Pular para o conteúdo

Os cientistas e a fé

O que se segue é uma apresentação de alguns textos com a única finalidade de mostrar a atitude religiosa mais ou menos clara ou mais ou menos explícita dos maiores cientistas modernos. Há alguns conceitos filosóficos e teológicos nestes textos que não são compatíveis com a fé cristã, ao menos, com uma sã filosofia realista. Outros conceitos de ordem estritamente científicos tem sido superados pelo progresso da ciência. Tampouco pretendemos que deva ser aceita a existência de Deus ou a religião pela autoridade destes grandes sábios. Mas o que não se pode discutir é que por estes textos e pelos seus autores, deve deixar bem claro que a ciência não é incompatível com a religião.

“Alguns antigos clarificaram a ciência dos astros com o nome de ‘perfeição’ e ‘sabedoria’, porque ela é como a coroa de todas as artes liberais e a mais digna de um homem livre. Todas as ciências servem a astronomia: a aritmética, a geometria, a ótica, a geodésia, a mecânica: ela é como o vértice onde elas encontram seu conjunto e sua união. Se há uma ciência capaz de enobrecer a alma do homem e fazê-la se elevar acima das misérias da Terra, é a astronomia….por que como se poderia observar a magnífica ordem como que nosso Deus governa o Universo, sem sentir-se inclinado a uma vida regrada, a praticar toda classe de virtudes, a considerar acima de tudo e em tudo ao mesmo Criador, fonte de toda bondade?”

Nicolau Copérnico, prefácio de “De revolutionibus orbium celestium”.

“SALVIATI: (…) desde já a verdade cujo conhecimento proporcionam as coisas matemáticas é a mesma que concede a divina sabedoria; mas outorgarei que o modo como Deus conhece as verdades inumeráveis umas poucas das quais são as alcançadas por nós, é muito superior ao nosso modo (…) Tais passos, para os quais nossa mente requer tempo, o intelecto divino os realiza em um instante, como a luz, o que é o mesmo, sempre estão simultâneamente presentes nele. Eu deduzo que nosso entendimento, tanto no que concerne ao modo como ao número de seus conhecimentos, é muito inferior ao divino. Mas não o menosprezo até o ponto de tê-lo por um puro nada. Pelo contrário, quando reflito e vejo quantas e quão admiráveis coisas os homens tem entendido, investigando e executando, percebo com toda clareza que a mente humana é verdadeiramente uma obra de Deus e sem dúvida uma das mais sublimes.”

Galileu Galilei, “Diálogo Sobre os Dois Sistemas Máximos”.

“Creio que a maioria das causas das coisas que há no mundo poderiam deduzir-se do amor de Deus até os homens. Desde já, a ninguém haverá de ocorrer pôr em dúvida que Deus, ao dispor dos lugares de habitação do Universo, pensou em seus futuros moradores. Já que em efeito, o homem é a finalidade do mundo e de toda criatura.”

Johannes Kepler. Prefácio ao leitor da obra “Mysterium Cosmographicum”.

“Nosso texto é o livro da natureza, tão falado pela Sagrada Escritura. Paulo o recomenda aos pagãos, para que nele vejam a Deus como o Sol nas águas ou em um espelho. E por que nós, os cristãos, haveríamos de gozar menos de tal leitura, já que nossa missão é a de adorar, honrar e admirar a Deus de maneira justa? Ao fazê-lo, tanto maior será nosso conhecimento, quanto melhor entendermos a criação e sua majestade. Em verdade, quantos cantos ao Criador, a Deus verdadeiro, entoou Davi, seu verdadeiro servo! Ele nos ensina a adorá-lo contemplando ao céu com admiração: “os céus declaram a glória de Deus”, disse Davi – “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste. Grande é nosso Senhor e seu poderio; Ele conta a multidão de estrelas e as chama a todas por seu nome.” Em outra passagem, Davi, cheio do Espírito Santo e por uma santa alegria, invoca ao Universo: “Louvai, céus, ao Senhor, louvai-o, lua,” etc. Os céus tem voz? A tem as estrelas? Podem louvar a Deus como os homens? Certo: louvam a Deus porquanto inspiram aos homens pensamentos em seu louvor. Por isso nestas páginas desejamos que o céu e a natureza falem e elevem sua voz; e nada nos repreenda que, fazendo isto, nos consagramos a uma obra vã e inútil.”

