Paul Feyerabend, um dos mais eminentes filósofos da ciência, disse que naquele tempo a Igreja tinha mais razão que Galileu. Por que? Porque não existiam lá muitas evidências científicas de que a Terra gira em torno do sol. Havia o calendário de Copérnico, mas isso não era suficiente. Os cientistas da época questionaram Galileu acerca da mudança de paralaxe que deveria ser observada da Terra se caso ela se movesse, mas a mudança de paralaxe não é observada em termos de distâncias galáticas com intervalos de tempo que poderiam ser mensurados naquele tempo. Além disso, a principal “prova” que Galileu tinha do movimento da Terra é conhecida hoje como uma “prova” falsa. Para Galileu, quando a Terra girava a água chacoalhava e gerava as marés. Tolice! Hoje se sabe que se a Terra girar a água não vai chacoalhar a ponte de gerar marés (o giro da Terra provoca vários efeitos na água, mas não marés que são causadas por causa da ação da força gravitacional da lua). Galileu, entretanto, era inocente porque tanto o clero quanto os cientistas da época desconheciam essa ação da lua na Terra. Muito bem, deixaram que ele ensinasse heliocentrismo nas universidades desde que ensinassem isso como hipótese, não como teoria e tampouco como verdade. Sugeriram que ele mudasse o nome do livro “Diálogo sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo” para “Diálogos sobre o Fluxo e Refluxo das Marés”, coisa que ele não fez. Além disso, Galileu chegou a colocar as frases do clero na boca de um asno em uma de suas obras, o que foi visto como uma profanação ou algo do tipo. Isso aliado à falta de argumentos que ele tinha frente à ciência da época fez com que ele fosse perseguido, mas aqui devemos fazer algumas considerações:
1) Galileu nunca foi ameaçado a ir para a fogueira porque na época das polêmicas ele era idoso (idosos e crianças não deviam, pelas leis eclesiásticas, serem queimadas em fogueiras);
2) Galileu foi condenado à prisão domiciliar rodeado por livros, o que ele mesmo admitiu ter sido uma boa pena porque, afinal, era isso mesmo que ele queria, isto é, continuar estudando ciências;
3) Galileu morreu como bom católico e suplicou (tendo sido atendido) para receber a unção dos enfermos em seu leito de morte.
Quanto à Giordano Bruno, o motivo pelo qual ele foi parar na fogueira foi sua teimosia em ser panteísta. Hoje vários historiadores e filósofos (alguns não-católicos, como o anti-católico Henry Charles Lea) admitem que não havia nada de novo ou esplêndido no pensamento de Bruno. Bruno foi um escudo dos anti-católicos que deram a ele um título de mártir da ciência ou da razão porque convinha a eles passarem essa imagem de que a Igreja era obscurantista. Na verdade, Giordano Bruno nunca passou de um pensador medíocre, sem relevância para bosta nenhuma, que teve uma sorte após sua morte: a sorte de ter gente puxando seu saco já decomposto por vermes. Alguns chegam a dizer hoje que Giordano Bruno era, de fato, louco, o que causa pena.