Temos que fazer uma distinção importante. A Roma pagã do primeiro século é muito diferente da Roma cristã. A Roma pagã tentou perseguir e exterminar o cristianismo, enquanto Roma cristã o abraçou. Houve uma conversão maciça e, talvez, um dos momentos históricos mais importantes da história cristã. É bastante provável que o Apocalipse está falando sobre Roma, mas está falando sobre a antiga Roma pagã. Quando a prostituta cai, lemos:
Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque deus contra ela julgou a vossa causa…. E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra. (Ap. 18,20.24).
Isso mostra que a Prostituta perseguia não apenas cristãos, mas apóstolos e profetas. Os apóstolos existiam apenas no primeiro século, já que um dos requisitos para ser um apóstolo era ver o Cristo ressuscitado (1 Coríntios 9,1).
Os profetas existiam como um único grupo no Antigo Testamento e no primeiro século (Atos 11,27-28, 13:,01, 15,32, 21,10). Já que a Prostituta perseguia apóstolos e profetas, a prostituta deve ter existido no primeiro século. (1)
É provável que o Anjo estava explicando para João que a Besta foi a Roma pagã e a Prostituta era uma Jerusalém apóstata. A Prostituta (a Jerusalém apóstata) foi fornicar com a besta (Roma pagã) para perseguir o povo de Deus (a Igreja nascente).
Continuando no Apocalipse, o anjo começa a explicar a João sobre o simbolismo da mulher:
Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. (Apocalipse 17,9-10).
Dizem-nos que as cabeças “são também sete reis, dos quais cinco já caíram, um existe, e o outro ainda não chegou”. Se cinco desses reis tinham caído nos dias de João e um deles ainda estava em existência, então a prostituta deve ter existido na época de João. No entanto, a Roma cristã e a Cidade do Vaticano ainda não existiam. A Roma pagã tinha uma linha de imperadores, e a maioria dos comentadores veem isso como a linha de reis aos quais 17,10 se refere. Cinco destes imperadores são referidos como tendo já caído, um ainda reinante no tempo de João e outro ainda para vir. Como Jerusalém não tinha uma linha de reis no primeiro século, isso nos dá provas de que a Besta (não a Prostituta) é Roma.
Esta passagem do Apocalipse faz sentido quando se está se referindo a Roma antiga, mas não faz sentido quando os fundamentalistas tentam associá-la a Roma moderna. A passagem diz que a prostituta terá poder sobre reis. A Roma moderna não tem poder sobre os “reis”, na verdade quase não há reis no mundo. Nem a Igreja tem poder sobre os líderes políticos, caso contrário, o aborto, a contracepção, e pornografia não seria legalizadas no mundo civilizado. O Apocalipse diz que prostituta era o centro do comércio. (Ap 18,17-19). Nenhum economista atual dirá que a moderna Roma é líder no comércio. Os Estados Unidos e Japão, são. No entanto, a antiga Roma pagã foi uma líder no comércio.
Fonte: http://www.catholicbridge.com
Tradução: Carl Spitzweg