Por que a Bíblia foi escrita em 3 idiomas diferentes se o idioma dos judeus era o hebraico? (eetad)

As línguas originais da Bíblia

A bíblia foi escrita originalmente em hebraico, a parte do Antigo Testamento e a parte do Novo Testamento foi escrita em grego.

O hebraico, o idioma oficial da nação judaica, é chamado no Antigo Testamento de língua de Canaã.

“Naquele tempo haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e farão um juramento ao Senhor dos Exércitos” (Is. 19,18).

e também língua judaica ou judaico:

“Rogamos-te que fales aos teus servos em siríaco, por que bem entendemos e não nos falem em judaico, aos ouvidos do povo que estão em cima do muro”. (2Re. 18,26)

“Rabsaqué pois, se pôs em pé e clamou em alta voz em judaico e falou e disse: ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria”. (2Re. 18,28; Is. 36,13)

O hebraico lê-se da direita para esquerda. O alfabeto compõe-se de 22 letras todas saindo consoantes. Há sinais vocálicos mas as vogais não são consideradas como letras.

A escrita hebraica dos tempos antigos empregava consoantes, sem qualquer sinal de vocalização. Os sons vocálicos eram suprimidos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a consoante, mas concepções diferentes.

Quer dizer, a pronúncia exata depende da habilidade do leitor, levando em conta o contexto da narração.  Por causa disso que perdeu se a pronúncia de muitas palavras bíblicas.

Após o séc. VI os eruditos judaicos passaram a colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando assim a pronúncia tradicional. Estes sinais são pontos colocados em cima e embaixo e dentro das consoantes.

Os autores deste sistema de vocalização chamam-se de massoretas, palavra derivada massorah, que quer dizer tradição. Os massoretas desse sistema fixaram a pronúncia tradicional do hebraico.

Todo o texto bíblico posterior ao século 6 é chamado de massorético, porque contêm sinais vocálicos. Além do hebraico, como língua original, o Antigo Testamento tem também alguns textos nos quais foram escritos originalmente em aramaico.

A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico. Começando no cativeiro do reino de Israel, no reino do norte em 722 antes de Cristo na Assíria e continuou através do cativeiro do reino de Judá, o reino do sul, em 587 antes de Cristo na Babilônia.

Tão grande foi a influência dessa língua sobre os judeus cativos que em 536 antes de Cristo, quando Israel começou a regressar do exílio, já falava o aramaico como sua língua oficial. Por esta razão, no tempo de Esdras, as escrituras, ao serem lidas em hebraico para o público, era preciso explicar o seu significado.

“E leram o livro, na lei de Deus e detalhando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse o sentido”. (Ne. 8,8)

Já no tempo de Cristo o aramaico era muito popular. Foi a língua usada pelo Senhor Jesus, seus discípulos e pela igreja primitiva. Jesus também falava o hebraico, a considerar que os rolos sagrados eram escritos em hebraico.

“Então ele foi para Nazaré, onde tinha sido criado, e, segundo o seu costume no dia de sábado, entrou na sinagoga e se levantou para ler.  Assim, foi-lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito:  “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para declarar boas novas aos pobres. Enviou-me para proclamar liberdade aos cativos e recuperação da visão aos cegos, para dar livramento aos esmagados,  para pregar o ano aceitável do Senhor.” (Lc. 4,16-19)

O hebraico continuou sendo a língua oficial, do culto divino, no templo, nas sinagogas, nos rolos sagrados, dos rabinos e eruditos. As conquistas árabes e a propagação do islamismo em largas áreas da Ásia, África e Europa reduziram por fim de destruir o influência do aramaico.

Por sua vez, o hebraico, sendo língua morta começou a ressurgir para que se cumprisse as profecias referente à Israel, era necessário que esta língua revivesse e assumisse a posição que hoje desfruta na família das nações modernas.

Já o Novo Testamento foi escrito originalmente todo em grego mas não grego clássico dos filósofos e sim o dialeto popular do homem da rua, comerciantes, estudantes que todos podiam entender.

Este grego chamava se koiné. Esse dialeto se formou a partir das conquistas de Alexandre, o Grande, em 336 antes de Cristo, ano em que este monarca subiu ao trono e ao espaço de 13 anos alterou o curso da história do mundo.

A Grécia tornou-se império mundial e toda a terra conhecida recebeu influência da língua grega. Deus preparou deste modo num veículo para disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo no tempo oportuno. Nos primórdios do cristianismo o Evangelho pregado ou escrito em grego podia ser compreendido pelo mundo todo.

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