser empregado pelos judeus após o exílio babilônico (586-537 a.C.). As ilustrações que apresentam Moisés segurando as tábuas da lei com inscrições em hebraico quadrático não passam de um anacronismo. O êxodo se deu por volta do século XIII a.C., ou seja, cerca de sete séculos antes da sua adoção pelo povo israelita.
Caso tenha interesse no tema, vale consultar a excelente monografia (título traduzido):
Hamilton, Gordon J. As Origens do alfabeto semítico ocidental a partir da escrita egípcia. Série Monografia Católica, 40. Washington, Associação Bíblica Católica da América, 2006.
Jones F. Mendonça
Fonte: http://numinosumteologia.blogspot.com.br/2011/02/como-surgiu-o-alfabeto.html