Toda filosofia contém suas próprias inerentes implicações lógicas. Por exemplo, Charles Darwin sugeriu uma vez: “Não há diferença fundamental entre o homem e os mamíferos superiores nas suas capacidades mentais” (1898). Se tal filosofia fosse adotada por uma sociedade, como é que essa civilização procuraria explicar o comportamento dos seus membros? Uma forma seria a de estudar o comportamento dos animais e a razão pela qual, já que os seres humanos são pouco mais do que animais “complexos”, comportamentos bestiais poderiam ser justificados e contabilizados com base unicamente na afirmação de que os animais no mundo natural poderiam realizá-los.
A justificação de um abominável comportamento imoral com base em uma observância do mesmo no reino animal tornou-se moda. Barbara Burke disse que os seres humanos podem potencialmente justificar o assassinato de seus bebês, porque os animais (como porcos e cães), muitas vezes assassinam sua prole (1974, 185:653). Randy Thornhill e Craig Palmer sugeriram que o estupro é um subproduto do processo evolutivo que pode ser explicado com base em comportamentos no reino animal (2000). O vilão Adolf Hilter justificou seus crimes em um discurso de 1933 em Nuremberg, comparando suas atrocidades ao comportamento animal. Ele declarou:
Assim, resulta-se na sujeição de um grande número de pessoas sob a vontade, muitas vezes só de algumas pessoas, uma sujeição baseada simplesmente no direito do mais forte, um direito que, como vemos na Natureza, pode ser considerado como o único direito concebível, porque é fundado na razão” (ver “o Caso Einsatzgruppen,” 1998).
Seguindo o exemplo, o Museu de História Natural de Oslo abriu recentemente primeira exposição do mundo documentando casos de comportamento “homossexual” na natureza. A exposição sugere que já que animais como pinguins, papagaios, besouros, baleias, girafas e outros exibem certos comportamentos que possam ser interpretados como homossexuais, então a homossexualidade entre os seres humanos não pode ser vista como “antinatural.” Uma das declarações sobre a exposição diz: “Podemos ter opiniões sobre muitas coisas, mas uma coisa é clara: a homossexualidade é encontrada em todo o reino animal, e não é contra a natureza” (Doyle, 2006).
Em resposta a esse tipo de pensamento, vários pontos precisam ser considerados. Os seres humanos não são animais. Não há nenhuma evidência documentada verificando a falsa ideia de que os seres humanos evoluíram a partir de organismos inferiores (ver Harrub e Thompson, 2002). Na verdade, toda a evidência observável verifica-se que os seres humanos mantêm um estado completamente original em relação à seus componentes mentais, emocionais e cognitivos (ver Lyons e Thompson, 2002). Justificar o comportamento humano com base no comportamento observado no mundo animal apresenta uma ignorância grotesca de tudo o que os seres humanos entendem sobre a moralidade. Dez por cento da dieta de um dragão de Komodo adulto muitas vezes consiste na canibalização de jovens dragões de Komodo. Será que alguém seria tão irracionalmente impensante a ponto de sugerir que, como vemos o canibalismo infantil em dragões de Komodo, é uma prática natural para os seres humanos, que não pode ser classificado como “antinatural”? O estratagema para justificar a homossexualidade, sugerindo que é “natural” é pouco mais do que uma tentativa de pôr de lado todas as restrições morais da sociedade para rebaixá-la ao ponto da bestialidade irracional.
Na verdade, a homossexualidade é contra a natureza, isto é, o caminho natural que Deus projetou os seres humanos para funcionar. O inspirado apóstolo Paulo condena a homossexualidade como um pecado:
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural para o que é contra a natureza. Semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro que era devido (Romanos 1,26-27, grifo nosso).
A homossexualidade vai contra natureza humana em, pelo menos, dois modos fundamentais. Primeiro, em um nível básico físico, anatômica, a homossexualidade desconsidera o uso natural dos órgãos sexuais de homens e mulheres. Os seres humanos foram projetados para serem sexualmente compatíveis, a fim de se reproduzir e ter filhos (ver Gênesis 1,28). Se a homossexualidade fosse uma ocorrência genética natural (o que de fato não é, ver Harrub e Miller, 2004), os genes responsáveis por isso iriam desaparecer rapidamente, devido à incapacidade do mesmo sexo para se reproduzir. Em segundo lugar, Deus criou homens e mulheres para serem capazes de uma relação de casamento diferente de qualquer outro relacionamento humano. Quando um homem e uma mulher se unem, eles se tornam “uma só carne”, uma frase bíblica que descreve o epítome de intimidade e de compatibilidade (Gênesis 2,23). Deus especificamente projetou Eva, e todas as mulheres futuras, para serem ajudantes perfeita, adequadas para Adão e os homens subsequentes. E, embora seja verdade que os seres humanos pecadores muitas vezes não conseguem atingir a intimidade e unidade designada por Deus, não é por causa de algum defeito no projeto, mas nas decisões pecaminosas das pessoas. Deus criou homens e mulheres para serem naturalmente compatíveis tanto física como emocionalmente.
Se o comportamento humano pode ser justificada com base na ideia de que ele imita o comportamento animal, então por que não abolir todas as leis, permitir que os seres humanos mais fortes matem os mais fracos, permitir que mães comam seus bebês, permitir que os homens assassinem rivais sexuais, permitir que as mulheres assassinem e canibalizem seus amantes após a relação sexual, e simplesmente vamos até o fundo na “natureza”? As consequências lógicas dessa justificação filosófica são tão óbvias como são ridículas. Deus criou os seres humanos, então Ele sabe o que está de acordo com a natureza humana, e Ele afirmou claramente que o homossexualismo é um comportamento antinatural, aberrante e pecaminoso.
Referências
Burke, Barbara (1974), “Infanticide,” Science, 185:653.
Darwin, Francis (1898), The Life and Letters of Charles Darwin (New York: D. Appleton).
Doyle, Alister (2006), Birds and Bees May Be Gay: Museum Exhibition, [On-line], URL: http://news.yahoo.com/s/nm/20061012/sc_nm/environment_homosexuality_ dc;_ylt=AhEiR4DtDaCUi1h7KCssWvms0NUE;_ylu=X3oDMTA3ODdxdHBhBHNlYwM5NjQ-.
“The Einsatzgruppen Case” (1998), [On-line], URL: http://www.einsatzgruppenarchives.com/mt/ndsir.html.
Harrub, Brad and Bert Thompson (2002), “Creationists Fight Back! A Review of U.S. News and World Report,” Reason & Revelation, 22[9]:65-71, September, [On-line], URL: http://www.apologeticspress.org/articles/2094.
Harrub, Brad and Dave Miller (2004), “This is the Way God Made Me: A Scientific Examination of Homosexuality and the ‘Gay Gene,’” Reason & Revelation, 24[8]:73-79, August, [On-line], URL: http://www.apologeticspress.org/articles/2553.
“In the Image and Likeness of God” (2001), [On-line]: URL: http://www.apologeticspress.org/pdfs/courses_pdf/hsc0203.pdf.
Lyons, Eric and Bert Thompson (2002), “In the Image and Likeness of God: Part 1,” Reason & Revelation, 22[3]:17-23, [On-line]: URL: http://www.apologeticspress.org/articles/123.
Thornhill, Randy and Craig T. Palmer (2000), A Natural History of Rape (Cambridge, MA: MIT Press).
Fonte: http://www.apologeticspress.org/APContent.aspx?category=7&article=2010
Tradução: Emerson de Oliveira