Johannes Kepler
, Dedicatória da primera edição do “Mysterium Cosmographicum”.

“Não me deterei em observar que meu tema constitui um valioso testemunho de fato da criação, que certos filósofos tem negado. Vemos, em efeito, que Deus tem intervido na formação do Universo seguindo uma ordem e uma regra, assemelhando-se a um arquiteto humano e dispondo tudo de tal maneira que pudesse crer que, longe de haver a arte tomada por modelo a natureza, o próprio Deus se inspirou para sua criação nos modos de construir do futuro homem.

Johannes Kepler, Dedicatória da primera edição do “Mysterium Cosmographicum”.

“São principalmente três as coisas cujas causas, o porquê são assim e não de outro modo, investiguei incansavelmente, a saber, o número, a magnitude e o movimento das trajetórias planetárias. A tanto atrevimento me decidiu a formosa harmonia das coisas imóveis, ou seja, do Sol, das estrelas fixas e do espaço intermediário, com a Trindade do Pai, Filho e Espírito Santo.”

Johannes Kepler. Prefácio ao leitor da obra “Mysterium Cosmographicum”.

“A geometria, eterna como Deus e surgida do Espírito Santo, tem servido a Deus para formar o mundo, para que este fosse o melhor e mais formoso, o mais semelhente ao seu Criador”.

Johannes Kepler, “Harmonices Mundi”.

“Este admirável sistema do Sol, planetas e cometas não podem ser senão a obra de um Ser Todo-Poderoso e inteligente. E se cada estrela fixa é o centro de um sistema semelhante ao nosso, é certo que, levando o selo de um mesmo desígnio, tudo deve estar submetido a um só e mesmo Ser…Este Ser infinito governa tudo, não como alma do mundo, mas como o Senhor de todas as coisas. E a causa deste império, o Senhor Deus é chamado ‘Senhor Universal’…Deus é o Ser supremo, eterno, infinito, absolutamente perfeito.”

Sir Isaac Newton, conclusão de “Philosophia naturalis principia mathematica”

“E no que respeita a rejeição desse meio, temos a autoridade dos mais antigos filósofos da Grécia e Fenícia, que fizeram de um vazio, dos átomos e da gravitação destes, os primeiros princípios de sua filosofia, atribuindo tacitamente a gravitação a alguma causa distinta da matéria densa. Estes últimos filósofos retiram da filosofia a consideração de uma causa tal, inventando hipóteses para explicar mecanicamente todas as coisas e deduzir causas de efeitos até que cheguemos a Primeira Causa, a qual, certamente, não é mecânica e não só para decifrar o mecanismo do mundo, mas, principalmente, resolver as seguintes e parecidas questões: o que existem nos lugares quase desprovidos de matéria e por que causa o Sol e os planetas gravitam uns entre outros, sem que exista matéria densa entre eles? Por que a natureza não faz nada em vão e de onde provêm esaa ordem e beleza que vemos no mundo? Para que existem os cometas e por que causa se movem os planetas, todos da mesma maneria, em órbitas concêntricas, sendo que os cometas se movem de diversas maneiras em órbitas muito excêntricas e que evita que as estrelas fixas caiam umas sobre as outras? Como tem sido idealizados com tanta arte os corpos dos animais e para que fim foram suas diferentes partes? O olho foi idealizado sem habilidade em ótica e o ouvido sem conhecimento dos sons? Como os movimentos seguem a vontade e de onde provêm o instinto dos animais? Não é o sentido dos animais aquele lugar onde está presente a substância sensitiva e até o qual os nervos e o cérebro conduzem as formas sensíveis das coisas? Não se deduz dos fenômenos que existe um ser incorpóreo, vivente, inteligente, onipresente, que no espaço infinito, como se fosse em seu sentido, vê intimamente as mesmas coisas, percebe e as compreende inteiramente, por sua presença imediata: das quais só as imagens, conduzidas através dos ógãos dos sentidos até nosso sentido, são ali vistas observadas, pelo que em nós percebe e pensa? E ainda que cada passo verdadeiro realizado com esta filosifa não nos leve de imediato ao conhecimento da Causa Primeira, no entanto ela nos cerca e por este motivo deve ser altamente estimada.”

Sir Isaac Newton. Questões propostas no final da “Óptica”.

“Todo investigador que tenha experiência sabe que o sistema teórico da física depende do mundo da percepção sensorial e está controlado por ele, ainda que não exista um caminho lógico que nos permita elevarmo-nos desde a percepção até os princípios que regem a estrutura teórica. De todo modo, a síntese conceitual, que é uma cópia do mundo empírico pode ser reduzida a umas leis fundamentais sobre as quais se constrói logicamente toda a síntese. Em qualquer progresso importante, o físico observa que as leis se simplificam cada vez mais à medida que avança a investigação experimental. É assombroso ver como de o que parece ser o caos surge a mais sublime ordem. E isto não pode ser referido ao trabalho mental do físico, mas a uma qualidade que é inerente ao mundo da percepção. Leibniz expressava adequadamente esta qualidade denominando-a de harmonia pré-estabelecida.”

Albert Einstein. Prefácio ao livro “Aonde Vai A Ciência”, de Max Planck.

“A palavra ‘religiosa’ é a que melhor expressa esta confiança na natureza racional e sua peculiar acessibilidade para a mente humana. Quando não existe esta confiança, a ciência se converte em algo carente de inspiração. Que se preocupe o demônio se os padres se aproveitam disso. Não se pode remediar.”

Albert Einstein, cartas a Maurice Solovine, París, 1956, citado por JAKI, Stanley, Ciência, fé e cultura, Ed. Palabra, Madrid, 1990.

“…os conceitos que agora demonstram ser fundamentais na nossa concepção da natureza – um espaço finito, um espaço vazio, no que um ponto difere de outro somente pelas propriedades do mesmo espaço, espaços quadridimensionais, septidimensionais e mais, um espaço que se expande indefinidamente, uma seqüência de eventos que segue a lei da probablidade em vez da lei da casualidade – ou, alternativamente, uma seqüência de eventos que só podem ser descritos completa e consistentemente como ocorrendo fora do tempo e do espaço, todos estes conceitos me parecem ser estruturas de puro pensamento, incapazes de realização em qualquer sentido que se possa descrever como propriamente mental…em minha opinião, as leis que a natureza obedece sugerem menos aquelas que uma máquina obedece em seus movimentos que aqueles que um músico obedece ao escrever uma fuga, ou um poeta ao compor um soneto…se isto é assim, então o Universo poder ser melhor representado, se bem ainda muito imperfeita e inadequadamente, como consistindo em puro pensamento, o pensamento do que, por falta de uma expressão melhor, devemos descrever como um pensador matemático.”

Sir James Jeans, “O Universo Misterioso”.

“Qualquer que se haja dedicado seriamente às tarefas científicas de qualquer classe se dá conta de que na porta do templo da ciência estão escritas estas palavras: “Há de ter fé”. Esta é uma qualidade que os cientistas não podem negar.

O homem que tem ante si uma série de resultados obtidos mediante um processo experimental, deve forjar-se a imagem da lei que persegue e deve estruturá-la em uma hipótese imaginativa…esta visão imaginativa e essa fé no triunfo são indispensáveis. O racionalista puro está aqui demais… realmente, Kepler é um exemplo magnífico do que acabo de dizer. Foi sempre um homem inflexível, sofrendo desilusão atrás de desilusão…mas estudando sua vida é possível dar-se conta de que a fonte de suas inesgotáveis energias e de sua capacidade produtiva se encontrava na profunda fé que tinha em sua prórpria ciência e na crença de que eventualmente iria chegar a uma síntese aritmética de suas observações astronômicas; quer dizer, sua fé inextinguível na existência de um plano definido oculto por trás do conjunto da criação. A crença nesse plano lhe assegurava que sua tarefa era digna de ser continuada e a fé indestrutível em seu trabalho iluminou e consolou sua árida vida. Comparemo-no com Tycho Brahe. Brahe tinha entre suas mãos o mesmo material que Kepler tinha e inclusive melhores chances, mas se limitou a ser um investigador, pois que não possuía a mesma fé nas leis eternas da criação. Brahe, repito, foi só um investigador, enquanto Kepler foi o criador da nova astronomia.”

Max Planck, “Aonde Vai a Ciência”.

“Os físicos combatem algumas vezes com os filósofos que se ocupam das teorias do conhecimento, alegando que estes últimos não chegam a a apreciar completamente este fato. Eu creio que esta foi a base da controvérsia ocorrida faz poucos anos entre Ernst Mach e Max Planck.O último provavelmente teve a impressão de que Mach não apreciava completamente o afã do físico pela percepção desta harmonia pré-estabelecida. Este afã tem sido a fonte inesgotável da persistência de que tem feito o galês Planck ao dedicar-se as várias questões mais comuns que surgem na relação com a ciência física, quando pudesse ver outras vias que se conduziram aos resultados mais atraentes.”

Albert Einstein. Prefácio ao livro “Aonde vai a Ciência”, de Max Planck.

“Quais são as razões que os defensores da educação humanística aduzem uma ou outra vez, para justificar a atenção que se dedica ás línguas e a história da antigüidade? Em primeiro lugar, se destaca com razão que toda nossa vida cultural, todo nosso trabalho, pensar e sentir está enraziado no cenário espiritual ocidental, quer dizer, em um ente espiritual que apareceu an antigüidade, formado ao início por arte, a literatura e a filosofia dos gregos ao que o cristianismo e a constituição da Igreja deram a mais decisiva infelxão e em cujo seio finalmente, ao terminar a Idade Média, se realizou com esplêndida combinação da religiosidade cristã com a liberdade intelectual dos antigos, conectando a concepção do mundo como mundo de Deus e transformando a raíz precisamente a este mundo mediante as viagens de exploração e a criação da ciência natural e da técnica. É portanto inevitável que, em qualquer setor da vida moderna, enquanto aprofundamos nas coisas, seja sistemática, histórica ou filosoficamente, haveremos sempre de topar com estruturas espirituais que se constituíram no sentido das culturas antigas e cristã. Cabe pois afimar, em defesa da educação secundária humanística, que é vantajoso conhecer tais estruturas, ainda quando ela não reporte nenhum benefício em muitos aspectos da vida prática.”

Werner Heisenberg, “A imagem da natureza na física atual”.

O citado livro de Heisenberg, um dos pais da “mecânica quântica”, famoso por seu “princípio de interdeterminação ou de incerteza”, livro do qual temos tomado muitos dos textos citados acima, termina com um apêndice, que na realidade é mais da metade do livro, no qual descreve o que para ele são as três etapas pelas quais tem passado a moderna ciência da natureza. Na primeira etapa, que é a de Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, a ciência reconhece ainda a validez do enfoque metafísico da realidade e ainda da fé na Revelação cristã. A ciência tem nesta etapa, diz Heisenberg, uma atitude modesta, “formulado enunciados válidos para domínios estritamente delimitados, e só em tais limites se atribui validez”.

O que isto quer dizer se vê com mais clareza ao ver como Heisenberg caracteriza a segunda época, que é a de “formação da imagem do Universo mecanicista e materialista”:

“De modo que o pensamento mecanicista deu o primeiro impulso a uma concepção materialista do Universo, que foi impondo-se paulatinamente, até florescer completamente na época do Iluminismo, logo que John Locke (1632 – 1704), a propagou na Inglaterra. O Iluminismo francês, cujo documento principal é a famosa “Encyclopédie des Sciences, Artes et Métiers” (1751ss.), recebe seu caráter intelectual de Voltaire e d’Alembert. O seguinte fragmento fragmento da introdução a Enciclopédia revela claramente como se perdeu a correta atitude dos cientistas clássicos e a conseqüência com que delimitavam o domínio da validez dos resultados de suas investigações. O empenho capital tem passado a ser ele de derivar todo o conjunto do saber das percepções sensíveis dos homens. De modo que, sobre a base da ciência da natureza, aparece uma peculiar “filosofia não-crítica”. Outras passagens de autores materialistas contribuíram para fazer perceptível a dita evolução.” (Op. cit.).

O interessante é comprovar que homens estão nesta recompilação de Heisenberg desta “segunda etapa”: Voltaire, D’Alembert, De la Mettrie, Ostwald,. Sem dúvida que há outros, mais notórios e meritórios cientificamente, que seguem esta mesma tendência. Mas o que figuram aqui, comparados com os nomes que Heisenberg cita em sua “primeira etapa” (Copérnico, Galileu, Kepler, Newton) dão a impressão na verdade lamentável, e inclusive inexistente, do o ponto de vista científico. Os continuadores mecanicistas e materialistas da ciência newtoniana se limitaram em boa medida a desenvolver, aplicar e especializar o enfoque criador que havia sido alcançado desde a filosofia diametralmente oposta a deles.

Mas finalmente, na “terceira etapa”, se dá o que Heisenberg denomina “a crise da concepção macanicista-materialista do Universo”. Aqui, Heisenberg diz que, por razões de espaço, se limita a expôr um extrato de uma obra de Louis de Broglie acerca do dito tema. Acrescenta Heisenberg:

“Servirá de transição a introdução aos ‘Princípios da Mecânica’ (1876) de Heinrich Hertz (1857 – 1894). neste texto se põe de manifesto como a física, que começou novamente a notar-se dele, não é mais que uma ciência natural, cujos enunciados, ao referir-se a domínios delimitados da natureza, não tem mais que uma validez limitada; qua a física não é uma filosofia que possa sonhar em desenvolver uma concepção integral sobre o conjunto da natureza e sobre a essência das coisas.” (Op. cit.)

É claro que alguns, como Eddington, também citado nesta parte, partindo da limitação novamente descoberta da ciência física, chegam a uma postura idealista segundo a qual a realidade é incognoscível e toda ordem que descobrimos na natureza é produto de nossa mente. E já vimos no fragmento acima citado que Einstein, por exemplo, é totalmente contrário a esta tese. Vejamos agora uma passagem de um diálogo entre Einstein, Planck e Murphy, recolhido no final do livro “Aonde Vai a Ciência” de Max Planck:

MURPHY: ..Se você diz que o cientista se conforma em assegurar a lógica matemática em sua construção mental, seria você imediatamente considerado como partidário do idealismo subjetivo defendido por alguns cientistas modernos, como sir Arthur Eddington.”

EINSTEIN: Isso seria ridículo.

MURPHY: Claro que seria uma conclusão injustificada, mas você já por várias vezes mencionou na imprensa britânica como partidário da teoria de que o mundo exterior é um derivado da consciência (…)

EINSTEIN: Nenhum físico pode crer nisso. Se fosse assim, não poderia ser físico…quem se daria ao trabalho de contemplar as estrelas se não cresse que existem realmente? Nisto estou completamente de acordo com Planck. Nós não podemos logicamente demonstrar a existência de um mundo exterior, como tampouco podemos provar logicamente que eu estou falando com você e que me encotro aqui; mas você sabe perfeitamente que eu estou aqui e nenhum idealista subjetivo poderá convencer-me do contrário.

MURPHY: Esse ponto foi completamente elucidado faz muito tempo pelos escolásticos e não posso abandonar o pensamento de que grande parte da confusão reinante no século XIX e que reina agora poderia ter sido evitada se a ruptura com a tradição filosófica não houvesse sido tão profunda no século XVII. Os escolásticos estruturaram muito bem a questão para os físicos modernos considerando as imagens mentais da realidade externa como existindo “fundamentaliter in re” [fundamentalmente na realidade] “formaliter in mente” [formalmente na mente].”

Fonte: Fé y Razón
Tradução: Hugo Freitas de Oliveira 

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Descubra mais sobre Logos Apologetica

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading